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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que além das tarifas, os presidentes Lula e Donald Trump debateram outros temas, entre eles, a situação na Venezuela. O petista se colocou à disposição para ser o interlocutor entre os dois países para resolver o iminente conflito.
Comentaristas: Mônica Rosenberg e José Maria Trindade
Reportagem: Igor Damasceno

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Transcrição
00:00O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que além das tarifas, os presidentes Lula e Trump conversaram sobre outros temas, entre eles a Venezuela.
00:09O Igor Damasceno está de volta aqui. Igor, como é que foi a posição do Brasil sobre essa tensão entre Estados Unidos e Venezuela?
00:17O presidente Lula, durante esses 50 minutos de conversa histórica com Donald Trump, se colocou à disposição para ser o interlocutor entre os dois países para resolver essa iminência de conflito entre Estados Unidos e Venezuela.
00:41O que aconteceu é que os Estados Unidos colocaram no Mar do Caribe um porta-aviões, um navio de guerra, para então combater o narcotráfico, na justificativa de Donald Trump.
00:54Na oportunidade, cinco embarcações venezuelanas foram interceptadas por esse navio de guerra norte-americano, 27 pessoas morreram.
01:02Os Estados Unidos continuam dizendo que essa situação é para impedir o narcotráfico, drogas que sairiam eventualmente da Venezuela com destino à América do Norte.
01:14Agora, Nicolás Maduro, que até mesmo colocou as pessoas civis à disposição de prontidão para um eventual conflito com os Estados Unidos,
01:25ele diz que, na verdade, essa é uma desculpa dada por Donald Trump para derrubá-lo, para tirá-lo do poder e tomar à força a autoridade, a governança da Venezuela.
01:36Então, é um momento de tensão entre Estados Unidos e Venezuela e nessa oportunidade de conversa em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Lula se colocou à disposição para ser o interlocutor.
01:49Lula ressaltou que a América do Sul é um local de paz, onde não há nenhum tipo de conflito nesse sentido, e disse que gostaria de continuar dessa forma, com essa fama, digamos assim, que a América do Sul tem para resolver essa situação.
02:07O ministro Mauro Vieira confirmou que é um tema sensível, mas que Lula quer se colocar à disposição. Vamos ouvir.
02:15O presidente Lula levantou o tema, disse que a América Latina e a América do Sul, especificamente, onde estamos, é uma região de paz,
02:25e ele se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela,
02:32para buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países,
02:39e que o Brasil estará sempre disposto a atuar como um elemento de promoção da paz e do entendimento,
02:48e que sempre foi a tradição do Brasil e continuar sendo.
02:52E olha, pessoal, nós estávamos falando há pouco a respeito de um pronunciamento,
03:00uma nota que seria divulgada pelo Palácio do Planalto,
03:03tinha conversado com os assessores e eles me disseram que estavam elaborando esse texto.
03:07A nota acabou de sair, eu estou com ela em mãos.
03:10É uma nota, uma posição oficial do governo brasileiro em torno dessa conversa com o presidente dos Estados Unidos.
03:17E a nota, ela diz o seguinte, abre aspas,
03:20a imposição das tarifas ao país carece de base técnica e desconsidera o fato de que os Estados Unidos
03:27mantêm superávit na balança comercial em relação ao Brasil.
03:32O texto continua, no encontro com Trump, Lula renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas,
03:39propondo um período de negociação, fecha aspas,
03:42Então, algumas das palavras confirmando aquilo que a gente já está falando desde o início desta edição do Jornal da Manhã.
03:50E o que é isso?
03:52Falando a respeito de que, na verdade, essa relação comercial bicentenária,
03:57ela acumula para os Estados Unidos, nos últimos 15 anos, 400 bilhões de dólares
04:03e que, por isso, põe os Estados Unidos em superávit, sai no lucro nessa relação comercial com o Brasil.
04:10E, por isso, essas tarifas precisam ser suspensas, porque, além de prejudicar a nossa economia,
04:16os nossos empresários, pode prejudicar também a lucratividade norte-americana.
04:21O texto ainda traz alguns relatos do ministro Mauro Vieira.
04:26O texto diz o seguinte, nas palavras de Mauro Vieira, abre aspas,
04:29O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido
04:33e renovou o pedido de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira
04:39durante um período de negociação, da mesma forma, a aplicação da lei Magnitsky
04:44a algumas autoridades brasileiras.
04:47E disse que estava pronto para conversar, fecha aspas,
04:50relatou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
04:53Então, é uma nota que faz ali um aparato, um resumo de tudo o que foi falado pelas autoridades.
04:59A gente falou há pouco da questão da Venezuela,
05:02onde Lula quer ser um interlocutor entre Nicolás Maduro e Donald Trump.
05:06A gente falou da suspensão das tarifas, porque ela traz lucro para os Estados Unidos
05:10e também para a nossa economia.
05:13E agora a gente tem a confirmação em torno da lei Magnitsky,
05:16onde o presidente Lula também quer negociar que essa lei não seja mais aplicada
05:21às autoridades brasileiras, sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes,
05:25do Supremo Tribunal Federal, e à esposa dele.
05:28Então, uma confirmação dos três assuntos que foram abordados nesses 50 minutos de conversa.
05:34E a nota, ela finaliza dizendo que as negociações deverão prosseguir ainda hoje,
05:40em Kuala Lumpur, entre ministros brasileiros e contrapartes dos Estados Unidos.
05:45Então, confirmando que essas reuniões, elas vão avançar ainda hoje nessas negociações.
05:52Lembrando que Lula pede a suspensão imediata dessas tarifas.
05:56Então, existe uma expectativa do governo brasileiro para que nas próximas horas
06:00seja anunciado algo concreto de fato.
06:04Porque até o momento são conversas que vão avançando,
06:07mas as tarifas de 50% continuam vigorando.
06:10Então, o Brasil quer voltar, a comitiva brasileira quer voltar para o Brasil
06:14com algo concreto, algo positivo para a nossa economia.
06:18A gente vai seguir acompanhando todos os desdobramentos e qualquer novidade
06:23ainda nesta edição do Jornal da Manhã ou ao longo da nossa programação aqui na Jovem Pan.
06:28Voltamos ao estúdio.
06:30Está combinado, então. Muito obrigado, Igor Damasceno.
06:32É assunto também para a gente trazer a opinião do José Maria Trindade, da Mônica Rosenberg,
06:36especialmente no que diz respeito a essa situação envolvendo a tensão
06:40entre Estados Unidos e Venezuela.
06:43José Maria, o Brasil tem aí esse estofo para uma mediação desse conflito aparente,
06:50lembrando que há outras nações também que são rotas de tráfico
06:54e não entraram nessa mira do Donald Trump nesse momento, né?
06:59Pois é. A nota oficial do governo brasileiro, né,
07:02e é um pronunciamento do país, em nome do presidente Lula, né,
07:08ela é bem equilibrada e se baseou exclusivamente em critérios técnicos
07:13e falou tecnicamente do óbvio, né?
07:15É sobre a balança entre os dois países e o desequilíbrio em favor dos Estados Unidos.
07:21Sobre essa relação com a Venezuela,
07:24o governo brasileiro deveria pedir, então, já que o governo norte-americano
07:29está interessado nisso, pedir, fechar um acordo, se é possível,
07:35para o combate ao narcotráfico e o tráfico de armas aqui para o Brasil.
07:41O senador Flávio Bolsonaro foi até mal interpretado
07:43quando ele disse que invejava essa situação,
07:46mas ele acertou.
07:47Acho que o governo brasileiro deveria solicitar ao presidente norte-americano, né,
07:52um acordo com a CIA, através de informações,
07:56para proteger as nossas fronteiras do tráfico de armas e de drogas.
08:00Sobre essa situação da Venezuela,
08:04não há ainda um conflito,
08:06então, não há ainda a possibilidade de um acordo.
08:09O que há é uma pressão norte-americana
08:12com ameaça real,
08:14inclusive de ocupação terrestre, né?
08:17Eu conversei aqui com generais que dizem o seguinte,
08:20bombardear a Venezuela, isso é possível.
08:24E isso está na mira do Ministério da Defesa e da avaliação aqui,
08:29sobre o bombardeamento e tal,
08:31e de uma possível luta armada entre Estados Unidos e Venezuela.
08:36Agora, a tomada terrestre,
08:39aí demanda um assunto mais complexo,
08:41que é tropa no terreno,
08:43e aí é uma situação muito mais difícil para os Estados Unidos, né?
08:47Porque o terreno da Venezuela é diferente e muito complexo
08:52para ser tomado pela terra,
08:55mas bombardeio é possível, sim.
08:58O Brasil, ele já falou publicamente
09:02que não quer essa guerra aqui,
09:03porque incomoda mesmo, né?
09:05É um país vizinho, uma guerra,
09:07a América do Sul tem uma tradição muito forte de paz,
09:11e um longo tempo de paz,
09:12e uma guerra aqui no nosso vizinho.
09:14Nós temos uma fronteira grande com a Venezuela.
09:17Isso incomodaria o Brasil.
09:19E entendo que os Estados Unidos deveriam,
09:21pelo menos, conversar com o Brasil sobre esse assunto.
09:25Me disseram, no Ministério da Defesa,
09:27que nós temos adidos militares lá nos Estados Unidos
09:30e em áreas muito fechadas,
09:35atuando, trabalhando os nossos adidos militares.
09:38Então, se houvesse, segundo me dizem os generais,
09:40se houvesse qualquer possibilidade,
09:43ou mesmo estudo de invasão,
09:45ou mesmo de uso do território brasileiro,
09:48esses oficiais, esses generais,
09:51que estão com o madido dos militares,
09:52não estariam lá nessa parte secreta
09:55das forças armadas norte-americanas.
09:58Eu acho muito difícil, politicamente,
10:01o presidente Lula interceptar qualquer ação dos Estados Unidos.
10:05Agora, a gente chama a Mônica Rosenberg.
10:08Mônica, ontem a gente discutia também aqui no Jornal da Manhã
10:11o último discurso de Maduro,
10:14que deu um recuo, né?
10:15Falou que realmente é uma guerra que só os Estados Unidos querem.
10:19Como você avalia que o presidente Lula pode atuar nessa relação,
10:23sendo que Lula sempre foi muito próximo, né?
10:26A Maduro recebeu aqui com honrarias, né?
10:28O presidente venezuelano.
10:31Isso atrapalharia, por exemplo,
10:34já essa relação nova com os Estados Unidos?
10:36Como é que vai ficar?
10:37Porque se ele chega numa negociação com Maduro,
10:40se aproximando do Trump agora,
10:43e aí Maduro também pode ficar meio tenso com isso.
10:46Então, realmente, uma relação diplomática
10:48que será que vale a pena o presidente brasileiro
10:51se meter nisso agora?
10:54Márcia, vamos colocar o contexto, tá?
10:56O Trump, desde que entrou e assumiu o governo,
11:00ele vem fazendo uma guerra às drogas,
11:03vem fazendo um combate ao tráfico.
11:05Ele começou isso com o México,
11:06com o tráfico de fentanil para dentro dos Estados Unidos.
11:09Ele fez sanções, assim como ele fez agora,
11:11sanções, alfandegárias, tarifas,
11:14e o México andou para trás, segurou,
11:17controlou essa entrada daquele medicamento
11:19pelas fronteiras americanas.
11:21E aí ele se virou para o tráfico de cocaína.
11:23Ele tem atuado, falado em relação à Venezuela
11:25e atuado na Colômbia,
11:28tem atuado em outras regiões
11:29para justamente tentar reduzir a entrada de drogas
11:33nos Estados Unidos.
11:33É uma bandeira dele
11:34e ele está atuando desde o início do seu mandato.
11:38E aí nós chegamos agora
11:39num ponto em que ele tem problemas internos,
11:42Trump está com problemas muito sérios,
11:43o shutdown do governo,
11:45as questões de imigração,
11:46a polícia nas ruas.
11:47Então, internamente, há tensões.
11:49Ele precisa de inimigos externos.
11:51Fez as pazes com o Lula,
11:52não somos mais um inimigo,
11:54mas a Venezuela agora está crescendo.
11:56Lembrando que o Maduro também precisa
11:59de um inimigo externo.
12:00Para o Maduro, que também tem as suas questões internas,
12:03poder ser o grande líder do país
12:05nesta afronta que os americanos fazem
12:08à sua soberania,
12:10também há interesse político.
12:12E aí onde entra o Lula?
12:13Esta fala do Zé Trinado
12:16sobre os generais
12:17que estariam se mobilizando
12:18e preocupados com a guerra.
12:20Gente, se os americanos quiserem tirar o Maduro,
12:23não vai ter uma guerra,
12:24não vai ter solo brasileiro,
12:25não vai ter problema.
12:26Vai ser igual ele fez cortega.
12:28Os americanos vão lá e tiram.
12:29Então, eles estão fazendo pressão
12:31para tentar evitar chegar nesse ponto.
12:33E aí é que entra o Lula.
12:35Ele poderia ser a pessoa
12:36que evitaria chegar num momento de conflito,
12:40não de conflito de guerra,
12:41mas de conflito em que os americanos
12:42realmente façam alguma coisa,
12:44seja bombardeio,
12:45seja mandar tropas de elite
12:47que derrubam o regime.
12:50Mas o que Lula quer impedir
12:52é justamente que Maduro saia do poder.
12:54Se ele consegue uma mediação,
12:56uma negociação e um compromisso
12:58para que haja uma atuação efetiva
12:59de combate ao tráfico de drogas,
13:02ele pode ajudar o seu amigo Maduro
13:04a se manter no governo,
13:05se manter no poder dentro da Venezuela.
13:08E acho que essa é que seria a pretensão de Lula.
13:10Tentar evitar que seja tirado
13:12do regime Maduro,
13:13que os americanos consigam
13:14derrubar o governo
13:15e que, ao mesmo tempo,
13:18os americanos possam estar contemplados
13:20na sua necessidade
13:21de segurar o tráfico lá
13:22que está realmente fora de controle.
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