Comentaristas debatem se uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é a melhor solução para a crise de segurança no Rio de Janeiro. A integração entre o governo federal do presidente Lula (PT) e o governo estadual de Cláudio Castro (PL) também foi discutida, no contexto da megaoperação que já soma mais de 120 mortos.
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00:00O Bruno Musa, relacionado à GLO, um dos argumentos do governo federal é de que para que isso acontecesse
00:07seria necessário um pedido do governador Cláudio Castro do Rio de Janeiro.
00:11Embora, segundo a Constituição, não necessariamente o governo precise de um pedido, mas ele tem as duas opções.
00:18Acata um pedido feito pelo governador do estado do Rio de Janeiro ou ele mesmo determina que haja a implementação
00:25de uma garantia de lei e ordem no estado do Rio diante do problema criado em torno da segurança pública naquele estado.
00:32Eu quero saber de você, Bruno Musa, se você concorda que deveria haver uma operação mais robusta do governo federal
00:40e se, de certa forma, ele ainda se mantém distante do que, de fato, aflige o estado do Rio de Janeiro
00:48quando olhamos para a atuação das facções criminosas.
00:51Sim, Evandro, completamente distante no meu entender.
00:56A gente viu há poucos dias uma fala completamente inadequada, por minimamente dizer isso,
01:02do presidente Lula falando que os usuários, os traficantes são vítimas dos usuários.
01:07A gente, depois ele tentou se desculpar, mas, enfim, a gente sabe como é que isso acontece.
01:12Basta você olhar ali uma série de deputados do PT ou do PSOL, como eles se posicionaram nas suas redes sociais
01:19a respeito do que aconteceu ontem, falando que é uma chacina do estado da polícia contra...
01:25Teve uma que colocou, Marina do MST, se não me engano, que é uma força contra pretos e pobres, palavras dela.
01:33Ou seja, é uma completa inversão de valores.
01:36E esses são eles.
01:38É isso que eles, de fato, acreditam ou querem fazer com que as pessoas acreditem
01:42para eles continuarem o projeto de manipulação através de uma retórica bastante dura.
01:49Infelizmente, num país onde quase 30% das pessoas, segundo o IBGE, são analfabetos funcionais,
01:55fica claro que muitos compram esse tipo de discurso.
01:58Ao longo das últimas décadas, eles foram mantidos à margem de poder ter incremento de questionar,
02:04conhecimento para questionar.
02:05Tudo isso me parece bastante óbvio no Brasil e entrega esse país hoje de joelhos às mãos do crime.
02:11Mas começo a ver importantes cenas ali, como disse o próprio Viga.
02:16Coisas diferentes, governadores ali mais à direita se alinhando e tentando ajudar de alguma maneira.
02:24Vale lembrar um ponto aqui que me veio à cabeça.
02:27O Fundo Eleitoral Brasileiro, Evandro, o fundão que a gente sempre questiona aqui,
02:32está por volta de 5 bilhões de reais em 2024.
02:35Agora vai ter um incremento e tal.
02:37Vamos fazer uma correlação da ajuda indireta de Trump e a Argentina.
02:4020 bilhões de dólares dá mais de 100 bilhões de reais.
02:43100 bilhões de reais da ajuda de Trump versus 5 bilhões do fundão eleitoral.
02:48Ou seja, é 20 vezes maior.
02:50Onde eu vi talvez uma reflexão em cima disso.
02:5470% dos recursos públicos no Brasil estão concentrados em basicamente 4 partidos.
03:00O Zé Maria pode confirmar aqui se tem algum exagero nesse número.
03:03E, obviamente, a gente sabe que ele faz parte do centrão, que está dificultando muitas coisas do próprio PT.
03:11E, para fechar, colocaria a cereja do bolo aqui, 65% do PIB nacional está sob governos estaduais de direita hoje,
03:18alinhados e articulados com as pautas defendidas por Trump, que injetou mais de 100 bilhões na Argentina,
03:23que acabou de colocar as facções aqui como narcoterroristas, que, infelizmente, cada vez mais a gente tem que depender do exterior
03:32para fazer o óbvio e, aqui dentro, a gente continua tendo complicações.
03:36Me parece que tudo isso pode ser um acelerador para que os governadores de direita, por fim,
03:42alinhem uma pauta e se unam contra a obviedade e a necessidade urgente que a economia comece a sufocar
03:50e a população de joelhos que não aguenta mais esse tipo de ideologia e esse tipo de governo defendendo o óbvio.
03:57Ou seja, que bandidos devem ser retirados do convívio social.
04:01O que o governo tenta fazer agora é uma pressão sobre o Congresso Nacional para que haja o andamento da PEC da Segurança Pública.
04:09Porém, a gente já mostrou para vocês que há uma divergência grande em relação a isso
04:12e há uma segunda operação do governo para tentar conter também essa crise provocada pelas narrativas
04:17e, principalmente, pelo fato do governador do estado do Rio de Janeiro dizer que necessitou do governo federal
04:23e que não foi atendido.
04:25Olha, o pessoal da rádio está conosco agora, sejam muito bem-vindos, é muito bom ter vocês aqui,
04:29a gente ficar unido em todas as plataformas para atualizar tudo que é importante nessa quarta-feira
04:33e a gente faz aqui uma edição bastante concentrada na mega operação realizada no Rio de Janeiro
04:39exatamente por conta das repercussões e consequências que ainda atingem o dia de hoje.
04:45E eu quero saber de você, Alangani, como é que você avalia a maneira como o governo está lidando com a situação
04:50depois que o presidente Lula voltou da Malásia e se a concentração maior hoje é em relação a um planejamento estratégico e pragmático
05:00ou mais para a contenção do discurso político?
05:03Ah, é muito mais para a contenção do discurso político.
05:06É claro que houve um dano de imagem ao governo federal.
05:10Por quê? Porque a operação foi bem-sucedida e foi bem-sucedida mérito exclusivamente do governo estadual.
05:19E o que ficou ainda pior para o governo federal foram as negativas constantes.
05:25Quer dizer, o governo estadual bateu na porta várias vezes do governo federal pedindo auxílio, pedindo recursos e teve negativas.
05:33E aí teve que agir sozinho numa operação muito bem-sucedida, dependendo do lado que você olhe, no meu entendimento, muito bem-sucedida.
05:44Agora, é claro que o governo federal lida muito mal com a questão da segurança pública e é o calcanhar de Aquiles desde o início do governo.
05:53A PEC da Segurança, o Evandro, é uma PEC para inglês ver.
05:57Ela resolve problemas secundários, ela não vai na raiz do problema.
06:03Ela parece uma discussão jurídica se a polícia federal deve atuar no campo estadual ou não, a quem pertence as forças policiais.
06:12Quando, na verdade, a criminalidade no Brasil passa pela entrada ilegais de armas nas fronteiras, pela impunidade,
06:21ou seja, o prêmio para o bandido cometer o crime com baixo risco e a corrupção, porque entram celulares nos presídios.
06:32Essa é a grande questão brasileira e que em nenhum momento a PEC da Segurança aborda esses três pontos.
06:39Enquanto a gente não atacar os três pontos, fronteiras, corrupção e impunidade, a gente vai enxugar gelo.
06:46Fala, Piperno.
06:47Bom, a PEC da Segurança é muito boa. Se ela não tivesse sido aprovada, provavelmente o governo do Rio de Janeiro não teria esse discurso de que, puxa vida, ninguém ajudou.
06:58Porque a PEC da Segurança prevê muitos dos itens, muitos dos pontos que são reivindicados pelo governador,
07:05que ontem, aliás, disse que especificamente nessa operação ele não solicitou o apoio de ninguém porque, das outras vezes, outras duas vezes,
07:18ele não foi atendido na questão dos blindados.
07:22E eu insisto muito nisso.
07:24Será que as forças federais, elas poderiam ajudar somente na questão de blindados?
07:31Será que o governador só tinha isso para pedir?
07:34Mas é óbvio que isso fica, essa discussão política agora é o menos importante.
07:41Eu disse na intervenção anterior que eu poderia, por exemplo, citar uma série de CPIs e de operações,
07:49de declarações que foram dadas ao longo dos anos e dos tempos por políticos de diversas matizes,
07:56como aconteceu agora com o presidente da República, que deu uma declaração infeliz,
08:00usou mal as palavras e minutos depois ele escreveu a mensagem reconhecendo o erro.
08:06É muito diferente, por exemplo, de algo que eu li, por exemplo, em um pronunciamento
08:17na CPI das milícias lá atrás, em 2018, quando, por exemplo, o então deputado federal,
08:29Jair Bolsonaro, eu tenho um texto aqui que eu já cheguei a publicar em redes sociais uma vez,
08:33disse textualmente o seguinte, querem simplesmente criminalizar as milícias.
08:40Aí ele vai lá e explica que as milícias são compostas até por bombeiros que recebem 850 reais por mês
08:48e que, né, e aí aborda até a questão de venda de botijões de gás e tal, não sei o quê.
08:54Então, naquele momento, se normalizava esse tipo de coisa, até porque lá atrás houve uma fase na história lá do Rio de Janeiro
09:03que muita gente defendia que milícia fosse uma coisa boa, né?
09:07Houve, por exemplo, a condecoração ao miliciano Adriano da Nóbrega.
09:15Procure aí quem foi que recomendou essa condecoração e quais foram as autoridades que foram visitá-lo num presídio lá do Rio de Janeiro.
09:24Então, a normalização lá de trás, ela também resulta nesse estado de coisa que a gente está vendo agora.
09:31E é fundamental o seguinte, houve uma operação rigorosa, custosa, uma operação que tombou muitas vidas ontem,
09:39mas e o dia seguinte?
09:41As forças de segurança, elas vão ficar lá porque essas comunidades, elas vão continuar morando lá
09:46e elas vão continuar expostas ao crime ou o estado, seja federal, seja estadual ou municipal,
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