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Lula disse nesta segunda-feira, 13, em coletiva em Roma, que não quer um "amigo", mas um "ministro" para a vaga aberta no STF, em razão da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.

O petista afirmou que vai buscar indicar uma pessoa "gabaritada" e “com função de cumprir a Constituição brasileira".

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00Lula disse nesta segunda-feira 13 que não quer um amigo, mas um ministro para a vaga aberta no STF
00:06em razão da aposentadoria antecipada de Luiz Roberto Barroso.
00:09O petista afirmou que vai buscar indicar uma pessoa gabaritada e com função de cumprir a Constituição brasileira.
00:15Vamos acompanhar a declaração dada durante o coletivo em Roma, na Itália.
00:18Existe aí uma grande expectativa pelo seu retorno ao Brasil e o anúncio para o Supremo.
00:24Eu quero saber se o senhor já tem o nome definido, qual o perfil do próximo ministro ou ministra, né?
00:30Qual a mulher o senhor está considerando?
00:32No Brasil, uma coisa muito interessante é que as pessoas acham que as pessoas podem decidir pelo governo.
00:43Em vez de indicar o ministro da Suprema Corte ou uma ministra, é uma tarefa eminentemente do poder da República.
00:50O que foi precipitado, que não estava previsto, foi o ministro Barroso se afastar com tanta rapidez.
01:00Eu imaginava que ele ia se afastar, mas eu imaginava que fosse demorar um pouco mais.
01:06Ora, na hora que ele se afastou, eu agora vou pensar quem indicar e como indicar.
01:11Eu quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco, eu quero uma pessoa que seja, ante de tudo, uma pessoa gabaritada para ser ministro da Suprema Corte.
01:24Eu não quero um amigo.
01:25Eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira.
01:33É essa a qualidade que eu quero.
01:35É essa.
01:36A única que eu quero é isso.
01:37E foi assim com todos os ministros que eu indiquei até agora, ou as ministras, e vai continuar sendo assim.
01:43Quando eu chegar no Brasil, eu vou conversar com muita gente no meu governo e vou tomar uma decisão e anunciar quem é que eu vou mandar para ser promulgado pelo Senado.
01:56Olha, a gente está às vésperas de acontecer algo que tem efeito duradouro no Brasil, na República, na sociedade, inclusive, porque os ministros do STF têm muito poder e ficam lá por muito tempo.
02:11O Jorge Messias está com 45 anos.
02:14Se ele for indicado, o atual advogado-geral da União, que está no cargo por indicação do próprio Lula, ele vai passar 30 anos no Supremo Tribunal Federal.
02:23Então, não é uma decisão para ser ignorada, para ser avaliada de uma maneira rápida.
02:30É para estimular o Senado Federal a exercer o seu papel, que tem exercido muito pouco.
02:37A gente viu exercer outro dia, numa raridade, evitando a aprovação da PEC da blindagem, que tinha sido aprovada na Câmara dos Deputados.
02:47Tomara que continue assim. Não tenho grandes expectativas, mas é hora de filtrar a indicação para o Supremo Tribunal Federal.
02:54Luiz Roberto Barroso, em que pesem as suas questões pessoais, etc., com a saída do Supremo Tribunal Federal, entregou o STF ao Lula.
03:03Aí você vai me dizer, ah, Felipe, mas já está entregue há muito tempo. Não, mas entregou um pouco mais.
03:09Entregou um pouco mais.
03:11O Barroso poderia ter uma avaliação de cenário, poderia pensar no futuro do país e entender que o Lula já tem muitos aliados no STF,
03:20que o STF já está tendendo para o lado dele. Não é nem uma questão ideológica.
03:25Eu entendo que o Barroso, em algumas pautas, por exemplo, sobre drogas, aborto, tem uma posição mais à esquerda.
03:30Eu não estou falando nem de uma posição ideológica. Estou falando na gravidade que é você ter uma Suprema Corte de um país
03:36com tantos aliados e um presidente da República, seja de que lado for.
03:41E ainda mais um que tem o histórico do Lula. Um que já foi preso, um que já foi condenado,
03:45em três instâncias no caso do Triplex, em duas no caso do Cite de Atibaia,
03:49e que foi aliviado por manobras processuais com as quais o próprio Barroso não compactuou.
03:54Então é muito grave o que o Brasil está prestes a viver com o Supremo Tribunal Federal de maioria lulista.
04:02E a gente sabe, porque a gente não é bobo, e sabe perfeitamente que o principal critério para a escolha do Lula é a fidelidade pessoal.
04:12E fidelidade, no pior sentido, nem gosto de usar essa palavra.
04:16É mais uma cumplicidade pessoal.
04:18É mais aquela pessoa que está disposta a defendê-lo incondicionalmente no Supremo Tribunal Federal.
04:24É isso que faz o Lula escolher.
04:26É quem ele acredita que pode fazer isso.
04:28Não estou nem fazendo acusação sobre as pessoas que ele coloca lá.
04:32Eu estou dizendo qual é a perspectiva dele como político.
04:34Esse aqui pode me blindar se for preciso, pode aprovar coisa de interesse do governo, pode aprovar pauta de interesse do partido.
04:42Mas principalmente meu, é com o que o Lula se preocupa em primeiro lugar, com ele.
04:47Então é o Jorge Messias, possivelmente, a pessoa em que ele tem mais essa confiança.
04:52Como teve durante muito tempo no Ricardo Lewandowski, como teve um pouquinho menos, mas quase tanto no Dias Toffoli.
05:00Então é muito grave que o Senado Federal vá permitindo que o Lula coloque as pessoas mais fiéis a ele no STF,
05:10sem que essas pessoas demonstrem grande capacidade, grande independência, grande imparcialidade.
05:17Vamos ver se os senadores dessa vez, Duda Teixeira, vão fazer o seu papel.
05:21Vamos ver.
05:22O Lula diz ali, eu estou em Roma, quando eu voltar para o Brasil, eu vou conversar com as pessoas e aí eu vou decidir.
05:29Balela, né?
05:30É óbvio que o Lula já tem o nome, já escolheu faz tempo.
05:34A decisão de quem vai para o Supremo Tribunal Federal é uma das decisões mais importantes do presidente da República no Brasil.
05:44Isso todos os brasileiros sabem desde o julgamento do Mensalão.
05:50E o Lula vai usar como critério de seleção, muito provavelmente, o mesmo critério que ele usou para escolher o Flávio Dino e que ele usou para escolher o Cristiano Zanin.
06:01Ele fala aí, a pessoa mais gabaritada, esses dois aí que eu acabei de citar não são, assim, grandes especialistas no direito.
06:10O Cristiano Zanin era advogado e o Flávio Dino, apesar de ter sido ministro no passado, tinha uma cabeça política.
06:19E quando o Lula escolhe o Flávio Dino, ele fala isso.
06:23Eu estou escolhendo um comunista com uma cabeça política para o STF.
06:28Mas, no fundo, Filipe, você resumiu, é a lealdade que conta.
06:32E aí, ninguém, de todas as possibilidades que apareceram aí, de que poderia ser escolhido pelo presidente Lula,
06:42o Jorge Messias, ele se encaixa melhor nesse critério da lealdade.
06:49Uma que ele já está lutando por essa vaga faz tempo, ele achou até que ia ocupar essa vaga que acabou com o Flávio Dino.
07:00Depois, como ele é leal, ele nem reclamou muito, ficou quietinho.
07:06Mas é o cara que assume a AGU, bota a AGU para perseguir rivais adversários do governo Lula,
07:14bota a AGU para defender a primeira-dama Janja.
07:18É o cara que, lá atrás, levou o termo de posse para o Lula para ele escapar da Lava Jato.
07:25É o cara que publica mensagens nas redes sociais defendendo o governo.
07:31É o cara que vai numa reunião patética dos ministros do Lula, bota lá o bonezinho azul Brasil dos brasileiros.
07:37É como se ele se sentisse ali mais um ministro do Lula.
07:42Enfim, provavelmente vai ser o Messias.
07:45Pode não ser, mas que realmente ele é o cara que melhor preenche esse critério da subserviência, da lealdade.
07:54É isso sim.
07:55Eu repito, eu nem gosto de usar lealdade, fidelidade, que eu acho que essas palavras são muito nobres.
08:01É o critério da subserviência, da sabugice e da cumplicidade.
08:05Esse é o triplo critério, que no fundo é um só, de Luiz Inácio Lula da Silva para indicar ministro do STP.
08:11Porque se não fosse assim, ele indicava uma mulher.
08:15Ele atenderia a pressão porque seria, vamos dizer assim, uma prova de coerência entre o discurso esquerdista e a prática.
08:23Aquele discurso de defesa das mulheres, das minorias, como muitas vezes, até às vezes colocam as mulheres com esse rótulo aí das minorias.
08:33São as mulheres, os gays, pretos, etc.
08:35Então, eles posam de defensores de todos esses grupos oprimidos na sociedade, etc.
08:41Quando tem a oportunidade de elevar uma pessoa desse grupo, não, porque o que pesa mais não é o apreço pela minoria, não é o apreço pela coerência, é o apreço pela sabugice, pela subserviência, pela cumplicidade.
08:57Então, já sai notícia aí de que o Lula já mandou dizer que ao indicar a Carmen Lúcia, muitos anos atrás, já cumpriu essa cota aí feminina.
09:06Então, está na iminência de indicar o terceiro homem para o cargo de maior poder. Por quê?
09:12Por que isso?
09:13Porque não tem uma mulher próxima do Lula em que ele tenha tanta confiança assim e que tenha alguma condição de ocupar vaga no STF.
09:25Então, as pessoas podem falar, mas e a Janja, etc.
09:27Pois é, não tem a condição. Se tem a confiança, é problema lá do casal.
09:31Agora, que tenha a mínima condição, que seja da área do direito, que já tenha cumprido pelo menos aquele beabá, para não ser questionado em relação ao seu histórico na hora da sabatina no Senado.
09:43Então, o Lula não tem. Ele está lá cercado de homens.
09:47Até porque nem essa pessoa que convive com tanta proximidade, que tem tanta confiança em determinadas mulheres, ele precisa daqueles cães de guarda, como muitas vezes é chamado, entre aspas, claro, no jargão político, aquelas pessoas mais próximas, mais subservientes, que vão para a rede social para defender o presidente, mesmo diante de uma verdade inconveniente divulgada a seu respeito.
10:10Então, olha, o Senado Federal precisa atuar. E como é que é isso? O país vai se entregar completamente no sentido de dar as canetas mais fortes da República a todos os aliados do Lula, para que eles façam o que quiserem, para que eles impeçam o que quiserem? Vamos acompanhar.
10:40Então, olha, o Senado Federal precisa atuar.
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