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Em entrevista exclusiva, o cientista político e ex-diretor da Apex, Márcio Coimbra, alertou que o impacto do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump sobre as exportações brasileiras não se esgotará no curto prazo.

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Transcrição
00:00E sobre a derrota do governo ainda na Câmara e essa pesquisa que indica o empate na aprovação e a desaprovação de Lula,
00:06o nosso entrevistado é o cientista político Márcio Coimbra, CEO da Casa Política e ex-diretor da Apex e também do Senado.
00:14Tudo bem, Márcio? Como vai? Mais uma vez, obrigado por atender a Jovem Pan. Muito bem-vindo.
00:21Obrigado pelo convite, Tiago. Uma satisfação estar aqui mais uma vez conversando com você e toda a audiência da Pan.
00:27Obrigado. Bom, é claro que eu queria que o senhor destacasse os números da pesquisa,
00:33o que vem ajudando nesta onda para que o governo acabe surfando nesse momento positivo,
00:41mas é preciso fazer essa ponderação hoje, o governo amargou uma derrota na Câmara dos Deputados.
00:51Então, Tiago, exatamente. A gente tem aí duas frentes para a gente poder entender isso muito bem.
00:56Uma frente que é a frente popular, onde a gente tem a pesquisa de opinião,
01:03que ela vai medir aí a sensibilidade da população,
01:08e no outro, quando a gente vê essa derrota no Congresso,
01:11a gente fala da articulação política e do poder do governo no Congresso Nacional.
01:16Começando pela segunda parte, a gente percebe que realmente o Congresso Nacional está completamente descolado do governo,
01:27no sentido de que nos últimos anos o Congresso se tornou dono do orçamento e se tornou dono da sua própria vontade.
01:35Esse governo, ele tem muito pouco a negociar com o Congresso Nacional,
01:41porque o seu poder de barganha, ele é muito pequeno.
01:45O Congresso Nacional é soberano, e sendo soberano, qualquer governo vai estar muito mais vulnerável
01:53a sofrer derrotas como essa que nós vimos essa noite.
01:58Então, a gente já vê também, nesse mesmo desenho,
02:04algo que vai se tomando forma, que é a campanha eleitoral presidencial do ano que vem.
02:11Os deputados colocando o governo nas cordas, com menos recursos,
02:18torna a vida do governo mais difícil, tentando aí dificultar a reeleição do presidente Lula.
02:25O que a gente vê, já indo para o outro lado da pesquisa de opinião,
02:31é que Lula se recupera claramente com o impulso do discurso de soberania
02:36depois de que o Brasil sofreu essas sanções do governo dos Estados Unidos.
02:43O presidente Lula está conseguindo capitalizar em popularidade, em números,
02:51exatamente essa situação que foi colocada pelo governo Donald Trump em relação às tarifas.
02:58Então, nessas duas frentes, a gente vê o governo conseguindo se recuperar perante a opinião pública de um lado,
03:04mas a gente vê que o governo não consegue força nem tração para se impor no Congresso Nacional.
03:11E a gente vê também a oposição já começando a trabalhar para deixar com que o governo não tenha uma situação tão confortável no ano que vem.
03:24Eu lembro que uma das coisas que Tarcísio de Freitas colocou como uma das condições para que ele saísse candidato
03:33era que o governo não poderia aprovar um pacote seguido de bondades neste semestre para o presidente Lula
03:43e que a oposição deveria se impor deixando o Lula numa situação muito menos confortável do que se imaginava
03:52para que assim a eleição do ano que vem tivesse algum tipo de disputa
03:58e não fosse simplesmente um governo surfando em boas notícias e um bom orçamento catapultado pelos votos do Centrão
04:08esse ano no Congresso Nacional.
04:10Omar, se eu despassar a palavra para os nossos comentaristas que fazem perguntas também,
04:14eu queria destacar um tweet do presidente Lula agora há pouco falando sobre o resultado,
04:21essa decisão da Câmara dos Deputados.
04:22Ele diz o seguinte, que a decisão da Câmara dos Deputados, a medida provisória que corrigir injustiças no sistema tributário
04:29não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro.
04:34Essa medida reduziria distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais dos mais ricos.
04:43Foi esse o post do presidente, ele continua falando, impedir essa correção é votar contra o equilíbrio das contas.
04:50O que está por trás dessa decisão é a aposta do que o país vai arrecadar menos para limitar as políticas públicas
04:57e os programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros e joga contra o Brasil.
05:03Jogar contra o Brasil foi essa expressão usada pelo presidente Lula.
05:08Vou chamar os nossos comentaristas, passo agora a pergunta para a Dora Kramer,
05:13mas antes, Dora, se você quiser fazer um comentário rápido sobre a pesquisa e essa reação do presidente Lula
05:19em relação à derrota no Congresso Nacional?
05:24Pois é, é perigoso esse negócio de ficar jogando o Congresso contra a população, né?
05:28Ou a população contra o Congresso.
05:31Isso revela, o Lula já deu uma subidinha no salto por causa das campanhas,
05:36da pesquisa, do bom momento e tal.
05:40Agora, as marés viram, né?
05:43E ele, isso é muito atribuído à sorte dele,
05:47mas a oposição também teve uma participação bastante acentuada, né?
05:52Cometeu muitos erros, abraçou causas que não são,
05:57que não tem nada a ver com a população,
06:00e aí vive essa situação.
06:01Mas, de qualquer maneira, quando chega no empate,
06:05a aprovação e desaprovação,
06:07ele fica muito perto de poder inverter a curva
06:11e talvez chegar com uma tendência de crescimento no ano eleitoral.
06:16Isso seria importante.
06:18Mas eu quero é passar a palavra para o Márcio.
06:20Márcio, boa noite.
06:21Primeiro, olha só,
06:24eu queria a sua visão do seguinte,
06:26nós estamos neste momento com o governo em alta,
06:30esquece o Congresso, tá?
06:32Vamos falar da cena pesquisa,
06:35da cena política de um modo geral.
06:38Para simplificar,
06:39governo em alta, oposição em baixa.
06:41É isso, este momento.
06:43O que você projeta pelo comportamento,
06:46pelas estratégias, o jeito?
06:50Quem você acha?
06:51Que lado?
06:52Qual dos dois?
06:53Governo ou oposição?
06:54Chegam em melhores condições no ano de 2026?
06:58Não em outubro, também não vou te pedir uma projeção tão longa assim,
07:03na virada do ano.
07:06Olha, Dora,
07:08o que a gente consegue enxergar até o momento
07:11é uma ainda situação de polarização no Brasil, né?
07:16A gente tem dois lados que se mostram irredutíveis nas suas opiniões,
07:23ou seja, vão estar com o governo ou vão estar com oposição,
07:28faça chuva, faça sol.
07:29Mas a gente tem que se entrar exatamente nesse centro um pouco mais volátil,
07:36que pode ir para um lado e que pode ir para o outro.
07:39E ele é muito mais vulnerável aos dados econômicos.
07:44Então é muito importante que o governo apresente dados econômicos sólidos
07:48que possam fazer com que essa popularidade que ele está tendo agora
07:55não seja uma popularidade efêmera,
07:58que ela se cristalize de verdade para o ano que vem.
08:03Agora, o que a gente pode depreender disso tudo
08:07é que em relação às tarifas,
08:10nós estamos vendo o governo surfar agora na tese e na tese da soberania,
08:20ou seja, na propaganda em relação a tudo isso.
08:23Mas as consequências do tarifácio vão atingir a economia mais adiante.
08:30A gente pode pensar aí na virada do ano, um pouco mais para frente,
08:34com perda de empregos, com perda de renda, com diminuição no PIB.
08:38A gente já tem visto em alguns setores algum tipo de retração.
08:43Eu que acompanho muitos números de comércio exterior,
08:47a gente já tem visto essa retração do comércio com os Estados Unidos
08:53ser apresentada nos números.
08:55Mas em pouco tempo ela vai estar sendo sentida na pele pela população.
09:01E aí acredito que a popularidade do governo tende a ceder.
09:05Então me parece que a gente entra no ano que vem ainda nesse equilíbrio,
09:11mas com a oposição podendo se recuperar um pouco,
09:15porque o governo vai sentir os números ruins na sociedade.
09:23E esses números ruins da economia fazem com que a sociedade se volte contra o governo.
09:29Márcio, a pergunta agora da nossa comentarista Priscila Silveira.
09:32Priscila.
09:34Boa noite, Márcio. Satisfação falar contigo.
09:37Márcio, o Tiago trouxe apoio com o tweet do presidente Lula,
09:41trazendo uma narrativa e impondo, colocando a perda,
09:44ou seja, essa derrota para o povo brasileiro,
09:47mas indiretamente colocando para o Congresso Nacional.
09:50Diante desse cenário que se avizinha,
09:52qual que é a perspectiva, como o senhor avalia a relação com o governo federal,
09:58também ali com o Congresso nos próximos dias, nos próximos meses,
10:01tendo em vista que 2026 praticamente já começou?
10:07Priscila, a pergunta é excelente.
10:10E a gente precisa entender muito essa relação com o Congresso Nacional.
10:15A gente precisa entender em diferentes frentes.
10:18Se a gente está falando em relação aos presidentes das casas,
10:22a gente tem uma realidade.
10:24Agora, se a gente está falando em relação à massa de deputados
10:29e um número significativo de senadores,
10:32a gente vê que existe uma outra realidade.
10:36O que eu quero dizer com isso?
10:37Existem interesses paroquiais tradicionais,
10:41os presidentes das casas,
10:43especialmente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
10:46que tem esses seus interesses atendidos pelo governo.
10:49Tem interesses regionais,
10:52especialmente em relação à exploração da Foz do Amazonas lá no Amapá,
10:58que ele vem tendo os seus pedidos atendidos pelo governo.
11:02Então, ele tende, na condução do processo no Senado,
11:07a ser muito a favor do governo.
11:09E nós sabemos que o Senado, como uma casa presidencial,
11:13uma casa que concentra muito os poderes na presidência,
11:17ela acaba sendo domada.
11:19Sua agenda é domada sempre pela presidência do Senado.
11:24Na Câmara, existe uma situação um pouco mais democrática.
11:27Os deputados conseguem fazer muito mais pressão na presidência da casa
11:31do que os senadores na presidência do Senado.
11:35Então, me parece que a gente deve ver muito mais derrotas do governo na Câmara,
11:42como a gente viu agora,
11:43do que no Senado.
11:45O Senado tem uma tendência, além de tudo,
11:48de um pouco mais de acomodação.
11:50E, se a gente somar isso,
11:52essa posição que eu coloquei do presidente Davi Alcolumbre,
11:56a gente vê que no Senado o governo tem uma situação um pouco mais fácil.
12:00Agora, na Câmara dos Deputados,
12:03onde existe uma oposição muito mais orgânica,
12:09organizada, com liderança,
12:12ali a gente pode ver realmente muito mais projetos
12:19que acabem sendo derrotados pela oposição.
12:23A oposição consegue fazer mais barulho
12:26e vai conseguir se impor ainda mais na Câmara dos Deputados.
12:29Então, acredito que seja ali
12:32que a oposição vai focar com as suas forças,
12:36porque no Senado Federal a situação se coloca um pouco diferente.
12:39E, bem rapidinho, para a gente fechar,
12:42o Túlio Nassa quer fazer também uma pergunta.
12:45Dá tempo ainda?
12:45Você, Túlio, rapidinho, por favor.
12:47Ok.
12:48Márcio, boa noite.
12:49Obrigado por atender a Jovem Pan.
12:51Minha pergunta é bem objetiva.
12:52Com o aumento da popularidade do presidente Lula,
12:55qual deve ser o cálculo político do Centrão para 2026?
12:58Ele deve anunciar logo um candidato,
13:01essa aliança com a direita?
13:03Ou ele deve esperar,
13:04já vista que a rejeição do presidente Lula também é grande,
13:07da mesma forma que metade aprova, metade desaprova?
13:10É, exatamente, Túlio.
13:13O que a gente tem aí adiante em 2026 é o Centrão precisando se posicionar.
13:19Agora, eu acho que ele precisa se posicionar exatamente cortando os dutos
13:24por onde correm o ar que sustenta o governo.
13:30Porque, afinal de contas, o governo está tentando turbinar o seu orçamento
13:35para 2026 para fazer com que a campanha também se turbine.
13:40E, do outro lado, então, o Centrão precisa fazer o quê?
13:44Ele precisa atuar de forma orgânica dentro do Congresso Nacional,
13:51mas isso não significa dizer que ele precisa escolher um candidato agora.
13:55O que eu vejo é que, pelo menos até março,
13:57a gente vai deixar ver com que os candidatos,
14:02os pré-candidatos da oposição, eles corram soltos.
14:06E, a partir dali, a gente vai ver mais uma acomodação, a partir de março.
14:12Aí, logo depois, a gente tem a desincompatibilização
14:15e o cenário se torna um pouco mais claro.
14:19Mas acredito que, apesar de Tarcísio de Freitas ter dito
14:23de que ele não será o candidato, eu ainda acredito que isso possa mudar.
14:30Acredito que esse cenário é outro e que as conversas internas
14:33podem mostrar um outro caminho com o governador de São Paulo,
14:38talvez assumindo uma candidatura presidencial da oposição.
14:41Perfeito.
14:42Márcio Coimbra, cientista político, mais uma vez atendeu a Jovem Pan.
14:45Muito obrigado mais uma vez e volto sempre.
14:48Grande abraço.
14:49Muito obrigado, Tiago.
14:51Um grande abraço a todos os comentaristas e toda a audiência da PAN.
14:55Obrigado.
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