Brasil assume protagonismo global na COP30 em Belém; Marcelo Favalli detalha

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Direto de Belém, Marcelo Favalli explica as diferenças entre a COP30 da ONU e a Cúpula do Clima da Amazônia. O Brasil lidera as discussões sobre preservação e desenvolvimento sustentável da floresta, ganhando destaque global como anfitrião e protagonista do debate climático.

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00:00A gente volta a falar sobre a COP30 em Belém e vamos direto pra lá, onde já está o apresentador

00:13do Conexão, Marcelo Favalli. Favalli, boa noite pra você, que prazer conversar com você direto de

00:20Belém. Tá bonito aí seu fundo, hein? Quero ver muito. Bom, explica pra gente aí nesse começo a

00:27diferença entre a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, que é a COP30 propriamente

00:33dita, e a Cúpula do Clima, que acontece já na quinta e na sexta, aí em Belém.

00:40Boa noite, Cris Pelagio. É sempre um prazer saudá-la. Nós fazemos isso todas as noites e, em geral,

00:46eu estou poucos metros de diferença de você. A gentileza continua a 2.900 quilômetros de distância,

00:55então é a distância daqui, do coração de Belém, no Pará, para o estúdio do Times Brasil,

01:02licenciado exclusivo CNBC. Bom, nós teremos dois grandes eventos, respondendo a tua pergunta.

01:08A principal diferença, tamanho e foco, embora há um ponto comum. A COP30 vai falar de clima

01:15permeando as questões da Amazônia e essa Conferência de Belém, Conferência do Clima de Belém,

01:21Conferência da Amazônia, já ganhou um monte de nomes e apelidos, que acontece até o restinho

01:27dessa semana, nos dias úteis, quinta e sexta-feira, vai se debruçar especificamente sobre a Amazônia.

01:36O tamanho das cúpulas também é bastante diferente. Esse primeiro evento, liderado pelo Brasil,

01:43por motivos óbvios, vai ter os nossos vizinhos. Então, eu estou falando do governo da Colômbia,

01:49estou falando do governo do Peru, da Guiana, da Venezuela, da Bolívia, todo mundo falando

01:58de Amazônia. E se espera que na sexta-feira haja um documento que vai ser batizado do Consenso

02:04de Belém. Diferentes governos têm um ponto em comum, como continuar aproveitando a floresta,

02:11os seus substratos naturais, as suas riquezas, mas sem uma grande devastação.

02:19É um ponto aí que é necessário achar um equilíbrio e vai ter uma enorme queda de braço.

02:26O Brasil vai liderar essa conferência do clima de Belém, essa conferência da Amazônia,

02:32porque não só é o anfitrião do evento, mas também é a maior porção da floresta amazônica,

02:39dividida por esses nossos vizinhos, como eu falei. E daí começa a COP30, propriamente dita,

02:46a conferência da ONU, a 30ª edição, e que traz para cá, para o Pará, para a região

02:54norte do Brasil, para Belém, todos os países, estados, nação que compõem o sistema ONU.

03:02Estou falando de praticamente 200 integrantes. E aí existe um outro ponto que vai ser o consenso

03:10mais difícil. O que nós podemos fazer em caráter de urgência para não sobreaquecermos a atmosfera

03:18até 2 graus Celsius, até 2099? Parece muito distante.

03:26Ah, 2 graus Celsius não é tanto assim. A questão é que nós ainda estamos bastante distante de 2099,

03:33e o aquecimento médio da atmosfera já está encostando em níveis de 1,5 graus Celsius.

03:42Ou seja, nós estamos bem perto ali da margem de segurança, e aí boa parte dos cientistas

03:49diz que passando deste 1,5 graus, 2, pode ser, poderemos sofrer consequências irreversíveis.

03:59Agora, deixa eu puxar a conversa para o meu lado, uma leitura geopolítica, seja na Conferência

04:05do Clima da ONU, a COP30, seja nessa Conferência do Clima de Belém, ou Conferência da Amazônia,

04:11que vai tratar da OTCA, a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia, o Brasil vai ter

04:18um papel de enorme destaque. Claro, como protagonista, como anfitrião do evento, mas mais do que isso,

04:26dá ao Brasil, nesse primeiro terço de século XXI, uma posição de privilégio, de protagonismo

04:35em discussões que vão ser muito importantes nos próximos 75 anos, com uma diferença.

04:42A COP30 não tem uma delegação oficial dos Estados Unidos, com a presença do presidente.

04:49Então, a gente entende que nas teorias das relações internacionais, Cris Pelágio,

04:53o poder não deixa vácuo. Quando uma grande potência não assume um papel de protagonista,

04:59abre um espaço para que outros tomem esse lugar. A China saiu na frente, agora cabe o Brasil,

05:06que está dentro dos BRICS, dentro do Mercosul, dentro de grandes polos comerciais,

05:12estar também à frente de uma discussão. Por mais que sejam soluções do meio ambiente,

05:18de aquecimento global, dá a chance ao Brasil um protagonismo político que raramente nós vimos

05:25no século passado. Te devolvo aí aos estúdios em São Paulo.

05:30Muito obrigada, Marcelo Favalli. Vamos nos falar todas as noites aqui no Jornal Times Brasil,

05:37exclusivo CNBC, e depois eu sei que você vota também no Conexão, obviamente.

05:41Um prazer, ótimo trabalho para você. Eu te encontro pessoalmente só na semana que vem aí em Belém, tá?

05:49Estou esperando, pode vir.

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