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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), falou sobre o fundo de florestas tropicais durante a COP30 e diz que espera arrecadar US$ 10 bilhões. Haddad também celebrou o avanço, afirmando que "pela primeira vez numa COP, um instrumento de solução de problemas ambientais pode efetivamente sair do papel".

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Transcrição
00:00Agora vamos acompanhar o ministro da Fazenda que está falando ao vivo lá na COP30.
00:30Esses recursos vão ser emprestados, vão financiar projetos que vão ser definidos pelo seu comitê e a diferença de taxa de juros, o spread entre o que você paga para o investidor e o que você cobra do tomador, vai servir justamente de lastre para financiar o pagamento de serviços ambientais.
01:00Com uma série de detalhes que depois vão ser abordados aqui, que envolve uma série de compromissos dos 73 países que mantêm florestas tropicais, uma série de vantagens para quem zera o desmatamento, penalidades por assim dizer,
01:23ou uma diminuição do aporte quando a pessoa não cumpre com esse requisito e um olhar muito atento para as comunidades locais que preservam o meio ambiente.
01:37Então toda a atenção voltada para a economia local, para a sustentabilidade, todo esse cuidado.
01:45Estou sendo ligeiro aqui porque muita gente vai falar e vai detalhar esses mecanismos.
01:50Mas eu dizia ainda essa semana que nós esperávamos, quer dizer, eu falava a título pessoal, não falava em nome do governo, mas que nós esperávamos no primeiro ano de lançamento da proposta, que é o ano da COP Brasil.
02:09Nós estamos assumindo a presidência da COP agora e que nós vamos trabalhar para chegar a 10 bilhões de dólares até transferir a presidência para outro país.
02:20Mas eu acredito que talvez isso aconteça antes do previsto, porque nós tivemos aqui alguns anúncios já, outros que serão feitos nos próximos dias, mas ainda durante a COP, como é o caso da Alemanha,
02:41que diz que vai se engajar, mas esperará o dia de amanhã para anunciar o aporte até a FFF na reunião bilateral com o presidente Lula.
02:54Mas só do que foi anunciado aqui, Indonésia, Brasil, Noruega e França, nós já superamos 50% daquilo que nós imaginamos para o final do ano que vem.
03:05Lembrando que países como China, países baixos, entre outros, Emirados Árabes, citar três que foram muito enfáticos em dizer que vão apoiar, mas não anunciaram valores,
03:23mas fizeram chegar a informação de que estão embarcando no projeto do TFF, não fizeram anúncio hoje, nem prometeram para amanhã,
03:34como fez a Alemanha, mas veja que nós já superamos 50% com os anúncios já feitos.
03:41Então nós aí temos, vamos trabalhar, obviamente tem condicionantes, as pessoas querem participar do desenho final do TFF,
03:53porque há detalhes que podem ser melhorados e isso é natural num projeto que está nascendo agora.
04:00Tivemos também uma bilateral com o Reino Unido, em que o príncipe e o primeiro-ministro manifestaram integral apoio ao TFF
04:10e disseram que o Reino Unido vai fazer propaganda junto ao setor público e privado dessa proposta que eles consideram muito original e que pretendem apoiar.
04:23Então nós estamos saindo do dia, acho que falo por todos dessa mesa, bastante animados,
04:30de que pela primeira vez numa COP, um instrumento de solução de problemas ambientais pode efetivamente sair do papel,
04:41pode efetivamente significar um caminho para motivar as pessoas em torno de uma causa tão nobre,
04:51tão necessária quanto essa.
04:53Vamos falar um pouquinho sobre essa manifestação do ministro Fernando Haddad,
04:57sobre esse fundo de florestas tropicais que na CIG em inglês ficaria TFFF, por isso que ele repete mais de uma vez,
05:05é uma iniciativa liderada pelo Brasil, mas que também teria outros países da África e também da Ásia,
05:13e que remuneraria países que manterem de pé e conservarem as suas florestas.
05:18É um projeto que divide bastante opiniões, inclusive entre governos e ambientalistas,
05:24sobre a liderança, sobre como que essa governança funcionaria, a distribuição desse dinheiro e a maneira também como ele seria captado.
05:33Mas, como o ministro Fernando Haddad diz, há uma expectativa de se arrecadar 10 bilhões de dólares com essa proposta.
05:41Zé Maria Trindade, como é que você avalia essa tentativa do ministro Fernando Haddad de angariar,
05:48de puxar esses países para esse projeto e os percalços que ele pode encarar?
05:53E daqui a pouquinho a gente vai voltar a falar de segurança pública, meu amigo, vamos lá.
05:58Pois é, é uma história que é recorrente aqui a esse debate, né?
06:02O Brasil preservou, é um dos países que preserva a maior área de florestas do mundo.
06:09Zé, peraí, rapidinho.
06:10Pelo amor de Deus que eu mandei o manterem aqui, mantiverem, tá pessoal?
06:13Desculpa.
06:14Foi um... saiu sem querer.
06:18Mantiverem as florestas de pé.
06:21Me avisaram aqui que eu mandei o manterem.
06:22Perdão.
06:23Perdão a todos, a todos os que amam a língua portuguesa,
06:26aos que não amam, aos que se importam e aos que não se importam.
06:29Inclusive, eu me importo muito e por isso que eu fiz questão de interromper.
06:32Vai lá, seu Zé.
06:35Então, os países que mantiverem as florestas de pé têm que ganhar alguma coisa.
06:40O que é que acontece?
06:40É um debate recorrente.
06:42É o seguinte, o Brasil manteve a sua floresta,
06:46é um dos países que mais preserva no mundo.
06:49É o Brasil.
06:51Os outros países devastaram.
06:53Os Estados Unidos invadiram, mataram os índios, né?
06:57E a gente até torcia para a cavalaria quando a cavalaria chegava.
07:01E outros países estão preocupados com reflorestamento.
07:04Se há reflorestamento é porque não há mais floresta.
07:06O Brasil tem a floresta.
07:08Mas agora chegou a nossa vez de desenvolver.
07:11E aí vem o mundo inteiro, né?
07:13E trava.
07:15Esse é o grande problema.
07:17Veja bem, a preservação do meio ambiente no mundo inteiro tem que ser uma ação coletiva.
07:23O presidente Lula até falou numa espécie ali de mutirão, né?
07:27Que aquela construção é em consorciado, onde todo mundo ajuda.
07:31E é verdade.
07:33Eu conversando com o deputado Kim Kataguiri, ele falando que não há preservação possível do meio ambiente só de um país.
07:40Então, assim, não pode decretar que o Brasil preserve o meio ambiente e os outros países se desenvolvam e que polumam.
07:47Quer dizer, isso é impossível.
07:48Tem que ser uma visão geral.
07:50E esse projeto tem exatamente essa possibilidade, essa visão geral.
07:55Ou seja, pagar pela floresta em pé.
07:57Mas é preciso lembrar do ribeirinho, né?
08:00Que mora lá na região, do habitante da floresta, que está sendo encurralado como se fosse bicho.
08:07Quer dizer, não pode mexer na floresta.
08:10Isso significa que a floresta não pode ter desenvolvimento.
08:14E as pessoas que estão lá?
08:16Quer dizer, uma árvore vale mais do que a vida?
08:19Uma árvore vale muito, mas valeria mais do que a vida de uma pessoa?
08:22Então, este é o grande debate.
08:25Eu não acredito que os países estejam interessados em investir muito nesse projeto.
08:31É um momento mundial em que cada um olha para o seu território, para o seu quadradinho, né?
08:37Exatamente, Zé Maria Trindade.
08:38Bruno Musa, você que costuma acompanhar muito as questões relacionadas a rendimentos, a investimentos,
08:46esse projeto funcionaria como uma espécie de renda florestal global,
08:50em que você mostra para os países que mantiverem essas florestas de pé,
08:54que vale a pena o custo que se tem com isso, em vez de se derrubar.
08:59E se paga por isso.
09:00Você acha que pode funcionar?
09:01Essa renda, ela é atrativa, assim, para que esses países, de fato, invistam nisso?
09:09Bom, vamos lá.
09:11Respirou fundo demais, hein?
09:12Primeiro ponto é o seguinte.
09:13Como muito bem o Zé Maria falou, nós vivemos tempos onde, pós pandemia,
09:19naquela desenfreada dos bancos centrais,
09:23ao injetar dinheiros trilhões e trilhões e trilhões na economia,
09:26isso é o chamado agregado monetário, o nome é M2,
09:30isso significa que, ao carregar, ao colocar esse dinheiro na economia,
09:35o que acontece é que houve ali uma queda das taxas de juros absurdas.
09:40E esse dinheiro em excesso na economia, com taxas de juros artificialmente mantidas baixas,
09:45próxima a zero ou negativa em muitos países, como Japão e Suíça,
09:49fez com que o dinheiro fluísse no mundo todo para diversos projetos,
09:52que muitas vezes não tinham retorno.
09:53O que acontece é que as taxas de juros subiram e isso proporciona maiores rendimentos para esse capital.
10:01E com um risco muito maior do endividamento de cada um dos países,
10:05você começa a ficar muito mais diligente com esse capital.
10:08Ora, qual é o risco que eu vou correr?
10:11E cada um começa a se retrair e olhar mais para a sua casa.
10:14Não está mais fácil captar dinheiro da forma como se captava antes.
10:18O custo do dinheiro está mais alto.
10:19E o endividamento dos estados, dos países, das empresas, das famílias, muito mais alto.
10:25Portanto, a disposição de risco diminuiu.
10:28Isso significa claramente que qual é o retorno que ele vai oferecer.
10:33Então, para além da minha opinião, vamos falar da maior gestora,
10:36uma das maiores gestoras do mundo, que era a BlackRock,
10:38que criou alguns fundos do chamado ESG.
10:41O ESG, lembra que nós entrevistamos aqui o Truirro?
10:44Ele falou da mudança das letras do ESG.
10:47Economia, segurança e o novo, o novo, o G não era governança,
10:54era, não lembro, garantia, acho, da sua própria casa.
10:58Enfim, mudou ali.
10:59A BlackRock, que é uma das maiores gestoras do mundo,
11:02criou alguns fundos do ESG, do ESG como foi criado.
11:06Não tem mais captação para esses fundos.
11:08Não há mais disposição para isso.
11:11E ontem saiu uma bela matéria na Bloomberg News,
11:14falando a respeito das empresas não mais olharem as políticas de DI
11:18para contratar, ou seja, aquelas políticas que apoiavam o ouquismo
11:23que a gente viu ao longo da pandemia.
11:24Tudo isso para deixar a ideologia de lado e olhar e falar
11:27o capital está muito menos propenso ao risco
11:30e você consegue alocar o capital em taxas de juros mais altas
11:34ao redor do mundo.
11:35Então, concordo com o Zé Maria.
11:36Acho que eles terão bastante dificuldades.
11:38É, porque o que acontece, o que esse TFFF tenta mudar
11:42é a visão, na verdade não é a visão,
11:45é o fato de que hoje você explorar esses espaços,
11:48seja por meio da madeira, da agricultura
11:50ou até da expansão urbana,
11:53compensa muito mais financeiramente
11:55do que manter essas florestas de pé.
11:57O que o TFFF vai tentar fazer é o contrário,
12:02é comprovar para esses países que a partir desse fundo,
12:08desse investimento, você conseguiria ter mais rentabilidade
12:12do que se investisse nessas atividades que teriam de abrir espaço
12:16em muitas dessas florestas que hoje estão conservadas.
12:21Mas aí vem o desafio que tanto o Bruno Musa quanto o Zé
12:23já deixaram bem claro aqui para a gente.
12:25E você, Piperno, como avalia?
12:28Eu acho que a humanidade nunca foi muito generosa.
12:31Então, eu acho que a ideia é boa.
12:35A ideia, ela é sensata no sentido de se mirar à preservação,
12:44mas ela é de difícil execução.
12:47Porque quem é que vai colocar a mão no bolso?
12:49Então, é claro que eu acho que, no caso, por exemplo, de governos,
12:53você vai ter sempre, por exemplo, os governos da Escandinávia.
12:57Os governos escandinavos, eles têm políticas ambientais
13:01muito consistentes, eles contribuem, inclusive,
13:04com o Fundo Amazônia, com outras iniciativas,
13:07mas não é algo relevante para se transformar,
13:11de forma bastante relevante, o dia a dia, enfim, o cotidiano
13:17daquelas áreas e, sobretudo, daquelas pessoas.
13:20Então, aí você pega, por exemplo, as maiores economias europeias.
13:25Ora, todas endividadas, para não dizer algumas,
13:28inclusive à beira da insolvência, como é o caso da França.
13:31Quebradas já, né?
13:33Quebradas, para ser, vai, já que você ficou menos elegante.
13:37É isso, né?
13:38Depois de mandar o manterem aqui, eu estou zero elegante hoje.
13:41Eu diria para você, Evandro, que em breve, talvez,
13:45muitas dessas economias sejam as novas pobres
13:47ou as novas economias de classe média do mundo, tá?
13:51Caindo, enfim, perdendo status.
13:53Ora, como é que você vai falar para o eleitor local
13:55que você está cortando serviços para ele,
14:00mas você está abastecendo fundos.
14:03Então, eu acho muito difícil contar com a participação de governos.
14:07Mas, eu acho também que há um grupo importante e robusto
14:12de fundações e de empresas privadas
14:15que podem, sim, ajudar a financiar isso.
14:18A gente vê projetos pelo mundo todo.
14:20Agora, a questão é, essas empresas, esses fundos,
14:25essas fundações, elas têm também confiança
14:29em aportar recursos em qualquer coisa.
14:33Porque, veja, a gente fala de governos,
14:38os governos são, geralmente, de curta duração.
14:42E aí, esses projetos, eles têm que ser perenes.
14:45Como é que você vai fazer um aporte
14:47em um investimento de longo prazo em um projeto desse
14:51sabendo que não há certeza se o governo seguinte
14:55pode descontinuá-lo?
14:58Essa é uma outra preocupação.
14:59Agora, 4h26, quem nos acompanha pela rádio,
15:01um rápido intervalo.
15:02Daqui a pouco, espero vocês.
15:03Nas outras plataformas, seguimos.
15:05Arremate, Musa, o que você quer dizer?
15:06Rapidamente, só.
15:07O Fundo Soberano da Noruega,
15:08que, segundo o consta, eles falaram
15:10que poderiam investir até 3 bilhões nesse TFFF,
15:13é o maior fundo do mundo.
15:14São 2,1 trilhões de dólares.
15:16Prefeito de comparação é o PIB do Brasil.
15:19Ou seja, o Fundo Soberano da Noruega
15:20é o PIB do Brasil.
15:21E de onde vem o dinheiro desse Fundo Soberano há décadas?
15:24Do petróleo.
15:25Porque a Noruega, um país que eu conheço
15:26e adoro há muito tempo,
15:28é um país muito rico em petróleo.
15:30Então, vem de lá.
15:32Não faz, mas é meio incoerente, né?
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