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Como parte do acordo de cessar-fogo, Israel começou neste sábado (11) a transferência de prisioneiros palestinos, etapa essencial para a libertação dos 48 reféns que ainda estão sob poder do Hamas. A trégua já permitiu o retorno de mais de 500 mil pessoas à Cidade de Gaza e reduziu a intensidade dos combates. O prazo para a libertação dos reféns termina na segunda (13). A Jovem Pan entrevista o doutor em direito internacional Alexandre Teixeira para analisar o cenário.

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Transcrição
00:00E sobre o acordo entre Israel e Hamas, a gente recebe agora no Jornal da Manhã deste domingo,
00:04doutor em Direito Internacional, Alexandre Teixeira.
00:07Alexandre, tudo bem? Bom dia, bem-vindo.
00:10Bom dia, Paula. Bom dia, David. Bom dia, audiência da Fá.
00:14Bom dia. Bom, essa é a primeira fase do acordo entre Israel e Hamas.
00:18Eu queria que você falasse um pouco sobre essa primeira fase.
00:21Burocraticamente, quais são os próximos passos, caso essa primeira fase se concretize, dê tudo certo, caminhe tudo bem?
00:30Bom, essa primeira fase é uma fase bem importante, mas, na minha visão, é a fase mais fácil de se implementar.
00:40Existe aí o compromisso assumido pelas partas em conflito de uma troca de prisioneiros barra reféns.
00:49Israel libera cerca de 2 mil prisioneiros que estão de posse do Estado israelense
00:55e o Hamas libera, então, os 48 remanescentes, os reféns que foram feitos no 7 de outubro,
01:04sendo que desses 48, 28 já estão mortos.
01:07E acredita-se que cerca de 20 ainda estejam vivos.
01:12Essa fase é uma fase de muita alegria, muita comemoração.
01:15Existe um grande fandango político por todos os envolvidos na história, principalmente por parte do governo norte-americano.
01:24Mas isso não significa que nós tenhamos um problema resolvido.
01:30Essa fase, ela termina com esse repatriamento dos prisioneiros palestinos e repatriamento dos reféns.
01:39E depois, a próxima fase é a mais complicada.
01:44E mesmo antes da sua implementação, já existem narrativas, principalmente por parte do Hamasco,
01:52porque a próxima fase exigiria, então, uma desmilitarização daquela região,
01:57com a consequente saída, retirada do exército israelense.
02:03Existe um faseamento de três etapas.
02:07Inicialmente, o exército israelense ocuparia 53% do território de Gaza.
02:13Posteriormente, ele passaria para 40% e, numa última etapa, passaria para apenas 15% de ocupação em Gaza.
02:22E o Hamasco teria que depor as suas armas, teria que ter um compromisso de não realizar mais atividades terroristas.
02:31E também, uma coisa que é bem difícil, de não participar desse processo de transição política.
02:39De não participar da reconstrução das cidades de Gaza.
02:43De não participar, não ser um ator político, um futuro governo, uma futura governança.
02:50Lembrando que isso é uma coisa muito importante.
02:52Porque esse ataque de 7 de outubro, uma das causas desse ataque, foi exatamente o Hamasco ter recebido um grande aporte de dinheiro do Catar.
03:09Um dinheiro que deveria ser empregado em ajuda humanitária, em construção de escolas, de hospitais,
03:16e que foi empregado para a construção, então, dos 800 quilômetros de túneis, né,
03:22com o camado metrô de Gaza, que existem em Gaza.
03:24Então, por isso, a preocupação, tanto do presidente Donald Trump, né,
03:28como dos envolvidos aí, do próprio Catar, do Egito,
03:32de não ter o Hamasco sair para não criar, né, e Helmer falou que não aceita.
03:38E essa fase vai ser um pouco mais preocupante, na minha opinião.
03:41É, sem dúvida, né, até porque você desvincular totalmente a autoridade palestina,
03:47que também administra a Cisjordânia, é muito complicado.
03:50Mas como fica também a situação, doutor, do Benjamin Netanyahu,
03:54que, né, a gente viu no decorrer que se manteve no poder por conta da guerra?
04:00Ah, a situação dele é complicada.
04:03Ele está, digamos, enrolado com algumas questões judiciais,
04:08vai ter que responder, inclusive possíveis suspeitas de corrupção no governo dele.
04:14Ele também não está com muita confiança por parte do seu partido,
04:21porque esse acordo que foi considerado pelo presidente Donald Trump,
04:26ele traz algumas coisas que, uma parte da dala mais radical do partido do Netanyahu,
04:32elas são inegociáveis, como, por exemplo, a possibilidade de você ter um segundo Estado,
04:36ali, né, a criação do Estado palestino,
04:40com uma governança, aí, supervisionada inicialmente, né,
04:43pela sociedade internacional, e, posteriormente,
04:46a transição até vir para a autoridade palestina.
04:49E esse é um tema que não agrada, essa área política mais radical, né,
04:54e, provavelmente, até outubro do ano que vem,
04:57ocorrerão as eleições em Israel,
04:59e, provavelmente, o atual primeiro-ministro não deve ser reconduzido igual ao cargo.
05:06E deve, então, passar a responder.
05:07Existe uma outra questão também,
05:09que ele deve ser responsabilizado pelo 7 de outubro, né.
05:13O 7 de outubro, ele ocorreu dentro de um contexto de muita dúvida, né,
05:20principalmente por parte da ação das Forças de Defesa de Israel,
05:25da ação do governo, algumas evidências que previam o ataque foram colocadas
05:32e não foram consideradas da forma que deveriam ser.
05:36Então, existe um processo jurídico também aberto
05:39para investigar as responsabilidades em relação a esse ataque,
05:43e, provavelmente, o primeiro-ministro deve ser, então,
05:47responsabilizado por essa catástrofe.
05:50Agora, Alexandre, quando você conta para a gente aqui
05:53que as próximas fases desse acordo são mais preocupantes,
05:57mais complicadas, né,
05:58que essa primeira a gente comemora um pouco mais,
06:01é tudo alegria, que beleza, o acordo deu certo,
06:03você preocupa um pouco a gente, né,
06:05a gente fica um pouco assustado,
06:06porque o que acontece caso alguma das partes rompa esse acordo?
06:11Volta a guerra novamente?
06:12Tem o perigo de acontecer com uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia,
06:16uma guerra de quase quatro anos?
06:17Paula, essa é uma excelente pergunta, né,
06:22a gente tem que lembrar que esse conflito é um conflito
06:28um tanto quanto atípico, né,
06:30nós temos, de um lado, um Estado soberano,
06:33um Estado democrático,
06:34a única democracia praticamente estabilizada no Oriente Médio,
06:38e, de outro lado, nós temos um grupo de bárbaros, né,
06:41um grupo terrorista que não respeita o direito internacional,
06:45que não tem ética nenhuma de combate,
06:48que não tem a ética de Estado,
06:50o Israel é muito criticado em relação à ação militar
06:53que tem feito em Gaza nesses últimos dois anos,
06:56mas, de uma certa forma, o Israel age com uma certa ética,
06:58ainda que seja a ética de Estado,
07:00aquela ética que não é muito parecida com a nossa ética do ser humano,
07:03mas age, o Hamas não tem ética, né,
07:06e eu vejo com muita preocupação
07:08esse retorno dessas 500 mil pessoas
07:12que de ontem para hoje, de sexta-feira,
07:14estão retornando para a cidade de Gaza
07:16sem a gente ter realmente
07:19uma garantia de que esse acordo vai ser respeitado,
07:23porque se, na minha opinião,
07:25mesmo com a presença do presidente Donald Trump,
07:28que é um fator, digamos,
07:31um centro de gravidade interessante para esse acordo,
07:33ele tem uma posição que é intimida, né,
07:38ele, inclusive, representa a vitória,
07:42a derrota do multilateralismo,
07:45porque tem até uma posição mais ativa
07:48do que a própria organização das Nações Unidas.
07:51Mesmo com a presença, nós podemos, sim,
07:53ter o retorno das hostilidades como ocorreu, né,
07:57em janeiro, quando tentou-se também fazer
08:00troca de prisioneiros, reféns, né,
08:02e logo depois, as fases posteriores
08:06não foram atendidas e retornou os combates.
08:08E Israel já avisou que não vai sair,
08:11não vai, de maneira nenhuma,
08:13deixar que o Hamas continue exercendo
08:16algum tipo de ato terrorista
08:18ou de alguma influência militar
08:20dentro da faixa de Gaza.
08:22Então, você está correta.
08:24Podemos, sim, ter o retorno das hostilidades
08:27e aí fica mais preocupante ainda,
08:29porque essas pessoas que retornaram
08:32para a cidade de Gaza,
08:33como elas serão?
08:35Serão novamente usadas como escudos humanos
08:37pelo grupo Hamas?
08:39Israel terá o respeito, então,
08:42dentro do que vem tentando ter,
08:44dentro das regras de direito internacional,
08:46na condução das hostilidades?
08:48É uma questão muito preocupante, Paulo.
08:50É, Alexandre, a gente espera que essa seja
08:54uma luz no fim do túnel, né,
08:56esse acordo, ele se concretize realmente
08:58até o fim, seja efetivo
09:00para que haja a libertação desses reféns,
09:02para que haja o fim dessa guerra
09:04de uma vez por todas.
09:06Muito obrigada.
09:07Nós conversamos com o Alexandre Teixeira,
09:09doutor em direito internacional
09:10aqui no Jornal da Manhã de hoje.
09:12Bom, um ótimo domingo ao senhor.
09:14Seja sempre muito bem-vindo, professor.
09:16Para vocês também, uma satisfação.
09:20Até.
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