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O presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), do Congresso, senador Efraim Filho (União-PB), cobrou que o governo federal busque equilibrar as contas públicas por meio de corte de despesas, e não com aumento de impostos.

Segundo o senador, o Executivo parece ter se "esquecido" que equilíbrio fiscal também é promovido pelo lado da despesa.

Durante audiência no Congresso nesta terça-feira, 14, Haddad saiu em defesa da política fiscal do governo Lula.

Felipe Moura Brasil, Aod Cunha, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:

Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00O presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, CMO, do Congresso,
00:04senador Efraim Filho, da União Brasil da Paraíba,
00:07cobrou que o governo federal busque equilibrar as contas públicas
00:11por meio de corte de despesas e não com aumento de impostos.
00:15Segundo o senador, o executivo parece ter se esquecido
00:18que equilíbrio fiscal também é promovido pelo lado da despesa.
00:22As declarações ocorreram na reunião da CMO após Efraim anunciar o adiamento da votação
00:26do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentares, LDO, de 2026.
00:31A proposta estava prevista para ser votada hoje no colegiado,
00:34mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, da União Brasil do Amapá,
00:37pediu a Efraim que deixasse a análise para quarta-feira.
00:41A solicitação foi feita após conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
00:45depois da derrota do governo envolvendo a medida provisória do IOF.
00:48Ao comentar a alteração no cronograma, Efraim Filho criticou o governo Lula.
00:52Abro aspas.
00:53Se o governo teve a frustração da medida provisória,
00:56é importante o governo saber que foi no voto, não foi por imposição de ninguém.
01:01É um desejo do Congresso que representa a sociedade de dar um recado claro.
01:05Não se aguenta mais a agenda de aumento de alíquotas, aumento de impostos,
01:09para arrecadar, arrecadar e arrecadar.
01:12Equilíbrio fiscal também se faz pelo lado da despesa,
01:15e o governo parece que tem esquecido disso.
01:17O ministro Fernando Haddad trata todo dia de uma agenda de arrecadação,
01:21de aumento de impostos, mas parece que ficou esquecida,
01:24relegada a segundo plano à agenda de corte de gastos.
01:27Fecho aspas.
01:29Durante a audiência no Congresso nesta terça-feira 14,
01:31Haddad saiu em defesa da política fiscal do governo Lula.
01:34Vamos assistir.
01:35Tudo que eu estou fazendo no corte de gasto tributário
01:38é para recuperar uma receita líquida federal
01:42do período 2011, 2013.
01:48É disso que eu estou falando.
01:49E quando alguém fala que a carga tributária no Brasil está aumentando,
01:54é por causa dos entes subnacionais.
01:57Tem nada a ver com o governo federal.
02:00São os entes subnacionais que estão cortando o gasto tributário
02:04e aumentando a arrecadação para além do que era 10 anos atrás.
02:07Nós estamos recompondo uma base fiscal que foi dilapidada
02:12e precisa ser recuperada para honrar os compromissos
02:16que já foram contratados até 2022.
02:20Então, é um bom debate esse.
02:24Porque quando chega uma matéria para vocês analisarem,
02:27nós temos que recuperar esse histórico.
02:29E eu estou falando de números oficiais.
02:31Aqui eu não trato de uma visão de Estado
02:35sem a substância do que...
02:37Afinal de contas, do que nós estamos falando?
02:40Do que nós estamos falando?
02:41Então, eu tenho muita tranquilidade
02:44em defender a gestão fiscal que está sendo feita pelo governo Lula
02:49porque alguém poderá dizer, senador Renan,
02:53ah, mas podia cortar mais.
02:56Podia, por exemplo, continuar a política de salário mínimo congelado.
03:01Podia congelar mais sete anos a tabela do imposto de renda.
03:06Podia mudar as regras do BPC e do Fundeb
03:09como se isso fosse possível do ponto de vista político.
03:13Podia... O que que podia?
03:15Hoje nós estamos com uma despesa primária como proporção do PIB
03:20menor do que 19%
03:22como há muitos anos a gente não consegue ter.
03:26Há muitos e muitos anos.
03:27Então, está havendo uma política, assim, de bom senso.
03:33O que que a sociedade é capaz de suportar?
03:36De corte...
03:38Pô, nós ficamos sem o piso da saúde?
03:41A diferença é 80 bilhões a menos no orçamento da saúde.
03:44Nós tivemos um orçamento anual da saúde
03:4780 bilhões a menos do que o atual.
03:51Isso num quadro pós-pandêmico
03:53com milhões de procedimentos em fila,
03:57aguardando, na fila de espera.
03:59Como é que você faz essa engenharia?
04:02Então, tudo somado,
04:04eu estou muito confortável
04:06de defender a gestão fiscal
04:07levando em consideração
04:09a dimensão social,
04:11a dimensão econômica,
04:13a dimensão política.
04:15Eu passo a palavra para o Aude Cunha,
04:18sempre lembrando, agora sim,
04:19com a sua mini biografia,
04:21porque é um currículo tão vasto
04:22que a gente tem que anotar aqui
04:24e pegar a colinha.
04:25Era isso que eu queria dizer no começo do programa.
04:27Doutor em Economia,
04:28Conselheiro de Administração de Empresas,
04:30ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul
04:32e muito mais.
04:34A hoje, a gente tem visto aí
04:35esse debate entre Congresso Nacional
04:37e Governo Lula,
04:38a acusação por parte de parlamentares
04:40de que o Governo Lula só quer aumentar impostos,
04:43não quer cortar despesas
04:44e o Haddad sempre tentando se defender
04:47com essas alegações,
04:48ao mesmo tempo em que diz
04:49não, esse é um grande debate, etc.,
04:52para tentar não ser hostil.
04:54Mas ele tenta rebater todas as alegações.
04:56O que você destaca?
04:59Bom, Felipe,
05:00eu destaco primeiro
05:01que a parte da discussão tributária,
05:05quando é sobre
05:07equidade tributária
05:10para quem ganha o mesmo nível de renda
05:12ou até progressividade,
05:14fim de isenções tributárias,
05:16desajustes entre
05:18quem faz uma aplicação normal
05:21de 5, 10 mil reais
05:22e paga um imposto de renda maior
05:23do que a gente tem um fundo exclusivo.
05:25Essas distorções no sistema tributário,
05:28eu como economista liberal
05:29que gosto que iguais paguem iguais
05:31de forma igual,
05:32eu acho que são boas discussões.
05:34O problema é o que nós estamos vendo,
05:37e aí não é só o governo,
05:38mas o governo precisa tomar um papel
05:40de liderança nisso,
05:41é que nós continuamos sempre
05:44com uma agenda
05:45de expansão de gastos
05:47e essa expansão de gastos
05:49em algum momento
05:50acaba jogando
05:53uma discussão
05:54de aumento de receita,
05:55aumento de carga.
05:56Se nós formos olhar
05:57o histórico
05:59nos últimos 20 anos,
06:00nós saímos de uma carga tributária
06:01depois da Constituição
06:02de 22, 23%
06:04para alguma coisa como 34%,
06:06aumentou 12 pontos percentuais
06:08para um país
06:08de renda média baixa.
06:09Então, em algum momento,
06:12a gente precisa sim reavaliar
06:13quais são as despesas prioritárias,
06:15se nós analisamos
06:16com eficiência essas despesas,
06:18mesmo a questão
06:19dos benefícios tributários,
06:21que é um tipo de gasto tributário,
06:23são isenções que são dadas
06:24para alguns setores,
06:25Zona Franca de Manaus,
06:27e poder listar muitos outros,
06:29se nós pegarmos
06:30o grande crescimento que teve,
06:32foi principalmente
06:33no segundo governo Dilma.
06:34Então, começou já no PT
06:36a grande expansão
06:36e depois ela continuou.
06:38Então, essa discussão,
06:40a discussão de equilíbrio fiscal
06:41é muito importante.
06:43Agora, é preciso a gente
06:44colocar, sim,
06:45um pouco mais de peso
06:46na análise do gasto público,
06:48na eficiência desse gasto público,
06:50na importância de reformas,
06:52vou dar só um número,
06:53um outro número,
06:54déficit na Previdência Militar.
06:56Não foi feita a reforma
06:58no sistema militar
06:59como foi feito
06:59pela Previdência Civil.
07:01Só no déficit anual
07:02da Previdência Militar
07:03nós temos 50 bilhões.
07:05Por que isso não pode
07:05ser discutido de novo?
07:06Se a gente não fizer
07:08essa discussão
07:08pelo lado de despesa
07:09e reforma,
07:10nós vamos continuar
07:11sistematicamente falando
07:12de aumento de carga tributária.
07:15Duda Teixeira,
07:16Aude, boa noite.
07:17O Fernando Haddad,
07:18ele começa dizendo ali
07:20das entidades subnacionais,
07:22ele está falando do...
07:23Está tentando botar a culpa
07:24nos estados?
07:25É isso?
07:26Faz sentido?
07:28Quando nós falamos, Duda,
07:30sobre o resultado fiscal,
07:32ele é uma combinação, sim,
07:33de governo federal,
07:34estados e municípios.
07:36Quando a gente olha
07:37as quantas receitas dos estados,
07:39os estados tiveram uma queda,
07:42acentuado principalmente ali em 2022,
07:44naquela votação de redução
07:46de ICMS sobre combustíveis,
07:49e que tirou uma parcela significativa
07:51de receita dos estados.
07:52Mas, ao longo dos últimos anos,
07:55a receita dos estados também subiu.
07:57Também subiu.
07:59E as despesas também subiram.
08:01Os estados também têm responsabilidade,
08:03principalmente na questão do gasto pessoal,
08:05onde o montante de pessoal nos estados
08:08é muito relevante.
08:10Na União, o montante mais relevante
08:12é o pagamento de juros
08:13e a Seguridade Social, Previdência.
08:16Mas são temas que precisam ser discutidos
08:19do setor público como um todo.
08:21Então, quando a gente está tratando aqui
08:23de um melhor, um olhar mais atento
08:27sobre o gasto,
08:28não fazer só a discussão sobre receita,
08:30isso vale, sim, para governo federal,
08:32para estados e vale para o Congresso Nacional.
08:35A classe política tem uma responsabilidade
08:37sobre isso, porque o que tem acontecido
08:39é que o Congresso até tem conseguido
08:41barrar iniciativas de elevação de impostos,
08:45mas não tem barrado nenhuma das iniciativas
08:47de aumento de gastos.
08:49Eu acho que a liderança natural
08:50desses movimentos mais difíceis
08:52cabe ao Executivo,
08:53mas o Congresso tem responsabilidade
08:55nisso também.
08:56Ricardo Kertzmann também participa
08:58dessa rodada.
08:59Salve, Ricardo.
09:00O que você pergunta aí para o Aude?
09:02Aude, o Duda quase estragou minha pergunta
09:04quando ele tocou no assunto
09:06dos entes subnacionais.
09:08O Haddad foi categórico em dizer
09:10que parte desse problema estrutural
09:12se deve aos entes subnacionais.
09:14Você foi secretário de Estado
09:16do Rio Grande do Sul,
09:17que ao lado de Minas Gerais e Rio de Janeiro
09:18é um dos estados mais endividados
09:20perante a União.
09:22Aqui em Minas, Aude,
09:23uma das alegações por parte
09:26principalmente das administrações anteriores,
09:29de secretários anteriores,
09:30é de que ao longo dos anos
09:32os estados perderam muita arrecadação
09:34pela supressão tributária.
09:36Taxas, impostos que eram cobrados
09:39pelos estados e ficavam nos estados,
09:42acabaram sendo transferidos para a União.
09:44O caso mais claro aqui em Minas,
09:45que gera uma reclamação,
09:47é da antiga CSL,
09:48Contribuição sobre o Lucro,
09:49que era cobrada no estado
09:51e ficava no estado,
09:52que foi transformada depois
09:54em CSLL,
09:55Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
09:57e passou para a União.
09:58As contas que a turma faz aqui
10:00é que isso gerou uma perda
10:01de mais de 300 bilhões
10:02para Minas Gerais
10:04desde o início dessa mudança.
10:06No seu entendimento,
10:08o Haddad,
10:09ele tem razão
10:10quando ele coloca a culpa,
10:12boa parte da culpa
10:13de todo esse problema fiscal
10:14nos estados?
10:15Ricardo,
10:18tem razão em parte,
10:19se a gente for olhar
10:21e aí essa análise
10:22ela não pode ser feita
10:23olhando só os últimos anos.
10:25Os estados que são mais endividados,
10:27você citou os três
10:27que são mais endividados,
10:29os são porque durante décadas,
10:31lá atrás,
10:32gastaram muito mais
10:33do que arrecadaram,
10:34o momento onde os estados
10:35podiam emitir dívida,
10:36depois veio a reestruturação,
10:38a federalização da dívida,
10:40regras de concessão de crédito
10:42mudaram,
10:42a União começou a fiscalizar
10:44mais os estados,
10:44isso foi melhorando,
10:45mas ficou um estoque
10:46de dívida grande.
10:47Por outro lado,
10:48os estados também
10:49durante muito tempo
10:50deixaram a sua crescente,
10:52gasto de pessoal
10:54subir mais do que
10:56as suas receitas.
10:57Alguns fizeram mais
10:58a lição de casa,
10:59outros menos,
11:00e tem uma outra parte
11:01que aí você tem razão,
11:02que você comentou,
11:03que sim,
11:04ao longo dos últimos anos,
11:06a União foi estabelecendo
11:08uma parcela maior de receitas
11:10e os estados perderam
11:12alguns componentes de receita.
11:13Mas eu volto ao meu ponto.
11:15Esse tema do excesso
11:17de gastos no Brasil
11:18em relação à receita
11:19de uma carga tributária
11:20que já é alta,
11:22tem responsabilidade
11:23compartilhada
11:24de União,
11:25estados e municípios.
11:27É uma mentalidade
11:28de gastos crescentes
11:30ao longo do tempo
11:31que vem sendo financiados
11:32por aumento de carga tributária
11:34que chegou num limite
11:36para o nível de renda,
11:38de renda média baixa
11:40que o Brasil tem.
11:42Aude,
11:43a gente vê que o governo Lula
11:44e essa declaração
11:45do Fernando Haddad
11:46é bastante ilustrativa,
11:48alega que está reorganizando
11:49o sistema tributário
11:50e nunca diz com todas as letras
11:52que está aumentando
11:53carga tributária
11:54mesmo quando aumenta
11:55carga tributária,
11:56mesmo quando aumenta imposto.
11:58E o Congresso diz
11:59que o governo
11:59está aumentando
12:00a carga tributária,
12:01que está aumentando imposto.
12:02Agora, o que o Congresso omite?
12:04Ele não omite benefícios,
12:07vantagens
12:07a determinados setores,
12:09muitas vezes em razão
12:11desses interesses paroquiais,
12:13em razão de lobbies
12:15que os parlamentares
12:16ajudam a encobrir
12:17com todo esse debate?
12:19Não tem um ponto também
12:20aí sendo ocultado?
12:21Tem um ponto
12:23e um ponto muito relevante.
12:26Eu tenho comentado isso
12:27há muito tempo
12:28e basta você ver
12:30nos últimos anos,
12:33uma década,
12:34o Congresso
12:35tem sido cada vez mais
12:37facilmente permeável
12:39a grupos de pressão.
12:41Grupos de pressão
12:42existem em qualquer parlamento,
12:44qualquer congresso de país.
12:45Agora,
12:46você precisa ter
12:46um mínimo de resistência.
12:47O que nós temos visto
12:49em qualquer tema,
12:50a própria discussão
12:50da reforma tributária
12:51foi isso.
12:53Você teve segmentos
12:55que passaram a ter isentos,
12:56tratamentos diferenciados
12:58por ter mais força
12:59e ao final,
13:00ao invés de você ter
13:02uma alíquota,
13:03um IVA final
13:04mais baixo,
13:05provavelmente você vai ter
13:06alíquota média
13:07somando imposto federal
13:08e imposto estadual,
13:09que nós chamamos aí
13:10um IVA,
13:11de forma simplificada,
13:12um dos mais altos
13:13e não o mais alto do mundo.
13:15Por quê?
13:15Por conjunto das exceções.
13:17A gente vê a mesma coisa
13:18no imposto de renda.
13:19A gente vê a mesma coisa
13:20nos benefícios fiscais.
13:22O que aquela região
13:23ou aquele setor
13:24tem um benefício
13:24tão mais alto?
13:25É porque,
13:26no final,
13:27o congresso
13:28acaba sendo
13:29muito permeável
13:30e cede muito rapidamente
13:32a pressão de aumento de gastos.
13:33Reforma administrativa,
13:35a regulamentação
13:36do teto salarial.
13:37A gente tem casos
13:37em abundância
13:38no setor público,
13:39principalmente categorias
13:41como o judiciário,
13:42o ministério público
13:43e outras,
13:43de pagamentos
13:44de 200, 300, 400,
13:45500 mil mensais por mês,
13:47onde o teto
13:48é 44 mil.
13:49Há quanto tempo
13:49essa discussão
13:50anda na reforma administrativa
13:52no âmbito do congresso
13:54e não tem uma decisão
13:55de regramento disso?
13:57Então,
13:57são muitos pontos
13:58que têm, sim,
13:59muita responsabilidade
14:00do congresso também.
14:01Tem que falar em
14:02mais de 50 bilhões
14:03de reais
14:03de emendas parlamentares,
14:05que, obviamente,
14:06são financiadas
14:06pelo dinheiro
14:07dos impostos também.
14:08Mas isso me parece
14:09que nem o governo Lula
14:10se interessa muito
14:11em mexer,
14:12porque também tem
14:12parlamentares
14:13da sua própria base,
14:14do PT,
14:15interessados em enviar
14:15a verba
14:16para os seus redutos
14:17eleitorais
14:17e muitos escândalos
14:19já apareceram assim.
14:19Duda Teixeira.
14:21A Regina Maura,
14:23aqui no nosso chat
14:24do YouTube,
14:25ela escreveu
14:26Haddad dorme,
14:27sonha e acorda
14:28pensando em aumentar
14:29impostos.
14:31E o ministro
14:31ganhou aquele apelido
14:33de taxade
14:34porque só pensa
14:35em aumentar impostos.
14:36Você acha que isso
14:37é injusto,
14:37esse apelido,
14:38ou você acha
14:38que faz sentido?
14:39Eu acho que assim,
14:42de novo,
14:43algumas discussões
14:44que o ministro fez,
14:45por exemplo,
14:46esse tema
14:47do tamanho
14:47de subsídios fiscais,
14:49das desonerações,
14:50algumas distorções
14:53do próprio sistema
14:54tributário
14:54sobre o setor
14:55de investimentos,
14:56onde você tem
14:57alguns mecanismos
14:58de crédito,
14:59como LCI,
15:00LCA,
15:00que são isentos
15:01e outros não.
15:03Esse debate
15:04sobre distorções,
15:05um sistema tributário
15:06mais equilibrado
15:07e justo,
15:07eu acho que ele
15:08tem razão.
15:08O que se sente falta,
15:11e aí eu acho
15:12que dá espaço
15:13muitas vezes
15:13para o ministro
15:14ouvir críticas
15:16como essa,
15:17é o fato
15:18que a gente
15:18não vê
15:19uma agenda,
15:20uma discussão
15:21igualmente relevante
15:24do ponto de vista
15:25do controle
15:26da despesa pública,
15:27de eficiência
15:29da máquina pública,
15:30de reformas,
15:33de análise
15:34sobre a gestão
15:35do gasto.
15:35Por que um gasto a mais
15:37ou um projeto novo?
15:39Por que a gente
15:39não tem acompanhamento
15:40mais sistemático
15:41da qualidade
15:41desse gasto?
15:43Senão a gente
15:43fica,
15:44e aqui eu não
15:44acho que seja
15:45alguma coisa
15:46só desse governo
15:46e do PT,
15:47mas o Brasil,
15:48nuances um pouco
15:49mais para cá,
15:50para lá,
15:50dependendo da troca
15:51de governo,
15:52mas o que a gente
15:53vê de executivos
15:53e congresso,
15:54pelo menos
15:55nas últimas duas décadas,
15:57é tentar resolver
15:57sempre tudo
15:58com mais alocação
15:59de recurso público,
16:00mais gasto
16:01em diferentes frentes,
16:02às vezes precisa,
16:03mas nem sempre isso
16:04é a melhor solução.
16:05Mas quando a gente
16:06tem esse ímpeto
16:07cultural que passa
16:08pelo congresso
16:09de ir aumentando
16:10gastos,
16:11aí depois é preciso
16:12fazer remendos
16:13pelo lado da receita,
16:14pelo lado tributário.
16:15A gente precisa mudar,
16:16tem um equilíbrio
16:17mais igual,
16:19mais racional
16:20entre despesa
16:21e receita pública.
16:24Aude,
16:24em meio ao acordo
16:26de paz selado
16:27sobre a faixa de Gaza,
16:28houve publicações
16:29de Donald Trump
16:30a respeito da China
16:31que repercutiram
16:32muito nessa semana
16:32nas redes sociais,
16:33então queria que você
16:34desse um panorama
16:35para a gente,
16:36como é que estão
16:36as disputas comerciais
16:37e econômicas
16:38entre Estados Unidos
16:39e China
16:40com a cobrança
16:40de taxas portuárias
16:41adicionais
16:42e como isso afeta
16:44a economia global?
16:46Bom,
16:47nós estamos vendo
16:47desde o início
16:49do governo Trump
16:50e a bem da verdade
16:52o mundo depois
16:52da pandemia
16:53começou a fazer
16:55alguns movimentos
16:55de menor abertura.
16:58As últimas
16:59quatro, cinco décadas
16:59do mundo
17:00foram de grande
17:00abertura comercial,
17:02de redução maciça
17:03de tarifas,
17:03aumento de comércio
17:04mundial,
17:05cadeias produtivas
17:06se espalhando,
17:07tendo base
17:07de suprimento
17:08na Ásia.
17:09Aí vem
17:10Covid,
17:11vem o fechamento
17:13desses circuitos
17:14produtivos
17:15em várias partes
17:16do mundo,
17:17vários conglomerados
17:18ocidentais
17:19começam a se dar
17:19conta que talvez
17:20precisavam ter
17:20bases de matérias-primas
17:22mais próximas,
17:23você tem um aumento
17:24que já vinha
17:25mesmo antes de Trump
17:26de tensionamento
17:26geopolítico,
17:27principalmente econômico
17:28entre Estados Unidos
17:29e China,
17:30sobre Taiwan,
17:30sobre microprocessadores,
17:34chips,
17:34o que o Trump
17:36faz é botar
17:37isso numa barra
17:38mais alta,
17:39sai fazendo rodadas
17:40de aumento
17:41de tarifa,
17:41que depois volta,
17:42sobe,
17:43passa a fazer
17:44acordos com parceiros
17:45da Europa,
17:46Canadá,
17:47em alíquotas mais baixas
17:49do que ameaçou
17:50no início,
17:51mas China,
17:52que tinha acalmado
17:52um pouco,
17:53essa tensão
17:53continua,
17:54e se a gente
17:55for lembrar
17:55das vidas em vidas
17:57desde março
17:57de anúncio
17:58de tarifa,
17:59a China sempre
18:00foi um país
18:01que respondeu
18:01rápido e firme,
18:03e tem mais poder
18:06para isso também,
18:07os dois países,
18:08Estados Unidos
18:09e China,
18:10deixaram de se portar
18:11muito um para o outro
18:12desde que isso começou,
18:13o que a China
18:14tem feito agora,
18:15depois dessa nova fase,
18:18é usar principalmente
18:19o tema
18:21das exportações
18:22de soja,
18:23tarifar a soja,
18:24isso até teve um benefício
18:25para o Brasil,
18:26aumentou as compras
18:26de soja no Brasil,
18:28mas principalmente agora
18:29usando o enorme
18:31manancial de suprimento
18:32de terras raras
18:33que tem,
18:34que é uma matéria-prima
18:35extremamente importante
18:36para a produção
18:36da indústria automobilística,
18:38aeronaves,
18:39vários segmentos
18:39estratégicos
18:40dos Estados Unidos,
18:41então aqui é,
18:42como a gente diz,
18:43briga de cachorro grande,
18:44esses dois,
18:46o que dá para dizer
18:46é que eu acho
18:47que nós não vamos
18:48ficar ao final,
18:49porque não vai fazer
18:49nenhum sentido,
18:51racionalidade para o mundo
18:52ter um nível de tarifa
18:52de 100%,
18:53mas nós vamos ter tarifas
18:55mais altas
18:55do que o mundo teve
18:56nas últimas décadas,
18:57e ao final,
18:59a briga mais relevante
19:00para o comércio mundial
19:02é essa,
19:03é Estados Unidos
19:04e China,
19:05pelo tamanho do fluxo
19:06de comércio
19:06desses dois países,
19:07acho que não vai ser
19:08esse 100%,
19:09mas nós vamos ter
19:10um nível de tarifação
19:11mais alto
19:11que nós tivemos
19:12antes da posse de Trump.
19:13Ricardo Kershman,
19:15algum complemento?
19:17Sim,
19:17Aude,
19:18eu sei que você
19:18não tem bola de cristal
19:19e talvez fique difícil
19:20você me responder
19:21essa pergunta,
19:21mas você tocou
19:22no assunto dos minerais
19:24críticos das terras raras,
19:26Aude,
19:26o Brasil é a segunda maior
19:28reserva desses minerais
19:30no Brasil,
19:31quando é que a gente
19:32vai começar a ganhar
19:32dinheiro com isso?
19:34Ótima pergunta,
19:36Ricardo,
19:36no meio dessa turbulência
19:38maior geopolítica
19:40no mundo,
19:40eu tenho dito
19:42que o Brasil
19:42de novo
19:43tem uma janela
19:43de oportunidades,
19:45agora,
19:45nós já tivemos
19:46várias dessas janelas
19:47de oportunidades
19:48ao longo das últimas décadas,
19:49quantas capas
19:51de deconomis
19:51com Cristo decolando
19:53e depois aterrissando
19:54nós já tivemos,
19:55não sei se vai ser
19:56mais uma,
19:57mas de novo,
19:57nesse momento
19:58que a gente tem
19:58relocalização de cadeias
20:00produtivas,
20:01conflitos geopolíticos
20:02onde o Brasil,
20:03se não fizer nada
20:04muito errado,
20:05ainda tem um histórico
20:06de não estar em conflito,
20:09essa é uma das oportunidades,
20:11relocalização de cadeias,
20:13uso de energia limpa,
20:14uma matriz limpa,
20:15minerais em abundante,
20:17e o Brasil,
20:17sim,
20:17você falou bem,
20:18depois da China,
20:19tem a segunda maior
20:21reserva de terras raras,
20:22a gente não usa,
20:24não usa muito
20:25para a produção,
20:26mas não tem dúvida
20:27que é um componente,
20:29um material
20:29bem importante,
20:31se o Brasil vai saber
20:32se posicionar bem,
20:33usar isso
20:33nesse novo cenário
20:34geopolítico
20:35é uma outra questão,
20:36mas é uma vantagem
20:37muito relevante
20:38que o país tem sim.
20:39Duda?
20:41Isso.
20:42E, Aode,
20:43só para o leigo entender,
20:46quando você fala
20:47que o Brasil pode se beneficiar
20:48com a relocalização
20:49das cadeias produtivas,
20:51como que ele pode
20:52faturar com isso?
20:53O que nós vemos
20:55não só a indústria
20:57de chips,
20:57e aí no caso
20:58o Brasil tem
20:59pouca inserção hoje
21:00para poder participar,
21:01a gente viu
21:01várias dessas fábricas
21:03de chips
21:04saindo
21:04do Oriente
21:06e indo,
21:07inclusive de companhias
21:08americanas,
21:09indo para o México,
21:11para o Canadá,
21:12mais próximo dos Estados Unidos,
21:14mas várias dessas
21:15cadeias ocidentais
21:16com gomerados econômicos
21:17querem depender
21:19um pouco menos
21:20dessa dependência de Ásia
21:22e proximidade de China.
21:24Então, o Brasil,
21:25e uma outra característica
21:27de polos industriais
21:29em diferentes áreas
21:30hoje no mundo,
21:31é precisar usar muito
21:32energia,
21:34oferta de energia abundante
21:35e energia renovável.
21:37Todo, por exemplo,
21:38esse segmento
21:38de data centers
21:39hoje,
21:40que consomem muita energia,
21:42precisam consumir
21:42e precisam de energia renovável.
21:44e o Brasil tem
21:45uma das matrizes
21:46mais limpas
21:47do mundo,
21:48abundância
21:49de fontes
21:50de energia renovável,
21:51tem seus problemas
21:52como em outras áreas
21:53de infraestrutura,
21:54de distribuição
21:55de essa energia,
21:56mas ele tem um potencial
21:57muito grande
21:57de atrair principalmente
21:58por matérias-primas,
22:00energia
22:00e não estar no meio
22:02de conflitos geopolíticos.
22:03Agora,
22:04nós dependemos
22:05de outras coisas,
22:05nós precisamos
22:06de um ambiente macro,
22:07o governo funcionando bem,
22:08taxa de juros
22:09não ser alta,
22:09evidentemente,
22:10mas é uma oportunidade
22:11nesse sentido,
22:12Felipe.
22:12Muito obrigado,
22:14Aude Cunha,
22:14nosso colaborador
22:15em matéria de economia,
22:16semanalmente ele participa
22:17aqui do Papo Antagonista,
22:18geralmente agora
22:19às terças-feiras,
22:20mas isso a qualquer momento
22:21pode mudar,
22:22porque o noticiário
22:22é muito quente,
22:23os compromissos dele também,
22:24mas a gente tem tentado
22:26manter aí essa rotina.
22:27Ele é doutor em economia,
22:28conselheiro de administração
22:29de empresas
22:30e ex-secretário da Fazenda
22:31do Rio Grande do Sul.
22:32Boa noite,
22:32bom trabalho, Aude.
22:34Boa noite,
22:35Felipe,
22:35Duda,
22:36Ricardo e quem nos assistiu aqui.
22:42Tchau.
22:44Tchau.
22:45Tchau.
22:46Tchau.
22:48Tchau.
22:49Tchau.
22:51Tchau.
22:52Tchau.
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