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O comandante da reserva da Marinha, Robinson Farinazzo, analisa o convite de Volodymyr Zelensky para Lula visitar Kiev e o papel histórico do Brasil como mediador internacional. Ele explica como fertilizantes, terras raras e comércio podem influenciar a diplomacia e a futura reconstrução da Ucrânia.

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Transcrição
00:00Em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores ucraniano
00:06afirmou que o Brasil tem um papel fundamental na defesa da paz e integridade do país.
00:12Além disso, ele anunciou, o chanceler ucraniano, que o presidente da Ucrânia,
00:17o Volodymyr Zelensky, vai convidar o presidente Lula para visitar a capital ucraniana, Kiev.
00:25Sobre esse assunto, eu converso agora com Robson Farinazo,
00:28que é comandante da Reserva da Marinha do Brasil e analista militar do canal Arte da Guerra,
00:35o que é um habituê, quem é um habituê aqui da nossa programação,
00:39quem muito honrosamente eu recebo mais uma vez para tratarmos de assuntos militares, de estratégia.
00:46Mas, comandante Farinazo, além do meu boa noite, além do meu agradecimento por retornar aqui na nossa programação,
00:51eu já começo com um tom menos bélico e mais diplomático, né?
00:57Para uma análise política façamos juntos.
01:01O Brasil entrou para a história recente do século XX, do século XXI, depois das Nações Unidas,
01:06depois da Segunda Guerra Mundial, como uma espécie de Suíça dos Trópicos.
01:11Tem relações diplomáticas, harmoniosas com todos os países do mundo, praticamente todos.
01:16Vamos ter semana que vem a Assembleia Geral da ONU e, tradicionalmente, o ano que vem, né?
01:23Perdão.
01:23Semana que vem é a 80ª Assembleia, há 80 edições.
01:29O Brasil abre o discurso inicial pela representação diplomática que o Brasil tem.
01:35Porém, quando se trata de guerra na Ucrânia, houve aí uma conversa meio mal esclarecida,
01:43para eu usar um eufemismo, entre o presidente Lula, o presidente Zelensky,
01:47uma interpretação do presidente Lula não agradou muito o presidente Zelensky.
01:51Eu estou falando isso, uma história que se arrasta aí nos últimos anos.
01:55Seria a chance do Brasil, talvez, rever essa posição.
01:58O Brasil ainda tem esta potência.
02:02O senhor que faz muito bem uma leitura de palcos de conflito.
02:05O Brasil ainda tem esta potência diplomática, esse louro da Suíça dos Trópicos.
02:14Seria capaz de amenizar ali as tensões de guerra no leste europeu?
02:19Ou essa visita vai ficar para a história mais uma vez?
02:22Obrigado de novo pela presença aqui, comandante Farinazo.
02:26Favali, muito obrigado pelo convite.
02:28Uma boa noite para você e para todos os ouvintes da CNBC Times Brasil.
02:32Olha, Favali, mudam os tempos e os homens mudam com os tempos.
02:37Nós tínhamos a administração Biden, temos uma administração Trump agora.
02:43Trocou-se o chanceler da Ucrânia também.
02:46Eu acredito que a guerra está entrando em uma situação bastante difícil para os Zelensky,
02:52em virtude da incerteza.
02:54É um momento de incerteza.
02:55Você não sabe o que o Donald Trump quer.
02:56Não dá para entender o que ele quer.
02:59Uma hora ele se reúne com o Putin, outra hora ele fala que ele quer fazer um boicote ao petróleo russo.
03:06Então você não sabe.
03:07O Zelensky, eu acredito que como presidente da Ucrânia, ele está em uma situação bastante difícil.
03:14E o Brasil, nesse momento complicado, nesse momento de decisão da Ucrânia, aparece como uma oportunidade.
03:21É um país que tem trânsito.
03:23O Lula é uma liderança internacionalmente.
03:27Ele tem bastante prestígio em vários países, na maior parte dos países do Ocidente.
03:33E o Oriente, eu não preciso nem dizer, o relacionamento do Lula com a Índia, com a China, é excelente.
03:38Com a Rússia, muito bom, que é um dos contendores dessa guerra.
03:42Com a Índia também.
03:43Então o Brasil acaba se tornando uma oportunidade.
03:46Eu lembro, conforme você bem colocou, que no passado, as relações entre Lula e Lensky não foram tão auspiciosas.
03:55Mas era outro passado, né?
03:58A gente tem que lembrar que era a administração Biden, a Ucrânia tinha todo o apoio, né?
04:04A Europa ainda estava naquela vibe do eslavo-Ucrânia, mas o momento econômico da Europa também já não é dos melhores.
04:10Então tudo isso, eu acho que levou ao ponto que nós estamos hoje.
04:14Mandante Farinazzo, eu vou pedir aqui para a nossa equipe técnica rearranjar a nossa posição na tela,
04:21eu vou trocar aqui, porque eu tenho um mapa para conversar com o senhor.
04:24Só para deixar todo mundo na mesma página, é um mapa que a gente já cansou de ver, né?
04:30Que é essa meia-lua na região leste da Ucrânia, que foi ocupada...
04:36Foi ocupada pelos russos, a gente tem poucas mudanças, mas eu queria aproveitar a sua expertise e trazer aqui um outro olhar,
04:51porque pontos que nos conectam com a Ucrânia, estou dizendo nós, o Brasil, fertilizantes, terras raras,
05:00Claro que a gente fala de relações comerciais, a gente fala de relações políticas, relações diplomáticas,
05:07mas como diria um antigo autor grego, existe por tudo isso o arcabouço do grande Deus chamado dinheiro.
05:18Então, a Ucrânia ainda é um importante parceiro para muitos países, principalmente para o Brasil,
05:26que tem uma relação do agronegócio por causa da sua produção de fertilizantes.
05:32E agora, o novo termo da nossa época, terras raras, também é um ponto de intersecção entre Brasil e Ucrânia.
05:40Comandante, o senhor acredita que esses temas também possam aparecer na mesa de uma eventual reunião do Zelensky com o Lula?
05:50Pode haver uma cooperação com dinheiro ali num arcabouço para que o Zelensky consiga arrastar um pouco mais o Lula para a sua mesa?
06:02Uma vez que o Brasil faz parte dos BRICS, os BRICS estão muito alinhados com a China, com a Rússia,
06:08que é um parceiro importante para os BRICS, que eram 5, passam a ser 6, hoje são 11, é um bloco que está crescendo.
06:16O Brasil está ali meio como coadjuvante, que deve ali um certo respeito aos donos da mesa, né?
06:23Rússia, China, Índia.
06:25Zelensky tem uma moeda de barganha quando ele fala de fertilizantes e terras raras?
06:30O Favala, eu acho que mais que uma moeda de barganha, ele tem uma nota promissória, né?
06:39Porque nós temos que lembrar que essa guerra, uma hora ela vai acabar, a Ucrânia vai precisar ser reconstruída,
06:44e nós temos empresas no Brasil que vão querer contratos.
06:48Então, nós precisamos ficar de olho nesse mundo que está se redesenhando, essa guerra não vai durar para sempre.
06:53Uma hora essa guerra termina, se o Brasil for parte importante do processo de paz,
06:58é lógico que vão surgir oportunidades comerciais, né?
07:02Que na verdade é sobre isso que são as relações internacionais, você sabe melhor que eu.
07:07É sobre o comércio, é sobre dinheiro, é sobre prosperidade.
07:10Então, eu acho que o Brasil, ele está de olho nisso.
07:12E a gente tem que lembrar também que é um momento interessante na história brasileira,
07:17porque essas tarifas do Trump aí fizeram com que o Brasil se jogasse efetivamente a busca de novos mercados.
07:24Está no mundo inteiro, essa é que é a verdade, na Europa, na Ásia, na África, etc.
07:27Então, a Ucrânia, lógico, no momento a Ucrânia se encontra numa situação econômica bastante complicada,
07:35mas isso não vai durar para sempre, essa guerra uma hora vai acabar e aparecerão oportunidades.
07:40Eu acho que o governo brasileiro precisa ficar de olho nessas oportunidades,
07:44tanto na Ucrânia quanto na Rússia.
07:46E eu também, Favale, assim, pelo que a gente nota nas relações entre a Ucrânia e a Rússia,
07:53eu acho que mesmo os russos, quando essa guerra acabar,
07:57eles vão ter interesse aí na reconstrução de uma parte da Ucrânia.
08:02E eu falo além dessa região do Dombás, tá?
08:05Eu acho que não há interesse por parte da Rússia de uma Ucrânia instável,
08:12de um país falido ali nas suas fronteiras.
08:15Acho que tem boas oportunidades aí.
08:18Como o senhor bem lembrou, a região do Dombás,
08:21essa mais na região, vamos chamar aqui de nordeste da Ucrânia,
08:28na parte leste mais ao norte,
08:31Lohansk e Donetsk, que foram as primeiras áreas dominadas pelo exército russo.
08:36Depois, com essa campanha aí de mais três anos, eles desceram mais ao sul.
08:41A Crimeia, eles já tinham dominado desde 2014.
08:43Pegaram a usina de Zaporizhia e quase que estão enforcando aqui a Ucrânia
08:49com o acesso ao mar de Azov e ao mar negro.
08:55Daqui um pouco, numa campanha que avança até Odessa, que está mais ou menos nessa região,
09:00a Ucrânia praticamente vai perder o seu acesso ao mar.
09:05Rapidamente, para a gente encerrar, comandante, num exercício de futurologia,
09:09fazendo uma linha do que o senhor falava agora há pouco,
09:11suponhamos, vamos fazer um exercício aqui imagético.
09:14Acabou a guerra, a Rússia ficou com esse pedaço,
09:17a Ucrânia ficou com, sei lá, os três quartos que sobraram,
09:22mas estamos falando de um Estado completamente destruído,
09:26infraestrutura em frangalhos e tudo mais.
09:29Vai haver uma corrida de reconstrução,
09:31uma espécie, entre aspas, de plano Marshall do século XXI.
09:36A questão é que o mundo não é igual ao de 1945.
09:41Na sua leitura, na sua opinião, comandante Farinazzo,
09:44quem que assina esse cheque aqui do plano Marshall?
09:49Vai ter que ser os Estados Unidos.
09:51O Favale, a Europa não tem condições disso,
09:53ela está numa situação bastante complicada.
09:54Agora, você tem que olhar o negócio, né?
09:57Onde existe oportunidade, lá estará a visão chinesa.
10:01Eu não duvido que os chineses entrem nesse jogo, não.
10:04Até porque só os Estados Unidos não vão dar conta
10:06de toda a reconstrução desse país, né?
10:09Eu acredito que vai haver uma corrida pela reconstrução da Ucrânia,
10:13a Europa vai tentar, mas a situação europeia,
10:16eu estava vendo uma declaração do Mário Draghi hoje,
10:19não é das melhores, Favale.
10:20Eles vão precisar fazer cortes de programas sociais.
10:23A Europa está numa situação bastante difícil,
10:25até em virtude do financiamento militar dessa guerra.
10:28Exatamente.
10:29A gente estava acompanhando ontem,
10:30um dos principais temas aqui do jornal,
10:33a situação na França,
10:35segunda maior economia da Europa Ocidental,
10:37segunda maior economia da Zona do Euro,
10:38segunda maior economia da União Europeia,
10:40está com 114% de dívida do seu PIB,
10:45a Alemanha também está longe de estar na sua melhor condição financeira
10:51e as duas potências, né?
10:53As duas rodas motrizes da economia europeia estão patinando,
10:58se não sobra dinheiro para eles,
11:00quiçá sobrar para uma ajuda neste calibre, né?
11:04Mas a gente ainda vai ver muito desenrolar dessa história
11:08e sempre com a certeza que o senhor vai nos ajudar
11:11a entender todos esses desdobramentos.
11:15Comandante Robson Farinazzo, quase um sócio nosso,
11:18já vou ver aqui com o RH, comandante,
11:20se o seu crachá com foto está pronto, né?
11:22Já vou botar a lista, o senhor na lista aqui do Panetone,
11:26do final do ano, que o senhor aparece tanto aqui
11:27que merece pelo menos uma cortesia nossa no final do ano.
11:31Bondade sua, Fábio, bondade, estamos aqui para servir a vocês.
11:35Eu fiz uma promessa pública ao vivo, agora vou ter que cumprir,
11:38o senhor pode cobrar.
11:40Comandante Robson Farinazzo, também autor do canal Arte da Guerra
11:45nas redes sociais, no YouTube, aliás, eu recomendo
11:49e espero contar sempre com o vosso conhecimento.
11:52Comandante, até uma próxima.
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