- há 2 semanas
Leda Nagle é jornalista formada pela UFJF e uma das grandes referências do audiovisual brasileiro.
Com quase 50 anos de carreira, atuou na televisão de 1976 a 2017 e hoje comanda um canal no YouTube com entrevistas e podcasts produzidos em parceria com o filho, Duda Nagle: Encontro de Gerações e Empreendedores do Brasil.
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Com quase 50 anos de carreira, atuou na televisão de 1976 a 2017 e hoje comanda um canal no YouTube com entrevistas e podcasts produzidos em parceria com o filho, Duda Nagle: Encontro de Gerações e Empreendedores do Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Lado A, o nosso Encontro Dominical.
00:00:20Esse projeto que eu tenho aqui no Antagonista de videocast com pessoas que mudam o Brasil,
00:00:25mas fora da política. Todo domingo um convidado diferente com uma história interessante e
00:00:31inspiradora para você já começar a semana com o pé direito. Antes da gente ir para a entrevista,
00:00:37um recadinho dos nossos patrocinadores. Você sabia que a Madeleine já foi professora de inglês?
00:00:44Pois ela já foi professora de inglês, cara, muito louco isso, né? Então ela sabe a importância que
00:00:49essa língua tem para você, como ela pode abrir portas, como você pode viajar com mais tranquilidade,
00:00:54você pode ter acesso a informações muito mais legais, você pode evoluir na sua carreira
00:00:59acadêmica, profissional. Ela sabe de tudo isso, então é por isso que a gente tem aqui o orgulho
00:01:04de ter essa parceria com a Madeleine, um preço especial para você que está aqui assistindo
00:01:09esse vídeo. Clica no link que você está vendo aí e aproveita essa promoção agora. Aproveita e vem
00:01:13para o melhor curso de inglês online do Brasil. Bora!
00:01:17Pois é, já vai deixando aqui o seu like, se inscreve no canal. Quem eu vou entrevistar hoje?
00:01:23O nome você já sabe, mas mais detalhes da vida dessa pessoa, quem traz é o José Inácio Pilar.
00:01:30Leda Nagri, mineira de Juiz de Fora, formada em jornalismo pela UFJF, tem 74 anos de muita
00:01:40história e é mais ativa que muito maratonista e é mãe do ator e empresário Duda Nagri, além de avó
00:01:48da Doce Zoe, que completa 7 anos daqui a pouquinho. Em 2026, ela vai celebrar 50 anos nas telinhas da TV,
00:01:58onde atuou de 1976 a 2017, ao YouTube Sua Casa Atual, com lives e entrevistas imperdíveis. Lá, ela se divide
00:02:09em dois podcasts com o próprio filho, o Encontro de Gerações e Empreendedores do Brasil.
00:02:16Com vocês, senhoras e senhores, Leda Nagri.
00:02:20Eu quero dizer para vocês que, para mim, é um sonho, uma honra entrevistar esta mulher, Leda Nagri.
00:02:27Porque tudo que eu queria ser na minha vida era Leda Nagri.
00:02:33Ai, para, que eu vou ficar morrendo de vergonha aqui.
00:02:35Verdade, vai lá. Ai, Leda, obrigada por ter atendido o convite.
00:02:37Obrigada a eu pelo carinho, pelo convite, pelo carinho, por tudo isso. Obrigada.
00:02:43Mas não fala isso, não. Você é você, você tem toda uma história. É muito legal.
00:02:49Minha cultura é de script só. A sua é muito mais sólida.
00:02:52Mas, Leda, uma coisa que é muito importante, assim, para as pessoas saberem, hoje as pessoas
00:03:00já dão como certo a mulher no espaço público, até bobeiam com isso, porque começam a tirar
00:03:06coisas da gente. Mas eu me lembro que na televisão ou no noticiário não tinha mulheres, né?
00:03:14Eu olhava você fazendo as entrevistas, apresentando o programa, e era uma coisa muito pioneira.
00:03:23Isso abriu o caminho, né?
00:03:25Eu acho que, na verdade, no Hoje, no Jornal Hoje, eram mulheres.
00:03:31Tinha homens também, tinha o Nelsinho Mota, tinha o Marcos Rúmel, mas tinha a Lígia Maria,
00:03:37a Sônia Maria, eu, a Márcia Mendes, a Marisa Raja Gabalha, eram um...
00:03:41A gente fazia matérias, a Márcia era editora de moda, a Marisa fazia entrevistas, eu também
00:03:45fazia matéria. Eu fazia mais estreia e tal. Era o meu comecinho mesmo.
00:03:51Eu comecei fazendo a agenda do RJ, que é o RJ, o SPTV, o RJTV, o jornal local, o primeiro
00:03:57jornal local do dia, né? Quer dizer, hoje em dia tem o Bom Dia. Depois eu lancei o Bom Dia.
00:04:02Mas eram... As mulheres eram em número menor, realmente. Muito menor do que hoje, né?
00:04:09Mas é... Tinha muitas mulheres, engraçado. E eu não senti nunca essa discriminação.
00:04:17Não sei por quê. Não sei se eu não percebia, era tão distraída que não notava.
00:04:21Ou se não tinha mesmo, entendeu? Porque tanta gente reclama, né?
00:04:24Sim. Acho que também tem uma coisa, Leda, que você navega as coisas com uma leveza e
00:04:33com uma facilidade, que talvez isso tenha te aberto portas, você nem imagina.
00:04:38Eu acho que sim. Porque, na verdade, você sabe que eu fui pra TV por mero acaso, né?
00:04:42Eu fui pra TV porque eu não gostei de São Paulo. Aprendi, se quiser. Foi só por isso.
00:04:46Não, mentira. Vamos... Porque você vem de Minas.
00:04:50Eu vim de Juiz de Fora pro Rio. Meu sonho de consumo era o Rio de Janeiro.
00:04:54Meu sonho de consumo era o Jornal do Brasil.
00:04:56Porque era a coisa mais importante da minha geração.
00:04:58No meu começo de história, que é anos 70, 73.
00:05:02Eu me formei em jornalismo em Juiz de Fora e eu queria ir pro Jornal do Brasil.
00:05:06Ganhei até um concurso de reportagem entre estudantes de comunicação
00:05:09e o prêmio era um estágio no JB. Foi a glória pra mim.
00:05:13Só que meu pai não deixou ficar porque eu não tinha 21 anos.
00:05:15Então eu tive que voltar pra Juiz de Fora pra terminar a faculdade, pra fazer 21.
00:05:19Pra aí sim poder sair de casa.
00:05:21E aí eu fui pro Rio.
00:05:24Eu trabalhei no O Jornal, no Globo.
00:05:26Mas nunca trabalhei no Jornal do Brasil, a não ser naquele estágio lá inicial.
00:05:32O barato da história é que um dia eu sou péssima de manhã.
00:05:37Hoje em dia eu melhorei um pouco.
00:05:38Mas naquela época era muito ruim de manhã.
00:05:41A Marilda Varejão, que era editora de revistas da Abril,
00:05:45foi convidada pra assumir a revista Capricho.
00:05:48A revista Capricho, na época, era uma revista voltada pro público classe C.
00:05:53Sobretudo, era o começo das empregadas domésticas com carteira assinada.
00:05:57E era uma revista que pretendia atingir esse público.
00:06:00E ela me chamou pra ser editora de texto da revista Capricho.
00:06:03Regina Festa era a diretora da redação.
00:06:07Eu vim pra São Paulo.
00:06:09E não entendi São Paulo, sabe?
00:06:10Não entendi.
00:06:12Não sei.
00:06:14Eu queria a praia, eu queria o Posto 9.
00:06:16Eu tava vivendo o Rio de Janeiro dos sonhos.
00:06:18E eu não entendi São Paulo.
00:06:20Aí fiquei 45 dias.
00:06:22Eu voltei um dia pro Rio.
00:06:25E falei, quer saber?
00:06:26Não vou voltar nunca mais pra São Paulo.
00:06:27Não vou buscar nem minha carteira.
00:06:28Não busquei.
00:06:29A Abril me entregou no Rio.
00:06:31Aí alguém me disse, tem uma vaga na TV Globo.
00:06:34Eu falei, não sei fazer televisão.
00:06:35Ah, porque eu não podia voltar pro Globo.
00:06:36Porque tinha três meses de delay aí.
00:06:40Quando demitia a gente, precisava esperar três meses pra voltar.
00:06:42Eu pedi demissão.
00:06:43Mas tinha que esperar três meses pra poder voltar.
00:06:47Aí pra esperar esses três meses eu não tinha dinheiro.
00:06:49Eu tinha que arranjar um emprego.
00:06:50Aí me disseram, é ter uma vaga na TV Globo.
00:06:53Aí eu falei, mas eu não sei fazer televisão.
00:06:55Mas vai lá e vê o que você acha e tal.
00:06:58Aí eu fui.
00:06:59A Alice Maria me deu um, sei lá, um sábado.
00:07:03Porque eu fui no fim de semana.
00:07:05Eu trabalhei até sexta aqui em São Paulo.
00:07:06Fui pro Rio.
00:07:08E fui na TV Globo ver como é que era.
00:07:11A Alice falou, vem aqui amanhã ver fechar o Fantástico.
00:07:15O que você vai fazer amanhã?
00:07:16Eu falei, não vou fazer nada.
00:07:17Tá bom, vem.
00:07:18Fui.
00:07:19E fiquei.
00:07:20Nunca mais saindo na televisão.
00:07:23Aquelas TVs todas, aquela loucura, aquela gente gritando.
00:07:27E a revista, você coloca no ar com...
00:07:30Quer dizer, você faz a revista com três meses de antecedência.
00:07:33Em junho você já tá no Natal.
00:07:35No Natal você já tá no ano que vem.
00:07:37Entendeu?
00:07:37É uma loucura.
00:07:38E a TV não, né?
00:07:39A TV é naquela hora.
00:07:41Você falou, tá ali, entra no ar.
00:07:43Eu fiquei fascinada pela rapidez, pela eficiência, pela comunicação da coisa,
00:07:47pela gritaria, por tudo.
00:07:50E naquele momento você decidiu ir pra onde?
00:07:55Você apaixonou.
00:07:56Foi paixão.
00:07:57Apaixonei completamente.
00:07:58Como me apaixonei pelo YouTube agora, depois de velha.
00:08:01Naquele momento a minha juventude era o Rio de Janeiro.
00:08:05Era tudo que eu queria.
00:08:06Era a zona sul do Rio, porque era no Jardim Botânico.
00:08:09Então eu tava perto da praia, perto de tudo que eu queria, da vida carioca.
00:08:15E não adianta, eu fiquei.
00:08:18E dali você começou onde?
00:08:20Aí eu comecei no jornal...
00:08:22Ela me contratou, depois que eu vim fechar o Fantástico, ela me contratou pra ser editora
00:08:27do bloco do meio do Jornal Amanhã.
00:08:30Olha que coisa específica.
00:08:31O Jornal da Globo é o Jornal Amanhã de antigamente, tá?
00:08:34O Jornal Amanhã é o Jornal da Globo de hoje.
00:08:38Tá.
00:08:38E a Márcia Mendes era a locutora desse bloco do meio.
00:08:42Márcia Mendes e Carlos Campbell.
00:08:44Era o casal de apresentadores.
00:08:45E a Márcia era tida como difícil de lidar.
00:08:50Aí a Alice falou, não, você não tá animada e tal, acho que você vai se dar bem com
00:08:53a Márcia e vocês vão fazer uma boa dupla e tal.
00:08:55E fizemos mesmo.
00:08:56Fizemos uma dupla tão maravilhosa que levamos muitas broncas, porque aprontamos muito juntas.
00:09:04Porque a gente trabalhava até 11h30, meia-noite, uma hora da manhã juntas, aí a gente saía
00:09:08pra vida.
00:09:09E aí a gente aprontava e a Alice zangava no dia seguinte.
00:09:13Mas sabe como...
00:09:14Era uma parra, era uma maravilha.
00:09:16Essa coisa do aprontar, do pregapéça, da boemia, eu acho que dos anos 2000, 2010 pra cá,
00:09:28as redações perderam completamente isso.
00:09:30Não tem nem barulho mais na redação, tudo um silêncio, né?
00:09:32Era uma coisa barulhenta a redação.
00:09:35Tinha um barulho, uma pegada, uma coisa que fascinava.
00:09:43Pessoas gritavam umas com as outras, mas a briga acabava ali também, não era uma
00:09:48briga que durava séculos.
00:09:50Não, a gente botava um programa no ar.
00:09:52Eu me lembro que a gente, depois de botar o Jornal Nacional ou o Fantástico no ar, a
00:09:57Alice, que pra mim é a mulher mais sábio de televisão no Brasil, ela ia de lugar de
00:10:03VT em VT, de buraquinho em buraquinho, de salinha em salinha.
00:10:07Pronto, desculpa aí, desculpa qualquer coisa, desculpa aí.
00:10:09Porque era um nervosismo só.
00:10:11Era uma coisa tensa, neurótica, nervosa, mas era maravilhosa.
00:10:17Aquilo me fascinou, me deixou doida.
00:10:19E isso que você falou é uma coisa...
00:10:21Eu já era doida.
00:10:23Porque eu acho que ninguém que era normal procurou esse tipo de coisa.
00:10:28Verdade, a gente procura os nossos pares, né?
00:10:33Foi isso.
00:10:34E essa coisa da...
00:10:36Eu ouvi outro dia um negócio que eu morri de rir de você contando que um dos grandes
00:10:42pesadelos que você teve na sua vida era o Chaves.
00:10:45O Chaves.
00:10:47O Chaves.
00:10:49Que agora tá no streaming.
00:10:52O Chaves me perseguia.
00:10:54O Chaves me perseguia.
00:10:55Por quê?
00:10:55E perseguiu a vida toda, porque me perseguiu como jornalista, porque o SBT colocava o Chaves
00:11:01no horário do Jornal Hoje.
00:11:03Então a gente chegava...
00:11:04E naquela época, a TV Globo não apanhava de ninguém, né?
00:11:07Não tinha essa.
00:11:09Não é não apanhava, não ficava menos de 20 pontos acima.
00:11:14Só ficava 20 pontos acima.
00:11:16Não ficava 10 pontos a 12 pontos.
00:11:19A gente quase apanhou do Chaves inúmeras vezes no Jornal Hoje.
00:11:23Então o Chaves era um tormento.
00:11:25Depois eu tive filho.
00:11:27Quando eu tive filho, eu já era apresentadora do Hoje.
00:11:29O que que aconteceu?
00:11:30Meu filho adorava ver o Chaves.
00:11:31Aí eu passei a ver o Chaves.
00:11:33Então o Chaves me persegue.
00:11:36E agora o Chaves foi pro streaming.
00:11:39Eu sei todos os chavões do Chaves.
00:11:42Todas as coisas.
00:11:44É muito bom.
00:11:45O Chaves era...
00:11:46O Chaves é um fenômeno, né?
00:11:47É um fenômeno.
00:11:48É uma coisa que eu acho que não tem como explicar, né?
00:11:50Não tem como explicar.
00:11:52Eu acho que é a pureza dele, sabe?
00:11:53Um pouco a vítima.
00:11:55Ele é a vítima.
00:11:56Ele é um menino abandonado.
00:11:57Todo mundo se solidariza.
00:11:59Ao mesmo tempo ele é chato.
00:12:00E ao mesmo tempo a gente acha ele chato, mas gosta dele.
00:12:03Enfim, é um personagem incrível.
00:12:05É realmente um fenômeno.
00:12:08Esse fenômeno me perseguiu muito.
00:12:10E aquele ecossistema todo em torno dele,
00:12:14que são todos personagens muito bons.
00:12:16Muito bons.
00:12:16Professor Girafales.
00:12:17Muito bons.
00:12:18Dona Florinda até hoje,
00:12:20quando eu boto o Bob no cabelo,
00:12:21eu falo, gente,
00:12:21tô igual a Dona Florinda.
00:12:24Oleda, como é que você começou
00:12:25a apresentar programa de TV?
00:12:29Esse formato do Sem Censura
00:12:31é uma coisa que até hoje existe.
00:12:34Existe.
00:12:34Existia antes de mim também.
00:12:36Como que foi isso?
00:12:37Porque eu comecei, na verdade,
00:12:39eu comecei na TV Globo,
00:12:41porque a Márcia Mendes,
00:12:42aí a moça que era de festinidade,
00:12:44não era nada de festinidade,
00:12:45era uma amiga queridíssima,
00:12:46uma pessoa fundamental na minha vida também.
00:12:49A Márcia tomava...
00:12:51Eu sempre engordei muito.
00:12:52Eu tô sempre acima do peso,
00:12:54desde criança.
00:12:55Aí a Márcia roubava meu chocolate.
00:12:57Eu tinha vários chocolates na bolsa.
00:12:59Ela roubou meu chocolate,
00:13:00me fez botar uma lente de contato.
00:13:02Aí a Alice falou,
00:13:03não, porque eu fazia matérias
00:13:04segundo o Caberno do Globo,
00:13:06assinadas e tal.
00:13:07E a Alice falou,
00:13:08não, adoro aquelas matérias.
00:13:09Por que você não faz pra TV?
00:13:10Eu falei, por que você fazer TV e tal.
00:13:12E aí eu usava um brinco de pena,
00:13:14um cabelo de guerra hippie,
00:13:16com a calça rasgada e tal.
00:13:18E na época não tava na moda a calça rasgada.
00:13:20Aí eu colava uma borboleta de paetê
00:13:23no buraco da calça,
00:13:24porque eu adorava a calça.
00:13:26Seria uma coisa moderna hoje,
00:13:27meio grunge, talvez, né?
00:13:29Mas naquela época era um horror
00:13:31pras pessoas.
00:13:32Ninguém gostava daquilo.
00:13:33E aparecendo na TV?
00:13:34Não, não podia.
00:13:35Não podia.
00:13:35Aí a Márcia começou a dar broncas, né?
00:13:39Escondeu o chocolate,
00:13:40o restaurante da TV fechava,
00:13:43o bar em frente da TV fechava,
00:13:45o jornal ia pro ar uma hora da manhã,
00:13:48a gente morria de fome.
00:13:49Então a gente só ia comer tarde da noite,
00:13:51aí não comia bobagem, né?
00:13:54No pré-bob jornal e tal.
00:13:56Aí comecei,
00:13:56dei uma emagrecida,
00:13:58tirei os óculos,
00:13:59a Alice ficou me provocando
00:14:00pra fazer matéria,
00:14:01comecei a fazer umas entrevistas.
00:14:03Aí veio a ideia do Hoje de Sábado,
00:14:05de fazer entrevista no estúdio.
00:14:07Mas antes da entrevista,
00:14:09eu tava começando a fazer
00:14:10o que a gente chama de cabeça.
00:14:12Que é falar,
00:14:12hoje aqui no teatro tal,
00:14:15chama cabeça.
00:14:16Eu não sei como é que eu vou explicar isso.
00:14:18É o lead da matéria.
00:14:19É o lead da...
00:14:20É, assim,
00:14:21eu fazia isso também bastante.
00:14:24Que assim,
00:14:25você vai apresentar, vamos dizer,
00:14:27uma peça de teatro.
00:14:29E aí tem um pedaço
00:14:30que vai passar a filmagem
00:14:31de dentro do teatro.
00:14:32O que que é a cabeça?
00:14:33É aquela pessoa que entra
00:14:34e fala assim,
00:14:36nesse sábado,
00:14:37aqui no Teatro Municipal de São Paulo,
00:14:39a gente vai ter
00:14:40a ópera
00:14:41La Traviata,
00:14:42que vai ter o ator tal,
00:14:44aí já corta e entra a filmagem,
00:14:45entra a cara do ator.
00:14:46A cabeça é essa.
00:14:47A cabeça é essa.
00:14:48É essa introdução.
00:14:49Eu comecei a fazer isso.
00:14:50E aí comecei a gostar também disso.
00:14:52Eu achava natural fazer isso.
00:14:54Não doía, entendeu?
00:14:56Também não era uma coisa assim que tinha...
00:15:00Como é que eu vou explicar?
00:15:02Não tinha aula disso, entendeu?
00:15:04A gente começou a fazer fazendo.
00:15:06Todos nós ali aprendemos fazendo.
00:15:08e a Alice botou a gente
00:15:11numa aula de voz
00:15:12com a Glorinha Boitmiller.
00:15:14Mas botou eu,
00:15:15Glória Maria
00:15:16e Márcia Mendes
00:15:17e Marisa Arrasgabalha juntas,
00:15:19que um prestou também, né?
00:15:20Porque eram quatro doidas
00:15:21com a Glorinha,
00:15:22que também era doida,
00:15:24mas era maravilhosa.
00:15:25A Glorinha, aliás,
00:15:26acho que vale a pena
00:15:27vocês daí da produção pesquisarem,
00:15:29porque assim,
00:15:30eu não sei se as pessoas
00:15:31sem noção
00:15:32do que é uma fonovióloga, né?
00:15:34Não, do que é ela, né?
00:15:36Ela.
00:15:36A Glorinha era o máximo.
00:15:38Ensinou muita gente.
00:15:39E aí a gente fez
00:15:40umas aulas com a Glorinha
00:15:41e começamos a fazer coisas e tal.
00:15:44A Márcia já fazia moda,
00:15:45a Marisa fazia também entrevista.
00:15:47E a gente foi fazer.
00:15:48Glória Maria era Glória Maria,
00:15:49já era Glória Maria,
00:15:50já era doida,
00:15:51já fazia local,
00:15:53fazia incêndio,
00:15:54fazia tudo muito bem, né?
00:15:55E aí fomos lá,
00:15:57tocando o barco.
00:15:58E eu comecei a fazer
00:15:59essas cabeças
00:16:00no RJTV,
00:16:02que é o equivalente
00:16:03ao SPTV,
00:16:05primeira edição,
00:16:06que é o que vai
00:16:07ao meio-dia
00:16:08em torno da hora do almoço.
00:16:09Aí depois,
00:16:10eu não sei o que aconteceu,
00:16:12deixa eu ver
00:16:12se eu sei o que aconteceu.
00:16:14Aí a Márcia também
00:16:15incentivou,
00:16:15depois a Márcia
00:16:16foi pro Fantástico,
00:16:18aí eu fiquei fazendo
00:16:19umas cabeças no Hoje,
00:16:20aí comecei a apresentar,
00:16:21comecei a fazer
00:16:22entrevista do sábado,
00:16:23aí comecei a apresentar
00:16:24as entrevistas.
00:16:25Hoje,
00:16:26o meu convidado de hoje
00:16:27é fulano de tal,
00:16:27entrevistei e fulano,
00:16:29entendeu?
00:16:29E aí comecei a fazer isso.
00:16:31E depois passei
00:16:32a apresentar o programa
00:16:33junto,
00:16:34basicamente,
00:16:35com o Marcos Rúmel,
00:16:36com outros também,
00:16:37mas com o Marcos Rúmel.
00:16:39Você sabe
00:16:39que eu cheguei a apresentar
00:16:40com o William Bonner?
00:16:41Ele chegou a apresentar
00:16:42algum Hoje
00:16:42junto comigo.
00:16:44Mentira!
00:16:44É verdade,
00:16:45eu não me lembro o ano,
00:16:46não me lembro
00:16:47quantas edições,
00:16:48isso só teria que
00:16:49perguntar pra ele,
00:16:49porque eu realmente
00:16:50não sei se é que ele sabe,
00:16:51né?
00:16:52Porque é o comecinho
00:16:52do comecinho dele.
00:16:54Sim,
00:16:54e ele vinha
00:16:55da publicidade,
00:16:56eu nem sei da onde,
00:16:58eu sei que pra mim
00:16:58ele apareceu
00:16:59naquele estúdio lá.
00:17:00Ele apareceu lá.
00:17:03Eu achava que ele
00:17:04vinha de São Paulo,
00:17:04né?
00:17:05Ele veio de São Paulo,
00:17:06fez publicidade
00:17:07aqui na USP.
00:17:08Você,
00:17:09dali,
00:17:11pra passar por
00:17:11Sem Censura,
00:17:12foi bom?
00:17:12Dali eu passei
00:17:13pro Jornal da Manchete,
00:17:15aí o Jornal da Manchete,
00:17:16saí da Globo,
00:17:16que a Globo queria
00:17:17que eu acordasse.
00:17:18O Armando Nogueira
00:17:19inventou que eu tinha
00:17:19que apresentar
00:17:21o Bom Dia,
00:17:21então eu tinha que acordar
00:17:22às cinco da manhã,
00:17:23eu tinha o horror
00:17:23de acordar cedo
00:17:24naquela época,
00:17:25hoje em dia eu acordo cedo.
00:17:26Mas eu não gostava.
00:17:28Aí eu saí da TV Globo,
00:17:30pedi demissão
00:17:30porque eu não queria
00:17:31acordar cedo.
00:17:32Aí eu fui pra Manchete
00:17:33fazer a edição da tarde
00:17:34que era o mesmo
00:17:35horário do hoje,
00:17:37uma hora da tarde.
00:17:38Também fiz a mesma coisa,
00:17:39entrevista de sábado
00:17:40e tal,
00:17:41muito legal.
00:17:42Até eu tô fazendo agora
00:17:42o Baú da Leda
00:17:43que eu publico
00:17:44no meu YouTube,
00:17:45umas entrevistas
00:17:46que são dessa época,
00:17:47do Hoje
00:17:48ou do Jornal da Manchete
00:17:49e coloco ali
00:17:51todo domingo.
00:17:51só pra registrar mesmo,
00:17:54pra ficar um registro
00:17:55de uma época.
00:17:55Sim, sim.
00:17:56Mas era o meu barato ali.
00:17:58Aí a Manchete
00:17:59foi uma experiência
00:18:00espetacular.
00:18:01Depois a Manchete acabou,
00:18:04eu saí um pouquinho
00:18:04antes de acabar,
00:18:05quando eu senti
00:18:06que ela ia acabar mesmo,
00:18:07eu não fiquei pra despedida.
00:18:08Eu tenho dificuldade
00:18:09com despedida
00:18:10e a Manchete
00:18:10era muito querida pra mim.
00:18:12E aí eu fui,
00:18:14eu fiquei um tempinho
00:18:15procurando o que fazer,
00:18:16acabei fazendo um programa
00:18:17chamado Agenda
00:18:18no SBT Rio.
00:18:19e que o Silvio Santos
00:18:21terminou e me demitiu
00:18:23no dia que ele descobriu
00:18:23que existia o programa
00:18:24no Rio,
00:18:25porque ele não queria
00:18:25ter nada no Rio.
00:18:27Peraí, como é?
00:18:28Verdade.
00:18:28Mas ele não me demitiu
00:18:30porque era eu,
00:18:30nada disso.
00:18:31Ele demitiu
00:18:32porque ele ficou bravo,
00:18:33porque fizeram um programa
00:18:34no Rio de Janeiro
00:18:35onde ele não queria
00:18:36ter programa.
00:18:37Ele não queria
00:18:37que o SBT
00:18:38tivesse um programa
00:18:39no Rio.
00:18:40Ele sempre foi
00:18:41de fazer tudo
00:18:42em São Paulo.
00:18:42Tudo em São Paulo.
00:18:42Ele não queria
00:18:43e ele descobriu
00:18:44que tinha um programa.
00:18:45Ele ficou furioso
00:18:46e me demitiu.
00:18:46Aí eu fui fazer
00:18:50um programa
00:18:50chamado
00:18:5054 Minutos
00:18:52que depois virou
00:18:53Leda Naga
00:18:53com certeza
00:18:54na TV Educativa
00:18:56do Rio de Janeiro,
00:18:57TVE.
00:18:58A TVE virou
00:18:59TV Brasil
00:18:59na era Lula,
00:19:01na primeiro
00:19:01governo Lula
00:19:02e aí eu continuei
00:19:04fazendo,
00:19:05fiquei
00:19:0520 anos
00:19:07e 8 meses
00:19:08fazendo sem censura.
00:19:10Fiquei 13
00:19:10no Hoje
00:19:11e fui ficando.
00:19:12Eu também sou
00:19:13de ficar
00:19:14nos lugares.
00:19:15E o Sem Censura
00:19:17ele tem
00:19:18aquela coisa
00:19:18interessante?
00:19:19Ele foi criado
00:19:20pelo Fernando
00:19:20Barbosa Lima,
00:19:21vamos ser justos,
00:19:22pelo Fernando
00:19:23Barbosa Lima
00:19:23numa época
00:19:24que ainda tinha
00:19:26um pouco
00:19:27de ditadura,
00:19:27por isso o Sem Censura,
00:19:29que sempre teve
00:19:30um pouco de censura
00:19:31em cada governo.
00:19:35Mas foi um programa
00:19:37muito legal,
00:19:38é um programa
00:19:38muito legal
00:19:39com a Cícia Guimarães
00:19:40agora,
00:19:40muito legal
00:19:41porque ele tem
00:19:424, 5 pessoas,
00:19:44cada uma falando
00:19:44na minha época
00:19:45eu transformei
00:19:46ele nisso,
00:19:475, 6 pessoas
00:19:48diferentes
00:19:49falando de assuntos
00:19:51diferentes,
00:19:52mas que podiam
00:19:52se conversar
00:19:54entre si.
00:19:55Eu dizia antes
00:19:56do programa começar,
00:19:57eu vou conversar
00:19:58individualmente
00:19:59com cada um
00:19:59sobre o seu assunto,
00:20:00mas vocês podem
00:20:01perguntar no assunto
00:20:02do outro,
00:20:02não é obrigado
00:20:02nem proibido.
00:20:03Então quem ficava
00:20:04à vontade
00:20:04perguntava,
00:20:05quem não ficava
00:20:05não perguntava,
00:20:06tinha sempre um médico,
00:20:07um artista,
00:20:09uma matéria de comportamento,
00:20:10enfim,
00:20:10era um mix
00:20:11muito interessante.
00:20:12eu gostei muito
00:20:14dessa experiência,
00:20:15foi um barato
00:20:16na minha vida.
00:20:17Eu só não repito
00:20:18porque é uma produção
00:20:18difícil de fazer,
00:20:19você precisa de muita
00:20:20gente na produção.
00:20:22Nós trabalhamos
00:20:23com 4, 5 pessoas
00:20:24no Rio
00:20:24fazendo esse programa,
00:20:26mas a gente dava,
00:20:28sabe,
00:20:29dava a alma
00:20:29pra fazer o programa,
00:20:30era muito difícil.
00:20:31Agora não.
00:20:33Agora o programa
00:20:34tem vários produtores,
00:20:35eu fui lá
00:20:36no dia de aniversário
00:20:38Eu gostei de ter ido,
00:20:41achei legal ter ido.
00:20:42Porque,
00:20:42sabe uma coisa?
00:20:43Eu fiquei com medo,
00:20:44sabe,
00:20:44achei que arrendeu.
00:20:45É, então,
00:20:45eu queria saber
00:20:45como é que foi isso,
00:20:46porque assim,
00:20:47eu vi a edição,
00:20:50eu fiquei feliz
00:20:51porque hoje em dia
00:20:52querem transformar
00:20:54todas as pessoas
00:20:55em inimigas,
00:20:56tudo uma rixa eterna.
00:20:58Uma brigaiada.
00:20:58Uma brigaiada.
00:21:00Olha,
00:21:00tenha paciência.
00:21:02Aí eu achei
00:21:02tão legal
00:21:04você
00:21:04com a Cissa Guimarães
00:21:06ali.
00:21:07Foi muito legal.
00:21:07Foi muito legal.
00:21:08Mas eu disse uma história,
00:21:09porque a Cissa,
00:21:10ela trabalhou com o meu filho,
00:21:12ela foi mãe
00:21:13ou madrasta do Duda,
00:21:15não do Duda,
00:21:16do personagem dele
00:21:17da época,
00:21:17não sei,
00:21:18não vou lembrar agora qual,
00:21:19em novela e tal.
00:21:20Então a gente,
00:21:21a gente já se conhecia,
00:21:24se conhecia do Baixo Leblon,
00:21:25se conhecia da Gave,
00:21:26enfim,
00:21:26a gente se conhecia.
00:21:28E o produtor,
00:21:29o diretor do programa dela,
00:21:31o Bruno,
00:21:32foi meu produtor,
00:21:33foi meu assistente de produção,
00:21:34depois virou produtor do programa e tal.
00:21:36Então quando ele me convidou,
00:21:37eu achei que era uma memória
00:21:39muito interessante,
00:21:40entendeu?
00:21:40Vê-lo diretor,
00:21:42sabe?
00:21:42Depois de ter visto,
00:21:43começando nisso,
00:21:44né?
00:21:45Eu achei que seria um barato
00:21:46e foi realmente
00:21:47um grande barato.
00:21:49Foi uma delícia.
00:21:50E eles te receberam ali
00:21:51muito bem.
00:21:52emocionosamente.
00:21:53Foi tudo muito simpático,
00:21:55foi muito simpático.
00:21:56Gostei.
00:21:56Nossa,
00:21:57eu fiquei muito comovida,
00:21:58gostei muito.
00:21:59Eu dou muita sorte nesse sentido.
00:22:01Você vê como você me recebeu aqui,
00:22:02né?
00:22:02Como a Cláudia me recebeu.
00:22:04Sim.
00:22:05Como,
00:22:05como é que eles chamam?
00:22:06Walter Patriani estava aqui.
00:22:08O nosso...
00:22:09O Zé Inácio Pilar.
00:22:11O Zé Inácio Pilar.
00:22:12O Zé Inácio foi incrível.
00:22:12Cláudia Rey,
00:22:13a nossa CEO,
00:22:14que estava aqui recebendo a lenda.
00:22:16Enfim,
00:22:16todo mundo muito carinhoso.
00:22:17Então,
00:22:18faz um bem,
00:22:19um carinho,
00:22:20um quentinho,
00:22:21no nosso coração.
00:22:22Mas tem também a questão
00:22:23de você ser uma memória afetiva
00:22:27que a gente tem, né?
00:22:29É isso, é?
00:22:30É,
00:22:31é isso.
00:22:32Porque, assim,
00:22:33as discussões que você trouxe
00:22:35durante tanto tempo
00:22:36no Sem Censura,
00:22:39a gente não tinha essa facilidade
00:22:41de internet,
00:22:43de ter vários influencers
00:22:44de vários nichos,
00:22:46falando de várias coisas.
00:22:48E isso de misturar as pessoas
00:22:50e de trazer esses temas
00:22:51acabou provocando
00:22:53muitas discussões
00:22:54na sociedade também.
00:22:55O barato foi esse.
00:22:56Eu acho que o grande barato
00:22:57do Sem Censura,
00:22:58do meu Sem Censura,
00:22:59era esse.
00:23:00Era o mix.
00:23:01Esse que era o segredo, sabe?
00:23:03Sim, sim.
00:23:03Misturar,
00:23:04misturar mesmo,
00:23:05sem preconceito, sabe?
00:23:06Misturar.
00:23:08Então,
00:23:08porque o Brasil é isso, né?
00:23:09A gente é o país
00:23:10mais miscigenado,
00:23:12todo mundo...
00:23:13Agora,
00:23:13agora eu não sei
00:23:14como é que a ciência faz,
00:23:16porque as pessoas
00:23:18têm brigado tanto, né?
00:23:19Mas eu acho que
00:23:20lá no Sem Censura
00:23:20não se briga, não.
00:23:22Mas as pessoas
00:23:23brigam demais, né?
00:23:24Na rede,
00:23:24tudo é uma fofoca,
00:23:25todo mundo é contra
00:23:26todo mundo.
00:23:27Meu Deus,
00:23:28que coisa chata.
00:23:29E tem que...
00:23:30Eu queria te perguntar
00:23:31disso, Leda,
00:23:32porque assim,
00:23:34quem te conhece,
00:23:35conhece a sua vibe,
00:23:37qual é.
00:23:38Você não é essa coisa
00:23:40da briga,
00:23:41do esse contra aquele.
00:23:43Não.
00:23:43É outro departamento,
00:23:45outro mundo.
00:23:46Mas em algum momento
00:23:47você foi sugada
00:23:49para esse universo.
00:23:50Foi, claro.
00:23:51Como é que foi?
00:23:52Eu fui cancelada muito.
00:23:53Você foi cancelada.
00:23:54Como é que foi?
00:23:56Eu não sei.
00:23:56Eu acho que...
00:23:58Sabe o que eu acho?
00:23:59Eu acho que,
00:24:00sinceramente,
00:24:01que as pessoas
00:24:02ficaram bravas comigo.
00:24:04Primeiro que o Brasil
00:24:05virou direita e esquerda.
00:24:06Depois ficaram bravas comigo
00:24:07porque eu entrevistei
00:24:08a família Bolsonaro.
00:24:10Não pode dar voz
00:24:11para as pessoas
00:24:12cuja ideia
00:24:14as pessoas não concordam.
00:24:16Então,
00:24:17e eu sou a favor
00:24:17de dar voz
00:24:19para todo mundo.
00:24:20Sempre fui.
00:24:21Eu me lembro
00:24:22de um episódio
00:24:23muito marcante
00:24:24para mim
00:24:24que foi ir
00:24:25do Rio de Janeiro,
00:24:27da TV Globo do Rio,
00:24:28até a Casa Amarela
00:24:29no Recife
00:24:30para entrevistar
00:24:31o Dom Helder Câmara.
00:24:32Entrevistei o Dom Helder,
00:24:33foi ótimo,
00:24:34marcamos tudo,
00:24:35fizemos tudo direitinho e tal.
00:24:36Quando acabou a entrevista,
00:24:38o Dom Helder
00:24:38falou comigo assim,
00:24:39olha minha filha,
00:24:40você não vai ficar chateada
00:24:41com aquela vozinha doce dele.
00:24:43Não vai ficar chateada
00:24:44se essa entrevista
00:24:45não for ao ar.
00:24:45Eu falei,
00:24:46como assim, Dom Helder?
00:24:46Eu saí do Rio
00:24:47e vim até aqui
00:24:48para entrevistar o senhor
00:24:50e essa entrevista
00:24:50não vai ao ar?
00:24:51Ingenuidade minha.
00:24:53Ele viu
00:24:53que eu era muito jovem.
00:24:54Eu era muito jovem,
00:24:55eu tinha, sei lá,
00:24:5621 anos
00:24:56e ainda era
00:24:57um pouco ditadura, né?
00:24:59O país.
00:25:00E eu estava chegando, né?
00:25:02Aí ele falou,
00:25:03você não vai ficar chateada.
00:25:05Olha,
00:25:05eu conheço bem e tal.
00:25:07E me consolou
00:25:08e eu achei ele
00:25:09completamente fora da casinha.
00:25:10Falei, Dom Helder,
00:25:11que é esquisito, né?
00:25:12Falando nisso,
00:25:12que a entrevista não vai entrar.
00:25:14Voltei para o Rio.
00:25:15Editei a entrevista.
00:25:16Eu mesmo que editava
00:25:17junto com o editor de imagem.
00:25:19Porque eu nunca fui boa
00:25:20de edição de imagem.
00:25:21Mas eu ficava ali do lado
00:25:22cortando
00:25:23e isso aqui vai,
00:25:23isso não vai.
00:25:24Eu sempre gostei de fazer.
00:25:26E realmente
00:25:26gosto muito.
00:25:28Porque nessa época,
00:25:30a entrevista,
00:25:30hoje em dia não,
00:25:31tudo que eu faço
00:25:31vai na íntegra.
00:25:33Porque hoje em dia
00:25:33o tempo não importa mais.
00:25:35Nossa,
00:25:35agora que você está me lembrando,
00:25:37a gente tinha os blocos,
00:25:38lembra que você tinha
00:25:39que preencher certinho.
00:25:40Você tinha que ser certinho
00:25:41aquilo,
00:25:41não podia vacilar.
00:25:43Então,
00:25:43as entrevistas do hoje
00:25:44tinham sete minutos,
00:25:45seis minutos,
00:25:46oito minutos,
00:25:46nove minutos,
00:25:47já era um escândalo.
00:25:48Hoje em dia,
00:25:49os programas têm quatro horas
00:25:50de duração,
00:25:51todo mundo acha ótimo.
00:25:52Aí eu voltei para o Rio
00:25:53editei a entrevista
00:25:54e a entrevista foi
00:25:55para o oitavo andar
00:25:56onde era o comando
00:25:57da TV Globo.
00:25:58A gente ficava no TR
00:25:59e no subsolo,
00:26:00mas basicamente no TR.
00:26:02O estúdio era no TR,
00:26:03a redação do subsolo
00:26:04e o poder
00:26:05no oitavo andar.
00:26:07A entrevista voltou,
00:26:08voltou,
00:26:10olha só que loucura,
00:26:11a única menção
00:26:12à reforma agrária
00:26:13foi,
00:26:13eu falava assim,
00:26:14o senhor é a favor
00:26:15da reforma agrária,
00:26:16o Dom Helder dizia,
00:26:17sou.
00:26:19Acabou o assunto
00:26:20da reforma agrária.
00:26:21Cortaram tudo.
00:26:23Ele estava certo.
00:26:25Ele sabia,
00:26:26ele era um homem experiente.
00:26:27Ele sabia o que ia acontecer,
00:26:28eu é que não sabia.
00:26:29Não,
00:26:30por causa do Bolsonaro.
00:26:31Aí vem a eleição
00:26:33e tem candidatos,
00:26:34Álvaro Dias,
00:26:36Ciro Gomes,
00:26:38quem mais?
00:26:39João Amoedo,
00:26:40Bolsonaro.
00:26:41Eu não conhecia o Bolsonaro,
00:26:42embora eu morasse em São Conrado
00:26:44e ele morava na Barra da Tijuca,
00:26:46sei lá,
00:26:46nos 5 quilômetros
00:26:47nos separavam,
00:26:48ele era um deputado
00:26:48pelo Rio de Janeiro.
00:26:50Eu trabalhei a vida inteira,
00:26:51morei 40 anos no Rio,
00:26:52trabalhei a vida inteira lá
00:26:53e não conhecia o Bolsonaro.
00:26:55Mesmo,
00:26:56não dava notícia de Bolsonaro.
00:26:57Mas vocês são círculos sociais
00:26:58muito diferentes.
00:26:59Muito diferentes,
00:26:59eu não conhecia.
00:27:00Aí o que acontece?
00:27:02Eu entrevistei esses todos,
00:27:04o Haddad não quis,
00:27:06não respondeu,
00:27:07a assessoria dele respondeu,
00:27:09vamos marcar,
00:27:09mas nunca marcou.
00:27:10Mas você chamou todo mundo.
00:27:11Eu chamei todo mundo.
00:27:13Eu nunca tive,
00:27:14eu sempre fui contra
00:27:15todo tipo de preconceito mesmo,
00:27:17vamos chamar todo mundo.
00:27:19Isso valia para a opção sexual,
00:27:21para a orientação sexual,
00:27:22para a política,
00:27:22para tudo.
00:27:23Aí,
00:27:25um dia,
00:27:26a Joyce Hasselman,
00:27:27olha isso,
00:27:28fui entrevistá-la
00:27:29aqui em São Paulo,
00:27:30num flat que o Duda,
00:27:32meu filho,
00:27:32morava,
00:27:33eu comecei a fazer
00:27:34uma conexão São Paulo
00:27:35no meu canal do YouTube.
00:27:36Entrevistei a Joyce
00:27:37e ela falou que conhecia o Bolsonaro.
00:27:39Claro,
00:27:39ela defendia ele.
00:27:40Eu falei,
00:27:40ah,
00:27:40então,
00:27:41o contato dele,
00:27:41para eu convidá-lo?
00:27:42Porque eu já fiz,
00:27:43aí eu repeti,
00:27:44já fiz o Álvaro Díaz.
00:27:45ela me deu o telefone
00:27:49de um rapaz
00:27:50que era o Valdir.
00:27:51Eu liguei para esse telefone
00:27:52que ela me deu,
00:27:54atendeu a secretária eletrônica
00:27:55e deixei um recado.
00:27:58Meu nome é Leda,
00:27:59sou jornalista,
00:27:59e queria entrevistar o Bolsonaro.
00:28:02Já entrevistei
00:28:03falando,
00:28:03falando,
00:28:03falando,
00:28:04e desligou.
00:28:06Aí,
00:28:06daqui a uma hora,
00:28:08mais ou menos,
00:28:08me liga o Valdir
00:28:10e diz,
00:28:11a gente pode amanhã
00:28:11às três horas.
00:28:12Eu falei,
00:28:13como amanhã às três horas?
00:28:14Não tinha equipe.
00:28:15É de equipe cinegrafista
00:28:15desesperada.
00:28:17Pedi para ele ir,
00:28:18ele topou.
00:28:19Liguei para o meu filho,
00:28:20que estava morando em São Paulo,
00:28:21já nessa época,
00:28:22continua morando.
00:28:23Eu pedi para ele ir para o Rio,
00:28:24porque eu estava sozinho em casa,
00:28:26ia ficar só eu,
00:28:26cinegrafista,
00:28:27e o Bolsonaro,
00:28:28que eu não conhecia.
00:28:29Então,
00:28:29eu falei,
00:28:29vem me dar uma força.
00:28:31Aí,
00:28:31ele foi para o Rio,
00:28:34chegou o Bolsonaro
00:28:36com um filho
00:28:36e o Valdir.
00:28:38Aí,
00:28:39eu perguntei,
00:28:39falei,
00:28:39que bom que você aceitou logo.
00:28:41Ele falou,
00:28:42coisas do Valdir,
00:28:43daquele jeitinho
00:28:44Bolsonaro de ser.
00:28:46Aí,
00:28:46eu falei,
00:28:46é,
00:28:46Valdir,
00:28:47que bom que você foi gentil.
00:28:49Ele falou,
00:28:49não,
00:28:49você não sabe,
00:28:50eu fiz um
00:28:51transplante de fígado,
00:28:54de rim,
00:28:54e passei quatro meses na cama,
00:28:55e passei quatro meses
00:28:56vendo você no Sem Censura.
00:28:57Então,
00:28:58eu conheço muito você.
00:28:59Por isso que eu aceitei logo.
00:29:00Gente!
00:29:01Só por isso que eu entrevistei o Bolsonaro
00:29:02imediatamente no dia seguinte,
00:29:04porque o Valdir,
00:29:05por conta do transplante dele,
00:29:07tinha ficado meu fã
00:29:08vendo o programa.
00:29:09Não sei se meu fã,
00:29:10mas estava assistindo o programa
00:29:11e falou,
00:29:12ah,
00:29:13vale a pena fazer.
00:29:14Daí,
00:29:14chegou o Bolsonaro
00:29:15com um moço lindo.
00:29:16Aí,
00:29:17eu,
00:29:17burra,
00:29:18politicamente burríssima,
00:29:19falei,
00:29:20nossa,
00:29:20menino,
00:29:20como você é bonito,
00:29:22você é modelo.
00:29:22Ele falou,
00:29:23não,
00:29:23eu sou deputado federal,
00:29:24era o Eduardo Bolsonaro.
00:29:27A hora que eu abri a porta,
00:29:29quer dizer,
00:29:29não foi exatamente,
00:29:31foi péssimo, né?
00:29:32Ficamos um analista,
00:29:33foi péssimo.
00:29:34Ele levou na brincadeira,
00:29:36eu também levei,
00:29:37aí meu filho estava junto,
00:29:38ele falou,
00:29:38ah,
00:29:39eu quero lutar,
00:29:39vamos lutar,
00:29:40porque ele também luta,
00:29:41o Duda luta,
00:29:42e pega uma onda,
00:29:43ele também queria pegar uma onda,
00:29:43enfim,
00:29:44pintou uma cumplicidade lá,
00:29:46uma simpatia,
00:29:47gravamos a entrevista.
00:29:48Durante a entrevista,
00:29:49teve um tiroteio,
00:29:50eu moro em frente a Rocinha,
00:29:51em São Corrado,
00:29:52teve um tiroteio,
00:29:54bárbaro,
00:29:55assim,
00:29:55daqueles que tem sempre.
00:29:57Tem a gente que está lá,
00:29:59já normalizou isso,
00:30:00sabe,
00:30:00já fala,
00:30:01ah,
00:30:01chegou droga,
00:30:02dependendo do barulho,
00:30:03ah,
00:30:03aconteceu não sei o que,
00:30:04entendeu?
00:30:04sem ver,
00:30:06só de ouvir.
00:30:08Sim,
00:30:08porque vocês conhecem,
00:30:09é verdade isso.
00:30:10Aí,
00:30:11eu falei,
00:30:11não,
00:30:12não vamos interromper a entrevista,
00:30:14ele falou,
00:30:14não,
00:30:14não interrompe não,
00:30:15está vendo?
00:30:15Isso,
00:30:15tem que acabar,
00:30:16ele aproveitou e falou sobre aquilo.
00:30:19Acaba a entrevista,
00:30:19ele não tomou nem café,
00:30:20nem água,
00:30:21nada,
00:30:21foi embora,
00:30:22os três foram embora,
00:30:24e a vida seguiu.
00:30:26Aí,
00:30:26o Bolsonaro é eleito,
00:30:28é eleito,
00:30:29aí,
00:30:29eu vou a Brasília,
00:30:30fazer um congresso de saúde,
00:30:32aí,
00:30:33eu tinha conhecido,
00:30:34gravando um comercial,
00:30:35o Flávio,
00:30:36o Fábio Van Garten.
00:30:37Sei.
00:30:38Aí,
00:30:39a mulher dele tinha me dito que o marido dela ia assumir um cargo importante,
00:30:43eu me lembrei,
00:30:44quando ele assumiu,
00:30:45o sobrenome era muito marcante,
00:30:46eu olhei minha cadena,
00:30:47o telefone,
00:30:47estava lá o telefone da moça.
00:30:49Liguei para ela,
00:30:50ela me deu o telefone dele,
00:30:51eu combinei com ele,
00:30:53fiz a segunda entrevista com o Bolsonaro,
00:30:55lá em Brasília,
00:30:56já eleito.
00:30:57Quando eu voltei para o Rio,
00:30:59eu já morava meio entre Rio e São Paulo,
00:31:01eu queria entrevistar o Carlos,
00:31:04e a Folha de São Paulo falou muito mal de mim numa matéria,
00:31:07e eu já não,
00:31:08eu entrevisti o Eduardo Bolsonaro,
00:31:09porque ele falou do AI-5 e tal,
00:31:11foi a matéria que mais repercutiu,
00:31:12foi aí que me cancelaram muito,
00:31:14e porque eu não contestei,
00:31:16eu não falei para ele,
00:31:17mas não pode ter o AI-5,
00:31:18porque eu dou a palavra para o entrevistado,
00:31:20e é dele a palavra,
00:31:22eu não vou contestá-lo,
00:31:23é meu formato,
00:31:24meu jeito.
00:31:24E aí,
00:31:26e deu uma repercussão muito,
00:31:27muito forte essa entrevista.
00:31:29Aí a Folha me provocou,
00:31:30eu disse que eu era bolsonarista,
00:31:31porque essa mesma coisa,
00:31:32eu quero entrevistar o Carlos,
00:31:34porque quem é o Carlos?
00:31:36Ah,
00:31:36porque eu perguntei para o Eduardo,
00:31:37nesse dia que ele chegou na minha casa lá no Rio,
00:31:39se ele era o Carlos.
00:31:41Aí o Bolsonaro respondeu,
00:31:43não,
00:31:44o Jair,
00:31:44enquanto estava sendo microfonado.
00:31:48Ele falou,
00:31:48não,
00:31:49isso aí é uma moça,
00:31:51era o Eduardo.
00:31:52Você precisa conhecer o Carlos,
00:31:54o Carlos sim,
00:31:54que é bravo,
00:31:55porque eu perguntei se ele era bravo,
00:31:56o filho,
00:31:57o Eduardo.
00:31:58Ele falou,
00:31:58não,
00:31:58isso aí é uma moça,
00:31:59o Jair respondeu.
00:32:01Então,
00:32:01eu fiquei paralisada,
00:32:03porque eu não conhecia o Jair,
00:32:04eu não sabia que ele falava essas coisas,
00:32:06entendeu?
00:32:06E ali,
00:32:08assim,
00:32:08eu conheço ele desde 98.
00:32:10Eu conhecia ele naquele dia.
00:32:12Mas não é um,
00:32:13vamos dizer,
00:32:15o traquejo social dele,
00:32:20independentemente do tema,
00:32:22qualquer assunto,
00:32:23é difícil para a gente.
00:32:24é difícil.
00:32:27Mas eu acho que por conta do Valdir,
00:32:29do tal do transplante,
00:32:31de ter tido esse,
00:32:32sabe,
00:32:33esse aval do Valdir para mim,
00:32:36ficou...
00:32:36Ele deu uma,
00:32:37é um desconto,
00:32:38sim.
00:32:38Ele deu uma figurada,
00:32:39entendeu?
00:32:39Ele não fala palavrão nenhum,
00:32:41ele só reclamou,
00:32:42só questionou na hora do tiroteio,
00:32:44porque realmente foi muito forte.
00:32:46Bom,
00:32:46enfim,
00:32:47eu liguei para o Valdir de novo
00:32:49e comecei a falar com o Valdir,
00:32:51eu queria entrevistar o Carlos,
00:32:52queria entrevistar o Carlos,
00:32:53porque eu acho que esse conjunto
00:32:54de entrevistas,
00:32:56o Jair,
00:32:57depois o Eduardo
00:32:58e essa questão do AI-5
00:33:00e depois o Carlos,
00:33:01é que fizeram as pessoas
00:33:03me cancelarem.
00:33:04Eles ficaram com muita raiva de mim,
00:33:06porque eu dei voz
00:33:07à família inteira.
00:33:10E aí eu fiquei perturbando o Valdir
00:33:12que eu queria entrevistar o Carlos.
00:33:14Aí um dia o Carlos me ligou,
00:33:15eu deixei meu telefone com o Valdir,
00:33:17ele ligou para mim
00:33:17e falou,
00:33:18olha,
00:33:19eu vou falar a verdade para a senhora,
00:33:20eu não gosto de jornalista não,
00:33:21eu não quero falar
00:33:22porque eu não gosto
00:33:23de vocês e tal.
00:33:24Eu falei,
00:33:25mas eu sou legal.
00:33:26Você falou isso!
00:33:28Eu falei,
00:33:29eu sou legal e tal.
00:33:30Aí eu tinha começado
00:33:32uma campanha
00:33:32para entrevistar ele
00:33:33no Twitter.
00:33:35Eu lembro disso!
00:33:36Eu comecei a dizer,
00:33:37Carlos me dá uma entrevista,
00:33:38Carlos me dá uma entrevista
00:33:38e as pessoas apoiando,
00:33:39dá entrevista para ela,
00:33:40Carlos me dá uma entrevista para ela.
00:33:42E eu fiquei nesse jogo,
00:33:44ele me ligou uma vez,
00:33:45falou isso,
00:33:45que não gostava de jornalista e tal,
00:33:47me chamando sempre de senhora,
00:33:49muito.
00:33:49Aí depois ele me dá
00:33:51outra,
00:33:51não,
00:33:52depois ele me dá
00:33:52outro telefonema
00:33:53dizendo que ele só podia
00:33:55se fosse na hora do almoço,
00:33:56porque as pessoas pegavam
00:33:57no pé dele,
00:33:58ficavam tomando conta dele
00:33:59na câmara para saber
00:34:00se ele estava indo
00:34:01nas sessões ou não,
00:34:02então só podia ser
00:34:03na hora do almoço.
00:34:04Falei,
00:34:04tudo bem,
00:34:05eu marco na hora do almoço.
00:34:06E aí ele foi.
00:34:09E foi surpreendente,
00:34:10porque ele chorou
00:34:11na entrevista,
00:34:12ele falou do pai,
00:34:13a entrevista é muito forte.
00:34:15Depois ela serviu
00:34:16de base para matérias,
00:34:17inclusive a matéria
00:34:17da revista Piauí,
00:34:18que fala do Carlos,
00:34:19a base é a minha entrevista.
00:34:22E foi a única vez
00:34:23que eu vi o Carlos na vida,
00:34:24também foi a única vez.
00:34:27Eu tinha visto o Flávio
00:34:28num restaurante
00:34:29algumas vezes,
00:34:30depois eu entrevistei
00:34:31o Flávio uma vez,
00:34:32muito rapidamente,
00:34:34depois de uma cirurgia
00:34:35do Bolsonaro.
00:34:37Ele saiu do hospital,
00:34:38já morava aqui em São Paulo,
00:34:40porque eu tinha,
00:34:41o Duda chama de
00:34:42estúdio habitável,
00:34:44o apartamento
00:34:45que eu morava inicialmente
00:34:46era um estúdio habitável.
00:34:47Quer dizer,
00:34:47eu morava ali,
00:34:48a ideia era morar 15 dias
00:34:50e 15 dias no Rio.
00:34:52Ou então uma semana aqui
00:34:53e três no Rio e tal.
00:34:54Acontece que veio a pandemia.
00:34:56Aí eu fiquei aqui.
00:34:57Ah, você ficou presa.
00:34:59E foi uma sucessão.
00:35:00Por que eu moro em São Paulo?
00:35:01Por causa de tudo isso,
00:35:02entendeu?
00:35:03Porque meu filho mora aqui,
00:35:04porque teve a pandemia,
00:35:05eu estava com o apartamento
00:35:06alugado, fiquei.
00:35:07Depois veio a minha neta,
00:35:08eu me apaixonei,
00:35:09claro, sou louca por ela.
00:35:11Aí eu não quero sair daqui,
00:35:12porque eu quero estar perto dela.
00:35:14Depois eu descobri
00:35:14que São Paulo é eficientíssimo.
00:35:16Aí eu gostei
00:35:17da eficiência paulista
00:35:18e me acostumei
00:35:20e estou aqui.
00:35:22E essa coisa,
00:35:23como é que você reagiu?
00:35:24Ah, bom, aí
00:35:25ainda tem mais uma
00:35:26da família Bolsonaro.
00:35:27Porque aí a Folha me provocou,
00:35:29eu falei,
00:35:29ah é?
00:35:30Estão me chamando de bolsonarista.
00:35:31Eu quero mesmo
00:35:32é conhecer a mãe
00:35:33quem criou
00:35:34essas criaturas.
00:35:35Essa entrevista eu vi.
00:35:36Esses três.
00:35:37Essa entrevista eu vi várias vezes.
00:35:40Porque ela criou sem o marido,
00:35:40porque o marido
00:35:41era deputado em Brasília.
00:35:42E ela não segurou a língua, né?
00:35:44Não, ela é danada.
00:35:46Ela é danada.
00:35:48A Rogéria Bolsonaro, né?
00:35:49Ela trabalhou com o Eduardo Paes,
00:35:51inclusive, né?
00:35:51Ela entende muito
00:35:52essa coisa de administração.
00:35:53Você sabe que ela encontrou
00:35:54o Eduardo Paes na minha casa?
00:35:56Mentira.
00:35:56Eu entrevistei o Eduardo Paes
00:35:57e era pra ele ter chegado,
00:35:59sei lá,
00:35:59duas horas da tarde,
00:36:01saído às três,
00:36:03e ela era pra chegar às três
00:36:04e sair às cinco.
00:36:05Ela chegou às duas e quarenta,
00:36:07o Eduardo tava dando entrevista,
00:36:08ela ficou esperando.
00:36:09Então, eles conversaram lá.
00:36:10Ela fala mesmo.
00:36:13Ela fala do Carlos,
00:36:13o Carlos briga, né?
00:36:14Ela fala no...
00:36:15Ela é muito divertida, assim.
00:36:17Um alcão, assim.
00:36:19É bem simpático,
00:36:20bem simpático,
00:36:21muito simpático.
00:36:21Eles foram todos
00:36:23muito simpáticos, entendeu?
00:36:25Mas os jornalistas,
00:36:26basicamente,
00:36:27as pessoas que fazem
00:36:29mais barulho, né?
00:36:30Da esquerda,
00:36:31ficaram com muita raiva de mim
00:36:32por causa disso.
00:36:33Você vê uma diferença?
00:36:34Eu acho que é por isso
00:36:35que eles ficaram com raiva.
00:36:36Uma diferença na sociedade,
00:36:38porque, por exemplo,
00:36:39é uma família
00:36:40que tá chegando ao poder
00:36:41e não quer dar entrevista.
00:36:43E, tipo,
00:36:43tinha uma coisa que...
00:36:44Não era todo lugar
00:36:45que eles estavam dando entrevista.
00:36:48Nos anos noventa,
00:36:49você conseguir essas entrevistas,
00:36:52você seria idolatrada
00:36:53pelos nossos pares jornalistas.
00:36:55Porque você conseguiu conversar
00:36:57com quem todo mundo
00:36:59queria conversar
00:36:59e não conseguia.
00:37:00É, levei Chico Buarque
00:37:02no estúdio,
00:37:03que era raríssimo,
00:37:05Julio Iglesias,
00:37:06Tom Jobim,
00:37:07meu Deus,
00:37:07como eu gostava
00:37:08de entrevistar o Tom.
00:37:09Tim Maia nunca faltou,
00:37:11sempre que marcou comigo foi.
00:37:13Mentira!
00:37:14Então eu dei muita sorte
00:37:15nesse sentido, né?
00:37:16Mas você tava fazendo agora
00:37:18a mesma coisa
00:37:18que você fazia antes.
00:37:19Sim, mas agora
00:37:20não pode mais,
00:37:21porque agora tem direita,
00:37:23esquerda, lado
00:37:23e você não pode gostar
00:37:25do lado de lá,
00:37:25o lado de cá
00:37:26não pode gostar
00:37:26do lado de cá.
00:37:27E agora eu te pergunto
00:37:28uma coisa,
00:37:29você que é comentarista política,
00:37:30isso vai acabar um dia?
00:37:32Vai.
00:37:33Vai voltar à normalidade?
00:37:34Porque eu me lembro
00:37:35que nos anos 80
00:37:36eu votei no Brizola
00:37:37e as minhas amigas
00:37:39ficaram furiosas comigo
00:37:40porque eu votei no Brizola.
00:37:42Eu sempre fui confusa
00:37:43nisso, as coisas.
00:37:45Eu queria votar no Brizola,
00:37:46não gostei dos outros candidatos,
00:37:48eu gostava.
00:37:48Eu fazia um trabalho
00:37:50pro ministro Paulo Renato
00:37:51em Brasília
00:37:51com umas entrevistas
00:37:54que ele distribuía.
00:37:56O ministro Paulo Renato
00:37:56foi o máximo, assim.
00:37:57Eu adorava ele.
00:37:58Eu adorava ele.
00:37:59Porque ele distribuía,
00:38:00ele deu um videocassete
00:38:02pra cada escola no Brasil
00:38:03e ele fez um...
00:38:05Eu fiz com ele,
00:38:06quer dizer,
00:38:07com ele,
00:38:07fiz pro MEC
00:38:08uma mesa redonda
00:38:09sobre todos os temas
00:38:11chamados temas transversais.
00:38:13Poluição, lixo, água,
00:38:14todas as questões,
00:38:15segurança,
00:38:16todas as questões do Brasil.
00:38:18E ele distribuía esse cassete
00:38:19pra todas as professoras
00:38:21do Brasil inteiro.
00:38:21Então, o que o MEC fazia?
00:38:23O MEC chamava as pessoas
00:38:24mais importantes nessa área,
00:38:28com o maior cabedal
00:38:29de conhecimentos,
00:38:30pessoas melhores,
00:38:31melhores profissionais.
00:38:32E eu fazia uma mesa redonda,
00:38:34tipo sem censura,
00:38:35sobre cada tema.
00:38:36E isso ia em videocassete,
00:38:39na fita cassete,
00:38:40para todas as escolas do Brasil.
00:38:41E as professoras do Acre,
00:38:44do Rio Grande do Sul,
00:38:45de qualquer lugar,
00:38:46poderiam acessar aquilo,
00:38:47no colégio,
00:38:48assistir e discutir com os alunos.
00:38:50Então, era uma iniciativa
00:38:52muito interessante.
00:38:53Só que eu voltava
00:38:53quinta-feira à noite pro Rio,
00:38:55no voo das sete da noite,
00:38:57vindo do Brasília,
00:38:57cheio de deputado.
00:38:59Entendeu?
00:39:00Então, eu encontrava o Brizola.
00:39:03E eu pedia,
00:39:04trocava de lugar.
00:39:05Tinha muita gente
00:39:05que não gostava do Brizola.
00:39:07Aí eu pegava,
00:39:07se ele estava sentado.
00:39:08Naquela época,
00:39:09não tinha essa coisa de hoje,
00:39:10né, também.
00:39:11É antes da pandemia,
00:39:13isso é séculos antes.
00:39:14Sim.
00:39:14Né, outro...
00:39:15Outro mundo.
00:39:16Outro mundo.
00:39:17Aí eu pedia pra trocar
00:39:18e ficava sentada
00:39:19do lado do Brizola.
00:39:20e perguntava coisas,
00:39:21assim, pra ele.
00:39:22E o garotinho?
00:39:23O que que vai acontecer?
00:39:24Ele é o seu sucessor?
00:39:25Sabe essas coisas?
00:39:26Eu aproveitava pra saber.
00:39:28Eu não tinha nada
00:39:28pra fazer com isso.
00:39:30Mas ele era simpático também.
00:39:31Mas eu gostava
00:39:32de conversar com ele.
00:39:33Ele era uma figuraça.
00:39:34Era uma figuraça.
00:39:35Contava histórias.
00:39:36É, muito...
00:39:36Falava mal dos outros.
00:39:37Era muito bom.
00:39:39Aí eu...
00:39:40Simpatecei pelo Brizola.
00:39:41Achei que ele ia fazer
00:39:42o CIEPES.
00:39:43Eu gostava do trabalho
00:39:44do Darcy Ribeiro.
00:39:45Eu era amiga da Vera Brandes.
00:39:46Uma grande figura de Brasília.
00:39:48Eu era muito amiga da Vera.
00:39:49e votei no Brizola.
00:39:52E eu me lembro
00:39:52que eu falava isso
00:39:53pras minhas amigas
00:39:54que eram contra o Brizola.
00:39:55E elas falavam
00:39:56Ai, argumentos, argumentos.
00:39:58Eu falava,
00:39:58não tem argumento.
00:39:59Eu vou botar nele e pronto.
00:40:00E a gente sentava e almoçava.
00:40:02E não tinha briga nenhuma.
00:40:03Não ficava resquício.
00:40:05Sim.
00:40:06E agora não.
00:40:06Agora você não pode falar nada.
00:40:08Que tudo vira uma encrenca,
00:40:09uma brigaiada.
00:40:10Eu...
00:40:11Sabe uma coisa que eu...
00:40:12Você odiada?
00:40:13Eu não sei.
00:40:13É muito ruim isso.
00:40:14Eu lembro muito assim...
00:40:15Muito ruim pra falar a palavra certa.
00:40:17E você tá falando isso
00:40:18das suas amigas.
00:40:19Na minha família,
00:40:21o meu pai
00:40:22foi do movimento sindical,
00:40:24Sindicato dos Bancários,
00:40:25ligado ao PT.
00:40:27O meu tio,
00:40:29Vitório Palmeira,
00:40:30ele foi fundador do CEE.
00:40:31Que era super favorável
00:40:35à ditadura militar.
00:40:36Dentro da...
00:40:37Eles dois
00:40:39pensavam radicalmente diferente.
00:40:43só que eles tinham um amor
00:40:46muito profundo
00:40:48um pelo outro.
00:40:50Eu...
00:40:50Esse meu tio
00:40:51é da família da minha mãe.
00:40:52E não é só coexistiam.
00:40:54Eram parceiros.
00:40:55Eram parceiros,
00:40:56se amavam,
00:40:57estavam lá junto com a gente.
00:41:00Cada um com a sua filosofia de vida.
00:41:03Mas eles estavam ali.
00:41:04Eu lembro,
00:41:04meu tio faleceu de câncer
00:41:06e ele não queria ficar no hospital.
00:41:07Ele precisava de uma cama mais alta.
00:41:08Meu pai,
00:41:09sabia fazer marcenaria,
00:41:10foi lá,
00:41:11fez uma cama especial pra ele.
00:41:13Isso era a nossa vida.
00:41:15Cada um tinha a sua ideologia,
00:41:16mas nós éramos livres pra ter.
00:41:19Hoje eu sinto que a gente não é livre.
00:41:21É livre pra...
00:41:23Nem pra amar
00:41:23e nem livre pra ter uma ideologia.
00:41:26Porque a sua ideologia
00:41:27rege tudo.
00:41:29É muito esquisito isso.
00:41:31Por isso que eu tenho medo.
00:41:32Eu acho que isso não vai acabar nunca.
00:41:34Você acha?
00:41:35Porque é muito difícil.
00:41:36Por exemplo,
00:41:36eu fui dezenas de vezes,
00:41:39ministro Fernando Lira,
00:41:41dezenas de vezes,
00:41:42teatro Casa Grande,
00:41:43no Rio de Janeiro,
00:41:43que era um palco
00:41:44da defesa,
00:41:46da anistia e tal.
00:41:48Eu continuo a favor da anistia.
00:41:50E as pessoas que foram anistiadas
00:41:51são contra a anistia.
00:41:53E aí eu fico pensando,
00:41:54o que vai acontecer?
00:41:55Mais, entendeu?
00:41:56O que que vai ser agora?
00:41:58Entendeu?
00:42:00É porque ficou uma coisa
00:42:02onde a pessoa acha
00:42:05que ela é moralmente superior
00:42:07à outra
00:42:08porque ela tem uma ideologia.
00:42:09É uma ideologia, é.
00:42:11Você tem razão.
00:42:11É isso mesmo.
00:42:12E acho que isso é o que está empagando.
00:42:14E isso é que eu tenho medo
00:42:14que isso acabe mal.
00:42:16Não acabe, entendeu?
00:42:17Mas, por outro lado,
00:42:18pela internet,
00:42:20você achou também
00:42:21um nicho
00:42:22que é fora disso daí.
00:42:24Hoje,
00:42:24o seu público de internet
00:42:25é super diversificado.
00:42:27Você fala de tudo
00:42:27que é tema.
00:42:27Eu falo de tudo.
00:42:29Realmente falo de tudo.
00:42:30E gosto de...
00:42:31Eu continuo gostando disso.
00:42:33Como eu gostava
00:42:33no Sem Cessura,
00:42:34como eu gostava
00:42:35no Jornal Hoje.
00:42:36Quando eu entrevistava
00:42:37as pessoas no Hoje também,
00:42:38às vezes,
00:42:38eu não gostava
00:42:39da música que elas faziam.
00:42:40ou do teatro
00:42:41que elas estavam fazendo
00:42:42ou das ideias
00:42:43que elas tinham.
00:42:44Mas eu continuava entrevistando.
00:42:45Não mudava nada pra mim.
00:42:47No Sem Cessura
00:42:48também não mudou nada.
00:42:49E agora,
00:42:50no YouTube,
00:42:51também não muda.
00:42:51Eu gosto muito do YouTube.
00:42:53Eu fiquei encantada
00:42:53com o YouTube
00:42:54como eu fiquei com a televisão
00:42:55quando eu conheci.
00:42:56Você sabe que...
00:42:57Eu não sabia nada de YouTube.
00:42:58Eu nem sabia
00:42:59que existia YouTube
00:42:59quando eu saí do Sem Cessura.
00:43:01Jura?
00:43:02Eu era uma zebra,
00:43:03assim, de YouTube.
00:43:04Você sabe que eu tenho
00:43:05uma conta de YouTube
00:43:06desde 2006.
00:43:08Mas eu não sabia
00:43:09usar o YouTube.
00:43:10Eu comecei no YouTube
00:43:15em 2017.
00:43:17E como que foi isso?
00:43:18Foi o Duda?
00:43:19O Duda que me levou
00:43:20pra mim.
00:43:20Ele falou assim...
00:43:21Eu acho que ele achou
00:43:22que eu ia pirar.
00:43:23Eu acho,
00:43:24sinceramente,
00:43:24isso.
00:43:25Que ele achou.
00:43:26Ela sempre trabalhou
00:43:27a vida inteira.
00:43:28Ela agora ficou sem contrato.
00:43:29Porque acabou meu contrato
00:43:30com a TV Brasil.
00:43:33E o então presidente
00:43:34da TV
00:43:35falou que ia renovar
00:43:36meu contrato.
00:43:37Falou até a véspera.
00:43:38Na véspera
00:43:39não renovou.
00:43:39Então foi bem traumático.
00:43:41Eu fiquei bem furiosa.
00:43:42Porque eu também
00:43:43sou visceral, assim, né?
00:43:44O Duda fala
00:43:45que eu sou mesmo
00:43:46uma desgovernada.
00:43:48É uma...
00:43:49Não tem aqueles temperamentos
00:43:50que o Ítalo Marcilli fala?
00:43:53Ah, eu sei,
00:43:54mas eu não sei o nome,
00:43:55Leda.
00:43:56Eu sou sanguínea, não.
00:43:59Eu vou lembrar.
00:43:59São quatro tipos.
00:44:01Eu sou um...
00:44:01Ele me disse que eu sou desgovernada.
00:44:03Então, porque eu sou desgovernada mesmo.
00:44:05Aí, o que que acontece?
00:44:06Ele falou,
00:44:06essa mulher vai pirar.
00:44:08É melhor arranjar um trabalho pra ela.
00:44:09Aí, ele falou,
00:44:10por que você não vai fazer o YouTube?
00:44:11Eu falei, mas eu nem sei o que que é isso.
00:44:13Não, mas é fácil.
00:44:13Você vai gostar.
00:44:14E eu fui e gostei.
00:44:15Aí, comecei a fazer entrevistas
00:44:16de 10, 15 minutos.
00:44:18Porque eu não podia ter
00:44:19mais de 15 minutos.
00:44:20Eu perdi coisas.
00:44:21Você não faz ideia.
00:44:23Cláudio Gimenez
00:44:24não dava entrevista
00:44:24pra ninguém.
00:44:25Foi na minha casa,
00:44:26gravei 15 minutos,
00:44:27sei lá, com ela.
00:44:28Um absurdo, entendeu?
00:44:29Um desperdício.
00:44:31Mas, enfim, gravei.
00:44:33Aí, tive a entrevista
00:44:34do Zeca Pagodinho,
00:44:35que ele fala do enterro
00:44:37e não sei o que.
00:44:38Ele adora enterro.
00:44:39Então, foi muito engraçado
00:44:40que a família dele gosta de enterro
00:44:41porque é animado e tal.
00:44:43E aí, fui fazendo o YouTube.
00:44:45Fui fazendo, fazendo.
00:44:46E aí, fui me apaixonando.
00:44:47E eu cada vez mais.
00:44:48E cada vez que estou mais apaixonada.
00:44:49Agora, estou fazendo dois podcasts
00:44:51com o Duda, meu filho,
00:44:52que é os empreendedores do Brasil
00:44:54e o Encontro de Gerações.
00:44:56E faço live.
00:44:57e faço entrevista
00:44:59e faço tudo
00:44:59e adoro
00:45:00e vou continuar fazendo
00:45:01até o fim dos dias.
00:45:03E como que é isso
00:45:04de trabalhar com o Duda?
00:45:07É estranho.
00:45:08É, então.
00:45:09Porque, assim,
00:45:09eu vejo que vocês têm
00:45:11um bom relacionamento.
00:45:12Temos.
00:45:12É uma boa história.
00:45:13Mas temperamentos diferentes.
00:45:15Totalmente diferentes.
00:45:16E aí, eu olho, Leda,
00:45:17o pessoal aqui na produção sabe.
00:45:19Formações diferentes.
00:45:20Não, assim,
00:45:20eu com meu filho tenho também.
00:45:22Eu tenho uma...
00:45:23Visões de mundo.
00:45:24Isso é que é louco, né?
00:45:25O meu filho,
00:45:27ele veio aqui.
00:45:28O Magal ficou falando
00:45:30não é possível
00:45:31que ele é seu filho.
00:45:34Porque ele é totalmente diferente.
00:45:35Porque é outro temperamento.
00:45:37Ele foi criado
00:45:38de outro jeito.
00:45:39É outra época.
00:45:40Outro tudo.
00:45:41É outro tudo.
00:45:42E eu fico imaginando
00:45:43como seria
00:45:44eu trabalhar com ele.
00:45:45Como que foi?
00:45:45Não sei, mas, olha,
00:45:47rolou uma...
00:45:48Uma química.
00:45:50Rola normal.
00:45:51É muito bom trabalhar com ele.
00:45:53Não é ruim, não.
00:45:53É muito bom.
00:45:54Ele é muito profício, assim.
00:45:55Ele é mais focado que eu.
00:45:57Ele quer fazer as coisas mais...
00:45:59Ele é muito rígido, assim.
00:46:00Eu sou mais voada, assim, sabe?
00:46:04Mais relaxada que ele.
00:46:06Ele entende essas coisas
00:46:07de marketing digital.
00:46:08Mas ele entende disso.
00:46:09Ele gosta disso.
00:46:10Ele gosta disso.
00:46:11Gosta de inteligência artificial.
00:46:13Gosta desses assuntos.
00:46:14mais que eu até...
00:46:15Agora eu estou gostando mais.
00:46:18Agora eu já estou...
00:46:19Você está indo.
00:46:20Estou mais encantada
00:46:21com essa área
00:46:21da inteligência artificial.
00:46:23Mas eu, antigamente...
00:46:24Eu resisto sempre.
00:46:24Eu sou capricórnio.
00:46:26Ascendente capricórnio.
00:46:27Falou em mudança,
00:46:28eu falo não.
00:46:30Mas, no fim,
00:46:31você abraça a mudança
00:46:32e está lá no meio.
00:46:33Mas, depois, eu abraço a mudança
00:46:33e caso com ela.
00:46:35E essa coisa de fazer
00:46:37os podcasts e tudo,
00:46:41para o jornalismo,
00:46:43eu acho que nos dá
00:46:44uma liberdade
00:46:46de não ter que passar
00:46:48pelo crivo
00:46:49do governo da vez
00:46:51ou do quem está
00:46:52na frente de uma emissora
00:46:53daquela vez.
00:46:55Você não fica...
00:46:56Você não fica presa.
00:46:57Não.
00:46:58Você pode navegar
00:46:59com muito mais facilidade,
00:47:01viver mais alegremente,
00:47:04fica mais à vontade,
00:47:05é mais relaxante.
00:47:07Gosto muito.
00:47:08E o Duda,
00:47:10como que ele fez
00:47:10a transição de carreira?
00:47:11Ele está com carreira artística?
00:47:14Ele faz tudo ao mesmo tempo.
00:47:15Ele lutou com o Popó.
00:47:16Ah, é verdade!
00:47:17E depois que ele lutou com o Popó,
00:47:18ele foi para a Amazônia,
00:47:19passou cinco noites,
00:47:20cinco dias na selva,
00:47:22fazendo fogo
00:47:23com dois gravitinhos,
00:47:25sei lá,
00:47:25fazendo mais o quê.
00:47:26Uma maluquice.
00:47:27Passou cinco dias lá,
00:47:28adorou.
00:47:29Uma expedição,
00:47:30uma experiência mesmo,
00:47:31dormir na rede,
00:47:32montar sua cabana,
00:47:34conviver com um monte de aranha.
00:47:36Enfim, adorou.
00:47:36Entendeu?
00:47:38Não, não!
00:47:39Não!
00:47:39Ao mesmo tempo,
00:47:40ele é íntimo do chat de GVT
00:47:42e do pessoal da Adapta,
00:47:44adora isso.
00:47:46Ao mesmo tempo,
00:47:46ele quer fazer o podcast,
00:47:47ao mesmo tempo,
00:47:48ele quer fazer cinema de ação.
00:47:50Então, ele continua,
00:47:52agora mesmo ele vai filmar,
00:47:53ele continua com a porção ator,
00:47:55mas voltada para esse segmento.
00:47:57Mas ele tem um lado empresário
00:47:59que é muito forte.
00:48:01Ele faz contato,
00:48:01ele gosta de,
00:48:03sabe,
00:48:04trabalhar coisas diferentes,
00:48:05coisas que ele acredita,
00:48:07suplementos que ele acredita,
00:48:10a questão da carne,
00:48:12ele é sócio de uma empresa,
00:48:13de uma churrasqueira
00:48:14que não faz fumaça dentro de casa,
00:48:15pode fazer dentro de casa
00:48:16que não faz fumaça,
00:48:18que é ad inox,
00:48:18porque ele acredita nisso.
00:48:20Enfim,
00:48:20ele gosta de se associar
00:48:22a coisas que ele acredita,
00:48:23do ponto de vista comercial,
00:48:25e gosta de entrevistar,
00:48:27e gosta de conversar,
00:48:28porque ele também é curioso.
00:48:30Sim,
00:48:30eu acho que tem um complemento
00:48:32muito interessante
00:48:34quando vocês estão juntos
00:48:36no tipo de pergunta.
00:48:39Você acha?
00:48:40Isso eu não saquei ainda, não.
00:48:41Eu saquei já,
00:48:42porque assim,
00:48:43o que eu vejo,
00:48:45o Duda sabe o que você vai perguntar.
00:48:48Se mandar o Duda te imitar,
00:48:50ele te imita.
00:48:51Ah, ele deve se imitar.
00:48:52O meu imita igual,
00:48:55igual,
00:48:56ele sabe como eu vou falar a coisa,
00:48:58porque eles acompanham a gente,
00:49:01a gente, a imagem...
00:49:02A gente criou ele.
00:49:03E ele encontra...
00:49:05Desde criancinho,
00:49:05que era vindo aqui.
00:49:06Não é,
00:49:07eles estão vendo,
00:49:08o meu nasceu no estúdio,
00:49:09o seu também, né?
00:49:10Imagina,
00:49:11ele está brincando de remédio,
00:49:13bonequinho,
00:49:13quietinho,
00:49:14assim,
00:49:14no pé do estúdio.
00:49:16Eu fazendo hoje,
00:49:17a canção de fazer...
00:49:17O meu também,
00:49:18eu tenho as fotos dele,
00:49:21deitado aqui,
00:49:22eu falando.
00:49:23É muito...
00:49:24Então,
00:49:24a pessoa aprende,
00:49:25sei lá o que acontece.
00:49:26Mas ele sabe o seu ritmo.
00:49:28Então,
00:49:29o que que eu vejo?
00:49:30O Duda não te rouba a pergunta.
00:49:32É,
00:49:33nós fazemos perguntas
00:49:34totalmente diferentes,
00:49:35realmente.
00:49:35Ele não rouba as suas perguntas,
00:49:37nunca.
00:49:37É,
00:49:38eu fico observando.
00:49:39É porque isso,
00:49:40quem é do ramo,
00:49:41observa.
00:49:41Tá aí,
00:49:41eu nunca observei isso,
00:49:43mas é uma boa sacada sua.
00:49:44É verdade,
00:49:45nunca me senti roubada.
00:49:47Não,
00:49:47porque não tem dupla
00:49:49que a gente vai fazer,
00:49:50que a pessoa te rouba a pergunta,
00:49:51que ela sabe que é a sua pergunta.
00:49:53Dá uma vontade de afogar.
00:49:54Aqui é bom que eu tô sozinha.
00:49:59Sou só eu que pergunto.
00:50:01Mas não tem ocasião,
00:50:02assim que você já tava com aquela pergunta.
00:50:04Ele não te rouba a pergunta.
00:50:05Ele não me rouba a pergunta.
00:50:06Boa sacada,
00:50:07acontece pra ele hoje.
00:50:08Ele vem sempre com uma visão
00:50:10complementar a sua.
00:50:12E eu acho isso muito bonito,
00:50:14porque isso mostra
00:50:15que pra ele você é o modelo.
00:50:18Porque ele podia querer
00:50:18se sobressair,
00:50:20ele podia querer ser o pavão ali,
00:50:22e não é uma parceria.
00:50:23Tomara,
00:50:23é uma parceria,
00:50:24realmente.
00:50:25E eu tô gostando muito
00:50:25dessa parceria.
00:50:26Por mim, continua.
00:50:28Eu gosto mesmo.
00:50:29Agora,
00:50:29ele faz muita coisa.
00:50:30Ele quer fazer muita coisa.
00:50:32É porque ele também é jovem.
00:50:34Quando é jovem,
00:50:35a gente quer fazer tudo, né?
00:50:37É.
00:50:37E ele tem uma gana mesmo,
00:50:40grande.
00:50:40É muito legal.
00:50:41Ele é bom de relacionamento também.
00:50:44Ele gosta de conhecer pessoas,
00:50:46de promover encontros,
00:50:48sabe?
00:50:49Promover,
00:50:50não sei se negócios,
00:50:53mais da ideia de a pessoa fazer isso,
00:50:56porque ela conhece aquele
00:50:57que vai dar isso.
00:50:58Ele é bom nessa costura,
00:50:59sabe?
00:51:00E isso é uma coisa fundamental.
00:51:02E aí eu quero falar...
00:51:03É uma coisa bem contemporânea,
00:51:04bem moderna, né?
00:51:05também.
00:51:06Sim.
00:51:07E ler da avó.
00:51:09Porque assim,
00:51:1098% do seu Instagram é zoe.
00:51:14Eu adoro.
00:51:15Eu realmente adorei essa história
00:51:17de ser avó.
00:51:18Eu não tinha ideia
00:51:19de que esse afeto seria tão forte,
00:51:21tão profundo
00:51:22e tão prazeroso.
00:51:25Eu acho que eu não sabia isso.
00:51:27Mas eu encontro gente
00:51:29que me dizia isso.
00:51:31e eu não acreditava muito, sabe?
00:51:34Eu achava que filho
00:51:35era o limite do amor.
00:51:37Eu achava que nada no mundo
00:51:39eu poderia amar mais
00:51:40do que o meu filho.
00:51:42Eu não sei se eu amo mais,
00:51:43mas eu amo tão intensamente
00:51:44quanto as oito.
00:51:45Entendeu?
00:51:46A minha neta é um...
00:51:48É um amor assim...
00:51:50Eu acho ela parecida comigo
00:51:52no jeito de falar,
00:51:53no jeito de pensar,
00:51:54na pronta resposta,
00:51:56sabe?
00:51:56Na coisa assim...
00:51:58Quer dizer,
00:51:58claro que pode ser da minha cabeça isso,
00:52:00né?
00:52:00Mas eu adoro ela,
00:52:03eu tenho uma afinidade enorme
00:52:05com ela.
00:52:05Gosto do jeito dela de...
00:52:08Até de dar ordem, sabe?
00:52:09Ela dá muita ordem,
00:52:10ela sabe muito.
00:52:12Ela tá naquela fase que
00:52:13seis anos pra sete,
00:52:14sabe muito, né?
00:52:15Ela acha que sabe muito.
00:52:18Mas é muito divertido.
00:52:19Eu gosto de conversar com ela.
00:52:21Gosto de trocar ideia.
00:52:22Gosto de comprar coisas
00:52:24que ela quer, sabe?
00:52:25De surpreender.
00:52:26Ela fala que é uma coisa,
00:52:28eu presto atenção,
00:52:29depois eu vou lá e compro.
00:52:30Ela adora.
00:52:31E ela vai escando.
00:52:32Quando ela abre,
00:52:33eu adoro.
00:52:34E você, no fim,
00:52:35acabou mudando pra cá
00:52:36pra ficar mais perto dela.
00:52:38Como é que foi isso?
00:52:39Eu mudei por causa...
00:52:40Bom, eu mudei pra fazer
00:52:41o meu canal aqui também.
00:52:44Depois é o tal do estúdio
00:52:46Obitável,
00:52:46que o Duda falava.
00:52:47Fica um pouco aqui,
00:52:48um pouco lá e tal.
00:52:49Aí veio a pandemia,
00:52:49eu fiquei aqui direto.
00:52:51E aí fui ficando.
00:52:52De São Paulo é isso, né?
00:52:52Você vai ficando,
00:52:53vai ficando.
00:52:53Onde você vê,
00:52:54você tá instalado em São Paulo.
00:52:55É.
00:52:56Não consegue mais mudar
00:52:57em outro lugar.
00:52:58É mais ou menos isso.
00:52:59Eu vou ao Rio,
00:52:59adoro o Rio.
00:53:01Adoro.
00:53:01Mantenho meu apartamento lá.
00:53:04Acho lindo.
00:53:04Porque o Rio é lindo.
00:53:06É lindo.
00:53:07É tudo lindo.
00:53:08Entendeu?
00:53:08É um prazer.
00:53:09Meus amigos da vida inteira
00:53:11também estão lá,
00:53:12entendeu?
00:53:13Eu tive que...
00:53:13Tô tendo que fazer aqui amigos.
00:53:16E depois de uma certa idade,
00:53:17você já plastificou
00:53:18sua caderneta de telefone, né?
00:53:19Então, é complicado.
00:53:23Você não faz meus amigos
00:53:24que nem antigamente, né?
00:53:25Amigos de 40 anos, 50 anos.
00:53:27Você não vai refazer agora.
00:53:29Então, aqui é tudo mais recente,
00:53:31é tudo mais novo,
00:53:32é tudo mais...
00:53:34É tudo diferente.
00:53:36Eu adoro o Rio.
00:53:37Mas eu vou lá, me divirto,
00:53:39eu sou feliz,
00:53:40vejo meus amigos,
00:53:41fico um tempinho, volto.
00:53:43Mas sinto falta daqui.
00:53:44Eu fico dividida.
00:53:45Agora eu sou uma mulher dividida.
00:53:46Você também, eu amei.
00:53:47Agora, com essa coisa de organizar,
00:53:49o seu filho casou
00:53:50com uma moça
00:53:51que foi muito famosa.
00:53:53Como é que é o peso
00:53:55desse tipo de fama
00:53:57que a Sabrina Sato
00:54:00tem nessa dinâmica familiar?
00:54:01Ou isso vocês não têm esse peso?
00:54:04A Sabrina é um fenômeno, né?
00:54:05Ela é um fenômeno.
00:54:06É uma coisa absurda.
00:54:07Não tem parâmetro.
00:54:08Eu descobri que as mulheres
00:54:09todas no mundo
00:54:10querem ser Sabrina.
00:54:12É um negócio impressionante.
00:54:13É um negócio impressionante.
00:54:14É impressionante.
00:54:14Como elas querem todas
00:54:15ser Sabrina.
00:54:17Algumas dizem,
00:54:18outras não,
00:54:19outras escondem,
00:54:20mas, sabe,
00:54:21é muito latente isso.
00:54:24A Sabrina é um barato.
00:54:25É um fenômeno.
00:54:27É um motor, assim, sabe?
00:54:29Ela alavanca tudo
00:54:30que ela toca.
00:54:32E ela toca milhões de coisas
00:54:33ao mesmo tempo.
00:54:35E houve momentos, assim,
00:54:37que eu mesmo
00:54:37me ficava assustada com isso.
00:54:39Por exemplo,
00:54:40no banheiro do aeroporto.
00:54:41Eu me lembro uma vez
00:54:41que eu entrei
00:54:42no banheiro do Santos Dumont
00:54:43e escutei as mulheres
00:54:44da Olimpíada.
00:54:44falando, olha a sogra
00:54:45da Sabrina Sábia.
00:54:49Ninguém tinha me identificado
00:54:51assim até então, entendeu?
00:54:52Você era a sogra da Sabrina Sábia.
00:54:56Aí eu vivi um tempo
00:54:57sendo a sogra da Sabrina Sábia.
00:54:59Aí outro dia
00:55:00eu estava numa consulta,
00:55:01uma teleconsulta,
00:55:02com o médico.
00:55:03Eu fiquei até meio brava
00:55:05com a moça.
00:55:06A secretária dele do lado
00:55:07falou assim,
00:55:08ah, eu sei quem é você.
00:55:09você era a sogra
00:55:12da Sabrina Sábia.
00:55:13Eu falei, poxa,
00:55:14eu vou fazer 50 anos
00:55:15de carreira
00:55:15o ano que vem.
00:55:17Deu a sua televisão.
00:55:19Isso é isso.
00:55:20E a pessoa identifica
00:55:21até hoje, né?
00:55:23Mesmo depois
00:55:23da separação deles,
00:55:25a Sabrina já casada
00:55:25com o Nícron e tudo.
00:55:27E a sogra da Sabrina Sábia
00:55:29sempre é a força
00:55:30da Sabrina, né?
00:55:31É impressionante.
00:55:32É uma força,
00:55:32é uma máquina,
00:55:33é uma coisa impressionante.
00:55:34E também é muita gente
00:55:37em volta,
00:55:38o trabalho dela
00:55:39que tem a coisa
00:55:40do influencer também,
00:55:42é muita gente
00:55:43em volta também
00:55:44dentro de casa, né?
00:55:45É, é uma máquina,
00:55:46uma família inteira.
00:55:47É uma loucura tudo.
00:55:49Agora você,
00:55:50eles são muito amigos,
00:55:52são muito unidos, né?
00:55:53Então,
00:55:54é bonito de ver,
00:55:55sabe?
00:55:56É bonito.
00:55:57E eu vejo também,
00:55:58você coloca fotos,
00:55:59às vezes de ocasiões,
00:56:00aniversários,
00:56:02natais.
00:56:03é um exemplo
00:56:04de harmonia ali, né?
00:56:06É, mas eu acho
00:56:07que tem que ser
00:56:07pela Zoe, né?
00:56:09O pai da Sabrina
00:56:09falou isso,
00:56:10me escreveu um dia isso,
00:56:12que a gente sempre será,
00:56:13é, é,
00:56:15sempre será próximo,
00:56:17não me lembro
00:56:17a palavra que ele usou,
00:56:18por conta da Zoe,
00:56:19em função da Zoe.
00:56:20E é verdade, né?
00:56:22O Duda é um super pai
00:56:23também,
00:56:24e a Zoe ama o Duda
00:56:26como ama,
00:56:27a Sabrina como ama,
00:56:28o avô como ama,
00:56:29a outra avó como ama,
00:56:29me ama,
00:56:30é tudo muito misturado, né?
00:56:32Então a gente tem que saber
00:56:34conviver também, né?
00:56:36Sim.
00:56:37E a gente não vai deixar
00:56:38a briga entrar nesse abarato,
00:56:39não entrou e não vai entrar,
00:56:40entendeu?
00:56:41E você também,
00:56:42essa sua função de avó,
00:56:46você não é uma,
00:56:47como a gente fala,
00:56:47avó de Instagram,
00:56:48que só tira fotos,
00:56:49você cuida.
00:56:50Eu sou mãe do filho,
00:56:52então é uma avó
00:56:53que fica mais distante
00:56:54por natureza.
00:56:55Você tem menino também, né?
00:56:57Tenho, tenho.
00:56:57Então você vai ver isso.
00:56:59A mãe da mãe
00:57:01sempre é mais próxima.
00:57:02É verdade.
00:57:03É verdade.
00:57:03Porque quando você está
00:57:04no aperto,
00:57:05você não vai chamar
00:57:05sua sogra,
00:57:06você vai chamar sua mãe.
00:57:07É óbvio.
00:57:08É óbvio.
00:57:09Então é óbvio
00:57:09que tem uma diferença.
00:57:11Mas essa diferença
00:57:12também não chegou
00:57:13a prejudicar, entendeu?
00:57:15Não está prejudicando.
00:57:16Eu acho que a Zoe
00:57:17é muito inteligente,
00:57:18ela faz essa...
00:57:19Ela não leva e traz,
00:57:20entendeu?
00:57:21Ela vive lá
00:57:22e vive aqui
00:57:23e vive ali,
00:57:24ela tem regras lá
00:57:25e ela tem regras aqui.
00:57:26O Duda é muito rígido,
00:57:28bastante rígido
00:57:28com alimentação,
00:57:30com rótulo de coisa.
00:57:32Ele tem regras.
00:57:33Ele fala, é,
00:57:34primeiro a proteína
00:57:35e depois a porcaria.
00:57:36E ela repete isso,
00:57:37e ela não come
00:57:38a porcaria antes da proteína
00:57:40de jeito nenhum,
00:57:41entendeu?
00:57:42Mesmo que eu,
00:57:43às vezes,
00:57:44outro dia eu estava jantando
00:57:45comigo lá em casa,
00:57:46só eu e ela.
00:57:46Eu falei,
00:57:47Zoe, não tem...
00:57:49A carne está congelada.
00:57:51Aí ela falou,
00:57:52bota no microondas,
00:57:53porque como é que eu vou
00:57:54comer sem proteína?
00:57:55Eu falei, é,
00:57:55tem razão.
00:57:56Bota no microondas.
00:57:57Ela me dá umas ordens,
00:57:59assim, entendeu?
00:57:59Se eu me atrapalho
00:58:00na coisa,
00:58:01ela vai lá e me manda,
00:58:02porque ele tem
00:58:03essas regras
00:58:04e ela segue as regras.
00:58:06Aí tem uma regra
00:58:06de vitamina K,
00:58:08de sol,
00:58:09de atividade física,
00:58:11ele é muito rígido nisso.
00:58:12Ele...
00:58:13E de onde que ele tirou isso?
00:58:15Dele mesmo.
00:58:16Dele mesmo?
00:58:16Porque o meu é que não foi.
00:58:17Ai, o meu também é assim,
00:58:19Lenda, que inferno.
00:58:20O meu é que não foi.
00:58:21Sinto muito.
00:58:22Mas eu não tenho
00:58:23essa simpatia.
00:58:24É um exercício físico.
00:58:25Aquelas receitas fitness.
00:58:29Receitas fitness.
00:58:31Que tem que ir um pó disso.
00:58:33Ou não sei o que.
00:58:34Eu fico pra...
00:58:35Tem que fazer tudo.
00:58:36Eu adoro fazer bolo.
00:58:37Aí ele vira pra mim e fala,
00:58:38bota um whey nesse bolo.
00:58:39Aí eu boto,
00:58:40o bolo fica mais seco.
00:58:41Eu falo,
00:58:41Damiana,
00:58:41eu sei o whey.
00:58:42Acabou com o bolo.
00:58:43Não, o meu também fala.
00:58:44Não, porque o whey fica igual.
00:58:46Não fica igual.
00:58:48Não fica.
00:58:49Eu agora vou fazer...
00:58:50Eu tô desenvolvendo...
00:58:51Eu tô tentando fazer um bolo.
00:58:53Tô igual a Cláudia.
00:58:54Cláudia Arreia aqui, gente.
00:58:56Igual a Cláudia não,
00:58:57porque ela é uma artista do bolo.
00:58:58Ela é uma escultora do açúcar.
00:59:00Vou trazer ela qualquer dia
00:59:01aqui com os bolos todos.
00:59:03Eu faço bolo redondo.
00:59:04Bolo de buraco no meio.
00:59:05Bolo de café da tarde,
00:59:07café da manhã.
00:59:07Não é um bolo requintado como o dela.
00:59:10Mas eu fico desenvolvendo coisas.
00:59:12Então, assim,
00:59:13comprei uma massa de aipi na feira
00:59:15e aí tô tentando fazer esse bolo
00:59:18ficar mais leve.
00:59:20E aí eu fico nessa batalha, entendeu?
00:59:22Da batalha de tornar mais leve,
00:59:24apesar de doer.
00:59:26Aí eu boto mais leite de coco,
00:59:28mais creme de leite
00:59:29pra ver se eu compenso.
00:59:30Eu fico nessa busca.
00:59:32Mas eu sempre buscando
00:59:33uma coisa sem glúten,
00:59:35uma coisa com farinha de amêndoa.
00:59:37Eu tô sempre buscando
00:59:38uma receita que também
00:59:39atenda ao Duda, entendeu?
00:59:41Eu tô nessa também.
00:59:42O meu tem só 14.
00:59:44Ah, meu amor.
00:59:45O meu tem 42.
00:59:46Imagina, eu ainda tenho muito.
00:59:48Agarde, você tem muito.
00:59:49Eu tenho muita receita.
00:59:50Leia todos os rótulos
00:59:52uma vez, imediatamente.
00:59:53Eu tô usando óculos de leitura.
00:59:57Eu vou ao mercado com ele.
00:59:59Ah, porque tem que ler
01:00:00todos os rótulos.
01:00:01Tem que ler todos os rótulos.
01:00:03Então, eu fico naquele
01:00:04tira e põe de óculos.
01:00:06Eu não aguento mais.
01:00:08Porque tem que ler tudo, né?
01:00:10É assim mesmo.
01:00:10Mas também, no fim,
01:00:11a gente aprende.
01:00:12Mas é muito bom isso também, né?
01:00:13Porque a gente vai
01:00:13ficando mais saudável, né?
01:00:15Não, eu aprendi coisas assim,
01:00:16por exemplo,
01:00:17às vezes tem iogurte,
01:00:19que são os dois iogurtes iguais,
01:00:20os dois desnatados,
01:00:22não sei o quê.
01:00:22Um tem o dobro de caloria
01:00:23do outro.
01:00:24Eu não sabia isso.
01:00:24Eu tenho o dobro de aditivos.
01:00:26De aditivo,
01:00:26eu não sabia essas coisas.
01:00:27É impressionante.
01:00:28Eu não sabia
01:00:28de que tenha tanto aditivo
01:00:29no mundo.
01:00:30Eu tô aprendendo também.
01:00:33Eu tô aprendendo todo dia.
01:00:34Mas é bom pra saúde,
01:00:35é bom.
01:00:36Leda, você não tem...
01:00:38Você continua,
01:00:40mesmo com o cancelamento,
01:00:41com não sei o quê,
01:00:42sem preconceito nenhum
01:00:43de aprender,
01:00:45de novidades,
01:00:45de nada.
01:00:46Pra você,
01:00:46essa é a beleza.
01:00:47Eu não vou conseguir
01:00:48me amargar,
01:00:48me deixar amarga.
01:00:49Eu fiquei, no começo,
01:00:50eu já fiquei muito chateada
01:00:52com esse cancelamento,
01:00:53com crítica.
01:00:54Porque eu não tava acostumada
01:00:55com crítica.
01:00:55Na televisão,
01:00:56eu tava plena,
01:00:58entendeu?
01:00:59Eu comecei a ter críticas
01:01:00no Twitter,
01:01:02no atual X,
01:01:04que ali é duro, né?
01:01:05Tá colando.
01:01:06Ali eu realmente,
01:01:07de vez em quando,
01:01:08eu entro,
01:01:08mas eu não participo muito,
01:01:10não.
01:01:11Eu só reposto
01:01:12alguma coisa
01:01:13que eu realmente acredito,
01:01:15mas eu passei a...
01:01:17E eu botei uma coisa fixa,
01:01:19dizendo,
01:01:19olha,
01:01:19eu sou entrevistadora,
01:01:20eu não sou censora,
01:01:21eu não vou ficar censurando pessoas.
01:01:23Eu pergunto coisas,
01:01:24a pessoa responde.
01:01:25Não gostou?
01:01:26Dane-se.
01:01:26Troca de canal,
01:01:27entendeu?
01:01:27Porque eu não vou mudar.
01:01:29Isso eu não vou mudar mesmo.
01:01:31Sabe?
01:01:31Eu vou sempre dar a palavra...
01:01:32Se eu convidei a pessoa pra falar,
01:01:34eu tenho que deixar ela falar.
01:01:35Se eu for convidá-la
01:01:36pra discutir com ela,
01:01:37eu não vou fazer isso.
01:01:39Então,
01:01:39eu vou continuar mesmo.
01:01:41Apanho.
01:01:41Quando eu apanhava muito
01:01:43no começo,
01:01:43eu ficava meio chateada.
01:01:45Ficava mesmo.
01:01:46Já fiquei muitas vezes chateada.
01:01:48Mas agora eu não fico mais.
01:01:49Também queria uma casca.
01:01:50Sabe?
01:01:51Eu também tive essa fase,
01:01:54porque quando...
01:01:56Acho que xingar nem é o...
01:01:58Não xingar...
01:01:59Me xingam de quê?
01:02:00De velha,
01:02:01de caquética,
01:02:02de bolsonarista.
01:02:04Não, mas me xingam de velha
01:02:05desde que eu tinha 35.
01:02:06Mas não é uma gente chata.
01:02:07Velha, gorda...
01:02:09Nem tem o telefone do Bolsonaro,
01:02:10nem vou na casa dele.
01:02:12É, porque...
01:02:12Mas sabe o que eu acho que é?
01:02:14Eles abrem um canal
01:02:15que eles só entrevistam
01:02:16os amigos deles,
01:02:17porque eles não têm acesso
01:02:18a ninguém.
01:02:19Então, quando eles veem
01:02:20a gente entrevistando
01:02:22um político muito famoso,
01:02:23eles imaginam que...
01:02:24Acho que tem um pouco
01:02:25de inveja também, né?
01:02:26Eu acho.
01:02:27Eu acho que tem.
01:02:27Eu acho que tem.
01:02:29Inveja,
01:02:30sensação de poder.
01:02:32Eu vou atingir ela.
01:02:33Olha quem eu estou atingindo.
01:02:35Mas sabe que no começo...
01:02:36Mas eu não vou responder.
01:02:37Isso eu nunca respondi.
01:02:38Nem vou responder.
01:02:39Eu tive ameaça.
01:02:41A gente foi seguindo na rua.
01:02:44Eu acho que não.
01:02:45Mas o pior episódio da minha vida
01:02:46nem foi ligado ao Bolsonaro.
01:02:48O que me assustou mais
01:02:49foi um dia que eu...
01:02:51Mas idiotamente.
01:02:53De manhã.
01:02:54Acordei de manhã.
01:02:55Fiz meu café.
01:02:56Estou lá.
01:02:56Eu sempre tomo café preto.
01:02:58Faço café.
01:02:58Fico tomando café preto
01:02:59um tempo, assim.
01:03:01Depois acabou.
01:03:01Uma hora eu vou comer,
01:03:02mas não é na hora que eu acordo.
01:03:04E aí eu estava lá
01:03:05tomando meu café
01:03:05e comecei a ler o Twitter
01:03:06e comecei a ver
01:03:07que o Bretas,
01:03:09o juiz Bretas,
01:03:12estava escrevendo.
01:03:12Ah, quando eu era criança,
01:03:14eu trabalhei na loja do meu pai.
01:03:16Era um Twitter pessoal dele.
01:03:18Uma coisa assim,
01:03:19uma declaração,
01:03:20uma confissão,
01:03:21uma declaração.
01:03:23Aí eu falei,
01:03:24ah, eu também.
01:03:24Trabalhava no armazém do meu pai,
01:03:26chegava do colégio
01:03:27e ficava no armazém do meu pai.
01:03:29E sempre eu fazia entregas
01:03:31perto do armazém e tal.
01:03:33E me solidarizei
01:03:34e contei a minha história.
01:03:36Menina.
01:03:36Eu contei essa história
01:03:38e fui para um jogo.
01:03:39Eu adoro futebol.
01:03:41É uma coisa que eu adoro.
01:03:42Era um campeonato desses,
01:03:43sei lá,
01:03:44Libertadores,
01:03:44o campeonato final
01:03:45do Campeonato Brasileiro,
01:03:46uma coisa importante.
01:03:47E a gente foi assistir
01:03:48esse jogo na casa
01:03:49de um amigo do Duda,
01:03:50longe.
01:03:51Longe,
01:03:51que eu falo,
01:03:51deve ser em Alphaville,
01:03:53Cotia,
01:03:53uma coisa assim.
01:03:54E eu não vi mais Twitter,
01:03:56não vi mais o telefone.
01:03:58Aí vi o jogo,
01:03:58acabou o jogo,
01:03:59a gente voltou.
01:03:59Quando eu cheguei em casa,
01:04:01às sete horas da noite,
01:04:02oito horas,
01:04:02eu olhei.
01:04:04Eu era a favor,
01:04:05segundo o Twitter,
01:04:07da...
01:04:08Eu defendia
01:04:09que crianças
01:04:10perdessem as digitais
01:04:12descascando castanha.
01:04:14Oi?
01:04:14Eu falei,
01:04:15eu nem sabia
01:04:15que tinha criança
01:04:16que eu descascava castanha.
01:04:17Começa aí, entendeu?
01:04:19Mas eu apanhei muito,
01:04:20porque eu falei
01:04:22que eu trabalhei na infância.
01:04:24Então,
01:04:24eu fiquei,
01:04:25eles me colocaram
01:04:26como defensora
01:04:27do trabalho escravo infantil.
01:04:29Aí,
01:04:29realmente,
01:04:30eu apanhei muito.
01:04:31Apanhei muito.
01:04:32Isso me chateou muito,
01:04:33porque era a minha história,
01:04:34é o armazém do meu pai,
01:04:35é a minha infância,
01:04:36é a minha...
01:04:37Sabe?
01:04:37Não é nem adolescência, não.
01:04:39É infância mesmo,
01:04:40pré-adolescência,
01:04:41que foi essa história.
01:04:43E eu fiquei muito magoada,
01:04:44sabe?
01:04:44Porque era a minha história,
01:04:46a minha vida, sabe?
01:04:47Numa família árabe,
01:04:48é assim que funciona.
01:04:49A gente trabalha junto,
01:04:51entendeu?
01:04:51Eu fiquei muito ofendida.
01:04:54Depois, é claro,
01:04:55elaborei isso e tal,
01:04:56mas demorei.
01:04:57Fiquei triste mesmo.
01:04:58E apanhei muito,
01:04:59mas apanhei muito.
01:05:00Apanhei de gente de esquerda
01:05:02me ligar para dizer
01:05:03para não ficar chateada.
01:05:04Assim,
01:05:05gente que estava me cancelando antes
01:05:07ou que estava meio magoado comigo,
01:05:09de tanto que eu apanhei.
01:05:10Porque eu apanhei injustamente.
01:05:11Em nenhum momento,
01:05:12eu nem sabia que tinha criança
01:05:14descascando castanha,
01:05:16ou catando castanha,
01:05:17ou colhendo castanha.
01:05:18Nada parecido com isso.
01:05:20E eu não sou a favor
01:05:21do trabalho escravo infantil,
01:05:22de jeito nenhum.
01:05:23Eu estou falando da minha infância,
01:05:24eu não tinha nada de escravo,
01:05:26eu estava no colégio ótimo.
01:05:27Depois do colégio,
01:05:29eu fazia isso.
01:05:31Olha, foi horrível.
01:05:32Mas tudo bem, passa.
01:05:33Leda, a gente aprendeu a lidar,
01:05:35né, com esse feedback.
01:05:37Teve que aprender a lidar
01:05:39na paulada.
01:05:40Eu queria para a gente encerrar
01:05:41que você deixasse
01:05:42uma dica, um conselho
01:05:45para quem está começando agora.
01:05:46Algum conselho
01:05:47que você acha que teria sido útil
01:05:49se você tivesse recebido
01:05:51no começo.
01:05:53Eu não recebi esse conselho,
01:05:55mas eu daria esse conselho,
01:05:56que é o seguinte,
01:05:56acredite no seu sonho,
01:05:58porque eu acreditei no meu.
01:06:00Eu tinha tudo
01:06:01para dar errado, né?
01:06:02Uma mulher,
01:06:04uma menina
01:06:05de Juiz de Fora,
01:06:06no interior de Minas,
01:06:07que o jornal tinha quatro páginas,
01:06:09Diário Mercantil, quatro,
01:06:10Diário da Tarde, quatro.
01:06:11E eu queria ser jornalista,
01:06:13eu queria escrever no jornal,
01:06:14eu queria mudar o mundo, né,
01:06:15sendo jornalista,
01:06:16porque é isso que a gente quer
01:06:17quando a gente escolhe ser jornalista.
01:06:19E não mudei o mundo,
01:06:20mas sou feliz na minha profissão,
01:06:22adoro o de ser jornalista,
01:06:23adoro trabalhar nisso,
01:06:26entrevistar pessoas,
01:06:27esse que é o meu barato,
01:06:28sabe?
01:06:29E eu adorei ter vindo aqui,
01:06:30porque eu me senti super à vontade,
01:06:32porque eu fico sempre muito tensa
01:06:34com a entrevista,
01:06:34e eu fiquei muito feliz,
01:06:35muito obrigada.
01:06:37É um papo maluco,
01:06:39maravilhoso.
01:06:40A Leda Nagli,
01:06:42Leda Nagli,
01:06:43disse que a entrevista bem.
01:06:46Acabou.
01:06:47É claro.
01:06:48Ela quer ouvir isso,
01:06:49ela entrevistou muito bem,
01:06:50parabéns.
01:06:52Não, foi muito bom,
01:06:52foi um clima ótimo,
01:06:54foi muito bom,
01:06:55adorei tudo.
01:06:56E é isso aí,
01:06:57acredite no seu sonho,
01:06:58vá fundo nele,
01:06:59porque eu estou indo fundo
01:07:00nesse sonho do YouTube agora.
01:07:02E eu acho que a gente vive disso,
01:07:04a gente vive do sonho,
01:07:05de realizar sonhos.
01:07:06Exatamente.
01:07:07Cada um tem o seu momento,
01:07:08agora eu sou mãe,
01:07:09agora eu sou avó,
01:07:11agora eu sou youtuber,
01:07:12ou geriatuber,
01:07:13como você preferir.
01:07:15Leda, muito obrigada.
01:07:17Foi muito bom,
01:07:17muito obrigada mesmo.
01:07:18Não tenho nem o que te agradecer
01:07:19você ter vindo aqui.
01:07:20Eu que te agradeço,
01:07:21obrigadíssimo.
01:07:22Portanto, Leda Nagli,
01:07:24encerrando aqui o seu domingo,
01:07:25para você começar a sua semana sonhando.
01:07:28E acabou a nossa conversa,
01:07:30que eu tenho certeza
01:07:31de que você está levando
01:07:32alguma coisa de inspiradora
01:07:34para a sua vida,
01:07:35depois de assistir o Lado A.
01:07:38Todo domingo,
01:07:39às cinco da tarde,
01:07:40a gente tem um encontro marcado.
01:07:41Você não pode perder de jeito nenhum.
01:07:43Já deixa para mim o seu like,
01:07:44se inscreve no canal
01:07:45e vamos lembrar aqui
01:07:47dos nossos patrocinadores.
01:07:49Você sabia que a Madeleine
01:07:50já foi professora de inglês?
01:07:53Pois ela já foi professora de inglês.
01:07:54Muito louco isso, né?
01:07:56Então, ela sabe a importância
01:07:57que essa língua tem para você,
01:07:59como ela pode abrir portas,
01:08:01como você pode viajar
01:08:02com mais tranquilidade,
01:08:03você pode ter acesso
01:08:04a informações muito mais legais,
01:08:06você pode evoluir
01:08:07na sua carreira acadêmica,
01:08:09profissional.
01:08:09Ela sabe de tudo isso,
01:08:10então é por isso
01:08:11que a gente tem aqui
01:08:12o orgulho de ter essa parceria
01:08:14com a Madeleine,
01:08:15um preço especial para você
01:08:17que está aqui assistindo esse vídeo.
01:08:18Clica no link que você está vendo aí
01:08:20e aproveita essa promoção agora.
01:08:22Aproveita e vem para o melhor curso
01:08:23de inglês online do Brasil.
01:08:25Bora!
01:08:27Acabou!
01:08:27Mas eu tenho certeza
01:08:28que você vai levar coisas
01:08:30dessa conversa
01:08:32para fazer a sua semana melhor.
01:08:34Muitíssimo obrigada
01:08:35pela sua participação aqui,
01:08:37vocês que comentam no chat
01:08:39que são muito importantes.
01:08:41Deixa a sua curtida,
01:08:42verifica se já está inscrito
01:08:43no canal do Antagonista.
01:08:45Se ainda não estiver,
01:08:46se inscreva e toque o sininho.
01:08:48Eu estou com você
01:08:48no Narrativas Antagonista
01:08:50de segunda a sexta-feira,
01:08:51às 5 horas da tarde.
01:08:52E agora a gente tem um encontro
01:08:53aos domingos,
01:08:55Lado A,
01:08:56às 5 da tarde.
01:08:57Vou ficando por aqui,
01:08:58volto com Lado A
01:08:59no domingo que vem
01:09:00e com Narrativas amanhã.
01:09:03Beijo para vocês!
01:09:04Tchau, tchau, tchau, tchau!
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