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O governo federal discute com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e líderes a distribuição de cargos do Centrão em busca de mais apoio. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) defende que o espaço seja para quem "está junto" ao Planalto. Reportagem: Victoria Abel.

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Transcrição
00:00Eu quero falar de uma outra questão também, nós mostramos há alguns dias para vocês
00:03que os indicados do Centrão estavam sendo exonerados dos cargos
00:08depois daquela derrubada da MP do IOF, que simbolizou a quebra de um contrato
00:14entre o Centrão e o governo federal, porque um acordo foi estabelecido
00:18e esse acordo, segundo o ministro da Fazenda, não foi cumprido por alguns partidos.
00:22E diante disso, a Secretaria de Relações Institucionais,
00:28o presidente Lula autorizou que esses cargos fossem retirados, então, desses que fizeram as indicações.
00:34E aí, o que os governistas estão defendendo agora?
00:36Que esses cargos sejam entregues a pessoas do presidente da Câmara.
00:42Vamos então entender esse bastidor aqui com a Vitória Bell,
00:44ela que levantou toda essa história e vai contar para você agora ao vivo.
00:48Bem-vinda, Vitória.
00:51Oi, Evandro. Olá para todos que nos acompanham.
00:54Pois é, o que os governistas têm dito é que o governo, o Palácio do Planalto,
01:00precisa entender que Hugo Mota é o atual presidente da Câmara
01:03e, portanto, seria não só de bom tom, mas muito mais estratégico
01:08que Hugo Mota fosse quem ajudasse a coordenar essa recomposição da base governista
01:14e, claro, incluindo nessa recomposição da base governista,
01:18a redistribuição dos cargos que o governo vinha dando para alguns parlamentares do Centrão.
01:24A expectativa, é claro, que esses cargos sejam redistribuídos também para outros deputados de centro,
01:31já que a maior parte dos deputados de esquerda, do PT, do B, PSOL,
01:37já são deputados que votam naturalmente com o governo.
01:40Então, o Palácio do Planalto precisa olhar para esses deputados de centro,
01:44mas o Palácio do Planalto quer dar esses cargos para deputados de partidos de centro
01:50que prometam fidelidade nas votações, que prometam ali estar com o governo,
01:56mesmo quando os temas em pauta forem polêmicos.
02:00A linha de corte vai ser justamente, como você disse, Evandro,
02:03os deputados que votaram em favor do governo,
02:07ou seja, contra a derrubada da medida provisória que taxava as aplicações financeiras.
02:13A linha de corte é essa, pegar quem votou junto com o governo
02:16e começar ali a ver quais deputados de centro poderiam estar nessa lista
02:21e também poderiam estar disponíveis a se comprometer com o governo.
02:25Mas, além dessa lista, eles também precisam atrair outros deputados,
02:30já que 193, que foram os números de deputados apoiando o governo,
02:35não seria suficiente para aprovar qualquer projeto de lei na Câmara dos Deputados.
02:40Em meio a essa discussão de que Hugo Mota tem que ser o organizador dessa nova base,
02:46até porque ele é o presidente da Câmara,
02:48um dos líderes governistas, o Isnaldo Bulhões, do MDB,
02:52me disse em ONG, falando que poderia dizer, que essa frase é dele,
02:56que o Lira, o ex-presidente Arthur Lira, da Câmara dos Deputados,
03:00ex-presidente da Câmara, é só um ex-presidente.
03:03E que, portanto, na visão dele, o governo não deveria mais deixar na mão de Lira
03:08essa organização da base governista.
03:11E aí a gente interpreta isso como uma distribuição de cargos.
03:15Porque Lira tem cargos na Caixa Econômica Federal, em outros órgãos do governo,
03:21isso desde que ele era presidente da Câmara dos Deputados.
03:24Desde então, quando ele deixou de ser presidente,
03:26o governo não retirou esses cargos de Lira,
03:29não deu para Hugo Mota,
03:31achando que Lira continuaria a ter influência
03:34sobre a maior parte dos deputados de centro,
03:37o que não está acontecendo.
03:39Então, o que Isnaldo Bulhões diz é isso,
03:40que o Hugo Mota é que tem um protagonismo agora
03:42e, portanto, o governo tem que colocar ele no centro dessa rearticulação.
03:47No centro dessa rearticulação,
03:49também inclui aí a distribuição de cargos em diferentes órgãos do governo.
03:54O que a gente também destaca é que líderes de centro,
03:58principalmente do União Brasil e do PP,
04:00que são os partidos que estão perdendo cargos,
04:03eles estão interpretando essa movimentação de demissão do governo
04:07como uma forma do governo, é claro, se impor,
04:11se impor no momento de popularidade,
04:14ou seja, para fora, na sociedade, o governo está bem,
04:17então ele pode enfrentar o Congresso Nacional.
04:20Mas o que eles pontuam é que os deputados que estão perdendo cargos
04:24podem ficar ainda mais irritados,
04:26deixar esses deputados que, vez ou outra, votavam com o governo
04:30porque tinham cargos e votavam com o governo
04:33quando as matérias não eram tão polêmicas,
04:35aí sim é que eles não vão votar de jeito nenhum.
04:38E mais, eles pontuam que nas costuras regionais,
04:41nos diretórios regionais de cada estado,
04:44essas demissões podem impactar nas eleições de 2026.
04:48A gente lembra que, para a reeleição,
04:50Lula vai ter que costurar apoios estado por estado
04:52com esses partidos de centro porque não vai ter um apoio nacional,
04:57da direção nacional desses partidos.
04:59Em contrapartida, os governistas dizem o seguinte,
05:03que essas demissões podem justamente ajudar a atrair outros deputados
05:08que querem ser fiel à base governista
05:11porque esses deputados estarão interessados nesses cargos.
05:14Então, é uma abertura de portas
05:16para aqueles que podem se dizer fiéis ao governo.
05:19Então, esses dois lados da interpretação dessas demissões,
05:23lembrando que são demissões de segundo e terceiro escalão,
05:26nenhum ministro e nenhum presidente de autarquia
05:28foi demitido até agora, Evandro.
05:30Exatamente. Vitória Bel, obrigado pelas informações,
05:32pela tua apuração aí, bom trabalho em Brasília.
05:34Alangane, a palavra fidelidade é um pouco forte, né,
05:36quando a gente fala dessas negociações envolvendo o governo
05:39e integrantes do Centrão.
05:41Mas você acha que a estratégia do PT,
05:44dos governistas neste momento,
05:45é aproveitar, digamos, as inconsistências
05:51que aconteceram na relação entre o Gumota
05:54e alguns integrantes da oposição
05:56naquele momento de tomada da mesa,
05:58as pressões também que foram feitas sobre o Gumota
06:01e que não prosperaram
06:03para a colocada de projetos que são importantes
06:05para esses grupos na pauta.
06:08E aí o PT vai lá e fala
06:09vamos aproveitar então que o Gumota está meio irritado
06:12talvez com esse grupo
06:12e trazê-lo para o nosso lado
06:15contemplando o presidente da Câmara
06:18com esses cargos que foram retirados
06:20de outros partidos do Centrão.
06:22Você acha que isso pode funcionar?
06:24Olha só, eu vejo que é uma estratégia válida sim, né,
06:28identificaram o Gumota
06:30como a espécie daquele Centrão mais governista, né.
06:33Ontem mesmo aqui a gente falava
06:35dos vários tipos de Centrão aqui no Brasil
06:37e tem aquele Centrão governista.
06:40Você tem o Centrão Davi Ocolumbre
06:42que é o Centrão governista.
06:43Você tem o Centrão Renan Calheiros
06:45que é o Centrão governista.
06:47E claro, também tem o Centrão Hugo Mota.
06:50Então eu vejo que é um aceno a este Centrão
06:53e também marca, Evandro,
06:56talvez uma ruptura
06:57de uma relação que nunca foi muito boa
07:01entre o governo e aquele velho Centrão.
07:05O Centrão mais poderoso.
07:07O Centrão mais identificado com a oposição
07:11desde o início do governo.
07:12Que foi aquele Centrão que negociaram
07:14a PEC da transição.
07:16Aquela PEC escandalosa com quase 200 bilhões de reais.
07:21Esse Centrão, talvez, o governo resolveu romper.
07:24Que é o Centrão do Kassab,
07:26que é o Centrão do Ciro Nogueira,
07:29que é o Centrão do Elmar Nascimento,
07:33que é esse Centrão.
07:34Então mostra aí que o governo
07:37tenta, nessa reta final, chegando nas eleições,
07:42voltar mais para a sua base,
07:44tentar mais essa base orgânica
07:47e pegar aquele Centrão
07:48que também está mais próximo do governo,
07:51diferentemente da estratégia do passado,
07:55que era aquele Centrão Kassab,
07:57enfim, esses nomes aí que eu já citei.
07:59Fala, Bruno Moussa.
08:02É, exatamente isso.
08:04Mais uma vez a gente vê aquelas negociatas
08:06e, claro, é a política que acaba falando muito mais alto.
08:10Nós estamos falando de cargos importantes
08:12que determinam uma votação.
08:14O governo sabe disso,
08:15que eles são extremamente relevantes.
08:17Sem eles, muitas das pautas caem,
08:20como nós vimos agora recentemente,
08:22na semana passada,
08:23quando discutimos aqui exaustivamente
08:25aquilo que seria a substituição da receita
08:29para o IOF, para o aumento do IOF,
08:31que acabou ficando limitado.
08:33Então o governo também se encontra aí
08:34numa sinuca de bico.
08:35Veja, o grande ponto aqui, no meu entender,
08:38é começar a dar uma clareza maior,
08:42infelizmente teremos meses ainda pela frente disso,
08:45para saber para qual lado o país irá.
08:47Será que Lula se manterá
08:49nas pesquisas competitivas?
08:52Será que ele cairá?
08:53Será que, como ele já falou alguma vez,
08:55que a idade dele não concorreria?
08:57Enfim, está tudo muito em aberto.
08:59O que eu quero dizer é que o centrão também,
09:02como ele é fisiológico,
09:03ele pula de um lado para o outro,
09:05super fácil,
09:06porque ele sabe que tem um poder na mão,
09:08que é a sua quantidade de votos
09:10e, portanto, determina uma votação como ele quer,
09:13estando a favor ou contra o governo.
09:15E quem estiver lá, o governo de turno,
09:17precisa ter esse centrão ao seu lado.
09:20Então, cada vez mais essas discussões políticas
09:22são importantes e tem um grande ponto central aqui
09:25e passo minha palavra.
09:27Tudo isso é feito com bilhões e bilhões
09:30das emendas parlamentares,
09:32que fazem parte, dentro do orçamento,
09:35dos gastos não obrigatórios.
09:37Aqueles gastos que em 2027 o governo já assumiu
09:41que acabará, não tem mais espaço.
09:44Quer saber mais o que está dentro dos gastos discricionários?
09:46Investimentos.
09:47Portanto, a máquina pública para.
09:50Em troca de um balcão de negócios,
09:52o país pode ficar sem orçamento em 2027.
09:55Saúde, educação, instituições funcionando,
09:59tudo isso sendo negociado debaixo dos nossos narizes
10:01com esse centrão muito mais fisiológico.
10:04Só para a gente arrematar,
10:05Zé, eu quero te ouvir sobre essa estratégia.
10:07Eu quero saber como é que você avalia, então.
10:09E se isso pode funcionar,
10:11se ouvir as indicações e acolher as indicações,
10:14Diogo Mota, pode trazer para o governo
10:17aquilo que ele precisa em termos de avanços.
10:21Porque a gente precisa lembrar que,
10:23embora o Hugo Mota paute,
10:24também não depende só dele para o governo conseguir o que quer.
10:29É, mas o presidente da Câmara tem, sim,
10:31um poder especial de impeachment,
10:33de abrir uma proposta de impeachment e de pauta.
10:36Essa história é uma relação meio constrangedora,
10:40se dividir, lotear o governo.
10:42Eu me lembro do Severino Cavalcante,
10:45assumiu a presidência da Câmara ali
10:46num descuido do próprio governo,
10:49que insistiu com Luiz Eduardo Greenhalgh,
10:51e perdeu, e aí foi para o segundo turno
10:55e o Severino ganhou.
10:57E ele foi orientado lá para pedir uma diretoria da Petrobras.
11:01E ele chegou lá, ele não tinha a menor ideia
11:03de como a Petrobras funcionava,
11:05e ele chegou lá e falou, eu quero a diretoria que fura poço.
11:09Falando da diretoria de exploração e produção de petróleo.
11:13Quer dizer, o que um político que nem sabe
11:16como a Petrobras funciona,
11:19quer a diretoria que fura poço?
11:20É porque ele sabe que ali tem um investimento,
11:23ali tem os interesses,
11:26uma broca de fura poço é muito cara.
11:28Então, 10% de um processo desse é muito dinheiro.
11:32Então, assim, existe isso.
11:34Antigamente se dizia a detalhes.
11:36O MDB era especialista no Ministério da Previdência,
11:40porque tinham ali as representações do INSS em cada cidade,
11:45e ali todos os políticos indicavam.
11:48Me disse um político antigo que isso parou,
11:50porque isso virou praga.
11:51Ele falou, você indica uma pessoa para um cargo desse,
11:55ganha mal,
11:56o cara fica irritado e não vota em você.
11:59Agora, a diretoria, não.
12:01A diretoria fura poço, compra, brocas, compra.
12:05Então, é essa a realidade.
12:07O que está acontecendo hoje,
12:09nesse atual momento, no Congresso Nacional?
12:13É que, agindo assim,
12:15essa é uma política da ministra Glaze Hoffman.
12:17Tratar a oposição como oposição,
12:20e os indecisos como indecisos,
12:22para sobrar mais cargos e poder para os aliados.
12:25Aos aliados, tudo, né?
12:26É a política que a ministra Glaze Hoffman quer aplicar, né?
12:30Mas não está conseguindo,
12:32porque convenceram o seguinte,
12:33empurrar o centrão de vez e de forma irreversível para a oposição
12:39não é um bom sinal, não é uma boa política, né?
12:42E, através do presidente da Câmara,
12:44essa distribuição fica mais confiável.
12:46É a falência dos partidos, não é assim?
12:49Exatamente, Zé.
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