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O grupo palestino Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os 20 reféns israelenses que mantinha desde a incursão de 7 de outubro de 2023, conforme informações das Forças de Defesa de Israel (FDI). A operação marca o fim de meses de cativeiro e tensão, trazendo alívio para as famílias. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Manuel Furriela, analista internacional.

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Transcrição
00:00A gente segue agora conversando com o nosso analista internacional, Manuel Furrela.
00:05Professor, seja sempre muito bem-vindo. Bom dia para o senhor.
00:08Dia histórico. Quero sua interpretação sobre esse discurso de Donald Trump em Israel.
00:12Como o senhor avalia tudo isso? Discurso positivo, forte do presidente?
00:18Bom dia, sim. Muito positivo.
00:20Agora, o mais positivo de tudo é o alívio para a população civil.
00:25Então você tem dos dois lados muito sofrimento do lado israelense e do lado palestino.
00:31Muitas perdas humanas, os sequestrados israelenses, a população da faixa de Gaza passando por privações.
00:38E na linha de fogo entre os Hamas e o exército israelense.
00:43Então, o principal aqui realmente é esse grande alívio a essas pessoas sequestradas.
00:50Eles começaram a ser soltos, a população civil aí começando a receber ou tendo acesso a itens básicos de subsistência,
00:59não estando mais na linha de frente dos combates, né?
01:02Então, acho que é o principal de tudo.
01:04E no discurso, Donald Trump trouxe esses pontos e aqui tem que ser, sim, dado crédito a ele.
01:11Porque essa composição, este acordo, ele é multifator.
01:15Você tem vários pontos que levaram a essa composição que são pontos relevantes.
01:21Mas, sem a decisão de Donald Trump, esse acordo propriamente não sairia.
01:27Então, quais fatores, assim, principalmente a gente tem aqui?
01:30Um Hamas esgotado com as suas lideranças que foram aniquiladas pelas tropas israelenses.
01:37As conquistas militares israelenses nesses dois anos contra o Irã, contra o Hezbollah.
01:43Um Irã enfraquecido, que não pode mais dar um apoio substancial ao Hamas,
01:48que está com problemas internos para resolver no próprio país.
01:52Síria, que não é mais o canal de entrada dos armamentos e recursos econômicos
01:58que o Irã mandava para apoiar o Hezbollah.
02:00Então, esse enfraquecimento substancial, Israel tendo conquistado,
02:06tendo organizado as suas principais conquistas militares.
02:09Então, o governo israelense também já com uma percepção
02:12de que com essas conquistas militares agora pode conversar sobre um acordo de paz.
02:18Então, acho que você tem vários fatores que colaboraram para isso.
02:22Mas, principalmente, a decisão de Donald Trump,
02:25que é quem tem a articulação e o governo americano no poder
02:30propriamente de influenciar Israel neste momento.
02:34Ele tem o maior dos méritos e os outros são multifatores.
02:38Exatamente, né, professor?
02:40Claro que o mundo comemora essa decisão.
02:43Foi um episódio histórico, infelizmente, esse ataque terrorista
02:47que matou praticamente 1.500 pessoas nesse ataque de 7 de outubro de 2023,
02:53que tivemos toda essa reação para chegarmos nesse momento.
02:57Como o senhor disse, né, a participação dele foi direta.
03:00Ele chegou até a avançar em relação a decisões de Benjamin e Itania,
03:03porque sabe que agora a sua situação política fica mais difícil
03:07com a resolução desses problemas, né?
03:09Interessava mais estender o conflito, né?
03:11E como é que o senhor avalia a ideia agora?
03:15Como é que vai se concretizar essa reconstrução,
03:18quem vai bancar e também essa retirada israelense ali da faixa de Gaza?
03:24Bom, o acordo foi construído em várias etapas.
03:28A primeira delas já está sendo cumprida.
03:32Israel vai começar a libertar presos palestinos.
03:38O Hamas já soltou, já libertou os sequestrados,
03:44vai começar a entregar os corpos.
03:47O Israel já começou a recuar com as suas tropas ainda dentro da faixa de Gaza.
03:53Então, essa primeira etapa está sendo cumprida a contento.
03:58As outras são muito mais desafiadoras.
04:02O que a gente tem pendente?
04:03O Hamas entregar o governo da faixa de Gaza,
04:07afirmou que fará isso.
04:08Isso é importantíssimo.
04:10Porque às vezes a gente fica com uma percepção equivocada
04:13que o Hamas representa todos os palestinos.
04:16Não, não representa.
04:17Os palestinos representam um povo pacífico
04:20que quer se reorganizar também
04:22para a continuidade da sua vida cotidiana
04:24e uma vida próspera.
04:26Essa é a agenda.
04:27Tanto é que vários grupos pacifistas
04:29representam os palestinos
04:31e a maior parte deles governa a Cisjordânia,
04:34que é um outro território.
04:35Então, há sim um grupo que pode assumir
04:38o governo da faixa de Gaza
04:40de uma forma pacifista, tecnocrática
04:43e para conduzir a reconstrução.
04:46Então, esse é um ponto.
04:48O Hamas também tem que entregar seus armamentos,
04:50porque, inclusive, caso não faça isso,
04:53continuam aí os receios a respeito
04:56de um ataque terrorista.
04:57Não das dimensões que aconteceu,
04:59porque ali houve uma questão realmente
05:01que o Hamas estava extremamente armado
05:04por ter sido apoiado pelo IEDAN.
05:06Agora, o cenário é completamente diferente,
05:09mas ainda há uma capacidade
05:10não de ataque substancial,
05:12mas de ataques terroristas indesejáveis.
05:15Então, essa etapa é muito desafiadora,
05:18mas ela é determinante
05:19para que haja uma pacificação na região.
05:22Não há como você ter um grupo terrorista
05:24governando um território
05:26e dizendo que não aceita a existência de Israel
05:29e querendo sua destruição.
05:31É uma agenda que não colabora com nada,
05:33com o cenário.
05:34Aliás, pelo contrário,
05:36só mantém o sofrimento de todos os lados.
05:38Então, essa saída já prometida
05:41é uma etapa que a gente aguarda o cumprimento.
05:44É muito importante.
05:46E aí, na sequência,
05:47tem que haver uma decisão internacional.
05:49A mais prudente seria passar
05:51o governo da faixa de Gaza
05:53ao grupo pacifista dos palestinos,
05:57até porque o reconhecimento da ONU
05:58é de que aquele território é deles.
06:01Há uma reivindicação israelense
06:03em governar a faixa de Gaza
06:04por parte de alguns integrantes
06:08do governo Netanyahu,
06:09imaginando que deveria haver uma anexação.
06:13E outra visão também,
06:14Donald Trump chegou a cogitar
06:16uma gestão internacional também
06:18para aquela região.
06:19Agora, o meu ponto é o seguinte,
06:21há recursos internacionais
06:23substanciais para reconstrução.
06:25O que precisa é ter um projeto
06:27de quem vai governar
06:28e que esse projeto seja estável e viável.
06:31Um dos três cenários
06:32que eu mencionei aqui.
06:33Havendo esse,
06:35os recursos internacionais surgem.
06:37Você tem tantos recursos multilaterais,
06:39Banco Mundial, por exemplo,
06:41que tem recursos suficientes
06:43para esse projeto,
06:45como aquele utilizando
06:47recursos norte-americanos e europeus
06:49que também podem proceder
06:51a esse projeto.
06:53Por último,
06:54eu acho improvável
06:55que Israel anexe o território
06:56e conduza,
06:57e Israel também tem condições financeiras
07:00de seguir nesse intento.
07:03Então, o meu ponto é,
07:04recursos existem,
07:05tem que ser decidido
07:06qual dos três projetos
07:08é que vão ser executados
07:09na região,
07:10tomara que propriamente
07:11seja para os palestinos.
07:13Fica essa dúvida, né,
07:14sobre quem vai financiar
07:16essa reconstrução em Gaza.
07:18Agora, professor,
07:18o senhor mencionou a ONU,
07:20o Eliseu Caetano trouxe
07:21para a gente também,
07:21que fica muito essa dúvida, né?
07:23Qual que é o papel da ONU
07:25neste momento?
07:25A ONU tem perdido força,
07:27já que Donald Trump
07:28precisou entrar
07:29nesse conflito intermediário
07:32e conseguir resolver?
07:33Como que fica a ONU
07:34nessa história?
07:36A ONU,
07:37depois do final dos anos 90,
07:39ela perdeu muito
07:40protagonismo internacional,
07:41seja,
07:42porque o seu papel
07:43por muitos anos
07:44foi ali de dirimir
07:45disputas
07:45entre as duas grandes potências,
07:48União Soviética e Estados Unidos.
07:50Essa questão não existe mais,
07:52essa agenda não existe mais.
07:54E depois,
07:55como os Estados Unidos
07:56se tornaram onipresentes
07:58como potência
07:59no mesmo momento,
08:00começaram a seguir
08:01sua própria agenda
08:02sem passar pela ONU.
08:03Então,
08:04ela vive um momento
08:05de desprestígio internacional.
08:08Eu digo,
08:09infelizmente,
08:10que é óbvio
08:10que seria mais prudente
08:11o mundo todo
08:12se organizando via ONU
08:14do que propriamente
08:15um país sozinho
08:15ter que fazer isso.
08:17É importante
08:17que tenha acontecido.
08:19A gente celebra
08:20que o governo Trump
08:21tenha seguido essa agenda,
08:23que haja essa pacificação.
08:25Isso é relevante.
08:27Os Estados Unidos
08:27tiveram esse papel.
08:29Mas muito mais importante
08:30seria ter sido organizado
08:32pela ONU.
08:32Mas ela não tem mais
08:33esse poder de articulação
08:36para seguir essa agenda
08:37por conta do desprestígio
08:39e das suas crises internas.
08:41Então,
08:42o papel dela
08:42será secundário
08:44neste momento.
08:45Quando muito,
08:46vai apoiar
08:47com auxílio humanitário
08:49os palestinos,
08:51mas também
08:51de forma residual,
08:53já que outras potências
08:54têm seguido essa agenda,
08:56principalmente
08:56a União Europeia.
08:58Deixa eu agradecer
08:58o professor Manuel Furrela.
09:00Professor,
09:00a gente com certeza
09:01te espera na fase 2,
09:02fase 3 desse conflito
09:04que há muito ainda
09:05a ser discutido
09:05aqui nos próximos dias
09:06e próximos meses.
09:07Professor,
09:08sempre muito bem-vindo aqui.
09:09Muito obrigada
09:10pela participação
09:11no Jornal da Manhã.
09:11Até a próxima.
09:13Uma última semana a todos.
09:15Até.
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