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00:00Durou até demais. Eu não sei como é que o Atílio teve tanta paciência.
00:05Não era mulher pra ele.
00:06Quem sabe agora esse danadinho tomar juízo e volta a frequentar minha casa.
00:13Hum, se eu não fosse casada...
00:15Ia recolher as garras e ficar na sua do mesmo jeito.
00:19Atílio não é pra você não, ó, viu, Rose?
00:22Ah, bom, se você diz, eu assino em casa.
00:24Ai, um homem daquele, solto na praça, chega a ser um crime, viu? Inafiançável.
00:31E quem foi que disse que ele tá solto na praça?
00:34Ele tá lá com aquela sócia da Helena, como é? Flávia?
00:37Ô homem intrometido, quer fazer o favor de parar com seus palpites e sua voz irritante?
00:44Chega a doer os meus ouvidos.
00:45Branca, alivia...
00:47Você devia ser preso só por me dirigir a palavra, Arnaldo.
00:49Mãe de Deus, alivia, Branca.
00:50Alivia o coisíssima nenhuma.
00:52Você tem um único direito nessa casa.
00:55Permanecer calado nos próximos cinquenta anos, se viver tanto.
00:59Agora eu rezo todas as noites pra que Deus não me dê esse castigo.
01:03E como eu sou boazinha, ele há de fazer o que eu tô pedindo.
01:07Branca, se você esqueceu, eu sou o seu marido.
01:11Se contenta com a honra do título, Arnaldo, e não torna mais a minha paciência?
01:14Não cansa os meus cachos louros?
01:17Belíssimos, por sinal.
01:18É, eu sei.
01:19Mas de tanto ouvir esse senhor, o doutor Tigrão Mota, falar tanta idiotice...
01:23Os meus cachos se aborrecem e se desmancham inteirinhos.
01:29Quanta insensibilidade.
01:31Cala a boca, Arnaldo.
01:33Já mandei diminuir o volume.
01:35Vai achar o que fazer, vai?
01:37Alguma coisa relevante pra humanidade?
01:39E dentro do seu diminuto talento?
01:41Caramba, eu só fiz um comentário sobre o Atílio e o que...
01:44Conversa de traição, de deslealdade, de safadeza.
01:47Você já deu a sua cota, pode ir, vai.
01:56Alô?
01:58Um momento.
01:59Léo, você.
02:02Alô?
02:03E aí, Léo, como é que a gente faz?
02:05Ah, eu...
02:06Eu pego você em casa, eu ensaio há mais tarde.
02:10Minha amiga, você está deslumbrante.
02:13Eu estava pensando num título lindo pra mim.
02:17Branca, toda de negro.
02:20O que vocês acham?
02:21Não sei.
02:22Tenho certeza que você não exagerou um pouco, né?
02:25Minha filha, o negro é a cor ideal pra se ir a um julgamento.
02:30Não vê nos filmes?
02:32Eu vi um da Beth Davis, em que ela aparece num tribunal assim como eu estou.
02:37A diferença é que ela usava um chapéuzinho com um véu negro cobrindo o rosto.
02:42Ah, e um charme, viu?
02:44A senhora parece que vai em missa de sétimo dia.
02:48Zila!
02:50Zila!
02:52Zila!
02:52Se você entendesse tanto de elegância, meu bem, não ia estar aqui lavando os meus copos, não é não?
03:00De qualquer forma, acho que está um pouco exagerado.
03:03Agora vamos andando, porque senão a gente vai chegar atrasado nesse tribunal.
03:05Pois eu acho um luxo.
03:10Pode até influenciar o juiz se ele acha que você é a mãe do rapaz.
03:13Deus me livre, Rose.
03:15Vira essa boca pra lá.
03:16Tchau.
03:35O senhor é amigo ou inimigo do acusado?
03:49Nem amigo, nem inimigo, Excelência.
03:51Apenas trabalhamos juntos.
03:53Quero adverti-lo que o senhor está sob compromisso legal de testemunha.
03:59Ficando ciente de que não pode fazer afirmativas falsas, negar ou calar a verdade.
04:06Sob pena de cometer crime de falso testemunho.
04:09Ele me parece bastante calmo.
04:15É porque está esperando a segunda parte do bolo.
04:18Estou gastando dinheiro bom com gente ruim.
04:21Ele é totalmente contra o uso de qualquer tipo de droga.
04:25O branco, esse aí deve estar sendo pago pela família do rapaz.
04:29Ou pela Milena.
04:30O que significa que saiu do meu bolso.
04:34Eu estou comprando os dois lá.
04:39Os depoimentos já acabaram.
04:40Agora o juiz dá a sentença.
04:42O Rose, onde é que estão os jurados, hein?
04:45Jurados só em tribunal de juros.
04:47Que não é o caso do rapaz.
04:49Ele não foi a julgamento popular.
04:52Por isso é que está tão sem graça.
04:55A televisão não seria muito melhor.
04:57Quase em três anos de reclusão.
05:06A pena deverá ser cumprida integralmente em regime fechado.
05:13Melhor do que o cinema.
05:16Não tem noção atrás da...
05:17E pensar que eu ia perder esse show ficando em casa com a cabeça borbulhando de curiosidade.
05:23E eu não ia dar conta de contar todos esses detalhes pra você.
05:27Mas tá, é muito divertido, não tá, não?
05:30O Pedro é que a gente não pode guiar.
05:36Pensar que fui eu que escrevi o outro Pedro.
05:38Que mente maravilhosa.
05:42E olha lá a cabeleireira.
05:43Tá tendo cheio.
05:46Coisa feia, né?
05:47A gente sem classe.
05:48Olha só o estado do cabelo dela.
05:52Aposto que nem fez pra ele aqui.
05:55Ai, o estado lastimável.
05:57Para, Rose.
05:59Eu é que não entrego meus cachinhos na mão dela, né?
06:02Não, não.
06:03Bom, chegou a hora de fazer a cena da mãe sofrida e solidária.
06:20Tô convencendo?
06:21Ah, você tá brilhante.
06:23Melhor impossível.
06:24Você tá parecendo aquelas carpideiras que são contratadas pra chorar em velório.
06:30Só que estragaram a nossa diversão.
06:32Transformaram num velório.
06:33Bando de desmancha prazeres.
06:37Tô bem?
06:38Maravilhosa.
06:39Confia em mim que eu não sou de gasto hoje.
06:40Eu sei, Rose.
06:42Vindo de uma pessoa assim tão sincera quanto você, como é que eu vou duvidar?
06:45Eu aceito o elogio.
06:47Obrigada.
06:48Vamos à cena.
06:55Lídia.
06:56Ah, Lídia não fica assim, não.
06:59Ai, meu Deus.
06:59É de cortar o coração.
07:00Me dá um abraço, Lídia.
07:01Vem.
07:03Oh, meu Deus.
07:06Meu filho, eu sei.
07:08Eu sei, Lídia.
07:09Eu sei.
07:11Todos nós sabemos.
07:12Deus sabe.
07:14E até esse senhor juiz deveria saber.
07:16Bastava olhar pra cara do seu filho.
07:17A gente vê uma alma boa, generosa, dedicada à família.
07:22Tá tudo escrito no rostinho dele.
07:24Ele é um bom filho, não é?
07:25É maravilhoso.
07:26Então, você tá vendo, Rose?
07:28Meu Deus, que o mundo é injusto.
07:31Tanto bandido solto por aí, o filho da dona Lídia é preso.
07:34Eu tô chocada, Lídia.
07:35Ah, meu Deus.
07:37Eu morri por dentro.
07:38Não, não fica assim, não, renasça.
07:41Olha, renasça, Lídia, por favor.
07:43O seu filho precisa de você.
07:45Da sua força, viu?
07:47Eu sei que mãe sofre.
07:49Mas conselho de mãe pra mãe.
07:52Sofre em silêncio.
07:53Pros meninos acreditarem que estão seguros.
07:55A senhora tem razão.
07:59Eu sempre tenho.
08:01É uma grande injustiça, né?
08:03Eu sei.
08:05Mas os homens são mesmo muito injustos, Lídia.
08:07Não se pode confiar neles.
08:09Eu mesma só acredito numa justiça.
08:11Lá de cima.
08:12Porque ela aqui de baixo tá cada vez mais cega.
08:14Eles não enxergam nunca os culpados.
08:17É um absurdo.
08:18Muito obrigada pelas suas palavras.
08:25Dona, a Rosinha.
08:27São palavras que vêm do coração, Lídia.
08:30Coração de uma mãe que sabe o que é a gente se desesperar por um filho.
08:34E olha que eu tenho três filhos, viu?
08:37Lídia, eu nunca fui a favor da ligação do seu menino com a minha Milena.
08:41Mas isso é um outro problema.
08:44Foi bonita a sua atitude de vir aqui, apoiar.
08:46Mas eu não estou aqui como mãe da Milena, não.
08:50Estou aqui como mãe.
08:52Apenas como mãe.
08:54Tem um sentido um pouco mais amplo.
08:56Só as mães se compreendem, Lídia.
08:59Só as mães.
09:06Foi uma armadilha com o Leandro.
09:08É.
09:10Armadilha do destino.
09:12De gente má.
09:14Assim, um pingo de humanidade.
09:16Meteram o rapaz nessa rascada de propósito.
09:22E nós não conseguimos mostrar a verdade.
09:26É, vai ser terrível se a apelação não der em nada.
09:29Eu vou rezar muito pro seu filho sair dessa.
09:32Complicado é pouco.
09:38Quero que fique complicadíssimo.
09:41Complicadérrimo.
09:42E vai ser pouco, hein?
09:44Ele tem que ficar enrolado por, no mínimo, duas encarnações.
09:46Três anos, ao meu ver, se deu bem.
09:49Eu estava calculando em um cinco.
09:51Mas é claro que se deu bem, meu bem.
09:53Três anos de cadeia, não vai dar nem pra perder aquele bronzeado.
09:58Vai continuar com aquele jeito irritante de garotão bem nutrido que não sai da praia.
10:03Sarado.
10:04O quê?
10:05Sarado.
10:06É como eles dizem.
10:06O cara é sarado.
10:08Bom, eu ainda sou do tempo do saudável.
10:11Mas que seja.
10:12Aquela pose de sarado me dá náuseas.
10:16Eu acho que deram foi muita sorte.
10:18Também devem ter...
10:19Bom, devem ter usado todo o estoque de velas lá de Niterói.
10:23Deve ter cendido vela pra tanto santo que conseguiram uma peninha michuruquinha dessa.
10:28Ah, mas o meu santo é muito mais forte do que todos os santos de Niterói.
10:36Essa apelação aí que eles estão contando, eles vão quebrar a cara, meu amor.
10:40Todos, de uma vez só.
10:43Agora, pensando bem, três anos já alivia muito pro meu lado.
10:47Porque a Milena, por mais amor que tenha, ela não é uma mulher de se deixar fenecer numa estufa.
10:53Esperando por quem quer que seja.
10:55Bonita do jeito que ela é.
10:57Vai a chover de pretendente, você vai ver.
10:58Sempre choveu.
11:00Mas ela abriu um guarda-chuva enorme chamado Nando e não viu mais ninguém.
11:05Agora você vai ver.
11:06Uma viagem vai resolver isso muito bem.
11:08Você vai ver.
11:09Uma viagem cura qualquer dor.
11:12Ah, e depois tem a loja, né?
11:14A tal Grife, que vai ser inaugurada.
11:16Isso tudo distrai.
11:18E quando for viajar, eu dou de volta pra ela um cartão de crédito.
11:22Assim, sem limites.
11:23Ah, não.
11:24Sem limite nem pensar.
11:26A Milena, mesmo com limite, estoura tudo que ela encontra, meu bem.
11:30Imagina então um cartão assim, pra gastar o que quiser.
11:33Não.
11:34Os milhões que temos lá fora voltam todos pra cá na mesma hora.
11:38Pra cobrir o furo do cartão, né?
11:39Ah, é o que eu sempre digo, Rose.
11:45Na vida é preciso sorte até pra nascer.
11:48Veja bem.
11:49Uma criança tanto nasce na Vieira Soto como na favela.
11:52Bonita ou feia?
11:54Veja o meu caso.
11:56Três filhos.
11:57Os dois primeiros lindos.
11:59O último, feio.
12:00Uma loteria.
12:01Ah, não, não, não.
12:02Eu não acho o Léo feio.
12:03Mais que o Marcelo dá de 10 a 0 nele.
12:06Ah, o Marcelo é outro departamento, viu?
12:10Ai, Branca, minha amiga, eu acho que ele puxou você.
12:13Tem assim um... tem um brilho seu.
12:16Ele puxou o pai também.
12:19Ah, eu não acho que ele pareça com o Arnaldo de jeito nenhum.
12:22E quem disse que ele é filho do Arnaldo?
12:26Ai, Branca, você é incrível.
12:28Você brinca com as coisas mais sérias.
12:30Porque não há nada mais engraçado que a seriedade, Rose.
12:33Se eu entro num velório, eu preciso me segurar pra não estourar de rir.
12:38Juro.
12:46Onde vocês foram?
12:48Vocês desapareceram depois do tal julgamento?
12:51Já teve um problema.
12:53Eu juro que eu cheguei a pensar
12:55que vocês tivessem se oferecido em sacrifício
12:58e se deixado ficar trancafiados com o rapaz.
13:01Assim, os três na mesma cela.
13:06Não, lógico que em sinal de solidariedade, não é?
13:09O amor tem dessas tolices, não tem, minha filha?
13:11É, a Sandrinha foi atropelada onde estava no hospital.
13:14Coisa horrorosa.
13:17Ô, familhinha, mais sem sorte essa, hein?
13:20E você queria se meter no meio dela, né, Melena?
13:24Ter a cabeleireira Lídia como sogra.
13:27Nossa senhora, pé de pato, mangalô três vezes.
13:32Eu vou salvar o que é meu, de fato e de direito.
13:35E calma, coisíssima nenhuma, tá?
13:38Eu quero rachar essa bolata imediatamente em três partes iguais.
13:41Uma pra mim, uma pro Marcelo e a terceira pode ficar pra você
13:44e que se dane o mundo.
13:45Você tá querendo ir com muita sede ao pote?
13:49Não pode ser assim, mano.
13:50O que é isso?
13:51Então eu tô certa, seu Arnaldo.
13:54Então tem um pote cheio no paraíso fiscal.
13:57Que pote?
13:57Tem muito exagero nisso tudo.
14:00Eu é que sei da tua vida e da tua obra, Arnaldo.
14:03Cem milhões de dólares.
14:07O que é isso?
14:09E se bobear, deve ter muito mais, tá?
14:11Anos seram de falcatrua, não ia sair barato assim, né, Arnaldo?
14:14Ah, pera, pera, ô Branca, você perdeu inteiramente a noção do dinheiro.
14:18Cem milhões de dólares.
14:20Você tá louca?
14:20Eu tô muito longe disso.
14:22Não é que quiseram eu ter essa dinheirama toda.
14:25Tem sim que eu não sou idiota, Arnaldo.
14:28O problema foi o seguinte.
14:30Você caiu na conversa da Isabel.
14:33Não fala o nome dessa sala, fala na minha frente, tá ouvindo?
14:36Tá bom, você que puxou o assunto.
14:38O assunto?
14:39Mas não esse maldito nome.
14:42Não desconversa que eu não sou criança pra ser engambelada, Arnaldo.
14:45Bom, tá bom.
14:47Eu confesso, eu tenho aí no exterior uma merrequinha.
14:51Ah, merrequinha.
14:54Mas e se abusar do jeito de ser cínico, hein, Arnaldo?
14:56Mas é uma poupacinha de luxo agora.
14:58Isso todo mundo tem, né?
15:00Ou não?
15:00Eu faço parte desse mundo e nem sonhava com essa fortuna.
15:04Pra mim o barco já tava afundando com o meu filho dentro.
15:07Agora olha aqui, cem milhões de dólares não há.
15:11Eu estou muito longe disso.
15:13Estamos, plural, comunhão de bens.
15:20Infelizmente, eu devo admitir que nesse ponto eu confio na pistoleira.
15:24Tem muito dinheiro estocado em bancos internacionais, sim.
15:27Do contrário, aquela petulante não teria invadido a minha casa com aquele nariz empinado,
15:31com aquele sorriso cínico, teria me enfrentado.
15:33Ela não seria louca, porque isso eu sei.
15:35Ela se aproveitou da tua fraqueza.
15:36É lógico que sim, você permitiu.
15:40Ela queria as joias de volta.
15:43E aí, agora é uma coisa de...
15:44Se eu tivesse aqui aquele dia, ela não teria.
15:49Ela não teria.
15:49Eu juro por Deus que ela não teria mentido.
15:51Não, mas se você fosse empecilho, Arnaldo.
15:54Você não se olha no espelho, não, é?
15:56Do jeito que a mulher veio, meu filho, ninguém segurava.
16:00Muito menos você, fraco do jeito que você é.
16:03Se eu não pude com ela, ninguém dava jeito, tá?
16:05Pois é, mas ela veio, a Isabel veio...
16:07Ela veio com aquela conversa e ela é de tão esperta.
16:11Ela pode ter trazido os papéis sem fundamento.
16:14Ela pode ter escrito uma bobagem qualquer no papel timbrado.
16:17É isso aí.
16:19Ela brefou.
16:20Ela me apresentou documentos, Arnaldo.
16:23Eu sou muito bem diferenciar um documento real de um mero papel timbrado.
16:28Só de passar os olhos, eu já pude perceber que ela não estava blefando.
16:31Ela é esperta, mas eu nunca fui burra.
16:34Por isso é que eu acreditei.
16:36Eu garanto a você que ela estava blefando.
16:40Me diz uma coisa, Arnaldo.
16:42Você vai continuar insistindo que não existe esse dinheiro.
16:47Mas eu juro pra você que não.
16:49Mas em troca de que santo eu ia negar?
16:52Muito bem.
16:53Se a infeliz mentiu, se você não tem o rabo preso como ela afirma,
16:58não há motivo pra ela me chantagear.
17:00Concorda, Arnaldo?
17:03Finalmente você está começando a me entender.
17:08Ótimo.
17:10Você me espera só um minutinho que é o tempo de eu pegar minha bolsa.
17:13Ah, que bom.
17:14Vamos jantar fora?
17:16Vamos.
17:16Vamos.
17:17Nós vamos jantar aquela joia de volta.
17:19Eu vou voltar daquele apartamento.
17:22Eu vou buscar o que ela me roubou.
17:24Eu vou rasgar pela segunda vez aquela papelada do apartamento.
17:27Ué.
17:27Se não tem dinheiro, não tem chantagem.
17:29E se não tem chantagem,
17:31eu vou dar uma bela de uma gargalhada
17:33e vou mandar que ela denuncie o blefe pra quem ela quiser.
17:35Peraí, peraí.
17:39Ô, Branca, você vai lá?
17:43Vamos, querido.
17:44Vamos.
17:46Você vai comigo.
17:56Meu Deus.
17:56Eu não vejo motivo pra tanta risada, Arnaldo.
17:59Você só pode estar fazendo piada, né, Branca?
18:02Piada com apartamento de um milhão de dólares e todas aquelas joias?
18:05Mas não dá pra fazer uma coisa dessa.
18:07Você chegar lá e pegar as joias de volta?
18:08Que isso?
18:09Pego e ainda faço pouco da tal chantagem.
18:15Ô, Branca, senta aí.
18:18Fica fria.
18:19Vamos resolver entre a gente.
18:23Estamos começando a falar a mesma língua, né, Arnaldo?
18:26Eu quero as provas, os canhotos, as contas certinhas.
18:49Eu quero saber exatamente o que temos e onde temos pra poder buscar imediatamente.
18:57Mas, Branca, não pode ser com essa exatidão toda?
19:00Impossível não saber, Arnaldo.
19:02Aquela mulher não há de ter mais informações que o próprio dono das contas, não é?
19:05Você tem que dar um desconto, tem que ser sensata.
19:09Ela tava querendo impressionar.
19:11Eu quero os números, Arnaldo.
19:13Cifras pra poder dividir.
19:16Dividir?
19:17Dividir com o...
19:19O dinheiro é seu também?
19:20A gente pode usufruir junto?
19:23Nem tudo que é seu eu quero pra mim.
19:25A pistoleira, por exemplo.
19:26Eu não quero nem pintada de ouro e cravejada de brilhante.
19:28Mas, peraí, as contas são conjuntas.
19:30Tem seu nome lá.
19:31E se você morre de repente?
19:34Eu duvido que essa infeliz me contasse.
19:36No mínimo ela queria dividir no meio essa fortuna.
19:39Pelo amor de Deus, Branca.
19:40Que que é isso?
19:41Para de me secar.
19:42Você só vive falando em morte.
19:43E essa boca pra lá, Branca.
19:44Que isso?
19:45Ai, Arnaldo, você vai querer ficar pra semente?
19:47É justo você que nunca fez nada pra merecer a eternidade.
19:51Dividir, dividir, dividir.
19:53Parece até um racha.
19:54Parece que nós não somos uma família.
19:55É.
19:56Chega a ser patético.
19:58Bom, você...
20:00Deus me livre.
20:01Deus me livre.
20:02Acontece alguma coisa de repente?
20:03Você fica com tudo.
20:06Mas há uma outra hipótese, muito menos radiante.
20:09Vai que você, irritante do jeito que você é,
20:12decide por conta própria, sem me consultar,
20:15viver aí mais uns 20 anos.
20:19É.
20:21Só pra me prejudicar.
20:22É bem a sua cara ser tão desmancha prazeres.
20:24E aí eu, velhinha, toda caidinha,
20:27do que ia me adiantar essa dinheirama toda, Arnaldo?
20:30Não, não, não.
20:32Doutor Tigrão,
20:33eu quero a minha parte agora,
20:35enquanto eu sou linda, loura e cheia de apetite.
20:38Eu tô chocado.
20:42Eu tô chocado.
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