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O Brasil deve criar sua própria regulação de inteligência artificial ou simplesmente copiar modelos prontos, como o da União Europeia? 🤖
No Miragem Podcast, o advogado Daniel Marques, especialista em inovação jurídica e regulação de IA, debate os caminhos possíveis para o país equilibrar inovação, segurança e competitividade global.

🎧 Corte do episódio 11 do Miragem Podcast — disponível no YouTube e Spotify.

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Transcrição
00:00Eu até queria perguntar pro Daniel, como que ele tá vendo, eu sei que ele tá meio envolvido
00:12com o projeto de regulamentação da inteligência artificial aqui no Brasil, eu quero saber
00:17na visão dele, como ele tá vendo isso no espectro geral, o que que a gente pode ver
00:21de positivo e negativo na regulamentação e o que que tá tendo na área específica
00:25de direito, né?
00:26Eu conheço um pouco do projeto, aí dá pra gente trocar uma bola nisso.
00:30O modelo que nós estamos seguindo de regulação da inteligência artificial no Brasil é um
00:35modelo muito semelhante ao AI Act, né, que é o modelo da União Europeia.
00:40E aí tentaram repetir no Brasil, porque eles também copiaram, em certo modo, claro, adaptando
00:46a realidade brasileira, a Lei Geral de Proteção de Dados, que deu muito certo, a GDPR na União
00:52Europeia impactou o mundo inteiro.
00:53Só que com o AI Act, isso não deu certo na União Europeia.
00:57A União Europeia, ela quis se posicionar durante um tempo como o grande regulador do mundo.
01:02Como você tinha os Estados Unidos e a China disputando o mercado de desenvolvimento de
01:06tecnologia, a União Europeia, como ela não era um grande produtor de tecnologia, apesar
01:11de ter algumas empresas despontando aí, mas são poucas, ela quis se posicionar como
01:16o grande regulador.
01:16E deu certo com o LGPD e não aconteceu com o AI Act.
01:19E na minha visão, o modelo atual, que na verdade é uma concha de retalhos de vários
01:23projetos de lei, ele não está focando naquilo que deve ser o mais importante, é como o
01:29Brasil pode liderar a inteligência artificial.
01:32Então a gente está copiando todo aquele modelo de riscos, que até na própria União Europeia
01:35eles já estão querendo rever, né, você dividir a inteligência artificial em riscos.
01:40Risco você diz o quê?
01:41Alto risco, médio risco, baixo risco.
01:43Risco para quem?
01:45Contextualiza um pouco para a nossa audiência.
01:46Por exemplo, na União Europeia você, por exemplo, tem plataforma, a inteligência artificial
01:50não pode ser utilizada, por exemplo, para SCOD RH, para poder fazer seleção de pessoas.
02:00Ela já é proibida.
02:02No Estados Unidos tem uma empresa que está valendo bilhões, uma startup que justamente
02:06faz esse processo seletivo para RH, empresas como Meta, várias dessas magnificent seven
02:12gestão inteligentes, uma marca, empresa de jovens, sem sair do MIT, está valendo, se
02:17não me engano, 3, 4 bilhões de dólares só para fazer esse processo de contratação
02:20de RH via inteligência artificial.
02:22E aí você tem outros modelos também de alto risco, por exemplo, reconhecimento facial
02:25é proibido, desde que, aí tem as exceções, para a segurança pública, em espaços públicos.
02:31Então você vai modulando.
02:32E aí a gente copiou esse modelo de...
02:34E outro problema também que a gente fez, que é diferente do que tem na Europa, que é
02:38o grande problema que está ali na metade do texto, que é um texto extenso e complexo,
02:42é toda a questão de direitos autorais.
02:44Então você tem lá um número que fala que você deve pagar...
02:47Não, você deve elencar e identificar todos os dados que você utilizou para o treinamento
02:52do algoritmo.
02:53Que é uma coisa, tecnicamente falando, impossível.
02:56Então ele pede algo na lei que tecnicamente é impossível de você realizar.
03:00O B era impossível, aumentando...
03:02E mesmo que seja possível, você aumenta o custo de geração de algoritmos que seriam
03:06algoritmos brasileiros, né?
03:08Como é que a gente...
03:09Então, assim, eu acho que deveríamos seguir mais um modelo, que é um modelo, na minha
03:12visão, o americano e o inglês.
03:14Existe um modelo mais principiológico, diretrizes gerais, muito focado na segurança da informação,
03:21que é a importância do Estado, segurança das empresas.
03:23E você deixar as instâncias reguladoras de maneira setorizada.
03:27Mas você vê que tem chance de ir por esse caminho ou não?
03:30Existe um movimento muito forte de barreirar, mas, ao mesmo tempo, o governo...
03:34Existe um movimento muito forte do próprio governo querer manter esse projeto de lei.
03:38Então, alguns dizem que não vai vingar, outros dizem que irá vingar.
03:44Eu acho que, caso vingue, será uma lei, na minha visão, natimorta.
03:49Porque ela vai ser muito eficaz em muitos pontos.
03:51E vai colocar o Brasil 200 anos atrás.
03:54Acho que vai ser natimorta ou vai ser aquela lei para os amigos do rei, né?
03:58Ela só pega quem interessa.
04:00Aquele velho modelo do Brasil.
04:02O Brasil é difícil de ler, assim, né?
04:06A gente, a cada página, a cada dia, é somente complexo.
04:09Mas muitos pontos são, em última instância, sem levar o contexto político, discussão política,
04:15mas, assim, economicamente falando, enquanto sociedade, enquanto geração de empregos,
04:19enquanto o bonde da história que está passando, o Brasil está liderando a inteligência artificial,
04:24nós estamos perdendo e estamos ficando para trás.
04:26Isso é fato.
04:27Essa é uma grande preocupação, inclusive, eu tenho, a gente comenta aqui sempre, né?
04:30Essa questão da desatenção dos órgãos regulatórios, do governo, no Brasil,
04:35para entender essa revolução que está acontecendo no mundo
04:37e essa amorosidade deles de tomar uma decisão, de fazer algo que seja prótimo.
04:42Eles estão pensando em regular de uma maneira que vai colocar a gente na velocidade que as coisas vão no século passado.
04:47Exatamente.
04:49E a gente vai ficar regulando o que o outro faz no nosso quintal, né?
04:53Em vez de a gente estar criando soluções e colocar no quintal dos outros.
04:56A gente está liderando, gerando soluções, tecnologia de ponta.
05:00Hoje, o Brasil, enquanto a gente fala de law tax, legal tax, nós somos o vale do silício do direito.
05:03Assim, diversidade de soluções.
05:05Justamente devido à complexidade do jurídico brasileiro,
05:08a gente tem uma gama de soluções que, em outros mercados, não é tão comum e não é tão forte.
05:12Então, assim, mas até o próprio judiciário brasileiro também.
05:17Ele é um exemplo em tecnologia e inovação.
05:19Só que o grande desafio, às vezes, não é a própria tecnologia,
05:22mas é esse modelo de gestão e de organização de como eu utilizo essa tecnologia no dia a dia.
05:29O CNJ mesmo.
05:30O CNJ, que é o órgão que regula os tribunais,
05:33ele tem várias iniciativas muito interessantes, por exemplo, de interoperabilidade de dados.
05:37De você poder plugar através de APIs aos dados processos judiciais.
05:42No Brasil, é direito constitucional o acesso ao processo judicial.
05:46Ele é público.
05:47E aí você tem as exceções como segredo de justiça.
05:50Enquanto que outros países, por exemplo, você vai para os Estados Unidos,
05:53você ter acesso aos dados processos judiciais é muito caro.
05:55E aí permite que, no Brasil, a gente tenha uma gama gigantesca de law tax, legal tax e de A generativa.
06:01Enquanto no Brasil, você tem um monopólio de law tax, legal tax e de A generativa.
06:05E contratá-las são muito caras.
06:06Então, no Brasil, em relação aos Estados Unidos ou até para a própria Inglaterra,
06:09por exemplo, a Inglaterra tem acesso à decisão.
06:11Então, aqui no Brasil, você tem acesso ao processo, aos argumentos, à jurisprudência, o que foi feito.
06:16Então, isso permite gerar um conjunto de empresas em um mercado muito saudável.
06:20E o CNJ, que coordena os tribunais, está querendo justamente permitir que,
06:25hoje em dia, como é que é acessado esses dados?
06:26Como é que você recebe? Você quer advogado?
06:28Algumas law tax vão lá e mineram.
06:31São 91 tribunais e mais de 200 sistemas diferentes.
06:33Aí você minera como se fosse um ser humano, extrai, organiza e aí você distribui.
06:40Acho que até comentando nesse assunto, Sábio, acho que cabe aqui a gente comentar.
06:44A gente tem que comentar rapidamente.
06:45A gente tem um produto, uma solução, inteligência artificial, que atua justamente nessa área,
06:49que tem um pouco dessa função que você está comentando.
06:52Sábio, você pode contar um pouquinho da Fresh Codes e um pouquinho do Rui?
06:54A Fresh Codes é uma empresa que a gente fundou, somos sócios.
06:58E um dos produtos, um dos principais produtos é o Rui, que é um produto jurídico.
07:02O que a gente fez?
07:03A gente tenta emular as etapas do processo de um advogado,
07:09mas esse produto não é feito para a pessoa física, ele é feito para o advogado.
07:14Até então, pelo menos na maior parte, os advogados usam um negócio que se chama clicador,
07:19que é uma espécie de montador, que o cara vai clicando lá e monta uma peça padrão.
07:24O nosso, ele faz análise das premissas,
07:28depois ele vai lá nas principais teses do direito, na jurisprudência
07:35e, inclusive, ele calcula as chances pelo passado de você ir pelo caminho A,
07:41pelo caminho B e o caminho C.
07:43Ou seja, a gente não está sugerindo a exclusão dos advogados,
07:47mas sim que seja um aliado.
07:49Evidentemente, o que tomava duas horas, o advogado vai fazer talvez em 10 minutos,
07:55talvez em 15 minutos, mas existe um grande atalho para isso.
08:01Acho também que aí, quando você fala de low tax, tem uma confusão muito comum
08:06do entendimento de A e automação.
08:09A maior parte dos casos é automação.
08:11Isso que você está falando, eu entro lá, pegar jurisprudência, é uma automação.
08:16Você não está...
08:17Você está pegando processos que são mecânicos,
08:21mas sempre o cara vai clicar, vai digitar e automatizando.
08:24Quando você fala em ar generativo, não.
08:26Você está falando, não, aí eu vou criar uma peça do zero,
08:29aí eu vou fazer isso.
08:31Evolui muito, ainda tem pouca gente fazendo isso,
08:34porque é difícil e, pelo menos, a gente tem aí,
08:37acho que quase 10 clientes todos aprovaram e vai mudar muito.
08:41Então, eu vejo, assim, um pouco de resistência dos advogados falando assim,
08:46não, não, mas é um pouco de arte, um pouco de técnica,
08:50um pouco de habilidade e um pouco de conhecimento.
08:53Mas, quando a gente faz um teste cego e pergunta para um terceiro advogado,
08:58inclusive, a gente contratou advogados independentes para poder fazer esse produto,
09:03a IA quase sempre ganha.
09:04A IA é perfeita?
09:05Não é perfeita.
09:06Só que, para você contratar uma IA, ela não precisa ser perfeita.
09:09Basta ser melhor que o ser humano, que também não é perfeito.
09:12Exatamente.
09:13Então, esse eu acho que tem um vínculo também forte com o que você falou de RH.
09:19A IA, provavelmente, contratando, vai errar em uma ou outra contratação,
09:23mas o ser humano também erra.
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