- há 2 meses
- #papoantagonista
No Papo Antagonista desta terça-feira, 28, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE, criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ao comentar a megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV).
Após o governador do Rio, Cláudio Castro, ter dito que o estado "está completamente sozinho nessa luta hoje", Lewandowski alegou que não recebeu nenhum pedido do Palácio Guanabara:
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem, nem hoje. Absolutamente nada.
A responsabilidade é, sim, dos governadores. Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado. A Polícia Federal (PF) está atuando intensamente com recordes de apreensão de drogas, de armas, de operações de inteligência”, afirmou Lewandowski, em coletiva.
Ao comentar a fala do ministro de Lula, Rodrigo Pimentel afirmou:
"O Lewandowski foi ministro do STF. O artigo 144 é muito claro: a responsabilidade é de todos, então é lamentável um ministro da Justiça não conhecer a Constituição Federal."
O ex-capitão do Bope acrescentou:
"O governo federal tem responsabilidade, sim. Não só no que se refere a rodovias. A Polícia Federal no Rio poderia estar atuando muito mais na prisão e captura desses líderes do Comando Vermelho. Ela está omissa em relação a isso. Todo mundo sabe.
Ela [PF] vai muito bem no que se refere a combate a milícias, sim, mas ela é omissa no enfrentamento ao Comando Vermelho. É só analisar as últimas prisões de lideranças do Rio de Janeiro nos últimos cinco anos."
Assista à íntegra da entrevista:
Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.
Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.
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Após o governador do Rio, Cláudio Castro, ter dito que o estado "está completamente sozinho nessa luta hoje", Lewandowski alegou que não recebeu nenhum pedido do Palácio Guanabara:
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem, nem hoje. Absolutamente nada.
A responsabilidade é, sim, dos governadores. Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado. A Polícia Federal (PF) está atuando intensamente com recordes de apreensão de drogas, de armas, de operações de inteligência”, afirmou Lewandowski, em coletiva.
Ao comentar a fala do ministro de Lula, Rodrigo Pimentel afirmou:
"O Lewandowski foi ministro do STF. O artigo 144 é muito claro: a responsabilidade é de todos, então é lamentável um ministro da Justiça não conhecer a Constituição Federal."
O ex-capitão do Bope acrescentou:
"O governo federal tem responsabilidade, sim. Não só no que se refere a rodovias. A Polícia Federal no Rio poderia estar atuando muito mais na prisão e captura desses líderes do Comando Vermelho. Ela está omissa em relação a isso. Todo mundo sabe.
Ela [PF] vai muito bem no que se refere a combate a milícias, sim, mas ela é omissa no enfrentamento ao Comando Vermelho. É só analisar as últimas prisões de lideranças do Rio de Janeiro nos últimos cinco anos."
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NotíciasTranscrição
00:00A polícia do Rio de Janeiro deflagrou nesta terça-feira, 28, uma mega-operação contra o Comando Vermelho, CV.
00:06Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança foram às ruas dos complexos do Alemão e da Penha.
00:11Criminosos reagiram à operação com tiros e barricadas em chamas para impedir o avanço da polícia.
00:17Pelo menos 64 pessoas morreram, incluindo policiais, e 81 foram presas.
00:23Policiais apreenderam 75 fuzis, duas pistolas e nove motos.
00:27É claro que esses números estão em constante atualização.
00:31Pode ser que, no minuto que você esteja assistindo, já sejam maiores.
00:35A gente vai dar as atualizações conforme for possível aqui ao longo do programa e nos próximos dias, é claro.
00:41E a operação com tensão foi realizada após mais de um ano de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão à Entorpecente, DRE.
00:48Segundo o governo do Rio, a ação visa combater a expansão territorial do Comando Vermelho
00:52e capturar lideranças criminosas do Rio de Janeiro e de outros estados.
00:55Vamos acompanhar um compilado de imagens da mega-operação desta terça-feira.
00:59Fala comigo, mestre.
01:05Vou passar aí, vou passar aí, deixa eu passar aí rapidinho.
01:09Aderna de anotação, as lojas, mais um material aqui, podre.
01:15Deixa eu botar ali, deixa eu filmar ali.
01:25O material vai ixa, luz e as pistolas.
01:41Vai entrar, vai entrar, vai entrar, vai entrar, muita, muita viatura, muita viatura, muita viatura.
01:47Vai entrar aí, vai entrar aí, ó.
01:50Aí, ó, vai entrar, hein.
01:55Ela vai mexer na mão, olhando pra baixo.
02:03É muito, amor.
02:04Vai entrar aí, irmão.
02:26Aí, ó.
02:55Agora que chegaram, estão aqui, então, ó.
03:01E a bala tá comendo.
03:03Muito bem, a gente separou também um vídeo que foi publicado no X pelo governo do Rio,
03:10que mostra criminosos usando drones para atacar policiais no complexo da Penha.
03:14Pode soltar.
03:14Aí, a gente vê o ataque, a imagem, ela é um pouquinho distante, mas a gente vê ali em cima esse sinal aí de fogo,
03:32que o nosso convidado depois vai explicar em maiores detalhes, especialista, sabe tudo a respeito desse assunto.
03:38Muito bem, podemos voltar, né?
03:40Então, depois desse resumo introdutório, eu vou apresentar.
03:43Ele, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOP, autor de Elite da Tropa, roteirista de Tropa de Elite 1 e 2, comentarista de Segurança Pública e palestrante.
03:51É uma honra recebê-lo mais uma vez.
03:53Ele participou do nosso podcast.
03:54E é uma presença muito querida aqui no Papo Antagonista.
03:58Salve, salve, Pimentel.
04:00Obrigado pelo convite, viu?
04:01Que dia triste para o Rio de Janeiro, viu?
04:04Falei, bom, puxa vida, tô...
04:06Pois é, Pimentel.
04:07Eu queria saber essas suas impressões iniciais até, da sua sensibilidade também, da comoção que isso gera.
04:16A gente vai chegar, evidentemente, nas discussões sobre causas, as discussões sobre responsabilidades políticas,
04:21mas do ponto de vista operacional, do ponto de vista daquelas facções criminosas que estão ali,
04:26da dificuldade policial para contê-las, o que você viu hoje que você destaca?
04:32É preciso esclarecer um fato que talvez quem está fora do Rio de Janeiro não saiba.
04:38Anteontem, o Comando Vermelho invadiu uma favela da facção rival do Terceiro Comando, na Quitanda,
04:45subúrbio ali do Chapadão, perto da Pavuna.
04:49E nessa invasão, foram 70 bandidos do Comando Vermelho.
04:53Uma senhora de 60 anos foi assassinada, um jovem de 30 anos também foi assassinado,
04:58sem nenhuma ligação com o tráfico.
05:01O DOCA é o líder do Comando Vermelho, ele ativamente participa da organização,
05:06planejamento e da decisão dessas invasões.
05:09Então, a operação de hoje, além do intuito de tentar prender o DOCA,
05:13de tentar desarmar o Comando Vermelho, recuperar território,
05:17ainda tinha o intuito também de evitar que a comunidade da Quitanda
05:21fosse invadida novamente hoje ou amanhã.
05:24E me abala um pouco, Felipe, já deixando uma mágoa aqui transparecer,
05:29já vejo algumas análises de sociólogos, antropólogos, jornalistas,
05:34que colocavam o pé numa favela, que já dizem que faltou inteligência na operação.
05:40Eles alegam que quando morre muito bandido é porque não tem inteligência,
05:43quando morre um policial é porque não tem inteligência.
05:45Mas no final de uma análise de dados, você tem o dado, tem a identificação dos bandidos,
05:52localização dos paióis, você tem as rotas de fuga,
05:55você tem que planejar a execução, e é uma ação de força.
05:59Então, a morte de bandidos e a morte de policiais
06:02não necessariamente significa ausência de inteligência.
06:05Foi uma operação planejada ao longo de um ano, 12 meses,
06:08com muitas imagens, com localização de paióis já definidos,
06:12com rotas de fuga já apontadas, inclusive equipes do BOP estavam na área de mata.
06:19Mas é uma decisão da sociedade, temos que ir lá buscar esses assassinos,
06:23logicamente com toda a preocupação de preservar a população civil.
06:28Mas é um dilema para o brasileiro hoje.
06:30Eu já digo que não é mais uma questão de banditismo, Felipe,
06:35eu compartilhei contigo essa informação há um ano.
06:38Existe uma definição de que, usado pela ONU, pela OTAN,
06:44de conflitos armados não internacionais, que a gente chama de CANI,
06:48onde forças irregulares combatem governos por décadas,
06:53com armamento pesado e ocupam territórios.
06:56Isso não tem nada a ver com banditismo.
06:59Isso é uma atividade de guerra civil, com outro nome, né?
07:03E a gente vive isso no Rio de Janeiro.
07:05A gente vive isso na Bahia hoje, a gente vive isso nas periferias de Portaleza.
07:10E se a classe política brasileira não entender essa dinâmica, nós estamos perdidos.
07:16A operação de hoje, eu gostaria que ela fosse desenvolvida
07:19com o apoio do Exército Brasileiro, com o apoio da Marinha,
07:22com blindados, com muitas aeronaves, mas infelizmente o governo federal
07:28sequer, sequer entende que essa situação é existente.
07:34Então, está mais que óbvio que são ações terroristas,
07:38mas o Lewandowski insiste que isso não é uma dinâmica de terror, né?
07:44Está mais que óbvio que o bandido quer o território,
07:47mas o presidente Lula entende que o culpado disso é o viciado em maconha, né?
07:53Que é o usuário, como ele bem disse, né?
07:55E não tem mais nada a ver, Felipe, com drogas, tem a ver com ocupação territorial.
08:01Por isso, o Rio de Janeiro vive um ambiente de conflito armado ou não internacional.
08:07Não tem a ver mais com banditismo.
08:08A partir dessas interpretações, o que a gente tenta no Rio de Janeiro hoje é realmente enxugar gelo, né?
08:15Agora, uma operação, uma tragédia, a morte de vários policiais, né?
08:19Inclusive, perdi um amigo, viu, Felipe?
08:21Perdi um amigo da Polícia Civil, o inspetor Marcos Vinícius,
08:25que é um camarada que eu conhecia desde 1999, já era avô, estava nessa operação,
08:32e, na minha opinião, um grande herói, um cara responsável pela prisão de muitos bandidos,
08:36e era muito próximo, eu estive muito próximo a ele nos últimos três anos.
08:40Então, eu estou abalado emocionalmente, e estou aí naquele clima de entender que
08:47esse momento, com tantas mortes, com tanto enfrentamento, com drones lançando artefatos, né?
08:55Pode ser que isso sensibilize o governo federal, Lewandowski e Lula, principalmente,
09:01e eles entendam que a situação do Rio de Janeiro e do Brasil
09:05não é mais uma situação de enfrentar bandidos, e sim de enfrentar narcoterroristas.
09:12Metel, você falou aí do DOCA, que é o Edgar Alves de Andrade,
09:16um dos chefões aí do Comando Vermelho.
09:18Ele não está, por enquanto, na lista de presos, certo?
09:20Nessa mega operação.
09:21Foi preso aquele que é considerado operador financeiro do DOCA, o Nicolas Fernandes Soares.
09:26Foi preso também o Belão do Quitundo, que é o Tiago do Nascimento Mendes,
09:31capturado em Chatuba da Penha, complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.
09:37Quer dizer, tem algumas pessoas ali próximas desse chefão.
09:40A gente sempre vê nas investigações de corrupção, que são um tema bastante frequente aqui do nosso programa,
09:45a dificuldade de se chegar ao chefe da quadrilha.
09:48Do ponto de vista da criminalidade armada, também existe essa dificuldade?
09:53O chefão está mais protegido, de alguma maneira?
09:56Sim, o chefão está normalmente num bunker, que nem mesmo a quadrilha conhece a localização do bunker.
10:03Ele está cercado das pessoas de confiança, geralmente seis ou sete guarda-costas.
10:09Às vezes, esse bunker é subterrâneo.
10:11É isso que o BOP vem enfrentando há anos no Rio de Janeiro.
10:15Toda tentativa do BOP de chegar numa liderança tem muito confronto.
10:19Por esse motivo, eu ressalto, não tem nada a ver com a ausência de inteligência ou de informação.
10:25A informação existe, mas para chegar nesse bandido, é impossível chegar sem enfrentamento.
10:32A variável nova, você vê esse drone aí lançando bombas nos policiais.
10:39Mas a variável nova é que eles possuem muitos drones, né?
10:43Voando ali a mil pés, a 1.200 pés, 400 metros, né?
10:48E esses drones são drones de câmeras, de localização, né?
10:52Então, a polícia não consegue mais se aproximar do bunker sem ser plotada, sem ser identificada.
10:59Então, aquela história do fogueteiro, Felipe, que disparava os fogos para avisar a chegada da polícia,
11:04isso é meio romântico, não existe mais.
11:07O bandido percebe a aproximação porque ele tem todo o controle de monitoramento
11:11efetuado por 12, 15, 14 drones.
11:16Então, é uma situação bem diferente de qualquer realidade policial do mundo.
11:22E, de novo, já tinha falado contigo aí há um ano, né?
11:26Não tem mais a ver com venda de maconha e cocaína, é uma loucura o presidente Lula entender
11:33que o culpado é o viciado, como ele disse, né?
11:36A questão é de domínio territorial, exploração do território, colocação de barricadas,
11:42exploração de todas as atividades econômicas.
11:45E, sinceramente, eu não vejo outra opção, a não ser a opção de adentrar nesses locais,
11:52realizar as prisões, as apreensões de armas, né?
11:56E manter esse território ocupado para sempre, né?
11:59Não tem mais nada que funcione.
12:03Lembra, em 2012, Felipe, quando o BOP ocupou o complexo do Alemão?
12:11Muitas armas foram apreendidas também.
12:14Uma grande mágoa da polícia, à época, que resultou no fracasso da pacificação no Rio de Janeiro,
12:20das UPPs, foi justamente que poucos bandidos foram presos.
12:25Dessa vez, depois da prisão aí de 80 bandidos, eu acho, da morte de 60, eu acho que mais ou menos o número é esse,
12:33dessa vez eu acho que existe um ambiente propício aí à ocupação territorial permanente, né?
12:39A fracção realmente está muito enfraquecida.
12:42Depois dessa operação de hoje, é lógico que eu não comemoro nada, viu?
12:47A morte de policiais, pra mim, ela é uma tragédia, então eu não consigo colocar isso como vitória.
12:56Morrer policial, pra mim, é sempre uma derrota.
12:59Mas é uma oportunidade, talvez, uma janela, um apoio do governo federal,
13:04a ocupação permanente do complexo do Alemão, dessa vez pra valer.
13:11Porque da última vez, camarada, não funcionou.
13:14Em pouquíssimo tempo, o Comando Vermelho estava atacando aí as forças policiais dos containers, né?
13:20Pois é, bem da época do governador Sérgio Cabral, das UPPs,
13:25que muitos policiais chamavam de unidade de perigo ao policial,
13:28ou, então, o PP de lá, a unidade de propaganda política.
13:33Você tinha uma série de críticas àquelas medidas que foram adotadas pelo então governador.
13:39Deixa eu passar a palavra aqui pro Duda Teixeira, que também quer conversar com o Rodrigo Pimentel.
13:42Diga, Duda.
13:43Pimentel, boa noite.
13:45Eu dei uma olhada aqui nas redes sociais e as críticas que estão sendo feitas,
13:49geralmente, é de que a polícia estaria usando muita força.
13:52E aí, como faz uma mega operação, aí os traficantes revidam e coloca a vida de civis em perigo.
14:02Te pergunto, faz sentido fazer uma mega operação desse tamanho, com 2.500 policiais?
14:10Porque também vi que foram, eram, eram 100 mandados de prisão.
14:15Não poderia, por exemplo, ir cumprindo esses mandados de prisão aos poucos,
14:19em vez de acumular 100 mandados para fazer uma mega operação?
14:24Obrigado, Duda, pela pergunta aí, irmão.
14:26Olha só, é indesequível, tá?
14:28Hoje, uma fração de 100 policiais não consegue mais adentrar o complexo do Alemão.
14:34Vou te dar um exemplo aqui de uma favela que não é do Comando Vermelho,
14:37que é do Terceiro Comando, que é Cidade Alta.
14:40Há seis meses, numa tentativa de prender o traficante Peixão, do Terceiro Comando,
14:45que não tem o poder bélico do Comando Vermelho,
14:47uma operação com 400 homens, com dois blindados, com dois helicópteros, né?
14:53Nós tivemos sete policiais feridos e a polícia militar não conseguiu entrar na favela,
14:57não conseguiu colocar o pé dentro da favela.
14:59Então, assim, é uma ilusão achar que é possível realizar esses mandados de prisão
15:06dentro dessas favelas, né?
15:07Desses bunkers de Comando Vermelho, sem usar força máxima.
15:11E a força máxima são 2.500 homens blindados, possivelmente blindados e emprestados às forças armadas,
15:20que não foram cedidos ao governo do Estado, né?
15:22Apesar de solicitados.
15:23Utilização de aeronaves, possivelmente com proteção balística, com helicópteros.
15:28Não o esquilo que a polícia militar usa, mas talvez um Black Hawk da Força Aérea ou da Marinha emprestado, né?
15:35O governo do Estado planeja comprar um Black Hawk em dezembro, que é o helicóptero mais poderoso, mais resistente.
15:43Mas não existe forma não, Duda.
15:45Eu gostaria de dizer para você que existe uma forma mais fácil.
15:49Talvez se a sociedade entender, olha, não vamos lá não, deixa para lá, deixa o DOCA solto,
15:55vamos assumir que o território é deles.
15:57O entendimento da sociedade está tudo certo, a sociedade decidiu, a classe política brasileira abraçou a ideia de uma área de exclusão dentro do Brasil, né?
16:07Como aconteceu com a Colômbia na década de 90, onde o presidente Pastrana foi lá e deu um território do país para as Farc.
16:15Se for entendimento, está tudo certo.
16:17Mas eu acho que aquela população precisa ser resgatada da tirania do tráfico, da tirania do fuzil, da tirania da barricada.
16:26Aquele morador lá, Duda, ele odeia a operação policial.
16:32A operação policial é tudo de ruim para ele.
16:35Mas ele odeia mais ainda a humilhação de acordar pela manhã e ter uma barricada na porta da sua casa.
16:41Então, essa é a escolha que a sociedade tem que fazer.
16:44Classe política, imprensa, jornalistas, juristas, acadêmicos, né?
16:50Todo mundo tem que fazer a opção.
16:52Eu gosto de saber que o estado do Rio de Janeiro acordou para esse problema e está indo lá tentar prender o DOCA.
17:01É evidente que eu lamento a morte de civis, mas lamento a morte também da senhora que morreu ontem na quitanda e que ninguém falou nada.
17:11Hoje eu vi um deputado de esquerda indignado com a operação do Morro do Alemão, mas que não estava nem um pouquinho indignado com o fato de o Comando Vermelho ter matado uma senhora de 60 anos ontem no Morro da Quitanda.
17:25Eu acho que isso é uma indignação um pouco equivocada e um pouco covarde, mais parecido com ideologia do que indignação, sabe?
17:36Mas não dá não, cabalhada Duda, não dá para buscar um bandido desse sem uma mega operação, sem muito enfrentamento.
17:46Você falou, Pimentel, na sua resposta anterior da declaração do Lula de que os traficantes são vítimas dos usuários também.
17:53A gente tem esse vídeo na ponta da agulha e vai rodar aqui para você comentar de novo. Pode soltar.
17:57Eu, antes de falar, sabe, de julgar alguém, antes de punir alguém, eu tenho que julgar essa pessoa.
18:05Eu tenho que ter provas.
18:07Você não pode simplesmente dizer, sabe, que você vai invadir, que vai combater o narcotráfico na terra dos outros,
18:15você levar em conta a constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos, você levar em conta a soberania territorial de cada país.
18:24Porque se o mundo ficar uma terra sem leis, sem repetibilidade, vai ficar muito difícil viver.
18:31Eu espero, se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, eu terei imenso prazer de discutir com ele assuntos.
18:38Imenso prazer.
18:39Esse e outros assuntos.
18:42Porque, veja, o mundo não pode continuar nessa polarização, sabe, do bem contra o mal a vida inteira.
18:50Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente.
19:00Os usuários.
19:02Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são, sabe, vítimas dos usuários também.
19:09Ou seja, então você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende.
19:15Então, é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga.
19:21No caso do Brasil, nós estamos com a frente da política federal, que envolve políticas estaduais,
19:27que nós queremos combater o tráfico de drogas, o narcotráfico, o tráfico de armas, sabe, porque o contrabando.
19:36Mas isso é preciso que a gente trabalhe em harmonia com os países.
19:39É muito melhor os Estados Unidos se disporem a conversar com a política dos outros países, com o Ministério da Justiça de cada país,
19:47para a gente fazer uma coisa conjunta.
19:50Porque se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer,
19:55onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países?
20:00É ruim.
20:01Então, eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump, se ele colocar na mesa.
20:06Bom, lembrando que o Lula falou isso no contexto dos ataques dos bombardeios americanos em embarcações do narcotráfico,
20:16de carregamento de droga por meio marítimo para os Estados Unidos, ali próximo à Venezuela, mas em águas internacionais.
20:23Quer dizer, não houve uma invasão territorial do país.
20:25Inclusive, hoje, o secretário de defesa americano anunciou que os Estados Unidos fizeram mais três ataques
20:31e mataram 14 narcoterroristas no Pacífico.
20:34Então, eles estão com essa política dura nesse momento.
20:37Mas, enquanto o Lula falava, Pimentel, ele soltou essa, de que o traficante é vítima do usuário.
20:42Depois da repercussão negativa, é que ele disse apenas que foi uma frase mal colocada.
20:47Mas você vê nessa frase essa bagagem de uma visão de esquerda mais leniente com o crime organizado,
20:57daquela tese que, se a gente reduzir de modo grosseiro, seria do bandido como vítima da sociedade.
21:02Quer dizer, esse tipo de ideologia, esse tipo de pensamento, atrapalha o combate às facções criminosas armadas?
21:08Eu não tenho dúvida disso.
21:10Eu digo e afirmo, o ministro da Justiça já disse claramente que ele é pelo desencarceramento.
21:19No momento que a gente vive domínio territorial e periferias, onde o Comando Vermelho expulsa
21:25centenas de famílias de bairros de periferia no subúrbio de Fortaleza, também em Maranguape, na região metropolitana,
21:32também em Eunápolis, na Bahia, também em Salvador, também em Maricá, no Rio de Janeiro,
21:37no momento que as facções estão expulsando moradores de periferias, para estabelecer o domínio territorial.
21:43Uma verdadeira tragédia humana, viu, Felipe?
21:46Em Fortaleza, eu estive lá semana passada, bairros vazios, esvaziados.
21:51E muito doido, Felipe, Duda também.
21:55A polícia militar manda uma viatura na sua casa para garantir que você vai fazer sua mudança com segurança.
22:00A polícia militar do PT, lá do governador Elmano Freitas, ela não garante a sua segurança no terreno,
22:09mas ela garante uma viatura da polícia para fazer sua mudança.
22:14E a vice-governadora, a Jade, ela teve uma tia que foi expulsa de casa pelo Comando Vermelho,
22:21e ainda assim ela nega a existência dessas ações.
22:26Eu acho que a posição do Lula acaba contaminando as decisões políticas do Brasil afora.
22:34E eu lembro do Lula falando que a culpa é do viciado,
22:38me parece um pouco o Capitão Nascimento, em 2007, que ele pega um viciado e fala
22:43o pado disso aqui é você, né?
22:45Mas era uma visão do Capitão Nascimento em 2007, com certeza ele iria mudar ao longo de duas décadas.
22:51Mas o Lula pensa hoje exatamente como o Capitão Nascimento pensava em 2007.
22:57O culpado do tráfico do Rio de Janeiro é você, seu viciado, maconheiro, estudante.
23:03Isso é absolutamente absurdo, porque a gente sabe hoje que o narcotráfico não vive de maconha e cocaína,
23:12ele vive do domínio territorial.
23:14Mas parece que o Lula desconhece isso, pelo menos no contexto do Brasil.
23:18Eu sei que o Lula fez uma fala entendendo o contexto da Venezuela, nos Estados Unidos,
23:24eu tenho certeza disso.
23:25Mas a ideia do bandido como vítima é uma ideia que contamina as decisões da segurança pública do Brasil, certamente.
23:35Maravilha.
23:36Só registrar aqui algumas declarações dos políticos,
23:39para o Duda Teixeira fazer a próxima pergunta para o Pimentel.
23:41O governador do Rio, Cláudio Castro, escreveu a seguinte mensagem em suas redes
23:44ao comentar a reação de criminosos contra a polícia.
23:46Abro aspas.
23:47É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos, com bombas lançadas por drones.
23:51Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos.
23:53Não é mais crime comum, é narcoterrorismo.
23:56Fecho aspas.
23:56Em coletivo, Castro voltou a criticar a argüição de descumprimento de preceito fundamental,
24:01chamada ADPF 635, que restringe as atividades policiais em favelas,
24:06as chamadas comunidades no Rio de Janeiro.
24:08O governador, inclusive, recebeu o apelido de ADPF das favelas.
24:11O governador alegou que as organizações criminosas se fortaleceram,
24:14que as disputas territoriais entre grupos rivais aumentaram nos últimos quatro anos,
24:18assim como o território de algumas facções.
24:21Castro chamou de maldita a ADPF 635, protocolada pelo PSB no STF,
24:26para contestar a alta letalidade das operações policiais no Rio.
24:30Vamos assistir.
24:31Depois de cinco anos de ADPF, muitas barricadas, muita dificuldade para a polícia entrar,
24:38ainda são o que nós chamamos de filhotes dessa ADPF maldita,
24:44que infelizmente um partido político ingressou e prejudicou demais o Rio de Janeiro.
24:50Todas as regras da ADPF foram cumpridas, inclusive com participação direta do Ministério Público.
24:58Acabei de falar com o Procurador-Geral de Justiça, que está em Brasília,
25:04mas está acompanhando tudo de perto, também já estava sabendo de grande parte dos dados.
25:10E vários mandatos cumpridos, pelo menos 30 de outros estados,
25:18mostrando que a gente ainda tem uma herança maldita dessa ADPF
25:24e que ela está sendo combatida com muita firmeza e muita coragem por parte das nossas forças de segurança.
25:32Só lembrando rapidamente, em 2020, o ministro Edson Fachin, do STF,
25:37proibiu ações policiais nas favelas do Rio durante a pandemia,
25:40sob pena de responsabilização civil e criminal.
25:43Na decisão, o magistrado definiu que as operações só podem acontecer em situações
25:46absolutamente excepcionais, com justificativas por escrito.
25:50O ministro também determinou que essas operações devem ser tocadas com cuidados especiais
25:54para não prejudicar os serviços de saúde e ações humanitárias.
25:57Em abril de 2025, o Supremo homologou parcialmente o plano de redução da letalidade policial
26:03apresentado pelo Estado do Rio.
26:04A Corte determinou a adoção de medidas para complementação do plano,
26:08como a elaboração de um projeto para recuperação territorial de áreas ocupadas
26:12por facções criminosas, além da instauração de um inquérito para apurar indícios concretos
26:17de crimes com repercussão interestadual e internacional.
26:21E o governador do Rio cobrou Lula agora ao afirmar que o Rio está sozinho.
26:25Vamos acompanhar só mais esse trecho para continuar a conversa.
26:28Infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados,
26:38nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa.
26:44É o Rio de Janeiro completamente sozinho nessa luta hoje e estão fazendo a maior operação da história.
26:52Bom, a gente já vai mostrar a reação do Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública,
26:56mas antes, Duda Teixeira, puxa aí o seu papo com o Rodrigo Pimentel também, perdão.
27:01Ricardo é o Lewandowski.
27:02Pimentel, essa DPF 635, ela tem culpa aí nesse domínio territorial do Comando Vermelho?
27:08Ô, Duda, eu tenho certeza que sim.
27:12Ao longo da... a DPF valeu também depois da pandemia, tá?
27:17Foi uma solicitação do ex-deputado federal Molon, que também foi candidato à Prefeitura do Rio,
27:24numa ocasião.
27:26O deputado Molon, ele queria uma normatização das operações de favela.
27:29Eu acho que todo mundo quer uma normatização.
27:31Ninguém quer que a polícia entre na favela sem nenhum tipo de planejamento.
27:35No entanto, eu não sei se foi mal acolhida a solicitação,
27:40mas as operações, de fato, elas foram obstaculadas por uma série de burocracias.
27:45E, perigosamente, não é muito bem definido o que é a situação de excepcionalidade.
27:50Eu entendo que 70 marginais armados numa favela é sempre uma situação de excepcionalidade.
27:57Eu entendo que a retirada de uma barricada que impede o ir e vir de um morador
28:01é sempre uma situação de excepcionalidade.
28:04E aí começam a surgir dúvidas.
28:06Por exemplo, é muito comum, Duda, na porta de um batalhão da PM pela manhã,
28:11vários mototaxistas, motoboys, né, com o localizador da sua moto roubada.
28:16Olha, minha moto foi roubada, está na favela tal.
28:19A polícia pode ir lá recuperar minha moto?
28:21Não, isso não é excepcional.
28:23Eu já vi uma reportagem de uma grande emissora de televisão,
28:27os dois jornalistas dessa emissora pela manhã,
28:29acompanhando um roubo de carga ao vivo no helicóptero dessa emissora, né,
28:35e os jornalistas cobrando da polícia militar.
28:37A polícia militar tem que ir lá recuperar esse caminhão na favela da Maré.
28:42Não pode, não é excepcional.
28:44Roubo de carga acontece todo dia no Rio de Janeiro.
28:46Então, essa zona cinzenta do que era a DPF 65, essa confusão,
28:52no final das contas, obstaculou, sim, as ações policiais,
28:56provocou, sim, a expansão territorial das milícias do terceiro comando,
29:00do comando vermelho.
29:02Então, as barricadas, são mais de 5 mil barricadas do Rio de Janeiro hoje,
29:06segundo a Universidade Federal Fluminense, Duda.
29:084 milhões de pessoas do Rio de Janeiro vivem atrás de uma barricada, né?
29:12Esse dado não é da polícia, é da Universidade Federal Fluminense, da UF.
29:18As barricadas, sim, elas expandiram.
29:20Mas, ao longo da pandemia, terminou a pandemia e a decisão da DPF continuou em vigor.
29:27Então, o estado do Rio de Janeiro teve que combater isso com argumentos, né,
29:32indo à Brasília explicar para os ministros que não conhecem a realidade do Rio de Janeiro,
29:38não conhecem uma barricada, não conhecem uma favela,
29:39não conhecem a sistemática da ocupação territorial por parte das facções, né?
29:45E o Rio de Janeiro assinou alguns protocolos.
29:48Mas, me parece que existe uma ideia, nos próximos meses,
29:52oferecida lá ao pacote de ideias ao STF,
29:57de uma ocupação territorial permanente em algumas comunidades do Rio de Janeiro, viu, Duda?
30:01Então, isso pode ser aí uma solução aí, a médio prazo, aí, boa para a cidade.
30:08Legal. Vamos ver, então, a reação do Ricardo Lewandowski,
30:10dizendo que não recebeu nenhum pedido do governador do Rio. Pode soltar.
30:13Nós auxiliamos o Rio de Janeiro no que podemos.
30:17Nenhum pedido do governador Cláudio Castro, até agora, foi negado.
30:23A Polícia Federal está atuando muito intensamente,
30:27com recorde de apreensão de drogas e de armas e de operações de inteligência.
30:32A Polícia Federal, Rodoviária Federal, faz o patrulhamento das rodovias federais
30:38para impedir também a entrada de armas, drogas, o tráfico de pessoas, ilegal de pessoas.
30:45O governo federal tem atuado intensamente,
30:48seja com investimentos na área da segurança pública,
30:52com fornecimento de armas, de equipamentos,
30:55seja na parte prisional também, onde temos investido muitos milhões.
31:00recentemente, no começo desse ano, o governador Cláudio Castro
31:06esteve no Ministério da Justiça e Segurança Pública
31:08pedindo a transferência de líderes das facções criminosas
31:12para as penitenciárias federais de segurança máxima.
31:16Foi atendido. Nenhum pedido foi negado.
31:19Agora, a responsabilidade é, sim, exclusivamente dos governadores
31:25no que diz respeito à segurança pública, à segurança dos respectivos estados.
31:30Nós propusemos ao Congresso Nacional uma PEC da Segurança Pública
31:36que visa exatamente a coordenação das forças federais com as forças estaduais
31:42e também com as forças municipais.
31:44O compartilhamento de inteligência, ações coordenadas, planejadas antecipadamente,
31:52é isso que nós estamos precisando.
31:53O crime organizado hoje é um fenômeno, ou é uma patologia extremamente preocupante,
32:01não é mais um fenômeno só local, é nacional e até global.
32:05Então, é por isso, inclusive, que o Brasil tem uma série de acordos e tratados internacionais
32:12dos quais participa de combate à criminalidade organizada.
32:15Então, olha, uma das frases do Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública,
32:19foi que nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado.
32:22E agora há pouco, o André Chauders, que foi do Estadão, hoje está no Metrópolis,
32:25um excelente repórter, ele publicou um documento que foi um pedido
32:29feito pelo governador Cláudio Castro ao ministro da Defesa, José Múcio, do governo Lula.
32:35Esse pedido está datado de janeiro.
32:37Vamos colocar a imagem na tela do doc revelado aí pelo André Chauders?
32:40Olha lá, Rio de Janeiro, 20 e tanto de janeiro desse ano de 2025.
32:45A sua excelência, o senhor José Múcio Monteiro.
32:48E ali tem lá uma solicitação de blindados da Marinha para intervenções policiais
32:54em áreas de risco do estado do Rio.
32:56E ele informou que o Múcio, ministro da Defesa, negou esse pedido
33:01e disse que consultou a Advocacia Geral da União a respeito
33:04e disseram que precisava de uma GLO, Garantia da Lei da Ordem,
33:10embaixada, portanto, que para emprestar o blindado só dessa maneira.
33:15Portanto, tem algum fundo de legitimidade aí.
33:18Rodrigo Pimentel, como é que você vê essa discussão?
33:21A gente está vendo, evidentemente, um debate sobre responsabilidades,
33:25cada um tentando se blindar e jogar a batata quente no colo do outro.
33:29Felipe, sabe o que deu o meu coração agora, cara?
33:31O Lewandowski, não sei se tu prestou atenção, sei dúvida,
33:34ele disse que é responsabilidade do estado,
33:37ele foi muito claro, dos governadores, né?
33:40Depois, a gente repete a fala dele.
33:43O Lewandowski foi ministro do STF.
33:45O artigo 144 é muito claro.
33:48Responsabilidade de todos.
33:51Então, é lamentável o ministro da Justiça não conhecer a Constituição Federal, sabe?
33:56É lamentável que na frente de jornalistas tão despreparados
33:58ele faça esse tipo de colocação.
34:00Porque se eu estou ali na plateia, eu levanto a mão e digo,
34:03o senhor está mentindo, o senhor está falando errado.
34:05Não é isso que diz a Constituição Federal.
34:07O governo federal tem responsabilidade, sim.
34:11E não só no que se refere à rodovia.
34:14A Polícia Federal no Rio de Janeiro, ela poderia estar atuando muito mais
34:17na prisão, na captura desses líderes do Comando Vermelho.
34:21Ela está omissa em relação a isso.
34:23Todo mundo sabe.
34:24Ela vai muito bem no que se refere a combate às milícias, sim.
34:28Mas ela é omissa no enfrentamento ao Comando Vermelho.
34:31É só analisar as últimas prisões de lideranças no Rio de Janeiro
34:34dos últimos cinco anos.
34:37No que se refere à prisão federal, é fato que o governo estadual
34:41tem sido atendido nesses pedidos emergenciais de remoções de bandidos
34:45que estão no Complexo Penitenciário de Bangu,
34:48que eventualmente são transferidos para Mato Grosso, para Mossoró.
34:52Isso é fato.
34:52Mas me assusta o Lewandowski ser tão ruim de desconhecer a Constituição Federal
34:58e mandar mal do jeito que ele mandou agora,
35:01dizendo que é responsabilidade exclusiva dos governadores, viu?
35:04E o que acontece, para tu entender?
35:06A Polícia Militar possui blindados.
35:09São blindados sobre rodas.
35:11A gente chama de caverões, tá?
35:12A Polícia Civil dispõe de alguns, a Polícia Militar também.
35:15Mas o blindado verdadeiro para atuar no Complexo do Alemão,
35:19para romper as barricadas, são blindados sobre lagartas.
35:24A gente chama de VPTP, é Viatura Blindada de Transporte Pessoal.
35:28É o M113 do Fuzileiro Naval, ou então o CLANF,
35:32que é um carro blindado também dos Fuzileiros Navais, né?
35:36O blindado da PM, ele não consegue passar nas barricadas bem montadas, né?
35:42Então, o governador tem razão, sim, em pedir ao Múcio.
35:46E o Múcio, por sua vez, não falou para o Lewandowski,
35:49e o Lewandowski, por sua vez, foi dar uma entrevista desconhecendo esse fato.
35:55É tudo muito complicado e muito triste saber que o Ministério da Justiça
36:00está tão desconectado das realidades dos estados, dos pedidos,
36:04do que está acontecendo no Brasil.
36:06Pois é, Lewandowski, com a retórica petista que a gente já vê há décadas,
36:10e a gente sempre comenta do Teixeira há muito tempo,
36:12que os governos do PT, em geral, colocam essa responsabilidade nos estados.
36:17E quando a gente vai ver os estados governados pelo PT, como a Bahia,
36:20a violência é altíssima.
36:22Então, eles têm a...
36:23Aí o Serra, né, Felipe?
36:26O Serra também está indo muito mal, tá, irmão?
36:28O Serra está na contramão do Brasil hoje.
36:30Os índices estão explodindo.
36:32O Serra, exatamente, a gente está fazendo uma cobertura minuciosa aí,
36:35com a nossa Catarina Rochamonte, que é de lá,
36:37da guerra entre facções.
36:39Duas Teixeira.
36:39Pimentel, uma das questões aí, acho que o Lewandowski disse isso, né,
36:45a gente não pôde emprestar os blindados também, porque não tinha uma GLO.
36:50Quem falou isso foi o Cláudio Castro, né?
36:53E aí tem alguns critérios para se decretar uma GLO.
36:58Um deles seria, então, o governador admitir a falência das forças de segurança.
37:04Outro seria que teria que ter um problema em mais de um estado.
37:08Você acha que existem critérios aí suficientes para decretar uma GLO?
37:14Ou poderia, de repente, decretar uma GLO de qualquer jeito?
37:18Bastaria vontade política?
37:21O Duda, tudo mais uma mentira do Lewandowski, tá?
37:23Vamos lembrar que no governo de Sérgio Cabral,
37:25Sérgio Cabral aliado de Dilma,
37:28o empréstimo dos blindados da Marinha ao BOP
37:31foi feito em questão de duas ou três horas, tá?
37:35O comandante do BOP foi o gabinete do governador Cabral,
37:38explicou para ele a necessidade dos blindados da Marinha.
37:40O Cabral pegou o telefone e ligou para a Dilma.
37:43Em algumas horas, esses blindados estavam nos caminhões,
37:47nas pranchas, né?
37:49Sendo levadas lá para o complexo do Alemão.
37:51Então, assim, é questão unicamente de boa vontade.
37:55Inclusive, a Marinha cedeu essas viaturas,
38:00sem o seu efetivo, somente o motorista, tá?
38:03Porque realmente o policial do BOP não é habilitado a conduzir um carro sobre lagarta, né?
38:08Mas a Marinha tirou o efetivo dela de dentro da viatura
38:11e também retirou o armamento pesado.
38:13Então, a viatura serviria apenas como um transporte.
38:17Não é possível que exista tanta burocracia assim
38:20para o governo federal se negar a emprestar um equipamento
38:23para uma polícia estadual que está desesperada,
38:26que está tomando tiro, que policiais estão morrendo.
38:28Então, isso é má vontade mesmo do Lewandowski
38:31e uma mentira descabida,
38:32porque com a Dilma Rousseff foi bem diferente,
38:35com o Sérgio Cabral foi bem diferente.
38:38A outra questão do GLO, Duda,
38:40é que o GLO também não atende mais
38:43as verdadeiras necessidades do Rio de Janeiro.
38:46Quando o Exército Brasileiro ocupa uma localidade,
38:49é necessário realizar a busca e a apreensão em casas,
38:52senão você não retira os fuzis da favela.
38:55Você manter o Exército Brasileiro na favela da Maré,
38:58na favela do Alemão, como aconteceu durante 19 meses,
39:02e não autorizar que os militares realizem busca em residências, né?
39:05Isso é um desperdício de força.
39:09O militar está ali sem fazer nada.
39:12Ah, mas a Justiça Brasileira não prevê
39:14a busca e a apreensão coletiva,
39:18o mandado de busca e a apreensão coletiva.
39:20Bom, se a Justiça Brasileira não prevê
39:21busca e a apreensão coletiva,
39:24não tem nada a ser feito.
39:25Deixa do jeito que está.
39:27Porque a única chance de você retirar os fuzis
39:29é você realizar a busca e a apreensão coletiva.
39:32Não tem outra chance.
39:33Negocia com a sociedade, negocia com o PSOL,
39:35negocia com a imprensa esquerda.
39:38Olha, se vocês querem isso,
39:39deixa assim que se dane.
39:41Porque no final a vítima é o morador de periferia.
39:44Então parece que existem forças do Brasil
39:48a todo momento obstaculando ações policiais.
39:51O Lewandowski, Duda, disse ali
39:54que, olha, a Polícia Rodoviária Federal
39:57está realizando apreensões nas rodovias federais.
40:00O Duda, você viu semana passada
40:02uma decisão do STF
40:04entendendo que as revistas em rodovias
40:08por tirocínio policial,
40:10aquelas revistas aleatórias,
40:13elas estão ilegais.
40:14É uma decisão da Suprema Corte do Brasil.
40:17Está lá, quem quiser, vai lá e leia.
40:20Ou seja, a ideia de uma Polícia Rodoviária Federal
40:22nas rodovias abordando mais carros
40:24não tem mais amparo no Brasil.
40:28Então me parece que a cada dia
40:30estão facilitando as coisas para as facções do Brasil.
40:33Eu tenho uma notícia boa,
40:34o Felipe e Duda,
40:37na semana passada,
40:39um deputado do PT,
40:41o deputado Dimas, do PT do Rio de Janeiro,
40:43ele fez uma proposta de legislação,
40:45não sei se o Lula vai aprovar isso,
40:48não sei se vai passar pelo Hugo Mota,
40:50não sei,
40:51criando um tipo penal,
40:55expulsão de um jogador de casa,
40:57no mínimo oito anos de cadeia,
40:59no máximo 15.
41:01Por que oito anos, Duda?
41:02Nenhuma pessoa presa no Brasil
41:04condenada a crime inferior a oito anos
41:07cumpre preso,
41:08já começa cumprindo liberdade, tá?
41:10Então qualquer legislação no Brasil
41:11com pena inferior a oito anos
41:13não funciona.
41:14O bandido vai cumprir liberdade.
41:16Então um deputado do PT,
41:18muito preocupado
41:19com pessoas de periferia
41:21sendo expulsas de suas casas
41:22pelo Comando Vermelho,
41:24propôs aí a criação desse tipo penal.
41:27Eu tenho certeza que o Lula
41:29não vai sancionar isso de jeito nenhum.
41:31Isso seria uma ferramenta
41:33muito poderosa
41:34para a polícia do Ceará,
41:36para a polícia da Bahia,
41:38prender bandidos do Comando Vermelho
41:39que praticaram aquela covardia
41:41de expulsar
41:42uma vizinhança inteira
41:44de suas casas.
41:45Por que, Felipe?
41:46A expulsão
41:47não é com uma pistola na sua cara,
41:49some da sua casa.
41:51A expulsão é através
41:52de uma pichação no muro da rua.
41:54Vaza todo mundo.
41:56E a gente vive hoje
41:57uma tragédia humanitária no Brasil,
41:59particularmente em Fortaleza,
42:02absolutamente ignorada
42:04por toda a mídia do Brasil,
42:06exceção tua,
42:07logicamente você está preocupado com isso,
42:09mas você não viu matérias
42:10em grandes jornais, emissoras,
42:13falando desse êxodo urbano
42:15de guerra acontecendo no Brasil,
42:19que é uma coisa que só acontece
42:21em Alepo, em Burkina Faso,
42:23na Nigéria, né?
42:24agora está acontecendo no Brasil,
42:27nas capitais do Nordeste,
42:29onde governadores do PT
42:30estão mandando nas suas polícias.
42:33Interessante você falar
42:34dessa decisão do STF
42:35contra a revista nas estradas,
42:37porque eu me lembro
42:37da sua participação aqui,
42:38meses atrás,
42:39acho que foi no ano passado,
42:40já não tenho certeza,
42:41mas no podcast,
42:42quando você veio,
42:43a gente falou sobre a questão
42:45da chegada de armas no Brasil,
42:47pelas fronteiras,
42:48e, se eu não me engano,
42:49você falou justamente
42:50da necessidade de patrulhamento interno
42:53pelas rodovias,
42:54que é por onde se escoa,
42:56já que nas fronteiras,
42:57embora, claro,
42:58que o ideal fosse
42:59que houvesse um patrulhamento
43:00em toda a fronteira,
43:01mas existe uma dificuldade técnica,
43:03uma dificuldade tecnológica,
43:05que, eventualmente,
43:06pode ser compensada
43:08com esse patrulhamento
43:09do escoamento interno
43:10pelas rodovias.
43:11E aí,
43:12essas armas chegam
43:13nas favelas.
43:14E aí,
43:14até acrescentando
43:15mais um detalhe,
43:16é que a gente viu agora
43:17a apreensão de fuzis,
43:19eu estava aqui com o número,
43:20foram 95,
43:22até o último balão,
43:2293 fuzis apreendidos,
43:25até onde a gente tem informação,
43:26pode ser que venha
43:27a ser atualizado ainda
43:28esse número.
43:29E a gente vê
43:30que o Comando Vermelho
43:31tem esses fuzis AK-47,
43:33que são os mesmos fuzis
43:34utilizados,
43:34quer dizer,
43:35pode ter uma diferença de modelo,
43:36pelos terroristas do Hamas,
43:38na faixa de Gaza.
43:40Quer dizer,
43:40é um armamento de guerra mesmo.
43:42E aí vem
43:42a minha pergunta
43:44a respeito desse tema,
43:45Pimentel,
43:46que você tem tratado
43:48esse pessoal
43:48como terrorista,
43:50e a gente tem visto aí,
43:51inclusive,
43:51políticos à direita,
43:52querendo que haja
43:54essa mudança de conceito
43:55para narcoterrorista,
43:57não apenas traficante
43:58de droga, etc.
44:00Claro que há elementos
44:01muito similares
44:02a dos grupos terroristas
44:03que a gente conhece
44:04como tais,
44:05atuantes no exterior.
44:06Agora,
44:06essa mudança de conceito,
44:08ela tem uma consequência prática?
44:10A partir do momento
44:11que se enquadra
44:12como terrorista,
44:13como terrorismo,
44:14isso pode facilitar
44:15de que modo
44:16o trabalho policial?
44:18Principalmente
44:21no que se refere
44:21ao fluxo
44:22de informações,
44:23tá?
44:24Entendendo
44:25o Comando Vermelho,
44:26o Terceiro Comando,
44:27o ADA,
44:28o PCC
44:29como grupos terroristas,
44:30a polícia brasileira
44:32conecta
44:33a ATF
44:34nos Estados Unidos,
44:35a ODEA,
44:36a FBI,
44:37a Interpol,
44:38e ela consegue obter
44:39informações instantâneas
44:41de fluxo de dinheiro
44:42e também informações
44:44instantâneas
44:44sobre
44:45onde esses bandidos
44:47estão andando,
44:48se eles estão embarcando
44:49num avião na Europa,
44:50se eles estão
44:51retornando para o Brasil,
44:52se eles estão atravessando
44:53uma fronteira seca.
44:55Então, na prática,
44:56isso deslocatiza
44:57a ação policial.
44:58É evidente
44:59que tem a questão
44:59simbólica também.
45:01Entender que essas facções
45:02são grupos terroristas
45:04é importante demais.
45:05Por quê, Felipe?
45:07Uma ação criminosa,
45:09ela normalmente,
45:10em qualquer lugar do mundo,
45:11ela busca você
45:12buscar dinheiro.
45:13É um roubo a banco,
45:15um sequestro, né?
45:16As ações encadeadas
45:18hoje pelo Comando Vermelho
45:19e pelo PCC,
45:20em parte,
45:21são ações
45:22para espalhar o terror,
45:24o medo,
45:25para impactar
45:26e facilitar
45:26o domínio do território.
45:29Não faz o menor sentido
45:30o Comando Vermelho
45:31fazer o que ele fez hoje.
45:33Ele mandou fechar
45:33várias avenidas
45:35no Rio de Janeiro.
45:36Foram vários
45:37carros queimados,
45:38ônibus obstaculando
45:40vias de acesso,
45:41milhões de cariocas
45:43hoje vão chegar
45:44tarde na sua casa.
45:46Há exemplo
45:46do que fez o Zinho
45:47em 2023.
45:49O miliciano Zinho
45:49queimou 37 ônibus
45:51e impediu que
45:52um milhão de pessoas
45:53chegassem
45:54em suas casas.
45:55Evidente que essa ação
45:56não tem o interesse
45:57de buscar dinheiro.
45:58É uma ação
45:59para colocar o Estado
46:00de joelho,
46:02para que o Estado
46:03desista
46:03da sua capacidade
46:04de enfrentar
46:05o crime.
46:07Em qualquer lugar
46:08do mundo,
46:08Duda,
46:09em qualquer lugar do mundo,
46:09Filipe,
46:10essa ação
46:11seria entendida
46:12como uma ação
46:13de terror.
46:15E leis mais severas
46:16seriam estabelecidas.
46:18Eu peço,
46:19Filipe,
46:19que nos próximos
46:20semanas,
46:20se você tiver tempo
46:21aí,
46:22eu te dou o contato
46:23dele,
46:23converse com o juiz
46:24Eduardo Lemos,
46:25o juiz do Espírito Santo,
46:27que acabou de lançar
46:27um livro chamado
46:28Terrorismo à Brasileira.
46:30É um livro
46:31muito simples,
46:32fácil de ler,
46:33gostoso de ler,
46:34onde ele faz
46:35uma comparação
46:35da legislação brasileira
46:37com a italiana,
46:38com a francesa,
46:38com a Bélgica,
46:40com a Polonesa,
46:41com Portugal.
46:43Essas ações
46:44que aconteceram
46:44no Rio de Janeiro
46:44hoje,
46:45em qualquer lugar
46:46do planeta,
46:47seriam encaradas
46:48como uma ação
46:48de terror.
46:49Só não é terrorismo
46:51na cabeça
46:51do Lewandowski.
46:53Qualquer pessoa
46:54no mundo sabe
46:55que atacar
46:57uma fração
46:57de polícia
46:58usando drones,
47:00que hoje
47:01foram roubados
47:0213 carros
47:03no entorno
47:03do Alemão,
47:04foram 13 famílias
47:05retiradas dentro do carro,
47:06só para bloquear a rua.
47:08Todo mundo sabe
47:09que isso é uma ação
47:09de terror.
47:10Uma senhorinha
47:11que eu te falei
47:12lá no Morro da Quitanda,
47:14anteontem,
47:15foi refém
47:15do Comando Vermelho
47:16e terminou
47:17executada,
47:18assassinada.
47:19Todo mundo sabe
47:19que isso é uma ação
47:20de terror.
47:21Só quem não sabe
47:22que isso é terror
47:23é o Lewandowski.
47:25O resto,
47:25todo mundo tem ciência
47:26clara que isso é terror.
47:27Maravilha.
47:28Vamos caminhar para o final
47:28para poder liberar
47:29o nosso Rodrigo Pimentel.
47:30Duda Teixeira,
47:31uma pergunta?
47:31Pimentel,
47:33me chamou a atenção
47:34que o Eduardo Paes,
47:36prefeito do Rio de Janeiro,
47:37estava superinterado
47:39dessa mega-operação,
47:41também fez postagem
47:42nas redes sociais.
47:44Como é que você vê
47:45essa relação
47:46do prefeito
47:47com o governador?
47:48Parece que só o governo federal
47:49é que ficou de fora
47:50dessa ação, né?
47:52O Eduardo Paes,
47:53nos últimos seis meses,
47:54ele está mais preocupado
47:55com a questão
47:55de segurança pública,
47:56viu, Duda?
47:56Ele passou quatro anos
47:58dizendo que não era
47:59a missão do prefeito, né?
48:01Mas chegando próximo
48:02às eleições aí
48:03do governo do estado,
48:04ele mudou de opinião.
48:05Inclusive, ele disse
48:05que ia visitar o Bukele
48:06em El Salvador, né?
48:08Ele resolveu virar
48:09o homem da segurança pública.
48:10Mas o que é positivo, viu?
48:12E o Eduardo Paes
48:13tem feito coisas, Duda,
48:14que eu aplaudo mesmo.
48:16Uma ação da prefeitura
48:18do Rio de Janeiro,
48:18eu conversei isso com o Felipe
48:19quando eu fui aí,
48:21colocou abaixo
48:22700 milhões de reais
48:23em casas construídas
48:25pelo Comando Vermelho
48:26e pelo Terceiro Comando.
48:28Essa ação da prefeitura
48:30do Rio de Janeiro
48:30é muito mais impactante
48:32no bolso do Comando Vermelho
48:34do que a apreensão
48:35de 100 quilos de cocaína,
48:37por exemplo, né?
48:38Então, parece que o prefeito
48:39está mais atento
48:41a essas questões.
48:43Ele sabe que a prefeitura
48:44pode participar,
48:46mas não é só o Eduardo Paes,
48:48não, viu, Duda?
48:50Eu lembrei hoje de tarde
48:52de um prefeito da Baixada,
48:55o prefeito Canelas,
48:56da Baixada, né,
48:56do Belfor Roxo,
48:58que ele estabeleceu
48:59como prefeito
49:00que a política dele
49:01seria retirar barricadas.
49:02A cidade estava tomada
49:03por barricadas,
49:05ele tinha uma guarda municipal,
49:07ele sabia que a barricada
49:08era colocada pelo Comando Vermelho,
49:09pelo Terceiro Comando,
49:11e ele falou,
49:11o problema é meu,
49:12vou avançar
49:13e vou enfrentar a barricada.
49:14Então,
49:16nesse entendimento aí
49:17da segurança pública,
49:19do artigo 144,
49:21que o Lewandowski desconhece,
49:23segurança pública
49:24é responsabilidade
49:25de todos,
49:27União,
49:28Município
49:29e Estado.
49:30Agora, Pimentel,
49:31o que está sendo falado
49:32pelos petistas
49:33e por alguns comentaristas
49:34de TV,
49:35inclusive,
49:35é que o governador
49:36Cláudio Castro,
49:37ele foi contra
49:38a PEC da segurança pública
49:39apresentada pelo
49:40Ricardo Lewandowski,
49:41que é uma proposta
49:42do governo Lula.
49:43Você acompanhou esse debate
49:44sobre a PEC
49:45para ver exatamente
49:47qual é o ponto de crítica?
49:48Porque o que eles estão dizendo
49:49é assim,
49:49ah, o Cláudio Castro
49:50foi contra a PEC
49:51da segurança pública,
49:52então ele não tem o direito
49:53agora de cobrar blindado,
49:55cobrar qualquer atitude
49:56do governo federal.
49:57Como é que você enxerga
49:58essa alegação?
50:00Eu viajo o Brasil
50:02conversando com governadores,
50:03tá?
50:04De forma geral,
50:06quase todos os governadores
50:07que eu conversei
50:08não são favoráveis à PEC,
50:10tá?
50:10Os que dizem
50:12que são favoráveis
50:13é porque eles têm medo
50:14de perder algum tipo
50:16de apoio do governo federal,
50:17tá?
50:17Mas quando você conversa
50:19com secretários
50:19de segurança pública,
50:20com comandantes
50:21das polícias militares,
50:22delegados gerais
50:23da Polícia Civil
50:23Brasil afora,
50:26todos entendem a PEC
50:27como engessando
50:28e estabelecendo
50:29uma norma geral
50:31centralizadora
50:32e cada estado,
50:33Felipe,
50:34tem a sua realidade.
50:35Cada estado
50:36tem o seu problema principal.
50:37O do Rio de Janeiro
50:39pode ser
50:39ocupação territorial,
50:41do tráfico.
50:42O estado
50:43do Paraná
50:44pode ser
50:45o furto qualificado.
50:47O estado de São Paulo
50:47pode ser
50:48a questão
50:48do PCC
50:50lavando dinheiro.
50:51Então,
50:52uma PEC federal
50:53não é uma boa ideia
50:55porque nem todos os estados
50:56têm os mesmos problemas.
50:59Produção,
51:00é só pra gente encerrar,
51:01pra liberar o Rodrigo Pimentel
51:02que já tô segurando ele
51:03uma hora aqui
51:04no nosso programa ao vivo.
51:05Tem a postagem
51:06da Jandira Feghali,
51:07vamos pular
51:08pra Jandira Feghali,
51:09que é uma postagem
51:10bem emblemática
51:11de alguém historicamente
51:12ligado à esquerda
51:13e com aquele pensamento
51:14que o Pimentel
51:15tava comentando no começo.
51:17Ela disse,
51:17é possível combater o crime
51:19sem dar um tiro,
51:21mas o governador
51:21bolsonarista do Rio,
51:22Cláudio Castro,
51:23colheu o caminho
51:23da truculência,
51:24da incompetência
51:25e do desespero
51:26na operação policial
51:27mais letal e desastrosa
51:28da história do estado.
51:29Ao menos 64 mortes,
51:31entre eles,
51:32quatro policiais.
51:32Agora a cidade sofre
51:33com a retaliação
51:34dos criminosos
51:35que fecharam
51:36diversas vias importantes
51:37e o governo de Castro
51:38tem se mostrado
51:39novamente incapaz.
51:40Um dia muito triste
51:41para o Rio de Janeiro,
51:42os responsáveis
51:42por esse desastre
51:43precisam ser responsabilizados.
51:45Lembrando que Jandira Feghali
51:46é do PCdoB
51:47e ela é do Rio de Janeiro,
51:49deputada federal.
51:50O que você acha
51:51desse tipo
51:52de descrição,
51:54de narrativa,
51:54na verdade,
51:55de alguém
51:57historicamente ligado
51:59à esquerda brasileira?
52:01Olha,
52:02eu lamento
52:02que ela desconheça
52:03que é pouco provável
52:06você conseguir
52:07entrar numa comunidade
52:08dessa
52:09e prender
52:09um bandido desse.
52:12Eu admiro ela,
52:13conheço ela há anos
52:15e
52:16não esperava
52:18nenhum tipo
52:19de manifestação dela
52:20diferente desse,
52:20não,
52:20mas ela...
52:22Sem dar o tiro,
52:23que é possível resolver
52:24sem dar o tiro.
52:25Isso não é
52:25mundo encantado?
52:27Eles assumiram
52:29essa posição.
52:31Se tem confronto
52:32é porque não teve
52:32inteligência.
52:34E Felipe,
52:34lembra de uma ação
52:35que pegou
52:36o Osama Bin Laden
52:37no Paquistão?
52:38Os Estados Unidos
52:40sabiam onde estava
52:41a casa,
52:42tinha uma equipe
52:43dos seus,
52:44uma informação
52:46checada
52:47ao longo
52:47de dez meses
52:49e a equipe
52:50de elite americana
52:51chegou lá à noite,
52:52baixou toda a luz
52:53da cidade
52:54lá no Paquistão,
52:55desceu de helicóptero
52:56e ainda assim
52:57teve confronto
52:57e teve morte,
52:59né?
52:59E a equipe tática
53:01passou um aperto lá,
53:02quase que os militares
53:03morreram.
53:04Então,
53:05é uma ilusão
53:06achar que morte
53:07falta de inteligência.
53:10Eu te asseguro
53:11e asseguro
53:11a Jandira Feghali
53:12que essa operação
53:13de hoje
53:14tinha muita informação.
53:16Essa operação
53:16tinha foto
53:17identificada
53:19de mais de 50 bandidos,
53:20né?
53:20Tinha paióis localizados,
53:22né?
53:23A operação
53:24da polícia militar
53:25que prendeu
53:26o maior traficante,
53:27o maior assassino
53:28do Amapá,
53:29Felipe,
53:30que é um bandido
53:31chamado Imperador
53:31no Complexo da Maré,
53:33uma operação do BOP,
53:34a equipe do BOP
53:35sabia a hora exata
53:36que o entregador
53:37de açaí
53:37chegava na casa
53:38do bandido.
53:39Mas ainda assim
53:40tem confronto,
53:41cara.
53:41Não dá,
53:41os caras possuem
53:42seguranças armadas
53:43e vão tentar
53:44evitar a prisão
53:46do seu líder.
53:48A Jandira
53:48está equivocada
53:50e,
53:51mas como eu respeito ela,
53:53eu vou terminar
53:53o comentário aqui.
53:54É,
53:55o Rodrigo Pimentel
53:55consegue se relacionar,
53:57se ouvir,
53:58conversar com as pessoas
53:59apesar de toda
54:00a divergência
54:01e uma dessas pessoas
54:01só para esgotar
54:03realmente o tempo
54:04regulamentário aqui
54:05de uma hora
54:05é o Marcelo Freixo,
54:07que foi muito falado
54:08na época,
54:09inclusive,
54:09do Tropa de Elite 2
54:10e ele soltou
54:12essa postagem aí,
54:13a operação mais letal
54:14da história do Rio,
54:1564 mortes,
54:16as perguntas que eu me faço
54:17são,
54:17para quê?
54:18Para quem?
54:18É lamentável
54:19que o governador
54:19Cláudio Castro,
54:20mais uma vez,
54:21numa operação
54:21desastrosa
54:22e mal planejada,
54:24use a morte
54:24como palanque político.
54:27Todo esse pessoal
54:28está fazendo política
54:29também,
54:29Pimentel?
54:31Certamente,
54:32o que eu lamento
54:35é que muita gente
54:36acha que o pobre
54:37quer uma barricada
54:38na porta dessa casa
54:39há de eterno,
54:41o que eu lamento
54:41é que muita gente
54:42da esquerda
54:43acha que o pobre
54:44quer pagar taxas
54:46para essas facções
54:47há de eterno,
54:47porque o Felipe Duda,
54:50o Comando Vermelho,
54:51ele está cobrando
54:53hoje exatamente
54:53igual às milícias,
54:55são centenas,
54:56milhares de cariocas
54:57hoje empreendedores
54:58em favelas,
54:59borracheiros,
55:01padeiros,
55:01que estão pagando
55:03lá a taxa
55:04do Comando Vermelho
55:05exatamente como
55:05as milícias faziam
55:06há dez anos.
55:08Cara,
55:08isso é um problema
55:09de soberania nacional,
55:10isso tem que ser tratado
55:11com muita seriedade,
55:14tem que ser conversado,
55:15o morador não quer
55:17ser refém
55:18dessas facções.
55:20Eu entendo
55:21que a operação policial
55:22com morte
55:23é muito ruim,
55:24mas o morador
55:25também não quer
55:25ser refém
55:26do Comando Vermelho.
55:27Rodrigo Pimentel,
55:28ex-capitão do BOAP,
55:29autor de Elite da Tropa,
55:30roteirista de Tropa de Elite,
55:31comentarista de segurança pública
55:32e palestrante,
55:33muito obrigado pela participação,
55:34um grande abraço.
55:36Obrigado, Duda,
55:36muito obrigado, Felipe.
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