As crianças superdotadas estão sofrendo? O programa Na Real mergulhou no universo da Alta Habilidade/Superdotação (AH/SD) em jovens. Com as convidadas Ágatha (11) e Raul (11), que compartilham suas vivências com o QI elevado, e a psicóloga especialista Priscila Costa, o debate expôs o desafio de ser "diferente" na escola. Como a exposição nas redes sociais e a adultização precoce afetam o desenvolvimento emocional de quem tem uma mente acelerada. Como a família e a escola podem oferecer o suporte necessário? Assista à discussão!
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NotíciasTranscrição
00:00Vocês não têm rede social, né?
00:01Não.
00:02Por favor?
00:02Eu tenho.
00:04Você tem? Qual?
00:05Eu tenho um Instagram.
00:06Ah, mas você fica nele ou é a sua mãe que mexe?
00:09Não, eu só uso pra conversar com os meus amigos mesmo.
00:13Ah, entendi.
00:14Porque dizem que só pode começar com 13 anos, né?
00:17Nas redes sociais.
00:19O que você acha desse uso de rede social ainda, Pri?
00:22É, eu acho que o cuidado, né?
00:24Parental é muito importante.
00:26A observação do que está sendo acessado.
00:29Quem é o...
00:31Quem são os amigos, os seguidores.
00:34Isso é importante porque a internet é terra de ninguém.
00:38Então a gente precisa estar muito atento, sim.
00:41Até pela velocidade com que essas crianças também aprendem a acessar e a aprofundar, né?
00:47Então vai mexendo, vai chegando em lugares na internet
00:51que muitas vezes a gente adulto nem conhece ainda.
00:54Então a gente precisa sim ter um olhar muito atento
00:57pra o que está sendo acessado.
00:59Agora, Raul, me diz uma coisa.
01:01O que você acha que é a melhor coisa que existe hoje na sua vida?
01:06O que você mais gosta, além da música, né?
01:09Porque a música você já falou.
01:11Tem mais alguma coisa?
01:12Nossa, tem a minha família.
01:14Ai, lindo.
01:16Agora a mãe se emocionou.
01:17Falando em amigos, é...
01:19Pode mandar um beijo pra todos.
01:21Você pode mandar um salve pra minha amiga Luísa Coimbra,
01:24que ela pediu pra eu mandar um salve aqui na Jovem Pan?
01:26Um salve, Luísa Coimbra, da Márcia Dantas aqui da Jovem Pan.
01:31Boa!
01:32E você, Ágata?
01:34Acho que família e amigos também.
01:35Tem algum amigo que você quer mandar beijo?
01:39Manda beijo pra Anabela, por favor.
01:41Anabela, amiga da Ágata.
01:42Um beijo, Anabela, pra você.
01:44Da Márcia Dantas aqui da Jovem Pan.
01:46Tá todo mundo assistindo a gente, é isso?
01:47Vocês mandaram nos grupos, nos halls, de todo mundo.
01:50Que legal!
01:50Eu falei pra ela.
01:52Que bacana!
01:53Falei pra todo mundo.
01:54Pra vir aqui, que eu ia mandar um salve pra eles.
01:56Que máximo!
01:57E vocês já pediram presentes de Dia das Crianças?
02:00Eu pedi.
02:01O que que você vai ganhar?
02:03Eu quero muito uma guitarra ou um kit de montar guitarra.
02:06Uau!
02:07É um presente caro, hein?
02:08É um presente caro.
02:10O problema é que o Dia das Crianças, vocês não pensam nos pais.
02:12Tem Dia das Crianças depois do Natal.
02:14Menos de dois meses, gente, a gente fica desmonetizado, entendeu?
02:19Tem que ser um presente mais barato no Dia das Crianças.
02:21Melhor no Natal.
02:22Eu sei, eu sei.
02:24E você, Ágata?
02:25Eu tava pensando em pedir fotocardes e um ingresso pro show do Stray Kids.
02:30Uau, eles vêm pro Brasil?
02:31Eu acho que eles vêm ano que vem.
02:33Ainda não foi nada confirmado.
02:34É uma banda de K-pop.
02:36Sim.
02:36Ah!
02:37E assim, além dessas bandas, você tem outros que você gosta também?
02:41Que você acompanha?
02:41Tipo, alguma musa mundial, assim?
02:46Tipo, a Kate…
02:48Ah, tem várias, né?
02:50Tem Taylor Swift, muito obrigada.
02:52Porque eu tava tentando lembrar o nome dela.
02:54Eu acompanho mais K-pop.
02:56Tipo, Blackpink e BTS, que são duas bandas de K-pop.
02:59Eu acompanho mais.
03:00E o seu sonho é ir em um show?
03:01Ou você já foi em algum?
03:02Não, nunca foi.
03:03Nunca fui.
03:04Meu sonho é ir.
03:05Ai, você quer muito ir, né?
03:06Sim.
03:06Ai.
03:07E você gosta da…
03:08Que as meninas estão chutando.
03:10Rosé?
03:11Sim.
03:12Olha, sim.
03:13Sim.
03:13Ela canta com o Bruno Mars?
03:15Sim.
03:15Ai, a Bruna tá me ajudando aqui, ó.
03:17Com as referências.
03:19Bom, Priscila.
03:20Quando a gente ouve eles falando, né?
03:23Tem uma questão assim…
03:24Ai, parecem adultos em alguns momentos, né?
03:27Olha quantos conscientes…
03:29Mas a gente não pode esquecer que são crianças.
03:31Existe esse problema também de adultizar cedo demais?
03:35As crianças, só por elas serem muito inteligentes?
03:38Com certeza.
03:39Infelizmente, sim.
03:40Quando a gente pensa na superdotação, a gente vai, inicialmente, muitas vezes, olhar
03:46pro funcionamento cognitivo.
03:48Pra toda essa velocidade, rapidez de raciocínio, que é o que fica mais evidente no início.
03:55Porém, a faixa etária, né?
03:58A idade cronológica, ela continua a mesma.
04:01Então, as necessidades emocionais, o cuidado com a infância, preservar o brincar, preservar
04:10muitas vezes a ingenuidade.
04:12Claro que é mais difícil, porque eles são muito antenados e eles estão cognitivamente
04:19avançados da idade cronológica.
04:22Mas a gente não pode só deixá-los lá.
04:25A gente precisa considerar que o desenvolvimento emocional, por exemplo, não necessariamente
04:32acompanha esse cognitivo.
04:34Então, o que eu percebo cognitivamente?
04:37Entrei em contato com um assunto que não é da minha idade.
04:41No meu funcionamento cognitivo, eu consigo processar.
04:44Mas e lá no meu emocional?
04:46Será que eu estou preparado?
04:47Será que eu tenho maturidade pra lidar com isso?
04:49Então, é preciso tomar esse cuidado do quanto a gente deixa o acesso livre a conteúdos
04:59mais avançados do que a idade cronológica, pensando no desenvolvimento cognitivo, mas considerando
05:06esse emocional e a infância, né?
05:08Que ainda é a fase que eles estão, cronologicamente falando.
05:12Inclusive, falar sobre assuntos também que eles já compreendem como uma forma de alerta
05:19dos perigos, do que tem...
05:20É muito importante, né?
05:21Vocês acompanharam toda aquela situação do Ítalo Santos, toda aquela repercussão.
05:26Os pais conversaram com vocês.
05:29Sim.
05:29E aí, como é que foi pra você, Agatha, ver aquelas crianças naquela situação, fazendo
05:33vídeos de um jeito...
05:35O que você acha disso?
05:36Pra mim, isso é uma coisa horrível, que não devia acontecer.
05:39Adutizar uma criança é horrível.
05:44Você sentiu, assim, uma tristeza por elas quando você viu aquelas cenas e tudo aquilo?
05:49Sim.
05:50Bastante.
05:51E pra você, Raul, como é que foi?
05:53Nossa, foi triste, por causa que toda...
05:57Você ouviu, falando no Ítalo Santos, você viu que a...
06:04Qual que é o nome da...
06:05Camilinha.
06:06A Camilinha falou que o Ítalo Santos, ela acabou de expor.
06:12Eu não sei, eu acho que foi esse mês.
06:15Eu não li direito, mas eu vi que ela expôs o Ítalo Santos por ter oferecido droga pra
06:20ela.
06:21Nossa, tá vendo só, gente?
06:23Não só droga, né?
06:24Essa menina até engravidou na casa dele, perdeu o bebê, né?
06:28Uma situação muito difícil.
06:29E os pais conversam, então, sobre esses perigos com vocês.
06:32E vocês entendem, realmente, da preocupação deles, né?
06:36Que não é à toa, né?
06:38E o que você acha, assim, que as crianças deveriam, no nosso mundo hoje, serem mais protegidas?
06:43O que vocês acham?
06:45Eu acho que sim.
06:46Acho que os pais deviam proteger mais as crianças, hoje em dia, das redes sociais, tipo, do mundo
06:51lá fora, essas coisas, assim.
06:53E você, Raul?
06:54Concordo com ela.
06:57Eu acho que é a mesma coisa.
06:58Graças a Deus, meus pais já me protegem com o controle parental e eles sempre revisam
07:03o meu celular, né?
07:06Mas...
07:06Vocês têm o celular, os dois?
07:08Eu tenho o Family Link também.
07:10Olha, o seu amigo, ele mandou um salve lá no chat.
07:13Ele tá assistindo a gente.
07:14Você sabia?
07:15Me avisaram aqui.
07:16Ah!
07:17Qual amigo?
07:18Qual foi?
07:18Qual é o nome?
07:19Qual é o nome dele que você pediu pra eu mandar beijo?
07:22Luísa Coimbra.
07:22É a Luísa?
07:24Foi ela que mandou um salve?
07:25Qual foi, Bruna?
07:28Davina Coimbra.
07:30É, ela é a Luísa.
07:31Ela, então, é a Luísa.
07:34Ela tá assistindo a gente, ela mandou um salve também.
07:37Como é que é na escola, gente?
07:39Vocês, todo mundo tem um grupinho, vocês participam desse grupinho?
07:44Como é que funcionam as amizades de vocês na escola?
07:47A minha, eu tinha um grupinho antigo que era eu, meu amigo Guilherme e meu amigo Joaquim.
07:55Mas, não, perdão.
07:57Eu, meu amigo Guilherme e meu amigo Joaquim e o João Francisco.
08:03E por que você não tem mais agora?
08:05Eles saíram, mudaram?
08:06Eu briguei pra caraca com o João Francisco.
08:08E se brigou?
08:09Por que?
08:10Coitado do João Francisco.
08:11Ah, vamos dizer que ele falou da minha família, falou que meus pais não me davam atenção.
08:18Falou que queria decapitar todos os meus familiares.
08:22Pelo amor de Deus.
08:23Não, João Francisco, o que foi isso?
08:26Mentira.
08:26E agora eu já tô com um grupinho novo, né?
08:28Que é eu, a Luísa Coimbra, que tá assistindo a nós aí.
08:33A Maria Luísa, que eu acho que tá assistindo a nós.
08:37Nossa, as meninas gostam de você.
08:40Maia Gaudi, Letícia.
08:43A Letícia, boa.
08:46E você, Agatha?
08:47Porque agora eu já fiquei até um pouco assustada com esse teu grupinho antigo.
08:51Ainda bem que eles já não estão mais contigo.
08:53Ainda bem.
08:54E você?
08:55Hoje em dia eu tenho um grupinho.
08:57A Ana Bela, o Davi e a Alice.
08:59São nós quatro.
09:00A gente chama de quarteto elegante.
09:02Olha!
09:02Mas, voltando pro terceiro ano, já tive uma época que não foi muito fácil, assim, na amizade.
09:11Você também desfez algumas amizades?
09:12Sim, bastante.
09:13Por quê?
09:14Você descobriu o quê?
09:15Me conta.
09:15Ah, as pessoas meio que me excluíam de tudo.
09:18Então, nem tinham o que desfazer.
09:21E aí você foi criando laços depois?
09:24Sim.
09:25Uma amiga minha, a única que eu tinha era a Carol, assim.
09:28Agora você tem mais?
09:30Agora eu tenho bastante.
09:30E como é que os pais e os professores podem facilitar essa criação de vínculos, Priscila,
09:37pra crianças superdotadas?
09:39Isso também é um assunto delicado, né?
09:41Porque pela intensidade de comportamentos que eles apresentam, pela profundidade de interesses,
09:49de assuntos variados o tempo todo, é difícil muitas vezes encontrar pares que respondam a isso.
09:57Que também tenham interesses variados, que também precisam aprofundar os conhecimentos o tempo inteiro,
10:04que gostam de abordar e de falar de diversos assuntos.
10:08Então, é por isso que muitas vezes fica difícil se enturmar, né?
10:12Ou encontrar ali os pares.
10:14A mediação do adulto muitas vezes pode funcionar, desde que esse adulto também esteja atento a essas necessidades que as crianças estão apresentando.
10:24Então, com muito cuidado, acolhimento, apresentar ao grupo, muitas vezes a condição, falar a respeito das altas habilidades de superdotação.
10:35Pro grupo, isso é inclusão, né?
10:39Quando a gente fala de ambiente acadêmico, a gente tá falando, a superdotação faz parte da educação especial.
10:46Então, a gente precisa falar da inclusão, da diversidade de perfis, diversidade de características.
10:52Na escola, eles sabem das características de vocês.
10:55Todo mundo sabe?
10:56Todo mundo fala sobre isso ou não?
10:58Não.
10:58Você prefere não falar?
10:59Não, ninguém sabe.
11:00Ah!
11:01A Luísa Coimbra que...
11:03Só a Luísa Coimbra agora que tá assistindo?
11:04Porque agora eu tô assistindo aí, né?
11:06Ah, entendi.
11:07Luísa Coimbra, tu não espalha, hein?
11:10Não espalha, não espalha, não espalha.
11:11Olha, ela tá interagindo muito aqui.
11:14Os meninos estão dizendo que ela tá no chat ali, sendo a mais interativa, a Luísa Coimbra.
11:20E na sua escola, sabem, Agatha?
11:22Alguns sabem.
11:23O quarteto, né?
11:24O Davi, a Alice e a Anabella, eles sabem.
11:26Ah, e tudo bem.
11:27Outros, eu não tenho certeza.
11:28Mas você não faz questão de contar pra todo mundo.
11:31É isso, é bem comum, então.
11:32É uma proteção que elas acabam fazendo.
11:35Exatamente, porque a gente nunca sabe como as pessoas vão reagir.
11:40Então, a decisão de contar ou não, ela é muito particular, muito pessoal, né?
11:45Porque a gente, quando conta, tá falando da identidade.
11:48A criança, quando ela fala, eu sou superdotada, ela está falando de quem ela é, de um modo
11:53muito profundo.
11:54E como ainda tem muitos mitos e estereótipos, a gente não sabe como é que as pessoas vão
12:00reagir.
12:01Então, é por isso que nem todos ficam sabendo, né?
12:05Tem gente que não conta pra ninguém, fica só no âmbito familiar.
12:09Então, depende muito.
12:10Olha, eu lembrei que o Whindersson, aquele grande blogueiro e também youtuber e humorista,
12:17o Whindersson descobriu recentemente que ele é superdotado.
12:21E assim, ele falou, ai gente, eu não sou superdotado porque eu sei fazer muitas contas,
12:25eu não sei o quê.
12:26Eu tenho uma superdotação de uma mente mais criativa, né?
12:29Ele é criativo, ele consegue associar vários assuntos e fazer associações muito rápidas.
12:35Mas eu acho que ter essas pessoas falando na internet ajuda a desmistificar, né?
12:40Com certeza.
12:41Quanto mais esse assunto vier à tona de um modo acolhedor e não estereotipado, é importante.
12:49Então, por exemplo, o Whindersson, a capacidade de conexão que ele tem criativa entre assuntos
12:56é muito presente, é uma característica muito forte nas altas habilidades de superdotação.
13:01É que por causa de tantos mitos que a gente tem, às vezes ela não é validada.
13:07Mas ela é uma característica muito forte, sim.
13:09E sempre tem que ter um QI muito alto ou não?
13:13Tem?
13:13Então, esse assunto do QI também é...
13:18É dar pano pra manga, né?
13:20De conversa.
13:21Mas basicamente, na literatura, existem diferentes vertentes teóricas
13:28que definem as altas habilidades de superdotação.
13:32Existem algumas que se fecham no número de QI específico
13:37e é isso que vai ser considerado pra identificar as altas habilidades de superdotação.
13:42Porém, a gente, né, até considerando a definição que o MEC utiliza no nosso país,
13:48a gente precisa de um olhar mais ampliado.
13:50Porque o QI, ele é uma métrica, ele é uma medida da inteligência.
13:55Só que a inteligência tem diferentes habilidades envolvidas
13:59e o indivíduo superdotado, ele não se restringe só à inteligência elevada.
14:04Ele tem muitas outras características, como nós estamos vendo aqui no Raul e na Ágata, por exemplo.
14:10Então, não é o número do QI que vai definir.
14:12É, a gente tem que tomar cuidado com essa visão de que fica presa só ao número de QI.
14:18Vocês sabem o número de QI?
14:20Raul?
14:22145.
14:23Ah.
14:24Não é 140.
14:25Tem um número que já exige, assim, exige não, que característica,
14:31já tem uma característica de superdotação a partir de que número?
14:34É, se a gente ficar mais restrito a essa visão do número,
14:40existem vertentes que vão dizer do 130, a partir de 130.
14:44A partir de 130.
14:45Mas, se a gente pensar numa definição mais ampliada,
14:49a gente pode 120, já dá pra considerar, pensando inclusive em todas as outras características, né?
14:57E tem muito adulto que não sabe que é superdotado.
15:00Muitos.
15:01Eu fiquei imaginando algumas coisas que eu li sobre a Ágata e fiquei falando,
15:04será que eu não sou também?
15:06Eu tava contando pras meninas aqui que eu nunca fui estudar muito,
15:10mas eu sempre aprendi muito rápido e sempre tive essa habilidade de comunicação.
15:14E mesmo não estudando, só prestando atenção nos assuntos que me eram, né, agradáveis,
15:20eu tirava boas notas, nunca repeti de ano, mas eu sempre pensava,
15:23se eu estudasse, eu acho que eu ia muito bem, ia tirar 10, assim,
15:26mas eu tirava 7, 8, pra mim tava ótimo.
15:29Mas nunca fui de estudar, de ler, mas eu aprendo muito rápido tudo que eu me proponho.
15:34Assimila, né?
15:35Assimila, assim, vem.
15:37E não sei, e uma vez eu fiz uma palestra e uma moça me pegou e falou assim,
15:40eu acho que você é superdotada, porque eu estudo isso, porque você contou isso e aquilo.
15:45E eu fiquei com aquilo na cabeça.
15:46Quem tá assistindo a gente agora, que tiver alguma dúvida,
15:49como é que funciona a gente buscar saber se é ou não?
15:53Tem que procurar uma especialista mesmo?
15:55É, existe um processo de avaliação, né, que a gente pode fazer
15:59pra que a gente conheça todo esse funcionamento,
16:03todas essas características cognitivas, emocionais, histórico de vida.
16:08Então a gente precisa fazer a junção, né, a confluência dos fatores
16:13pra conhecer profundamente esse indivíduo.
16:16e entender a condição das altas habilidades de superdotação,
16:19se ela está presente ou não.
16:21E como é que ela se apresenta nesse indivíduo.
16:24Importante, quando a gente pensa nos adultos,
16:27muitas vezes eles estão camuflados, passaram a vida toda, né,
16:32tentando lidar do jeito que foi possível com as situações.
16:37Mas, acho que é importante trazer isso.
16:40Quando a gente pensa num processo de avaliação,
16:42não considerar apenas o funcionamento cognitivo,
16:47as questões emocionais, elas podem bloquear muitas vezes,
16:51impactar, porque é tanto tempo camuflado,
16:54que é difícil, né, se olhar e se perceber de um modo diferente.
16:57Isso também pode acontecer com as crianças.
16:59Sim.
17:00Mas na idade adulta, isso é mais forte.
17:02É, porque a gente passou a vida inteira tentando se adaptar
17:06ao que acham que a gente deveria ser.
17:08É.
17:09Aquilo que o Raul tá falando, ah, esquisito e tal.
17:12Eu sempre senti muito as coisas,
17:14eu sempre fui muito livre pra algumas outras coisas também,
17:18diferente de crianças da minha idade.
17:20E eu sempre me achei inadequada.
17:22Tipo, ela é inadequada.
17:23Isso é um sentimento muito comum.
17:25Muito comum, não é?
17:26Sim.
17:27A inadequação, a frustração de você não caber em certos ambientes, né?
17:31O estar fora, né, do que o comum ali.
17:35Do grupo, ou do que é esperado.
17:38E é um sentimento que você vai aprender a lidar.
17:39É, exatamente.
17:41E ele acompanha durante a vida toda, né?
17:43A gente lá no Instituto, muitas vezes, avalia adultos de todas as idades,
17:49inclusive idosos.
17:50E esse sentimento, ele está presente em todas as idades.
17:54Por isso, você precisa trabalhar também os pais, né?
17:56A família toda precisa trabalhar pra saber lidar, né, com eles.
18:00Sim, com certeza.
18:01Deve ser um desafio, né?
18:02Pras mamães aqui, papais irmãos.
18:05Irmãos, né, também.
18:07É um desafio, Pri?
18:08Sim.
18:08É.
18:11Quando a gente tem, né, esse perfil na família,
18:14e não há o conhecimento da condição,
18:16é muito comum a gente receber as famílias assim.
18:20Ah, eu não sei mais o que fazer.
18:23Já tentamos de tudo.
18:26Provavelmente tem alguma coisa acontecendo,
18:29mas a gente não entende o que é.
18:32E as queixas são muito variadas,
18:34desde comportamentos do cotidiano.
18:37Ah, coloca o tênis e não coloca.
18:40Troca de roupa e não troca.
18:42Até questões mais complexas de sofrimento mesmo,
18:46voltado à intensidade, à sensibilidade emocional que existe,
18:50que é muito profunda.
18:52Então, crianças muito pequenas que se preocupam com temas
18:55e sofrem, né?
18:58E aí não sabem lidar por causa daquilo que a gente conversou,
19:01da imaturidade emocional.
19:03Então, o ambiente familiar pode começar a perceber por causa disso.
19:08E aí, quando a gente identifica,
19:11é importante que a gente oriente e acolha também esses pais,
19:14os irmãos, enfim, quem convive com a criança, né?
19:17Pra prepará-los, pra fortalecê-los também.
19:21Pra dar esse suporte.
19:22A olhar pra esses indivíduos,
19:25também com esses parâmetros mais ampliados,
19:28mas, acima de tudo, acolhedores.
19:31Perfeito.
19:31E aí,
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