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Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais e pesquisador de Harvard, analia as divergências entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Argentina, Javier Milei sobre o futuro do Mercosul. Após críticas de Milei, Lula defendeu o bloco econômico, afirmando que "estar no Mercosul protege os países", evidenciando as visões antagônicas dos líderes e a tensão regional.

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Transcrição
00:00O Mercosul tenta ampliar o protagonismo perto da data final dada pelos Estados Unidos
00:04para as negociações tarifárias, mas afinal, a distância ideológica entre Lula e Javier Milley
00:10pode ser um entrave para o bloco?
00:13E o nosso entrevistado agora, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense,
00:18pesquisador de Harvard, Vitélio Brustolin.
00:20Como vai, professor? Como sempre, muito bem-vindo à Jovem Pan. Bem-vindo, boa noite.
00:26Obrigado, Tiago. Boa noite a você, Eduardo. Boa noite a todos.
00:29Bom, professor, eu queria começar perguntando o seguinte, sobre Javier Milley.
00:33Qual a disposição dele de levar o Mercosul adiante também?
00:37O Acácio estava falando que, no fim, apesar das divergências e das brigas,
00:43talvez ele precise, claro, também ter o Mercosul à disposição da Argentina. Isso é claro, não é?
00:50É verdade, Tiago. Eu concordo com a análise do Acácio.
00:54E, sobretudo, existe uma vontade da Argentina de ficar no Mercosul.
00:58Isso é expresso por representantes do governo argentino,
01:02quando dizem que gostariam de tratar a questão da segurança no bloco de uma forma diferente.
01:08Hoje, o presidente Lula diz que a segurança é uma das prioridades do bloco,
01:12mas a linha que deve ser seguida vai por uma visão de mundo diferente.
01:18O presidente Milley é um admirador do presidente Bukele, por exemplo, de El Salvador,
01:22ou do presidente Trump nos Estados Unidos.
01:25A visão que o governo brasileiro deve imprimir, a questão da segurança no bloco,
01:32ao combate às organizações criminosas, é uma visão que certamente será distante daquela do Bukele,
01:38ou da do Trump, já que o presidente Lula critica as abordagens desses presidentes.
01:44Agora, existe sim o interesse da Argentina em permanecer no bloco,
01:48sobretudo pela expectativa do acordo entre Mercosul e União Europeia,
01:53que começou a ser negociado, como todos sabemos, em 1999,
01:56foi assinado em 2019,
01:58teve uma carta adicional, uma side letter da União Europeia,
02:03e foi novamente assinado no fim do ano passado no Uruguai.
02:07Agora, esse acordo precisa ser ratificado por pelo menos 15 dos 27 países da União Europeia,
02:14o que representa 55% daqueles países,
02:17e 65% da população,
02:20o que não é uma tarefa fácil, Thiago,
02:22mas nesse momento existe uma expectativa de que o bloco consiga um acordo com o EFTA,
02:29que são países da União...
02:31da Europa, na verdade não, da União Europeia,
02:34que é Islândia, Noruega e Suíça,
02:37que querem fazer acordo com o Mercosul.
02:39A Argentina tem interesse nesses acordos, Thiago.
02:41Professor Vitelli, as perguntas dos comentaristas.
02:44Dora Kramer, você, Dora.
02:46Boa noite, Vitelli.
02:47Eu quero abordar um assunto que ainda vai acontecer
02:51no domingo e na segunda,
02:54que é a reunião do BRICS aqui no Rio.
02:57Sem o Xi Jinping, que tem uma relação super boa,
03:01se encontrou diversas vezes, né,
03:03aqui na China, com o presidente Lula.
03:06Bom, sem o Putin, por razões ele não pode sair,
03:08não pode vir, senão seria preso,
03:10mas vai participar remotamente.
03:14E com a participação do Irã, né,
03:17que é o membro que entrou.
03:19Muito se diz que por causa da ausência do Xi Jinping,
03:23o BRICS, a reunião seria esvaziada.
03:25Qual a expectativa?
03:27Que reunião será essa?
03:28Como é que é o...
03:29O que é o...
03:30O que se espera dela?
03:33Olha, Dora,
03:34certamente a presença do Irã não é favorável ao Brasil
03:38nesse momento em que, inclusive,
03:40o presidente brasileiro foi tema de notícia
03:44da revista The Economist,
03:46uma das principais publicações no mundo,
03:48uma publicação britânica.
03:50Houve, inclusive, uma celebração há alguns anos
03:53quando essa mesma revista colocou a imagem
03:55do Cristo Redentor decolando,
03:57isso foi em 2009,
03:59e depois, em 2014,
04:01fez uma outra capa mostrando o Cristo Redentor
04:03já sem rumo e dizendo que o Brasil
04:05tinha perdido uma oportunidade.
04:07Não é de hoje que o BRICS se transformou
04:09num grande clube da China,
04:11isso é apontado, inclusive,
04:13por outros analistas internacionais,
04:15mas também pela imprensa internacional,
04:16pela própria Economist.
04:18Hoje são 11 países que fazem parte do BRICS,
04:21então aquele grupo inicial,
04:23Brasil, Rússia, Índia, China,
04:25e depois da África do Sul,
04:26perdeu o sentido do que deveria ser.
04:30O Brasil, inclusive, era contra essa ampliação.
04:33O Irã ingressou no ano passado,
04:35não só o Irã, a Indonésia, o Egito, a Etiópia,
04:39os Emirados Árabes Unidos,
04:41a Arábia Saudita ainda não ratificou,
04:43mas vai participar.
04:46Inclusive, há países que entraram
04:48que estão em guerra.
04:49Então, o Egito e a Etiópia, por exemplo,
04:50tem uma guerra indireta na Somália nesse momento.
04:55A Arábia Saudita e o Irã são rivais históricos.
04:59A Arábia Saudita, Sunita, Irã, Shiita e Persa
05:02foram reaproximados pela China em 2023.
05:05Então, o que nós estamos vendo é um grande clube
05:07da China e da Rússia,
05:10e o Brasil perdeu o protagonismo nesse clube,
05:12vai tentar imprimir uma agenda ambiental,
05:14mas nesse momento a questão ambiental é secundária,
05:17já que as preocupações internacionais
05:18são geopolíticas por conta de uma escalada
05:21no armamento e de preparação
05:24para uma possível guerra em maior escala, Dora.
05:27Professor, agora a pergunta de Acácio Miranda.
05:30Acácio.
05:32Professor, boa noite.
05:34Falávamos sobre essa tentativa de acordo
05:38entre Brasil e União Europeia.
05:40No seu entendimento,
05:42a França está amolecendo o seu coração?
05:47Há uma possibilidade maior de nós chegarmos a um acordo?
05:51Ou ele ainda é distante?
05:54Não, a França não está amolecendo.
05:56O Macron não tem margem de manobra
05:58para negociar com os agricultores franceses.
06:01O Macron não deixou nenhuma margem para dúvida,
06:04apesar desse bromance que tem entre o Macron e o Lula.
06:08Isso nunca foi colocado na mesa.
06:11O Lula pediu para a França apresentar uma contraproposta,
06:15para tentar negociar essa questão,
06:17para a França aceitar o acordo com o Mercosul,
06:21mas não há expectativa disso acontecer.
06:24A França está bastante ingovernável, na verdade.
06:26O Macron tem colocado primeiros ministros
06:31que não são aceitos pela população,
06:34tem sido questionado,
06:35já passou por voto de confiança no país por conta disso,
06:39já usou recurso constitucional
06:42para contornar o Congresso
06:44e tentar impor medidas impopulares,
06:47como, por exemplo, a reforma previdenciária.
06:49Então, não existe, nesse momento,
06:51espaço para uma negociação
06:53que abra portas para países como o Brasil
06:57e outros países do Mercosul dentro da França.
06:59O seu argumento francês é de que as normas europeias
07:02são muito rígidas
07:03e que não seria justo
07:05que países com regras menos rígidas
07:08fazerem comércio,
07:09especialmente em áreas que a França considera cruciais
07:12com seus produtos agrícolas
07:14renomados no mundo inteiro, Acácio.
07:17Só para a gente fechar,
07:18qual é o compasso de espera que o mundo está
07:20em relação às tarifas de Donald Trump?
07:22Claro que essa discussão surgiu
07:24nessa cúpula do Mercosul,
07:25vai surgir na reunião dos BRICS também,
07:27é a expectativa,
07:30mas existe um compasso de espera
07:32e isso faz com que o Mercosul
07:34possa pensar em tentar fazer frente
07:36aos Estados Unidos ou isso é impossível?
07:38Que leitura que a gente pode fazer
07:40nesses próximos dias?
07:41A expectativa é essa, não é, professor?
07:44Essa pergunta é bastante interessante,
07:46porque uma das acusações do Millet
07:47sobre o Mercosul é justamente
07:49que é uma cortina de ferro,
07:51que é uma prisão para os países,
07:53que não pode negociar
07:54acordos comerciais separadamente,
07:56não é o primeiro país do Mercosul
07:58a dizer isso,
07:59o Uruguai queria fazer um acordo comercial
08:02diretamente com a China
08:03e foi impedido por conta do Mercosul
08:05e tem as tarifas externas comuns,
08:07a tarifa externa comum do Mercosul,
08:09que é imposta ao mundo inteiro
08:11e aí faz com que a nossa região
08:13fique pouco atrativa,
08:14os países preferem fazer comércio
08:16com outras regiões do mundo.
08:18O que o Millet queria
08:19era fazer um acordo diretamente
08:21entre a Argentina e os Estados Unidos,
08:22que também não parece que vai adiante
08:25justamente porque a Argentina
08:26continua no Mercosul.
08:28O Mercosul sim seria um ótimo instrumento
08:30de barganha para negociar
08:33com os Estados Unidos.
08:33Agora veja, Thiago,
08:35o presidente Lula esteve na reunião
08:37do G7 há poucos dias,
08:38o Trump estava lá,
08:40não houve nenhum esforço
08:41para ter uma reunião bilateral
08:43entre os dois.
08:44Não faz o menor sentido isso,
08:45os Estados Unidos ainda são
08:46o segundo maior parceiro comercial
08:48do Brasil,
08:49o Brasil vem sofrendo tarifas
08:51no aço, no alumínio
08:52e a tarifa comum de 10%.
08:53Então, por que não ter
08:55o encontro entre o presidente brasileiro
08:57e o presidente dos Estados Unidos?
08:59Isso seria uma questão
09:00de interesse nacional
09:01para o Brasil, Thiago.
09:03Professor Vitélio Brustolin,
09:05pesquisador de Harvard,
09:06professor de Relações Internacionais,
09:07como sempre,
09:08obrigado pela gentileza,
09:09professor,
09:10pelas análises aqui na Jovem Pan
09:11e volto sempre.
09:11Um abraço.
09:13Obrigado pela gentileza.
09:14Boa noite a todos.
09:14Obrigado.
09:15Obrigado.
09:16Obrigado.
09:17Obrigado.
09:18Obrigado.
09:19Obrigado.
09:20Obrigado.
09:21Obrigado.
09:22Obrigado.
09:23Obrigado.
09:24Obrigado.
09:25Obrigado.
09:26Obrigado.
09:27Obrigado.
09:28Obrigado.
09:29Obrigado.
09:30Obrigado.
09:31Obrigado.
09:32Obrigado.
09:33Obrigado.
09:34Obrigado.
09:35Obrigado.
09:36Obrigado.
09:37Obrigado.
09:38Obrigado.
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09:43Obrigado.
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