- há 2 meses
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DiversãoTranscrição
00:00Ô, dona Deise, a senhora ainda não consertou o abajur?
00:04Se eu soubesse que ia demorar tanto, eu tinha chamado faz tudo.
00:06É, mas não ia adiantar.
00:08Ele não passa mais por esse andar.
00:11Ele é evangélico e a Copélia chamou ele pra ir pro mar.
00:14Então vê se a senhora termina logo com isso,
00:16que desde cedo a senhora tá brigando com esse abajur.
00:18Ah, eu tô lhe fazendo um favor.
00:20Tô lhe mostrando os meus talentos de eletricista.
00:22Não se esqueça, hein?
00:24Fui eu que montei a árvore de Natal do Jambalaia.
00:27Pelo amor de Deus, não me lembre dessa árvore, entendeu?
00:29Eu nunca vi inauguração mais absurda.
00:31Eu não posso me esquecer daquele momento
00:33quando o urubu se chocou contra a árvore, entendeu?
00:36Foi eletrocutado.
00:37Você sabe que a filha da dona Helenice do bloco A,
00:40ela parou de falar, né?
00:41Depois que ela viu o urubu frito, ela nunca mais falou.
00:45Se isso aqui fosse um país sério, isso dava cana.
00:47Tá prontinho.
00:49Vamos ver se agora ele funciona.
00:50Pelo amor de Deus, hein?
00:51Pluga lá.
00:52Aqui.
00:53Te acho.
00:55Vem.
00:57Vamos ver.
00:59Meu Deus do céu, meu Deus do céu, olha aí, o custo foi geral, acabou a luz.
01:06Tá pegando fogo, tá pegando fogo, tá pegando fogo.
01:08Meu Deus do céu, se eu souber, é maldita hora que eu cheguei a senhora pra ajudar.
01:12Deixa pegar, dona Deise.
01:13Ô, Rita.
01:15Rita.
01:16Dita, Arnaldo.
01:17Meu motor fundiu.
01:19O paciente tá com o dente aberto e o meu motor fundiu.
01:23Olha aí.
01:23Deixa eu dar a cara lá.
01:24Olha aí.
01:25Ai, ai, ai, que dor, que dor.
01:28Será que alguém pode me dar uma porrada na cabeça que eu quero te espalhar?
01:32Ai, ai, meu Deus.
01:35Me dá uma anestesia louco, anda.
01:37Essa mulher, cala a boca.
01:38Essa mulher tá com o dente aberto, põe uma rolha.
01:41Impressionante.
01:41Como você é insensível, Rita.
01:44É uma coisa impressionante.
01:45A mulher está sofrendo.
01:46Calma, dona De...
01:48É Monday Sunday, né?
01:50Não, não, não, não.
01:51Não, não, é Sundae, doutor.
01:54Sundae.
01:55Mamãe disse que é o apelido de uma linda flor que ela viu no calendário.
01:59Ai!
01:59Deixa eu...
02:00Ô, dona Sundae, desculpa lhe informar, mas a sua mamãe está redondamente enganada.
02:05A senhora não é uma flor, a senhora é um domingo.
02:09Não é uma flor, dá um jeito de arrumar esse troço aí.
02:11Tá faltando luz aqui?
02:13Lá em casa parou tudo.
02:14Perdi minha panela elétrica nova, acabei de comprar.
02:18Fui fazer uma batata palha, ó, queimou.
02:20Foi queimou, é?
02:21Queimou, estragou o produto novinho que a gente nem terminou de pagar.
02:25Agora, se ficar provado que a culpa é da viação dessas pelucas,
02:28eu ponho dona Álvaro no puro.
02:30Ai!
02:32Dona Magô do sexto andar tava usando a chapinha elétrica e...
02:38Nossa senhora, coitada, a cabeça dela pegou fogo.
02:41É, nossa senhora, ela ficou sem... sem um pelo, um pelo na cara.
02:47É...
02:47Mas, olha, ela ficou parecendo um macaco prego, de tão vermelhinha que ela ficou.
02:56Dizem até, dizem até, Mário Jorge, que a chapinha colou, colou na cabeça, chegou no cérebro, torrou.
03:02Ah, coitada.
03:05Agora só atirando com um abridor, né?
03:08Quem foi?
03:09Quem foi?
03:10Ah, quem foi que provocou?
03:11Que provocou esse curto?
03:13Ai, ó.
03:14A dona Deise.
03:15Chegou aqui, cheia de nove horas, querendo me mostrar os dotes dela como entendedora de fiação.
03:20Diz que, quando era criança, era chamada de Thomas Edison, entendeu?
03:23E olha no que deu.
03:25Olha no que deu.
03:26É esse tipo de coisa, dona Deise, que cria o preconceito.
03:29Dona Deise, quero uma panela nova.
03:32E eu quero mais a decesinha, que eu quero aqui, bem no nervo, você vai dar, porque senão vou mandar chamar o martelo.
03:38E você sabe como é.
03:39Se o martelo chega, a coisa fica feia.
03:41Vocês sabem como é.
03:43Ué, mas quem é essa mulher?
03:45Essa mulher é o Arnaldo, agora resolveu fazer caridade, entendeu?
03:47Ela é moradora da favela, aqui a Nova Jambalaia.
03:50Favela que não para de crescer, os dentes que não param de cair, é uma calamidade, não é?
03:54E tudo isso na minha sala?
03:56Ah, Rita, é impressionante você como ser humano, como você não respeita o ser humano, é impressionante.
04:03A dona Sunda aí está com o nervo exposto.
04:06Expostos estamos nós, Arnaldo.
04:08Estamos nós.
04:10Olha aqui, ô dona Sunda.
04:11Dona Sunda aí, eu, se fosse a senhora, mandava a martelo dar um corretivo aqui nessa dona Deise.
04:16Mas quem é a martelo?
04:18Ela é filho de dona Sunda, filho.
04:20É o dono da favela da Nova Jambalaia.
04:22É, né, tomou o poder mês passado, Mário Jorge.
04:26Diz que a guerra foi tão violenta, mas tão violenta, que o bloco J, né, o último na fronteira, já mandou murar as janelas todas.
04:34Já ouvi dizer que ele é perigosíssimo.
04:36É, martelo sempre foi muito revoltado, sempre, sempre.
04:39Dona Sunda, tem uma coisa que eu não consigo entender.
04:42A troco de que a senhora foi dar o nome do menino de martelo?
04:45Não, não era pra ser martelo, era pra ser martelo, com o sotaque italiano.
04:50Mas lá na hora do registro, né, o homem se atrapalhou, eu fiquei nervosa e ficou martelo mesmo.
04:57É, mas depois eu achei que era uma sacanagem, aí me informei.
05:01E quando minha filha nasceu, eu botei logo o nome de quê? Bigorna!
05:04E se bobear, dona Deise, ela é assim com a bigorna.
05:07Ah, sim.
05:08Dona Álvaro, eu quero ser ressarcida.
05:11Quero uma panela nova.
05:12Telefone, eu atendo, é minha casa.
05:17Alô?
05:18Não, Isadora não está, quem gostaria?
05:21Martelo?
05:22Mas, seu martelo, como vai?
05:24Não, não, ela nem disse se voltaria, não.
05:27Isadora é do mundo, não é?
05:28É, e se eu fosse, o senhor não nem contava com ela, tá?
05:32Olha, quem avisa, migo é.
05:36Isadora já está dando as marteladas dela por aí, que garota mal.
05:40É uma coisa impressionante, vocês sabem, eu me lembro perfeitamente, eu estava na maternidade com Tia Eda...
05:46Chega, Mário José, chega!
05:48Nós todos aqui já sabemos que Tia Eda era uma profeta, não é?
05:52Tudo que essa mulher profetizou, ocorreu.
05:54Isadora trouxe mais pragas do que as pragas do Egito.
05:57Meu Deus, cafanhotos, pererecas, políticos e...
06:00A sauna ficou descontrolada.
06:04Como você não sabe?
06:04Coronel Pavão teve o corpo todo depilado assim que abriu a ducha interna.
06:09Tomou um jato escaldante na proa.
06:12Olha aqui, dessa, dessa senhora não escapa, viu, dona Vé?
06:15Ai, tira esse dedão daqui.
06:16Que culpa tenho eu?
06:18Se esse prédio, afiação elétrica, é de quinta categoria.
06:21E depois não fui eu que pluguei.
06:23Eu só consertei o abazur.
06:25Quem plugou foi a Rita.
06:26Mentira, mentira, mentira.
06:28Não, não, a senhora deve ter plugado ali, não é?
06:31Com a brutalidade de costume, não é, dona Deise?
06:35Mãos, mãos calosas, mãos viris, não é?
06:39Que destruíram de um golpe toda a instalação elétrica aqui do condomínio.
06:44Olha aqui, dona Deise, a senhora não se ilude.
06:46Eu vou responsabilizá-la por tudo.
06:48Mas também, não é?
06:49Quem mandou ser sapatão.
06:51E a senhora acha que eu escolhi?
06:52Eu nasci assim.
06:54Mentira.
06:56Isso é vício.
06:57Sua tia Solana me disse que a senhora, quando era mocinha, usava a saiota e tinha um namoradinho.
07:05Mas ele se chamava Aurora.
07:07Tá legal.
07:10Ai, que saudade que eu tenho da Aurora, da minha vida.
07:13Mãe, mãe.
07:15Mãe, corre aqui em casa que aconteceu um problema com a parenta.
07:17O que foi, meu Deus?
07:18Ela estava com o seu rochedo lá no quarto dela quando houve o curto e agora ela mandou chamar uma ambulância.
07:23Ah, mas nossa senhora.
07:24Nossa senhora.
07:24Mas será que ela tá bem?
07:26Não, ela tá ótima.
07:28Mas o seu rochedo, ele tá gritando que não consegue mais andar.
07:31Nossa senhora.
07:31Alguma ela fez com ele.
07:33Sua mãe e seu rochedo lá dentro do quarto dela, boa coisa não deve ser.
07:36Deve ser uma calamidade.
07:37Vamos lá, gente.
07:38Vamos lá.
07:38Vamos.
07:40Ai, mais.
07:41Quero mais.
07:42Mais anestesia.
07:43Arnaldo, Arnaldo, não dá mais nada pra ela não porque ela bebe, hein.
07:47Já vê essa mulher dando alteração lá embaixo.
07:49Ela agora tá viciada em anestesia.
07:51Ela agora vem todo dia aqui querendo que eu aplique anestesia nela.
07:54Ah, não dá pra viver sem anestesia.
07:56A vida só com anestesia.
07:58Olha aí, dona Sundaí, teve um lampejo filosófico.
08:02Arnaldo, Arnaldo, dá anestesia pra ela.
08:04Deixa essa mulher grogue.
08:05Entendeu?
08:06Vai.
08:06Eu quero saber quem é que vai resolver esse problema todo aqui de luz, entendeu?
08:10Olha aqui, dona Álvaro, a senhora vai ser responsabilizada por tudo isso.
08:15Doutor Arnaldo, mas fui tentar descontar o cheque que o senhor me deu pra pagar as sessões
08:22do Adonis, o caixa olhou para o cheque e mugiu.
08:29Isto é um verdadeiro cheque boi, foi o que ele falou.
08:34O que vem a ser um cheque boi?
08:35Cheque boi é o que provoca um mugido de desconfiança nas pessoas.
08:40Sem fundos.
08:42Totalmente sem fundos.
08:43É, cara, doutora Percy, a senhora acha que nós mugimos por vontade própria?
08:48Meu Deus, o mundo está sem fundos e a senhora vem bater no nosso apartamento?
08:52Mas o mundo não faz terapia comigo.
08:55É, porque o mundo é esperto.
08:57Não é, doutora Percy?
08:59Olha, quer saber do que mais?
09:00O quê?
09:00Eu questiono um pouco, sabe, os seus métodos psicológicos.
09:06Eu questiono um pouco, sabia?
09:08Sim, sim.
09:08Eu exijo que a senhora mostre aí o seu diploma.
09:12Meu diploma.
09:13O que a senhora tem a me dizer sobre isso?
09:15O que eu tenho a dizer pro senhor sobre isso?
09:19Vai, merda!
09:23Que absurdo.
09:25Olha aí, olha aí.
09:26Uma mulher que é uma psicóloga com essa boca suja.
09:29Que absurdo.
09:30Ai, alguém me dá um sossega, leão.
09:33Porque tá doendo muito.
09:35Cara, essa boca aí.
09:36A vida dói.
09:37Tá?
09:38A vida dói.
09:40Olha aí.
09:40Olha aí.
09:42Arnaldo teve outro lampejo filosófico.
09:45Olha, eu quero saber quem vai pagar meus honorários.
09:49Porque senão, eu vou contar pra todo mundo o que o Adonis me fala nas sessões.
09:55Ele tem me contado histórias cabeludas.
09:58Ah, é?
10:01Olha, doutora Percy, se a senhora quiser contar alguma coisa, sabe?
10:05A senhora conta.
10:08Porque nós já estamos na boca do povo mesmo, não é?
10:11É, mas eu posso tirar vocês da boca do povo e jogar numa boca muito pior.
10:17Uau.
10:18Prefiro não comentar.
10:20Você também, meu irmão.
10:22O homem continua a gemer.
10:24Gritou tanto que até perdeu a voz.
10:26Ô, parenta, é melhor você ir lá dentro e cobrir o seu rochedo, porque ele tá nu.
10:31Pois é.
10:32Ô, bozina, joga um paninho em cima do rochedo, me faz esse favor.
10:36Quem tirou a roupa do coitado foi a senhora e quem cobra sou eu.
10:38Acho que tem uma graça.
10:42Vopélia, Vopélia, o que foi que você fez com aquele homem?
10:45Ah, frescura do rochedo.
10:48Ah, frescura.
10:49Foi ele que pediu.
10:50Pediu o quê, mamãe?
10:51Você não ia entender, nem?
10:54Chaqueto.
10:54Como chaqueto?
10:56Quem é chaqueto?
10:58O homem está nu, paralisado em cima da sua cama?
11:01O que é que você fez com ele?
11:02Não fui eu quem fez.
11:03Foi o curto-circuito.
11:05O rochedo levou um choque brutal.
11:10Mas levou um choque onde?
11:11Galera, eu tava fazendo uma escova progressiva nele.
11:15E a chapinha explodiu.
11:18Mamãe, você me tira do sério.
11:19Qual uma escova progressiva?
11:21Seu rochedo é careca.
11:24Pra você ver como o ser humano é, nem?
11:27As aparências enganam, Célia Regina.
11:32Adonis, vem aqui.
11:33Não.
11:34Não, eu não entro no seu quarto.
11:36Ainda mais você com isso aí na mão.
11:37Tá, tá bem.
11:38Então pega uma coxa que eu jogo em cima do rochedo.
11:41Vem!
11:42Dona Coppelha agora falou tudo, viu?
11:46As aparências enganam daí.
11:47Lá em Pato Branco...
11:48Ah, não, não, não, não!
11:50Lá em Pato Branco eu tinha um fazendeiro de nome Tião Nuguente.
11:54Tião Nuguente era careca também.
11:56E não ficava bem de gorro.
11:59Mas desde pequeno, aí gorros, chapéus, toucas...
12:03Tudo lhe dava um ar ridículo.
12:05Ele foi crescendo.
12:07Foi tomando um horror a usar qualquer coisa que fosse na cabeça.
12:11Sempre que ele botava...
12:14Todo mundo cansoava daí.
12:17Dá um tempo, mozela.
12:19Pelo amor de Deus, dá um tempo.
12:22Nós estamos com um problema sério aqui dentro.
12:23Tem um homem nu paralisado na cama da minha sogra.
12:26Pode não parecer, mas eu sou um cidadão.
12:28Tento viver dentro da lei e da ordem.
12:30Pago os impostos mais altos do mundo pra sustentar a safadeza do Senado.
12:34É mordomo de um, é empregada de outro, é passagem aérea pra mais outro.
12:38Dá um tempo!
12:38O senhor quer calar a classe dos oprimidos?
12:43Esse tempo já acabou, daí!
12:46Eu agora tenho voz!
12:49Calma, Marijão!
12:51Fala, mozela!
12:52Mozela, fala de uma vez.
12:55Quem é essa porcaria, esse tal de tio Nuguente?
12:58Pai!
12:59Corre aqui, que o bicho tá pegando.
13:01Mas, Victor...
13:01O que foi?
13:02Mas isso é um absurdo!
13:04O senhor não pode interditar o meu apartamento!
13:06Não só posso, como já interditei!
13:09Olha, o senhor não tem alvará pra usar a sua unidade como consultório dentário.
13:14Esse apartamento está lacrado!
13:17Eu adoro esse meu serviço.
13:20Bom, isso aqui é pro senhor e passe muito que bem!
13:24Não, não, não, peraí, peraí, peraí, não é assim, não.
13:26Quem foi que denunciou?
13:28Alguém da proximidade de vocês.
13:30Ah, ah, tá muito vago isso aí, tá vago.
13:32Foi você, Marjorge?
13:34Ah, toma vergonha na cara.
13:35Ah, então foi você, Celinha!
13:37Ah, minha filha, tem um mal de que fazer.
13:39Olha aqui, ô, meu amigo, eu vou te dar...
13:41Peçanha.
13:42...da cervejinha, peçanha, tu vai dizer quem foi que denunciou a gente.
13:47É, fala aí.
13:49Amo.
13:50Ah, doutora!
13:52Merci.
13:53Cajal e solta aqui, casamento hoje é isso aí.
13:59Toma lá da cá, e no rola rola, embola o que há aí, aqui.
14:07Entre Copacabana e o sonho de Ipacarói.
14:12Vivendo e dançando, dois pra lá e dois pra cá.
14:20Bebendo!
14:22Porta a porta o amor fala entre si, falsa calma e aí o temporal.
14:29Um relevo baixo, retrato escolar, do amor no país do carnaval.
14:35Toma lá da cá, e no rola rola, embola o que há aí, aqui.
14:43Não, mas é impressionante.
14:46A doutora Percy me denunciou.
14:48A psicóloga do meu próprio filho, ela não podia ter feito uma coisa dessas.
14:52E por que não?
14:53Você foi desrespeitoso ao pagar ela com cheque sem fundos.
14:57Ah, é?
14:57E você acha que eu não tenho fundos porque eu quero?
14:59Eu não acredito que eu tô vendo Adonis defender essa sujeita.
15:03Mas, por outro lado, é bom.
15:05Sabia?
15:05Porque você tá proibido de frequentar essa terapia.
15:08Você não pode me pedir, pai.
15:09Eu vou continuar a desbravar as minhas fronteiras emocionais.
15:13Quer você queira, quer não.
15:14Calma, filha.
15:15Então vai desbravar de graça.
15:17Porque teu pai não vai pagar mais outros, tá?
15:20Não vai pagar por quê, Rita?
15:21Não vai pagar por quê?
15:22Por que não?
15:23Por acaso o Mário Jorge não pagou tudo o que seus filhos quiseram fazer?
15:26É verdade.
15:27Tudo.
15:28T-U-U-D-O.
15:28Não, não.
15:29Meu pai pagou a primeira mensalidade do curso de inglês pra nunca mais pagar.
15:34Eu fui expulso aos gritos.
15:36Aliás, foi a única coisa que eu aprendi.
15:38Out!
15:39Get out!
15:41Já eu falo inglês fluentemente.
15:44Às vezes o meu vocabulário choca um pouco as pessoas.
15:47Porque eu aprendi a dominar a língua de uma forma muito específica.
15:53Que língua?
15:54Todas.
15:55Como assim todas?
15:56Mário Jorge, eu aprendi línguas com Madame Saruja.
16:01Uma temporada que eu passei nas Filipinas.
16:03Madame Saruja tem um método infalível no aprendizado de línguas.
16:07Eu falo vários idiomas.
16:10Vários!
16:11Hoje mesmo eu estava falando em turco.
16:14Não, não, não.
16:15Você estava falando com um turco.
16:18Que eu vi ele te deixando aqui na porta de manhã cedinho.
16:21Sim, mas ele é turco.
16:23E chama-se Birol.
16:25E quando estamos juntos, só falamos em turco.
16:29Eu não sabia disso, mamãe.
16:31Querida, há várias coisas sobre mim que você desconhece, Ney.
16:35É, mas você vai ficar conhecendo, Ney.
16:39É, porque tua mãe não tem vergonha de falar nada mesmo.
16:42É uma mulher que anda por aí com um turco chamado Birol.
16:46E vem cá, se você fala mesmo turco, coisa que eu não acredito,
16:50Como é que se diz em turco, por exemplo,
16:53Nossa Família é um Caso de Polícia?
16:55O NUK KUTU ALEK BABANATURCO.
16:58Isso aí é turco?
17:00Querida, só funciona com a luz apagada.
17:04Por exemplo, o NUK KULIK BATIR com a luz apagada
17:10Significa, tira isso daqui.
17:12Deixa eu só ver se eu estou entendendo direito.
17:16Dona Rita, doutor Arnaldo, Tatalo e Isadora vão ficar aqui.
17:20E por falar Isadora, onde está Isadora?
17:24Andei aprendendo uns truques com Dona Álvaro, meu bem.
17:26Agora pronunciou meu nome e eu apareço.
17:29Ô filhota, você soube o que fizeram conosco?
17:31Ih, estou sabendo de tudo já.
17:33Já até sei quem foi o dedo duro.
17:34Doutora Percy.
17:35É, agora se vocês quiserem, eu falo com o martelo
17:39E a gente corta o dedo dela.
17:40Que ela ali vai ter que apontar o cotoco agora.
17:44Que garota violenta, meu Deus.
17:46Ah, meu filho, caguete merece cacete.
17:48Isadora, sou eu, tá correndo, sou eu.
17:51Sou eu.
17:52Rita, Pepe, Arnaldo é o seguinte.
17:54Eu descobri que essa medida de interditar teu apartamento,
17:57meu filho, é completamente aviária.
18:03Aviária?
18:04Pepe, peraí, peraí.
18:06Não seria arbitrária?
18:08Não, eu conheço como aviária.
18:10Tu conhece como o quê, pai?
18:18Vou chorar agora eu, hein?
18:20Ó, e tem outra também.
18:21Se quiser, eu posso empedrar um mandato de segurança.
18:25Arrumar tudo logo.
18:27Não, olha, você não vai empedrar nada, tá?
18:29Se você for empedrar alguma coisa,
18:31aí sim que nós nunca mais vamos voltar praquele apartamento.
18:33Não empedra nada.
18:34Mamãe, vai lá pra dentro.
18:36Tenta levantar aquele homem que continua nu jogado na sua cama.
18:39Olha, eu acho difícil ele ainda conseguir levantar.
18:42Porque o golpe foi profundo.
18:45Afinal de contas, onde foi que você deu um choque nesse homem?
18:49Prefiro não comentar.
18:52Vou dar uma volta pelo condomínio.
18:54Vou ver como é que anda o clima por aí.
18:56Meu filho, toma muito cuidado.
18:57O Jambalai agora é uma terra sem lei.
19:00A dona Álvaro é uma...
19:01O que é que é?
19:02O que é?
19:02O que é?
19:03Repete, repete.
19:04Fala aqui na minha cara, dona Celinha.
19:06Falo.
19:07Falo mesmo.
19:09Quem não deve, não teme.
19:10Mas você deve, vocês devem, dona Celinha, e muito.
19:14Devemos porque as taxas desse condomínio são exorbitantes.
19:17Sabe por quê, dona Álvaro?
19:18Porque nós estamos pagando
19:20as africanas que estão na sua cobertura.
19:25Engano seu, querida.
19:26Elas são amigas minhas de Guiné-Bissau
19:29que eu convidei para passar uma temporada comigo.
19:33Olha aqui, dona Álvaro.
19:35Essa história nunca ficou muito bem explicada.
19:38Eu não sei se a senhora sabe,
19:39mas eu tenho amigos na Polícia Federal.
19:42Ah, então são esses seus amigos, dona Rita,
19:45que interditaram o seu apartamento, é?
19:49Olha aqui, dona Rita, você agora,
19:52vocês agora são sem teto.
19:54Perdeu, dona Rita, perdeu.
19:58Vocês vão ter que armar um barraco
20:00na nova favela, lá na nova Jambalaia.
20:04Aí, se vocês quiserem,
20:07eu falo lá com o martelo e ele descola um barraco para vocês, hein?
20:11Eu não vou morar na favela.
20:13Muito menos eu era o que me faltava,
20:15pois a partir de agora eu vou me instalar, é por aqui.
20:18É, ruim, hein?
20:20Aqui vocês não cabem, não.
20:22Vocês vão nos criar muito problema.
20:24Claro, não cabem, é gente demais.
20:26Depois o cara não consegue nem cortar para as câmeras.
20:29Olha a situação.
20:30Ele é obrigado a enquadrar dois, dois a dois, olha aí, ó.
20:35O meu medo de não sobrar nenhuma câmera para mim,
20:39eu acabar falando de fora, sabe?
20:40Só você ouve a minha voz.
20:45Igual a Larissa Bolene,
20:46uma cantora lá de Pato Branco.
20:48Não, você não.
20:50Você não vai contar história nenhuma aqui não, tá?
20:52Nós já estamos com escassez de câmera,
20:54era só o que faltava.
20:56Você aí ficar falando sem parar,
20:58por minuto sem fim,
20:59com uma câmera só para você.
21:00Era só o que faltava.
21:01Dá um tempo, tá?
21:04Oi, posso entrar?
21:06Meu Deus do céu, Dona Deise,
21:09agora embolou o meio de campo.
21:10Olha aqui, Dona Deise.
21:12Deixa eu lhe explicar uma coisa.
21:14A sua participação nesse programa
21:16vai ser reduzida por motivos alheios à nossa vontade.
21:19Por quê?
21:20Nós temos recebido reclamações, viu, Dona Deise,
21:22porque pode parecer que não,
21:24mas nós somos uma espécie de modelo da família brasileira
21:26e nós não temos, assim,
21:28as pessoas não têm exatamente o costume
21:30de ter um sapatão no meio da sala.
21:31Mas eu passo um batom,
21:34eu me transformo.
21:36É, mas o rabo sempre fica de fora, né?
21:40Olha, não leva a mal, não é nada pessoal.
21:42Se vocês fizerem alguma coisa comigo,
21:44me botarem na rua,
21:45eu faço uma loucura!
21:47Dona Deise, como assim botar a senhora na rua?
21:49A senhora tem apartamento.
21:50Ai, mas o gosto é daqui.
21:52Aqui é que eu gosto.
21:55Mas a senhora não percebe
21:56que é um problema de superpopulação carcerária?
21:59Gente, isso aqui não é mais um programa de humor,
22:01isso é uma cela do Carandirô.
22:02Olha aí, olha aí.
22:08O que será isso, meu?
22:09Estão torturando alguém lá dentro.
22:11É uma câmera de tortura que tem lá dentro.
22:13Ah, não adianta, eu não disse?
22:15Ele não levanta de jeito nenhum.
22:16Quando me vê, grita.
22:18O coitado tá traumatizado.
22:19Eu acho melhor telefonar pra mulher dele
22:21e mandar ela vir buscar.
22:22Não, não, não.
22:23Mas a mulher do rochedo tem claustrofobia.
22:25Ela não anda de elevador
22:27e não consegue subir todos os andares.
22:28Então vocês vão tirar esse homem daqui.
22:31Eu não quero mais esse homem gritando aqui dentro.
22:34Eu tô começando a ficar nervosa.
22:37Eu tô começando a ficar nervosa.
22:40Todo mundo sabe que eu sou uma pessoa que gosto de ordem.
22:44Eu não posso ver a minha casa
22:46se transformar
22:48num acampamento.
22:49Mara sorte!
22:51Dona Thalinha, pelo amor de Deus!
22:54Chega, Dona Thalinha, não!
22:55Não deixa entrar mais ninguém, Dona Thalinha,
22:57que eu também tô ficando nervosa, Dona Thalinha!
22:59Tô muito nervosa, não quero!
23:00Eu não consigo respirar, Dona Thalinha!
23:02Eu não consigo respirar!
23:03Então vai pro bar.
23:05Vai pro bar.
23:06Fica ali que é o lugar onde a gente fica
23:08quando a gente tá em cena,
23:09mas não tem o que falar.
23:10Ah, vamos lá!
23:10Sou eu, sou eu, sou eu!
23:13O bar, ela disse que o bar é meu, gente!
23:15É meu, sou eu que tenho que ficar no bar!
23:17Arnaldo, meu bem, a próxima fala é sua!
23:19Bom, por exemplo, qual?
23:22Ah, tá, pode mandar.
23:26Mas, peraí, Dona Sundair,
23:29a senhora não melhorou?
23:30A dor voltou?
23:31Não, não, não, não.
23:32A dor passou, doutor.
23:34Sabe como é?
23:34Eu levei um tombo lá na favela,
23:36caí de boca,
23:38e o dente pulou, pulou longe.
23:41É, eu perdi o trabalho que o senhor fez,
23:43mas, pelo menos, a dor passou.
23:46Então, vem cá.
23:47O que a senhora tá querendo aqui?
23:48É, eu soube que vocês estão desabrigados, né?
23:52É, e o Martelo, falei com ele,
23:54o Martelo arranjou um apartamento pra vocês.
23:57Um apartamento que vocês podem ficar uma semana.
23:59E é de luxo.
24:00Ah, eu quero, eu quero, eu vou.
24:01Nós vamos, né, meu bem?
24:02Nós vamos, vamos nos dar uma semaninha de luxo,
24:05então, tá, tá, eles adoram ficam aí, tá?
24:07É, vem pra aí, eu posso trazer umas coisas minhas
24:10pra guardar aqui, porque sabe como é,
24:12tá uma confusão lá na favela.
24:14Claro, claro.
24:15Claro, uma ova.
24:16Ah, o que quer que seja que Dona Sunda deixe aqui,
24:19ela tá deixando no meu apartamento.
24:21Que história é essa?
24:22Marujoso, mas o seu apartamento é de luxo, vamos nós.
24:25Claro.
24:25Vocês é que são brancos, que se entendam.
24:29Pode vir.
24:31O que é isso?
24:32O que é isso, Dona Sunda aí?
24:34É, é isopor, é isopor.
24:36E é bom, é bom.
24:38Toma, toma a chave.
24:40Tá aí.
24:42Chave e endereço.
24:43Faça um bom profeito.
24:46Tchau, doutor Arnaldo.
24:49Eu acho que é melhor a gente abrir esses isopores
24:52pra ver o que que tem dentro.
24:53É, eu acho melhor não abrir, não.
24:55Porque se for coisa do martelo, vai dar merda.
24:59Não vai deixar nada ficar dentro da minha casa
25:01sem eu saber do que se trata.
25:04Abre o pavê, Amado Jorge.
25:05Eu não vou mexer nisso, não, sério.
25:10Abre o bozema.
25:12Tudo termina na mão da empregada.
25:16Quem é que assassina o frango?
25:19A empregada daí.
25:21Quem é que pisa na cabeça do rato?
25:24A empregada daí.
25:25Quem é que encurrala a barata cascuda no canto da cozinha?
25:32A empregada daí.
25:34Quem é que dá tiro de sal no macaco ladrão?
25:38A empregada daí.
25:39São armas israelenses de última geração.
25:43Mas é, olha aí, olha aqui, olha aí.
25:46É aí, é aí.
25:47É aí, é aí.
25:48É aí, mas porque chegou um carregamento pesado lá da favela.
25:53É isso aí, né, dona Celinha?
25:54Deus do céu, a monstra está completamente bêbada.
25:56Mas é também vocês, vocês.
25:58Você me mandou ir pro bar, né, dona Celinha?
26:01Ai, dona Celinha.
26:04Amado Jorge, tira essas armas daqui.
26:07Tira, porque isso dá cana e a sentença é longa.
26:11Ui.
26:12Não, mano, peraí.
26:15Peraí, eu não posso acreditar que essa desgraçada...
26:19Que essa mulher veio pra cá.
26:21Eu não posso acreditar, mas o que essa mulher,
26:23essa cafajeste tá fazendo aqui dentro dessa casa?
26:25Me dá uma arma aqui, que eu vou estourar a cabeça dessa mulher.
26:28Você me anda me enlouquecendo?
26:29Ô, pai, fica na tua.
26:31Fui eu que trouxe.
26:32Doutora Percy quer falar com todos.
26:34Meu filho, essa mulher me denunciou.
26:36Meu apartamento tá lacrado.
26:38E você ainda tem coragem de trazer essa vagabunda aqui pra dentro de casa?
26:41Que isso?
26:42Já vamos encaixar pra cá, doutora.
26:44Calada, cólada.
26:47Escutem o que eu tenho a dizer.
26:49Vocês estão tendo a oportunidade de melhorar como família e como seres humanos.
26:56Aprendam a conviver.
26:58Quando o apartamento do doutor Arnaldo for finalmente liberado,
27:01vocês serão novas pessoas.
27:04É esse o desafio.
27:06É isso que propõe a psicologia de confronto.
27:10É o que vocês têm a fazer.
27:13Entre quatro paredes.
27:15Arnaldo, anda logo com esse banho, cara.
27:37Esse banho já tá anti-ecológico.
27:39Você vai acabar com a água do planeta.
27:41Vai acabar com a água quênica, daí isso sim.
27:44Oi, água.
27:46Oi, Marte.
27:48Oi.
27:50Seguinte, a culpa é de dona Deice.
27:54Eu acho que a propósito tá muito boa você vai participar dessa experiência.
27:57Enfim, agora banho eu só devia tomar na sua casa, no seu banheiro.
28:00Ah, não, não, não.
28:02Eu emprestei meu apartamento pra Copélia tomar banho e meu banheiro tá uma imundice.
28:06Pois eu tô gostando da experiência da doutora Percy.
28:09Tô achando muito boa.
28:11Eu tenho pensado muito aqui nessa semana com vocês.
28:13Eu, olha, eu também tenho que admitir, viu, que eu, que eu mudei.
28:18Não é, porque hoje cedinho, quando vi dona Deice dormindo ali no sofá, eu confesso que eu me afeiçoei ao sapatão, não é?
28:26Eu achei muito bonitinha.
28:28É isso que essa experiência vai nos ensinar, gente.
28:31Tolerância com o próximo.
28:33Não é nisso que você vem pensando, Isadora?
28:35Não, não.
28:36Tenho pensado em outra coisa.
28:37Tipo o quê?
28:37Tenho pensado que a gente podia falar com o martelo, pegar essas armas aqui e invadir alguns apartamentos.
28:42Porque daí a gente saía logo desse sufoco.
28:44Essa história que você inventou da gente ser gentil e ceder o nosso quarto com Arnaldo pra Rita não resultou em nada.
28:54Parecemos dois cachorros saindo da casinha.
28:57Quem disse a você que eu cedi?
28:58Eu não cedi, eu vendi.
29:00Vendi a nossa cama por uma noite por 150 reais.
29:03Mesmo assim, Mário Jorge, você falou que a barraca era ampla, dormi toda encolhida.
29:08Não, mas eu vi a dona Álvaro saindo da barraca de manhã cedinho.
29:12A senhora dormiu conosco?
29:14Mas o que é, Mário Jorge, é que estava tão frio aqui fora.
29:18Estava frio.
29:19Ah, não.
29:20Peraí, isso já foi longe demais.
29:23Eu não quero saber que vocês foram colocados na rua, ouviu bem, Rita?
29:28Eu quero resgatar minha vida.
29:30E hoje eu vou botar todo mundo pra fora daqui, vai começar pela senhora.
29:32Não, meu amor de Deus, dona Anzalinha.
29:34Ai, dona Anzalinha, a dona Anzalinha não pode me botar assim na rua como se eu fosse uma pessoa comum.
29:40Não, não, não, aliás, eu exijo, eu não admito que vocês me tratem como uma pessoa comum.
29:47Mas o que?
29:48Essa senhora tá doida?
29:49Quem disse isso?
29:50Palavras do presidente.
29:52Mas em relação ao Sarney?
29:54A senhora não é o Sarney, é?
29:56Mas eu posso deixar crescer o bigode.
29:58Se deixar crescer o gamo, eu juro que o gamo.
30:04Por que que vocês não aproveitam e não vão lá pro tal apartamento que o filho da dona Sundaí descolou lá?
30:13Não, esse apartamento não existe mais, não.
30:15Jogaram uma bomba no prédio anteontem.
30:17Ah, Celinha, Celinha, esse seu sabonete de frutas é um espetáculo.
30:24Eu já não queria mais sair do banho.
30:26Você acabou com a água quente, não foi, pai?
30:29Ah, deixa de ser bobo, menino.
30:30Tua idade só tomava banho frio, vê se não reclama.
30:33Ô, dona Álvaro, dona Álvaro, qual é a sua, hein?
30:36Vai tomar banho na sua casa?
30:38Ah, mas isso aí tem razão.
30:39Só tá socado aqui dentro mais de uma semana, isso não é mais carinho.
30:42Isso é desespero.
30:43Vai pra sua casa, mulher, vai tomar banho lá no seu banheiro.
30:47Eu tenho medo das africanas.
30:50Naruta e as africanas estão organizando um motim.
30:54Estão querendo pegar a dona Álvaro de pau.
30:56Eu tenho medo de ser agredida, eu tenho medo de ser agredida.
30:59Ué? Manda elas de volta.
31:01Olha, mas a dona Celinha não é tão simples, é complicado, viu, dona Celinha?
31:05Olha aqui, mas esta semana eu vou mandar as africanas lá pra Fortaleza, né?
31:11para encontrar um grupo de italianos.
31:15Amigos meus, elas não sabem ainda, não é mais as africanas.
31:20Você sabe que elas não vão voltar de Fortaleza mais.
31:25Elas estão ferradas.
31:28Elas estão ferradas.
31:30Gente, a dona Álvaro é dublada.
31:33É.
31:34Tenho a menor dúvida disso.
31:36Ah, a bandida.
31:40Eu?
31:41A senhora é responsável pelo nosso calvário.
31:43Olha aqui, doutora Percy.
31:44Eu não aguento mais essa experiência.
31:46Chega, já deu.
31:48Olha aí.
31:48Arnaldo trouxe até o violão pra cá.
31:51Eu tô vendo a hora de sentarmos todos em círculo e começar a cantar a andança.
31:55Olha, adoro.
31:56No passo da estrada me leva.
31:59A senhora vem fazer o que aqui, afinal?
32:10Eu trago boas notícias.
32:11Amanhã o apartamento do doutor Arnaldo será liberado.
32:15Ah, graças a Deus.
32:18Aí, ninguém acreditou em mim.
32:20Eu mandei lá empreendar o mandato e consegui o apartamento de volta.
32:24Ah, Daisy, o teu apartamento também tá liberado, cara.
32:30Ó, tem um cara deitado na tua cama dormindo, mas é porque abusou na bebida.
32:36Na minha cama?
32:37É.
32:38E aconteceu também lá um pequeno acidente.
32:41Que acidente?
32:43O estrado da cama quebrou.
32:45Ah, o estrado da cama quebrou por quê, Copélia?
32:49Eu prefiro não comentar.
32:51Ô, Bersi.
32:54Oi?
32:55Eu não tô entendendo.
32:56Qual é a tua?
32:57Você está contando intimidades da família pra todo mundo, cara?
33:02É um defeito que eu tenho.
33:05Eu sou muito fofoqueira.
33:08Eu não consigo guardar segredo.
33:11Eu até digo pros meus pacientes, olha, não me conta nada porque eu espalho.
33:16Mas eles continuam contando.
33:18O que eu posso fazer?
33:19Mas isso é um absurdo.
33:20A senhora é psicóloga.
33:22A senhora não tem um pico de vergonha nessa cara?
33:24Eu faço psicologia de confronto.
33:26Comigo é tudo às claras.
33:29Sujou!
33:29Sujou!
33:30Os jovens tão vindo aí.
33:32Depressa!
33:32Desovem as armas!
33:33Desovem as armas!
33:34Tomara que não tenha caído em cima de ninguém.
33:49Tomara que não tenha caído em cima de ninguém.
34:02Agora disfarça!
34:03Eu acho que não caiu em cima de ninguém.
34:05Mas em compensação, as armas se espalharam pelo parque aquático.
34:09Então agora disfarça.
34:11Disfarça porque alguém denunciou.
34:13Então peraí.
34:14Tartalo, pega o violão.
34:16Todo mundo em roda.
34:19Peraí, Celinha.
34:20É andança?
34:21Fazer o quê, meu filho?
34:22Melhor do que a gente encana.
34:24Então?
34:24Os condôminos estão se armando.
34:27Estão disputando as armas.
34:29As armas...
34:29Atenção!
34:29Atenção!
34:30Atenção pro tom!
34:32Atenção pro tom!
34:34No passo da estrada só posso amor.
34:39Tenho que logo a minha própria cor.
34:42Amor!
34:43Eu me pego as pessoas que me levam.
34:48Eu me pego as pessoas que me levam.
34:50Eu me pego as pessoas que me levam.
34:51Por onde estou, quero ser seu pai.
34:55Eu me pego as pessoas que me levam.
35:25Eu me pego as pessoas que me levam.
35:27Eu me pego as pessoas que me levam.
35:28Marejote, para!
35:29Pare e para!
35:31Peraí, volta.
35:31Peraí!
35:34Olha aqui, dona Álvaro, eu quero saber que eu quero ser...
35:37Então, rei é o quê, dona Celinha?
35:41Eu quero ser ressarcida.
35:43Quero uma panela de nova.
35:47Olha, doutora Percy.
35:49Se a senhora quiser contar alguma coisa, a senhora pode contar.
35:53Ah, porque eu não estou nem aí, nós já estamos com a boca no...
35:55Não.
35:56Já estamos com o quê?
35:57Rapaz.
35:57Eu posso responder.
36:01Mm.
36:02Ah.
36:02Ah.
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