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O tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros completou um mês. A repórter Fernanda Sette trouxe os impactos econômicos e o pacote Brasil Soberano, enquanto Mariana Almeida analisou os efeitos sobre exportações e novos mercados.

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Transcrição
00:00Bom, e agora a gente vai mudar de assunto e falar sobre o tarifácio, é, porque o tarifácio faz um mês agora, hoje,
00:07faz um mês que está sendo cobrado 50% sobre o produto.
00:10O nosso tarifácio especial.
00:11É o nosso tarifácio.
00:11Ao Brasil, né?
00:13Ao Brasil. O tarifácio brasileiro faz um mês que está sendo cobrado 50% sobre os produtos brasileiros.
00:20E aí, defesa da soberania, questão política, tudo isso entrou nesse pacote da defesa do Brasil em relação ao tarifácio de Donald Trump.
00:31E nós vamos chamar, então, a repórter Fernanda Câmara para falar com a gente.
00:35Ah, a Fernanda Sete.
00:36Nós temos a Câmara, mas a gente tem a Fernanda Sete de novo lá de Brasília para falar, voltando para falar sobre o tarifácio.
00:43Fernanda Sete, seja novamente bem-vinda aqui ao Agora.
00:46O tarifácio ainda dá dor de cabeça, né, para o governo brasileiro, não é isso?
00:53Exatamente, Erick Klai.
00:55Lembrando, né, que o tarifácio imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros
00:59completou aí um mês neste último sábado agora, dia 6 de setembro.
01:04E, claro, né, o governo brasileiro vem tentando aí, né, tentativas de negociação,
01:09defesa da soberania nacional e, claro, medidas aos empresários, aos setores mais afetados, né.
01:15Foram questões aí que marcam, né, esses 30 dias de tarifácio, né, que já entrou em vigor aplicado aí sobre os produtos brasileiros.
01:26Lembrando que no dia 9 de julho o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Lula
01:32anunciando aí a imposição de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
01:41Lembrando que esse comunicado inicial, a previsão era que as tarifas, né, essa alíquota de 50% entrassem em vigor no dia 1º de agosto.
01:50E Donald Trump usava como justificativa para taxar os produtos brasileiros, né,
01:55a questão do déficit comercial dos Estados Unidos e o tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
02:03Mas, diferente do que alegava Donald Trump, os Estados Unidos têm um superávit na relação comercial com o Brasil.
02:10E lembrando, né, que uma carta enviada, o Brasil enviou uma carta aos Estados Unidos que cita, né,
02:18que os Estados Unidos têm, sim, que o Brasil acumula um déficit comercial junto aos Estados Unidos ao longo de 15 anos, né,
02:25mais de 400 bilhões de dólares.
02:29Ou seja, informando aí ao governo Trump de que não, de que os Estados Unidos não têm um déficit comercial junto ao Brasil.
02:36E sim, o Brasil possui um déficit comercial junto aí aos Estados Unidos, né, ao longo de mais de 15 anos,
02:43um acumulado aí de 410 bilhões de dólares.
02:47E autoridades e empresários brasileiros, né, ao longo desses 30 dias,
02:52vêm buscando aí uma negociação mais diplomática com os Estados Unidos.
02:58Mas, no dia 30 de julho, Donald Trump confirmou a imposição dessas medidas de retaliação contra o Brasil.
03:07Logo na sequência, o governo Trump assinou aí uma ordem executiva que estipulou que o tarifácio, né,
03:12entrasse em vigor no dia 6 de agosto e não no dia 1º de agosto, como havia previamente ali decidido.
03:20Mas, deixou cerca de 700 produtos isentos, né, dessa alíquota de 50%.
03:26Entre esses produtos, a gente pode citar alguns, né, que ficaram de fora do tarifácio,
03:31como, por exemplo, suco, polpa de laranja, combustível, minérios, fertilizantes e aeronaves civis,
03:38incluindo aí motores, peças e componentes.
03:41Mas, de acordo aí com dados, Eric Klein, do governo brasileiro, né, do governo federal,
03:46cerca desses 700 produtos que ficaram de fora, né, ficaram isentos dessa alíquota de 50%,
03:52representa aí quase 45% das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
03:58Apesar de não pagarem essa alíquota de 50%,
04:01continuam pagando uma alíquota de 10%,
04:04que foi imposta lá no mês de abril, no início deste ano.
04:08E para ajudar o setor produtivo,
04:10claro, o Brasil, o governo federal apresentou aí um pacote de medidas, né,
04:14o governo federal lançou aí o plano Brasil Soberano,
04:17agora, no dia 13 de agosto.
04:20Entre os principais pontos, né,
04:22desse pacote de ajudas aos setores mais afetados pelo tarifácio,
04:26a gente pode falar aí da linha de crédito, né,
04:29aos empresários, às empresas mais afetadas.
04:33Uma linha de crédito aí de 30 bilhões de reais.
04:36O BNDES disponibilizou mais 10 bilhões de reais,
04:39totalizando aí 40 bilhões de reais voltados aí
04:42para os empresários mais afetados com essa alíquota de 50%,
04:47com esse tarifácio imposto, né.
04:49Esses recursos aí, nessas linhas de crédito disponibilizadas pelo governo federal,
04:54vão financiar aí taxas de juros mais acessíveis,
04:58vão ajudar de fato aí esses exportadores
05:01que estão sentindo na pele o impacto do tarifácio, né.
05:06E as empresas mais afetadas terão mais facilidade de acessar aí esses recursos,
05:12lembrando que essa linha de crédito, além das empresas mais afetadas,
05:16é voltada também para aquelas empresas
05:18que perderam mais de 5% do seu faturamento,
05:22ou seja, que estão realmente sentindo ali na pele os impactos dessa tarifa
05:27imposta pelo governo norte-americano.
05:30Então, além dessa linha de crédito, desse empréstimo do governo federal,
05:34o Plano Brasil Soberano também prevê aí a prorrogação,
05:38desculpa, da suspensão de tributos, né,
05:41para as empresas exportadoras, aumento do percentual de restituição de tributos federais,
05:46e também o aumento das compras governamentais,
05:49tentando ali realocar, né, esses produtos brasileiros
05:53que deixaram de ser exportados para os Estados Unidos,
05:56para o mercado interno e também para novos mercados.
06:00Já que a gente vê que as duas linhas de negociação do governo federal, né,
06:04é claro, tentar negociar, seguir com as negociações com os Estados Unidos
06:08para minimizar o impacto das tarifas ou até derrubar essa alíquota de 50%,
06:12e o outro viés de negociação é tentar buscar novos mercados
06:17para os produtos brasileiros, ou seja,
06:20depender cada vez menos do mercado norte-americano, né.
06:24De acordo aí com dados, Eric Klein, do Ministério do Desenvolvimento,
06:27Indústria, Comércio e Serviços, o tarifácio, né,
06:31incide aí em quase 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, né.
06:39De acordo aí também com o Ministério, cerca de 64% das exportações
06:44continuam concorrendo em condições semelhantes com produtos de outros países.
06:49E esse percentual, né, é a soma de 44,6% de vendas excluídas do tarifácio
06:56e outros 19,5% de exportações com tarifas específicas, né.
07:03Lembrando em conta aí de que todos os países, né,
07:07as exportações brasileiras cresceram 3,9%
07:11e a balança comercial ficou com saldo positivo
07:14de um pouco mais de 6 bilhões de dólares no mês de agosto.
07:20Lembrando também que as exportações cresceram para outros países,
07:24como por exemplo China, Argentina, México, Índia,
07:28ou seja, as exportações aumentaram aí para esses países.
07:32Então a gente consegue perceber, né, durante esses 30 dias,
07:35fazendo uma análise geral, que o governo brasileiro, né,
07:39vem tentando aí abrir novos mercados para os produtos brasileiros
07:42e, claro, também tentando realocar esses produtos para o mercado interno, né,
07:48com o aumento das compras governamentais.
07:51Então a gente segue Erick Clay aqui em Brasília nessa semana
07:54que promete ser bastante movimentada acompanhando aqui todas as novidades da capital.
08:00Volto com você.
08:01Obrigado, viu, Fernanda Sete, mais uma vez pelas suas informações.
08:05Mariana Almeida, a gente está acompanhando aí essas informações
08:09que a Fernanda Sete trouxe de que as exportações brasileiras subiram.
08:15Apesar da queda para os Estados Unidos de um pouquinho mais de 8%,
08:18nós temos aí ainda um bom nível de exportação, né.
08:22A gente vê pelo boletim Focus, que aliás sai daqui a pouco,
08:25que até então os analistas projetam aí uma balança comercial positiva
08:29de R$69 bilhões para 2025.
08:31A minha pergunta para você, os exportadores já estão entendendo um pouco
08:36esse novo cenário, esse novo mercado, ajudado aí por México e Argentina também,
08:41por isso que conseguiu ampliar e fica um pouquinho mais independente dos Estados Unidos?
08:46Acho que a mensagem de que é preciso fazer isso, de que isso é necessário,
08:51de que não dá para contar com o mercado americano como algo de forte segurança
08:55e que você navega estruturado e direcionado a ele.
08:58Essa mensagem foi recebida.
09:00O outro lado positivo é que isso acabou impulsionando algumas mexidas
09:04de parte do governo brasileiro na própria estruturação das exportações, né,
09:08com ajustes no drawback.
09:10Tem algumas questões do ponto de vista até tributários que o governo tentou apoiar.
09:14Agora, não é igual para todo exportador, né.
09:17A gente olha no macro, no macro o resultado tem sido positivo, mas alguns setores foram muito...
09:22Setorialmente tem...
09:23Porque alguns setores se constituíram muito mais fortemente direcionados àquele mercado
09:28e o ajuste, esses novos mercados que apareceram, não dão conta, né.
09:32O caso de pescado é um caso clássico que a gente está sempre trazendo aqui,
09:35que o tipo de produto, que é um produto inclusive de alto valor agregado, né,
09:39de um determinado perfil de consumo muito forte nos Estados Unidos,
09:44mas que não está tão presente na China, nem no México.
09:47Então, que são dois para onde a gente conseguiu fazer um escoamento.
09:50Então, do ponto de vista macro, acho que o Brasil passou.
09:53Do ponto de vista micro, ou seja, em cada um dos setores,
09:57vai ter um processo de ajuste que é mais custoso,
09:59que tem efeitos e tem efeitos que podem ser bastante pesados sobre alguns...
10:03Café, fruta, você trouxe também o pescado.
10:09Esses setorialmente precisam aí se ajustar.
10:12É, e você tem alguns pequenos, né, fruta, por exemplo, tem frutas em geral, frutas tropicais.
10:16O Ceará foi muito afetado também regionalmente.
10:19Isso também tem diferença, né, para além do macro no país.
10:23Cada estado às vezes recebe mais pesadamente esse impacto.
10:26O açaí, tem alguns produtores pequenos de açaí, o médio de açaí,
10:30que estavam super focados nos Estados Unidos, que pararam, né.
10:33Então, tem esse lugar de reajuste que não é simples, que é importante lembrar.
10:38Às vezes faz parte da economia, acho que, de novo, aí a mensagem tem que entrar,
10:42talvez, numa expectativa de que, mesmo que a gente saia desse tarifácio,
10:46mesmo que tenha um outro movimento, não dá para colocar todas as apostas num único cesto.
10:50Todo mundo sabe disso no mercado, mas na hora que chegam os grandes pedidos
10:55para um lugar que parece tão confortável, é mais fácil.
10:58E não estou dizendo, né, é porque quem faria diferente,
11:01mas o cenário geral é de que é cada vez menos confiável,
11:05mesmo na economia internacional, estabelecer uma relação de forte dependência
11:08com um único mercado.
11:10É isso aí.
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