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Donald Trump negou ter discutido os chips Blackwell da NVIDIA durante o encontro com Xi Jinping na Coreia do Sul. Apesar de anunciar redução parcial de tarifas e adiamento de restrições chinesas, a disputa tecnológica segue no centro da rivalidade entre EUA e China. A analista Larissa Wachholz explica o que está em jogo nessa guerra comercial de nova geração.

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Transcrição
00:00Apesar das expectativas, Donald Trump afirmou que não discutiu com o presidente da China, Xi Jinping,
00:06nessa reunião de quinta-feira, os chips Blackwell da NVIDIA.
00:11A equipe do programa Squawk on the Street, da CNBC americana,
00:16trouxe as imagens de Trump falando com jornalistas dentro do avião presidencial,
00:22voltando para os Estados Unidos após essa reunião.
00:26E vamos conferir esse conteúdo exclusivo justamente quando o assunto é tecnologia.
00:35O presidente Trump retorna aos Estados Unidos depois de sua reunião cara a cara com o seu colega chinês Xi Jinping,
00:42que foi na Coreia do Sul.
00:44Trump diz que as tarifas ligadas ao Fentanil sobre a China serão reduzidas em 10%.
00:49Eram 20%.
00:50Isso entrará em vigor imediatamente.
00:53Pequim também concordou em adiar os controles de exportação de terras raras por um ano.
00:59É claro que, como nossos espectadores bem sabem, isso afetou muitas ações diferentes no mercado em geral.
01:06Trump também disse que ele e Xi não discutiram o chip Blackwell da NVIDIA.
01:10Nós não conversamos sobre chips.
01:13Ele vai conversar com a NVIDIA e outros sobre a obtenção de chips que dariam ótimos chips.
01:19NVIDIA é a líder.
01:21E eu falarei com o Jensen da NVIDIA.
01:24Mas eles vão discutir isso com a NVIDIA para ver se podem ou não fazer.
01:28Se podem ou não fazer isso.
01:31Eu disse que isso é realmente entre você e a NVIDIA.
01:33Mas nós somos uma espécie de árbitro ou o juiz.
01:37Só para esclarecer, senhor, que são os chips Blackwell rebaixados, o senhor autorizaria a exportação deles?
01:42Não os Blackwell.
01:43Não estamos falando dos Blackwell que acabaram de ser lançados.
01:47Muitos chips, você sabe.
01:49Muitos chips.
01:50E isso é bom para nós.
01:55Que turbulência.
01:56O que você acha disso?
01:57A NVIDIA, obviamente, tem agora um valor de mercado de mais de 5 trilhões de dólares.
02:03É importante e parece que há um acordo.
02:05Os chineses confirmaram o que os Estados Unidos também disseram.
02:09O que é importante.
02:11Nada sobre chips, a não ser os comentários que você acabou de ouvir.
02:14E há um verdadeiro cabo de guerra em Washington sobre o que acontece se dermos a eles o nosso melhor, que é o Blackwell.
02:22Há um Blackwell de menor qualidade que você poderia vender.
02:25Exceto pelo fato de que a noite passada foi a noite em que, se você gastar muito com Jensen, suas ações caem.
02:32Isso é negativo para a NVIDIA.
02:33Você não ouviu o que queria ouvir, que eles estão indo a todo vapor para dar a China, NVIDIA e Blackwell.
02:40Será um dia em que o valor cairá para menos de 5 trilhões.
02:44Eu peço que as pessoas não fiquem pensando minuto a minuto.
02:47Mas há pessoas em Washington que acham que isso poderia ser usado militarmente.
02:51Como acabamos de ver, Washington decidiu reduzir as tarifas sobre as importações chinesas em troca da promessa de Pequim de combater o fentanil,
03:04suspender restrições a terras raras e retomar a compra de soja americana.
03:09Apesar de parecer um bom negócio para a China, algumas taxas continuam bem altas a longo prazo.
03:18Isso pode trazer algum impacto nos acordos entre Trump e Xi Jinping?
03:22Para responder essa e outras perguntas, eu convido Larissa Wachholz, sócia da Valia Participações,
03:32a quem eu começo desejando boa noite, pedindo desculpas, Larissa,
03:36porque convenhamos que a pronúncia do seu sobrenome não é muito simples.
03:40Vou tentar de novo aqui.
03:42Wachholz, de acordo com as orientações que você mesmo passou para a nossa equipe aqui,
03:48porque eu minimamente tenho que te chamar corretamente.
03:51Espero ter chegado agora o mais perto possível.
03:55Está excelente, boa noite.
03:57Obrigado mais uma vez.
03:59Larissa, desculpa pelo trocadilho, mas esse negócio da China não ficou tão bom assim para a China?
04:06Como é que devem ser agora os desdobramentos?
04:09Os chineses ainda saem com uma taxa relativamente alta.
04:14Essa do fentanil, que era de 20, passou para 10,
04:18mas outras para produtos manufaturados, que eram de 47, caíram para 37.
04:25Não é tão baixa assim.
04:27A China também fez as suas liberações ali, tem um contraponto.
04:34Tá bom, a gente entendeu esse acordo agora.
04:38Daqui para frente, quais os impactos dos dois lados para ainda esta sobretaxação de produtos chineses,
04:47ainda para a cessão dos chineses de produtos que são fundamentais para a tecnologia americana?
04:54Foi um jogo de win-win, ganha-ganha?
04:57Ou como a gente chama na teoria dos jogos, a soma zero?
05:00Ou alguém saiu com mais vantagem do que o outro?
05:04E principalmente, o que isso vai representar daqui para frente?
05:07Boa noite mais uma vez.
05:10Boa noite.
05:11Eu acho que foi, de fato, um acordo que alcançou os objetivos da China também em ser vista como um igual.
05:21Isso é muito importante para a China, era muito importante para o Xi Jinping.
05:25Então, me parece que não estava no repertório chinês imaginar que não haverá algum tipo de fricção comercial com os Estados Unidos.
05:37Os dois países têm, de fato, uma rivalidade estratégica e o tema da China, cada vez mais nessa perspectiva de uma rivalidade estratégica,
05:48é uma realidade para os dois principais partidos nos Estados Unidos, tanto para o campo republicano quanto para o campo democrata.
05:55Então, é natural que os chineses esperem que algum tipo de fricção vá acontecer, vá ocorrer,
06:03mas eu acho que, no final das contas, de fato, o mundo respira aliviado,
06:07que a racionalidade econômica também parece estar de volta à mesa.
06:13Entretanto, cabe sinalizar que a China me parece ter saído muito bem nessa negociação,
06:19não só por ser tratado, de fato, como um igual, mas também porque o mundo viu que a China tinha, de fato, cartas na manga
06:30e a capacidade de influenciar bastante processo, seja por meio do fornecimento,
06:37o principal elemento aqui, o fornecimento de terras raras,
06:41mas também o impacto que a ausência das compras de soja pela China podem trazer ao produtor norte-americano.
06:51Larissa, só para prestar um esclarecimento a quem nos assiste,
06:55essas cenas que nós vimos anteriormente dos dois presidentes e as suas respectivas delegações,
07:02é o que na imprensa a gente chama de photo opportunity.
07:05A gente recebe isso dizendo, olha, é uma reunião de alto nível, a imprensa não acompanha,
07:14tem um momento ali ensaiado de um nisancene em que eles vão apertar as mãos,
07:18vão fazer ali umas frases cordiais, muito superficiais, para que fotógrafos, negrafistas e quem sabe um repórter
07:26consiga falar alguma coisa, tirar uma aspa, uma resposta,
07:31mas, claro que a reunião em si é fechada, há portas fechadas,
07:36e depois, se há um combinado, as delegações falam juntas, falam separadas ou não falam.
07:44Neste grande vácuo de que a gente não tem exatamente o que eles foram tratados,
07:49e aí eu te peço para me ajudar a fazer esse exercício imagético,
07:53e te passo a bola aí como uma analista de China,
07:56eu acho que fica claro, ou então, pelo menos nas entrelinhas,
08:00que o presidente da China, a chancelaria chinesa,
08:03falou tanto para o presidente dos Estados Unidos,
08:06quanto para o chanceler americano, quanto para o secretário do Tesouro,
08:10o secretário do Comércio, que estavam todos perfilados ali ao lado do Donald Trump,
08:13que é o seguinte, olha, a China do século XXI não é mais aquela China dos anos 70,
08:18dos anos 80, dos anos 90,
08:20nós temos comércio com o mundo inteiro,
08:24e nós somos o principal parceiro comercial da maioria dos países relevantes aí no sistema mundo.
08:31O Donald Trump volta para casa, na sua opinião, Larissa,
08:35sabendo que, hum, agora eu estou brigando com alguém que é muito forte,
08:41essa Guerra Fria 2.0 não são mais os soviéticos,
08:44que não tinham relações comerciais com o resto do mundo,
08:48na mesma potência que os chineses têm,
08:51quer dizer, essa coisa do Trump colocar as cartas na mesa, botar pressão,
08:56ele entende que a China já não é um páreo tão fácil assim de ser derrotado?
09:03Eu acho que ele e, de fato, o resto do mundo percebeu que é muito desafiador
09:10entrar em uma disputa, digamos assim, de peito aberto com a China,
09:17hoje em dia, sobretudo imaginando que a China dependa de um país exclusivamente
09:23para as suas relações comerciais, para as suas relações de investimento.
09:28De fato, até o primeiro mandato do governo Trump,
09:32a China tinha uma dependência maior da economia norte-americana,
09:36mas o primeiro mandato do presidente Trump já indicou claramente
09:41que haveria um escalonamento dessa rivalidade estratégica,
09:45que outras coisas entrariam em jogo, já havia um conflito comercial declarado,
09:51para além também de todo o processo da campanha presidencial,
09:54em que isso ficou muito claro.
09:56Então, os chineses, de fato, tiveram tempo de se preparar,
09:59de diversificar a sua rede de relacionamentos comerciais,
10:03de diversificar os seus investimentos e os chineses, de fato,
10:07têm uma série de aportos comerciais assinados com diferentes países
10:10e, para além disso, de também trabalhar no desenvolvimento
10:14da sua economia internamente, ou seja, de fazer essa transição
10:18do que se chama para uma economia de maior qualidade,
10:22de fato, um desenvolvimento, uma prosperidade de mais longo prazo,
10:26solidificada numa economia que tem a tecnologia como um dos seus motores principais
10:33de funcionamento.
10:35Então, os investimentos que a China faz na parte de transição energética,
10:39tudo que a gente viu acontecer no setor de veículos elétricos,
10:42de inteligência artificial, toda essa liderança da China,
10:45de fato, surpreendeu a muitos países.
10:49E, por um lado, é interessante, porque a parte comercial,
10:53como você falou, será que isso precisa ser trazido numa reunião como essa?
10:58As estatísticas mostram isso,
11:00as estatísticas mostram com quem a China se relaciona comercialmente.
11:04Mas eu acho que o que pode ter realmente surpreendido
11:06foi o nível de desenvolvimento tecnológico de algumas indústrias,
11:10sobretudo, inteligência artificial e robótica,
11:14que são dois setores que estão muito avançados na China.
11:16E, de fato, a capacidade da China de fazer combinado,
11:23de rever as suas regras de exportação de terras raras,
11:27eu acho que também chamou muito a atenção.
11:30Eu acho que o mundo não estava prestando tanta atenção
11:34ao tema das terras raras e dos minerais críticos como presta hoje.
11:38de estar entendendo, hoje em dia, os países estão entendendo melhor
11:41a relevância desse segmento,
11:43a relevância disso para as décadas que virão
11:46e também a posição da China como liderança absoluta nessa área
11:52e a disposição da China de, se necessário for,
11:55também mostrar que ela tem, sim, uma predominância nesse segmento
11:59e que ela vai usar isso para se defender,
12:01porque, no final das contas, é o que você falou.
12:04Essas tarifas foram impostas à China
12:06e foi o instrumento que ela achou também para se defender.
12:10No final das contas, na perspectiva dos chineses,
12:13o que está em jogo é um questionamento
12:15sobre o próprio desejo chinês ao desenvolvimento,
12:21da própria capacidade da China de desejar,
12:26de almejar um desenvolvimento econômico
12:28que dê prosperidade a toda a sua população.
12:30E está muito claro para os chineses que,
12:33do ponto de vista tecnológico,
12:35eles precisam se preparar para ganhar as novas batalhas
12:39que as nossas sociedades vão precisar encarar.
12:42As antigas, eles não conseguiram chegar lá a tempo.
12:47Então, por exemplo, a combustão foi um desses exemplos.
12:50Agora, no carro elétrico, eles estão liderando.
12:52Então, a China está se preparando para liderar indústrias
12:54que são indústrias do futuro
12:56e é muito importante que a gente agora
12:59possa prestar mais atenção a isso,
13:01porque eu acho que a gente também acabou
13:04por desconhecimento também até se surpreendendo
13:07nesses últimos meses com o que a China tem mostrado ao mundo.
13:12Mas já estava claro que eles estavam
13:13em um padrão de desenvolvimento altíssimo.
13:16Bom, Larissa, só lembrando algo que é óbvio,
13:20mas é importante a gente colocar numa linha do tempo,
13:22que nós estamos na metade da terceira década do século XXI.
13:27A gente ainda tem 75 anos para acabar este século.
13:34O que eu quero dizer com isso?
13:35Que ainda tem uma pernada muito longa
13:37para a China se desenvolver
13:39e eu entendo que ela tem ali uma gordura para queimar,
13:43tem um espaço para crescer,
13:44algo que os Estados Unidos já fizeram no passado,
13:47a Europa Ocidental já fizeram no passado.
13:49quer dizer, as margens de crescimento são diferentes nessa linha histórica.
13:55Muita coisa pode acontecer.
13:56Como a gente ainda tem 75 anos para olhar para isso,
13:59eu vou continuar essa conversa contigo em outra oportunidade.
14:03Sempre vai haver requisitos para nós debatermos.
14:08Queria agradecer publicamente aqui a conversa que eu tive com Larissa Varros,
14:15sócia da Valia Participações.
14:18Larissa, obrigado mais uma vez.
14:20Até uma próxima oportunidade, que espero que seja em breve.
14:24E eu, neste intervalo de tempo, prometo treinar melhor o seu Varros
14:29para que eu possa te acreditar corretamente.
14:32Obrigado mais uma vez.
14:34Até a próxima.
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