Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • há 6 semanas

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Isso aqui, por acaso, é alguma sala de espera de consultório, Bozena?
00:24Você está no seu horário de trabalho.
00:26Eu já botei as roupas na máquina, já varia a casa, já arrumei o seu quarto, já arrumei o quarto do Adoni,
00:32só não arrumei o quarto de Dona Copelli porque ela ainda está com a porta trancada.
00:36Meu Deus, mas já é quase meio dia.
00:39Bateu na porta?
00:40Bati. Uma voz de homem gritou lá de dentro algumas coisas.
00:45Que coisas?
00:46Prefiro não comentar daí.
00:47E o almoço? Por que não está fazendo o almoço?
00:50É, não tem gás. Cortaram o gás da senhora.
00:56Não estou legal. Não estou legal.
01:02Eu estou farta, meu Deus. Eu estou farta. Eu estou farta. Cadê a Marujo?
01:09E é que quando eu me casei com você, eu esperava coisa melhor, sabia?
01:14Só que ano após ano a coisa vai ficando pior e pior.
01:17Você não vende nada, Marujo Jorge. Nada.
01:23E eu não vejo um esforço seu para melhorar essa barcaria de situação que está na nossa vida. Nada.
01:30Seu bem, ainda não é meio dia e você já está descompensada.
01:34Assim não é possível. Você está ficando viciada em petiça, Elinha.
01:38Cortaram o gás.
01:40Você queria que eu fizesse o quê?
01:44Marujo Jorge, você pagou a conta de gás?
01:47Se a Liga, você não sabe que nós estamos numa crise financeira terrível?
01:51Não escutou o que o Obama disse na televisão?
01:53O que ele falou?
01:54Não entendi nada. Está bem inglês.
01:56Agora a crise agora é a desculpa para tudo que não funciona no jambalaia.
02:02Eu quero meu gás de volta!
02:04Entendeu?
02:06Pai, papai, está todo mundo querendo os serviços da Miau.
02:11É um grande sucesso.
02:13Eu acabei de fazer um serviço de puxada externa no apartamento da mamãe
02:18e eu estou em dúvida se eu matei o cano certo.
02:21Vocês não estão com problema de gás aí, não, né?
02:26O que é isso?
02:28O que é isso, Marujo?
02:30Marujo Jorge, o que significa isso?
02:32Significa, significa que Tatalo está buscando novas saídas.
02:39Celinha, na crise, a pessoa tem que ter imaginação.
02:42É a chamada opção alternativa.
02:45Tatalo está usando a imaginação.
02:47Imaginação, Marujo Jorge?
02:48Só que a imaginação dele vai nos dar sérios problemas.
02:52Celinha?
02:52Hum?
02:53Celinha?
02:54Hum?
02:54A Miau Service nasceu pra acabar geral com a problemática de fornecimento do Jambalaya.
03:03Saca só.
03:05Luz, gás, TV, a cabo, internet e o escambau.
03:09Não esquente a cabeça, liga logo pra Miau.
03:14Miau Service.
03:15Bacana, né?
03:18Bacana.
03:20Eu não acredito.
03:22Um gato no gás do meu fogão?
03:28É, ou é isso, ou é fogão a lenha.
03:32Escolhe.
03:33Celinha, Celinha, fica fria.
03:36A Miau Service te dá a garantia.
03:38Trate logo de ligar esse gás.
03:39Ô, Celinha, a culpa é do Arnaldo, tá?
03:45Porque quando eu fui fazer o serviço na casa dele, eu perguntei se ele queria meia gambiarra
03:48ou um serviço mais ou menos.
03:50Aí ele disse...
03:51Será que é um serviço mais ou menos que você vai ver?
03:52Ele disse lá!
03:53Ele disse lá!
03:53O que ele disse?
03:54O que ele disse?
03:56Tá muito nervosa, meu bem.
03:58Tô.
03:59Tá nervosa.
04:00É?
04:01Ó, vai, para, para, para.
04:03Vergonha, Marujo Jorge, que vergonha.
04:05Como se não bastasse você aceitar trabalhar...
04:09Pra ela lá que não tem nome?
04:14Agora você ainda envolve o seu filho em sujeira?
04:17Eu não vejo sujeira nenhuma em apoiar alternativas pra essa crise que tá aí.
04:22Gato é roubo, Marujo Jorge.
04:24E qual é o problema?
04:25Hein?
04:26No Brasil, o cidadão honesto é roubado por todo mundo.
04:30Eles roubam da gente, a gente rouba deles.
04:32Onde é que tá escrito que só eles é que podem roubar?
04:35Mas eu não tenho esse hábito.
04:37Me custa muito ser corrompida.
04:39Sabe o que eu vou fazer?
04:42Vou continuar com minhas cocadas.
04:44Ah, não, não, não.
04:45Eu quero falar com você sobre isso.
04:46Você não pode mais me expor a essa situação ridícula.
04:49Por quê?
04:50Por que situação ridícula?
04:51Por que eu não posso vender minhas cocadas?
04:53É um trabalho como outro qualquer.
04:54É, mas não é bom pra minha mulher.
04:56Não fica bem, o povo comenta.
04:58Você tá, você tá acabando com a imagem da família.
05:01Eu investi muito no meu negócio.
05:03Eu tenho que recuperar meu dinheiro.
05:04Investiu em quê?
05:05Em coco ralado e açúcar?
05:07Mário Jorge, você não entende essas coisas, né?
05:11Eu investi no layout.
05:13No layout...
05:14É, meu negócio tem uma cara.
05:16Coca.
05:17Ô, cabeleiro da borraca, tu mentir?
05:25Eu não acredito que você vai botar sapata doméstica vendendo cocada no condomínio.
05:30Você não é minha sócia.
05:31Majoritária daí, Dona Celinha entrou com a parte culinária e eu com o capital inicial
05:36e com a roupa daí.
05:38Achei aí a...
05:39Eu não posso acreditar que minha mulher se associou à própria criada num tabuleiro de cocada.
05:47Eu não vou admitir isso.
05:48Eu acho melhor admitir lá em Pato Branco.
05:53Depois, Bozena. Fala de Pato Branco.
05:55Não, não. Agora eu sou sócio-majoritário e tenho direito a voz. Vou falar.
05:58Tá bom, tá bom. Agora aguenta. Aguenta.
06:01Lá em Pato Branco tinha um homem muito rico.
06:04Olavo Baguete.
06:06Só que um dia ele perdeu tudo e faliu.
06:09Ficou pobre de maré daí.
06:11Então Odete, que vinha a ser mulher de baguete,
06:14passou a vender cocada na feira pra ajudar o coitado.
06:17Só que Olavo era um homem muito orgulhoso, não queria aquilo.
06:22Ligou pro fornecedor, pediu pra cortar os ovos de Odete.
06:26O problema é que Odete era uma mulher muito brava.
06:29E acabou pagando na mesma moeda daí.
06:31Não entendi nada.
06:34O que que ela fez?
06:36Mandou cortar os ovos de baguete daí.
06:41Mas desde quando encocada leva ovo?
06:43Na receita da Bozena, né?
06:45Leva, né, mãe?
06:48Não quero gato na minha casa, entendeu?
06:51A esquisita aí sabe disso?
06:53Claro que sabe.
06:55Inclusive a Miao Service é uma das empresas que está sendo testada
06:59pra ser uma principal coligada à suruja.
07:02Suruja?
07:03O que é isso?
07:05Alguém me chamou?
07:07Já pro quarto, mamãe.
07:09Suruja é superintendência de engenharia utilitária do Jambalaia.
07:14E eu venho a ser o diretor.
07:16Gente, dá licença.
07:17Mas eu tenho uns amigos ali que precisam sair.
07:21Dá licença.
07:22Galera!
07:23Pode vir!
07:24Café!
07:25Bom dia!
07:29Bom dia!
07:41Azulão!
07:43Fecha a porta, vai!
07:46O que essa gente estava fazendo aqui em casa, mamãe?
07:48Nada, Célia Regina, nada.
07:51Foi uma confusão aí.
07:53Nada, esquece.
07:54Esquece uma obra.
07:55Quem era essa gente?
07:56Amigos queridos.
07:58Gente muito fina.
08:00Gente aberta, sem grilos, sem culpa, cê tá ligado?
08:05E qual era a confusão?
08:06Eu escutei o Mário Jorge falando no telefone...
08:09Eu?
08:09E achei que era outra coisa.
08:11Por quê?
08:12O que que é?
08:12Não posso me confundir?
08:13Qual é o problema?
08:15Esquece.
08:16Cê lembra, Mário Jorge?
08:18Quando aquela...
08:19Aquela criatura que não se pode invocar...
08:21Ligou pra você ontem.
08:24Hã?
08:24Sim, a...
08:25A coisa ligou pra mim, Célinha.
08:28Exatamente pra me avisar que estava liberada a suruja.
08:32Oh!
08:32Ô, Mário Jorge.
08:41Isadora emoldurou o diploma dela e vem nos dar de presente.
08:45É.
08:45Tá aqui, ó, pai.
08:47Mas, ó, tem um problema.
08:48O cara emoldurou de cabeça pra baixo.
08:50Vira, você vira.
08:52Só virar.
08:53Tá, Felipe?
08:54Eita!
08:55Olha aí.
08:56Formada.
08:57Com louvor pela UniSová.
08:59Universidade Social Álvaro Miranda.
09:03Ai, meu Deus do céu.
09:03Não, ainda não.
09:05Mais tarde.
09:05Mais tarde, dona Vadora.
09:07Agora não.
09:09Você acredita nisso?
09:11Ela se auto-homenageou no nome da universidade.
09:15Meu Deus do céu.
09:16Até onde isso pode ir?
09:18Que cursos essa universidade oferece, Isadora?
09:22Direito, Engenharia Civil, Letras e Medicina.
09:26Medicina, medicina.
09:27Ela não pode.
09:28Eu vou denunciar essa mulher pro Ministério da Educação.
09:31Não pode, gente.
09:32Ah, que não pode, mãe.
09:34Não pode.
09:34Não pode, mas ela faz.
09:36É a dona Álvaro.
09:37A mãe acorda, né?
09:38Não.
09:38Ainda não, monstra.
09:42Olha só.
09:43A dona Álvaro falou que se a favela continuar em expansão, daqui a pouco ela vai estar governando
09:48100 mil pessoas.
09:50Meu pai...
09:50Tá?
09:50Esse é o objetivo dela.
09:52E quem é que responde por essa universidade?
09:55Doutora Percy.
09:56Ah, agora tudo se encaixa, não é?
10:00E você deixa o seu filho nas mãos daquela psicóloga fachuta, Celinha?
10:04E o seu gás, a sua luz, a sua TV a cabo, são gatos.
10:08Exato.
10:08Quando eu era mocinha, o meu sonho era ser advogada.
10:13Pra trabalhar só com vara de família.
10:17Mas eu descobri, né?
10:20Que eu descobri que o meu negócio não é família, né?
10:22Família pode até não ser, né?
10:26Mas o resto daí...
10:28Eu vou vender com o cana, já volto daí.
10:36Rita, acho bom você dar uma chegada em casa porque meu pai tá quase agredindo a dona
10:39Daisy.
10:40Meu Deus do céu.
10:41Meu Deus do céu.
10:42Eu, eu, eu, eu, eu.
10:43O que é que é que é que é que é que é que é que o condomínio arque com as despesas.
10:56Eu quero que o dinheiro saia do seu bolso.
10:58Mas o que que é isso, Arnaldo?
11:00Você se acalma, você vai ter um troço.
11:01O que que aconteceu?
11:03Há mais de um mês que eu venho falando pra ele que o carro dele tá fora da vaga,
11:07ele sempre deixa metade do pneu pra fora da linha amarela.
11:10Ah, é?
11:11E isso incomoda alguém, por acaso?
11:13A mim.
11:13Meu choque de ordem tem regras.
11:16O sapatão puxou o canivete da calça e furou o meu pneu.
11:20Assim, do nada.
11:22Essa mulher é louca.
11:23Olha, eu não vou ter que aguentar isso, não.
11:24Não, não vai mesmo.
11:25Meu marido tem toda a razão.
11:26Dona Daisy, nós sempre lhe tratamos com todo respeito, toda consideração.
11:29É assim que a senhora nos paga?
11:31Pneu pra fora, comigo não tem hora.
11:33Eu não estou falando de estoura Daisy.
11:35Eu estou falando de amizade, de solidariedade.
11:38Hum, tá querendo me subornar, né, morena?
11:41Não, não.
11:42Eu estou querendo que a senhora caia fora da minha casa e é já.
11:44E eu quero também lhe avisar que da próxima vez que eu vier uma caça ao sapatão,
11:48eu estarei na linha de frente, entendeu?
11:51Liderando os aldeões enfurecidos.
11:52Isso!
11:53Não, não. Pode deixar, mãe.
11:54Pode deixar.
11:55Mas o que que é isso?
11:55Eu vou tirar dois canos do apartamento dela.
11:58Então o encanamento vai ficar com prisão de ventre.
12:01Pode deixar, calma, dona Daisy.
12:03Pode deixar que a Miao Service vai lhe fazer uma visita.
12:08Vou inutilizar o vaso sanitário.
12:12Olha aqui, olha aqui, olha aqui, dona Daisy.
12:15A minha mulher pediu pra senhora sair.
12:16Não, eu gosto de ficar aqui.
12:21Essa mulher é uma desequilibrada, gente.
12:23Como é que a senhora tem coragem de falar uma coisa dessa depois de esfaquear os pneus
12:26do meu marido?
12:28Olha, por favor, dona Daisy, fora daqui.
12:31Fora daqui antes que eu perca a cabeça.
12:33Ainda não, eu gosto de passar a roda.
12:37Meu Deus do céu, chama a segurança.
12:40A segurança é ela ainda.
12:41Agora eu quero ver ele deixar o carro fora da linha.
12:45Arnaldo, Arnaldo, tudo bem? Você tomou um choque, meu amor.
12:48Tudo bem.
12:49O que foi que aconteceu aqui?
12:50O que aconteceu?
12:51Uma sapatão rasgou o pneu do Arnaldo, ele se estressou com ela e ela desferiu a violenta
12:57descarga elétrica.
12:58Fez a mesma coisa comigo no primeiro episódio, até me urinei tudo.
13:03Gente, ela agora ameaça todo mundo com essa arma aí, com a dona Álvaro.
13:07Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.
13:09Eu vou entrar de qualquer maneira.
13:11Eu posso saber qual é o problema aqui.
13:14O problema? O problema? O problema, o problema, dona Álvaro, é que esse sapatão desgovernado
13:20aí descarregou uma pilha, uma carga em cima de mim há poucos minutos, viu?
13:24É, mas se o senhor já está até falando, não pode ter sido tão forte assim, não é?
13:31Vai ser um juiz, que eu vou falar com o juiz, entendeu?
13:34Eu fui torturado dentro da minha própria casa e eu tenho testemunhas.
13:39E eu também fui torturado e tenho o DVD do primeiro programa pra provar.
13:45Olha, dona Álvaro, isso não vai ficar assim.
13:49Não, não, não, não, não.
14:11Dois pra lá e dois pra cá
14:15Porta a porta o amor fala entre si
14:19Falsa calma e aí o temporal
14:22Um relevo baixo, retrato escolar
14:27Do amor no país do carnaval
14:29Tu entra ca já e sai ca aqui
14:34Casamento hoje é isso aí
14:37É isso foi, doutor, furou com canivete
14:39Doutor, sua pergunta, hein? Pergunta tudo pro advogado
14:42Dessa vez nós vamos partir pra cima da ariranha
14:44Mas é com tudo
14:45Celinha, eu também vou entrar na justiça contra o condomínio
14:48Contra o condomínio não
14:49Contra esse clima de terror que se instaurou aqui no Jambalaia
14:52Eu quero uma bolsa ditadura
14:54Eu também quero uma
14:55Então é melhor arrumar um advogado
14:57Pega a Isadora
14:58Não, não, a Isadora não, a Isadora é a devogada
15:01É diferente
15:01Não se esqueçam de que até os 11 anos
15:05Ela tinha dificuldade de falar problemas
15:07Eu peguei essa época
15:09Porque ela só conseguia dizer
15:10Pobrema ou problema
15:12É muito ignorante
15:14É verdade
15:15Sabe o que é?
15:18É que eu achava que existiam os dois, entendeu?
15:22Que pobrema era pessoal
15:24E que problema era o de matemática
15:26Olha, pronto
15:29O doutor disse que a nossa causa está praticamente ganha
15:33Galera
15:33Olha que loucura
15:36Na primeira página do Trombeta da Barra
15:39O que foi?
15:39Ela falou do meu cabelo?
15:40Aquela vaca falou de novo do meu cabelo?
15:42Daqui, isso aqui
15:43Olha só
15:46O que a Harolda está afirmando aqui
15:48Que Daisy Coturno colaborou com os órgãos de repressão durante a ditadura
15:53Ah, está vendo, está vendo
15:55Isso é bom para a nossa causa
15:56Porque prova que ela é uma terrorista
15:58E eu posso testemunhar
15:59Porque eu conheci desde, ó
16:01Daquela época
16:02A gente era inimiga
16:04Porque eu sempre fui de esquerda, né?
16:06Que história é essa, mamãe?
16:08Nunca soube que você era de esquerda
16:09Ah, eu sempre fui atrás de tudo que é virado para a esquerda
16:13Eu era chamada de Copélia, a vermelha
16:21Eu participei da guerrilha, nem
16:24Eu fui amante de Tchê
16:27Tchê?
16:29Que era um gaúcho?
16:30Calava aí, deixe
16:31Fui amante de Tchê
16:34Me lembro a noite, alucinada em Fierra, maestra
16:38Quando não me contive
16:41E dei um grito
16:43Que ficou sendo o símbolo da luta armada
16:46Tchê
16:47Guevara
16:49Copélia, você devia ser censurada, viu?
16:55Em pró para menores de 80 anos
16:57Eu fui convidada para participar da guerrilha
17:01Mas o sexo foi mais forte, Selinha
17:04Bom, eu vou dar uma volta
17:07Já vem
17:08Vai aonde, mamãe?
17:12Eu vou dar uma volta, Selinha Regina
17:14Ai, meu Deus do céu, o nome já diz tudo
17:16Uma volta, ó
17:18Ou seja, a gente tem 360 graus
17:21Para avistar o homem
17:22Planejar o ataque
17:24E derrubar a presa
17:26Foi
17:29E o que mais é impressionante é que ela sempre está rindo, né?
17:34É isso que me revolta
17:35Ah, meu pai do céu
17:39O que a senhora veio fazer aqui?
17:41Ninguém invocou o seu nome
17:43Maria Jorginho, confesso que pensei nela
17:45Ela agora está se materializando por telepatia
17:50Onde nós vamos parar?
17:52Na cadeia
17:53É
17:53Juntamente com a senhora, viu?
17:56Dona Selinha
17:56E sua cúmplice polaca
17:59Disfarçada de baiana com dengue
18:01Desde quando vender cocada é contravenção, dona Álvara?
18:05Eu estou correndo atrás
18:06As cocadas foram confiscadas, dona Selinha
18:09Elas foram confiscadas assim que a polaca saiu pela porta dos fundos
18:14Ela foi capturada pela sapuja
18:16Sapuja?
18:18É saúde pública do Djambalaia
18:20Tudo o que acontece aqui no condomínio chega aos meus ouvidos, viu, dona Selinha?
18:27Eu sei de tudo o que se passa nos dois apartamentos
18:32Eu tenho os meus informantes
18:35Isadora
18:38Venha cá, meu bem
18:39Venha cá, Isadora
18:40Você vai nos representar
18:43Na ação que seu pai e seu padrasto estão movendo contra nós
18:47Sim
18:47Esses dois aí vão ver
18:50Que bolsa ditadura que eles vão receber
18:53Você é informante, meu caralho?
18:56Eu sou a devogada
18:57Informante é outra coisa
18:59Tá?
19:00Vamos, meu bem
19:01Tchau
19:01Como é que pode uma filha dar tanto desgosto assim pra uma mãe?
19:06Tendo uma mãe como você
19:07Você vai na merda, Mário Joaquim, que eu me esqueço
19:09E olha lá
19:10Eles te eram uma coisa por debaixo da porta
19:12Que isso?
19:14O que é?
19:15É alguma coisa do Djambalaia
19:16É pra você, pai
19:18Pra mim?
19:20É uma multa
19:21Referente à utilização da sua unidade pra fins profissionais sem o Álvaro
19:25Não é Álvaro
19:27Não, meu filho
19:29Não é Álvaro, é Álvará
19:31Não, não, é o Álvaro mesmo
19:33É o Álvará aqui do Djambalaia
19:34Batizado com o nome da monstra
19:36E homenagem ao choque de ordem que ela tá dando no condomínio
19:39É, choque de ordem, ela vai ver
19:41Quando eu pedir dois milhões pela bolsa ditadura
19:44Eu vou pedir três
19:46Celinha!
19:52Celinha!
19:53Olha, desculpe ir invadindo a sua casa desse jeito
19:55Mas é que o Tatalo, quando ele religou o seu gás
19:58Ele cortou a nossa luz
20:00De modo que a reunião vai ter que ser feita aqui
20:03Arnaldo, você quer luz pra quê com um dia claro desse?
20:07É, mas a cafeteira elétrica não funciona
20:09A cafeteira é elétrica
20:11Não é mágica
20:12Eles acham que é só ligar na tomada que o café sai quentinho
20:16Se não pode acontecer nada
20:20Ah, não existe, Bozinha
20:22Sai daí
20:23Olha aqui, Mano Jorge
20:24O advogado disse
20:25Que nós precisamos de um laudo atestando
20:27Que os maus tratos infligidos pela sapatona desesperada
20:32Nos deixou demenciados
20:33Mas pra isso
20:35Não precisa de laudo, né?
20:38Só fica uns cinco minutos perto de você
20:41Ela hoje acordou engraçadinha
20:46E curiosamente eu acordei com vontade de dar uma bolacha na cara de alguém
20:50Aviso que mandei instalar câmeras de segurança
20:53Se me bater, boto os dois na justiça
20:56E mostro o vídeo que eu fiz do senhor com a dona Celinha daí
21:01A fulvista na moita
21:05E a gatinha afogada
21:08É, Arnaldo
21:15Mas que reunião é essa então, hein?
21:18É, eu vou pedir o laudo
21:19A doutora Percy, não é?
21:21Doutora Percy?
21:23Mas com que direito você se mete na minha terapia?
21:25Ué, mas eu não conheço outra, filho
21:27Doutora Percy é minha terapeuta e ninguém tasca
21:30Eu vi primeiro
21:31O que é isso, meu filho? Também não precisa fazer escândalo
21:33A doutora Percy só vem aqui pra dar um laudo
21:36Que teu pai não bate bem da cabeça
21:37Esse laudo até eu podia dar
21:39Não precisava nem de psicólogo
21:41Mas mãe, isso pode atrapalhar a terapia
21:43Eu não admito que vocês interfiram no meu processo analítico
21:46Entenderam?
21:47Porque se a doutora Percy abrir mão de me ajudar
21:49Abrir mão de mim
21:50Eu me mato!
21:52Eu me mato!
21:54Vocês ouviram bem?
21:56Adulio!
21:57Mas o que é isso?
21:58O que é isso, mamãe?
22:00Mamãe, isso é hora de chegar?
22:03Cheguei cedo
22:04Nem!
22:05A festa continua rolando
22:07Mas eu me atrapalhei
22:10E fiquei louca demais
22:12Hummm
22:13Tu tá com alho, tu perfumado
22:15Não, não é mentira
22:16Ela botou alguma coisa pra disfarçar
22:18Embaixo é cana
22:19Pode acreditar que é cana
22:21Não, não, não é cana
22:23Cana eu tomei antes
22:24Depois misturei com urina do capeta
22:26Gente, eu fiquei tão louca
22:30Mas tão louca
22:31Que quando eu vi
22:32Eu estava mamando um frasco
22:33De shampoo de jojoba
22:35Isso é um perigo, mamãe
22:39Não, não tem perigo nenhum
22:40Tua mãe tira qualquer jojoba de letra
22:43Senta, viu Copélia?
22:45Senta
22:45Porque doutora Percy está vindo aí
22:48Ó, a doutora Percy tem problema comigo
22:51Porque eu peguei o marido dela
22:54Mas depois devolvi inteirinho
22:58Ela fez um escarcel
22:59Não sei porquê
23:00Bom, é que bom, né?
23:04Hoje o movimento começou cedo
23:06Quanto é que já tem aqui?
23:07Deixa eu ver
23:07Um, dois, três
23:08Perdi até as contas
23:09Mário Jorge, você sabe que às vezes
23:11A vida pode ser canalha, não é?
23:13Agora, por exemplo
23:14Ela está sendo muito canalha com você
23:17O que é que você está falando?
23:20Que você foi demitido
23:22E eu sou a nova diretora da Suruja
23:25Eu fui empossada pela própria dona Alva
23:27Olha a pijadora
23:29Pijadora
23:30Mande seu pai assinar essa rescisão
23:33E vamos acabar logo com isso
23:35Sim, dona Alva
23:36Inclusive, eu até já mandei fazer um documento
23:39Dizendo aqui que meu pai é inapetente
23:41Não, meu bem, você
23:43Você quis dizer inadimplente, meu bem
23:46Foi isso?
23:48É, também pode ser isso
23:49Não, peraí
23:50A senhora não pode me mandar embora assim?
23:52Não pode me demitir desse jeito?
23:53Não só posso, como já o fiz
23:55Minha amiga, dona Rita
23:58Me prometeu uma fidelidade canina
24:01Dona Rita, me prometeu uma fidelidade canina
24:04E prometeu também que doutor Arnaldo
24:07Vai retirar a queixa
24:08E desistir da bolsa ditadura
24:11Arnaldo
24:12Eu não acredito que você chegou ao ponto de uma baixeza dessa
24:17Você nos traiu
24:18Mas se o Arnaldo vai retirar a queixa
24:21Eu também posso retirar a minha queixa
24:23E a senhora me devolve meu trabalho na Suruja
24:26Você tentou me enganar, viu?
24:27Mas o Jorge, você me traiu
24:29Ele e essa sua insolência
24:33Merece um castigo
24:34Daisy
24:35Oi
24:36Daisy, você já fez o que eu mandei, Daisy?
24:40Tá tudo resolvido
24:41Tirei um naco do pneu do carro do Mário Jó
24:44Mas o meu carro não tava fora
24:48Eu vou dar na cara desse sapatão
24:49Mas eu não sei se você vai dar na para o quê
24:51Eu quero ver o que você dá na papa do Mário Jó
24:53Álvaro mandou pra te dar uma lição
24:55Eu não sei que a senhora faz o que eu
24:56Mas o que eu ia estar pensando
24:57Que vai eu que eu
24:58Mas eu vou tirar
24:59Bom dia.
25:06Bom dia.
25:07Ai, eu não sabia que seríamos um grupo tão grande assim.
25:11Sinceramente, eu não estava preparado pra isso.
25:13Quantos somos?
25:14Somos 11, Percy.
25:1612.
25:17Ai, que susto.
25:19Eu tava arrumando os encanamentos do 1002, mas eu também faço parte dessa família.
25:22Pois não.
25:23Na verdade, somos 13, doutora Percy.
25:2513?
25:26Não é um bom número.
25:27Vejam só, estou toda arrepiada.
25:31Doutora Percy, a senhora é sensitiva ou é psicóloga?
25:34Porque a senhora não tá sabendo fazer conta.
25:35Nós somos 12, não é?
25:37Sou moderna, doutora.
25:38Sou moderna.
25:40Acima de tudo, sou moderna.
25:42Muito bem.
25:43Vamos então tentar desatar esses nós.
25:47Peraí, doutora Percy, peraí.
25:48A dona Álvaro não é da família, nem dona Deise.
25:51É, e a Bozena também tem que sair.
25:53Ela é empregada.
25:54Empregada, mas bem que a senhora quer me pegar daí.
25:57Silêncio.
26:00Álvaro, você sai ou você fica?
26:03Não, não, não, não, não.
26:04Eu fico aqui daqui e ninguém me tira.
26:07Ai, ai, ai, como eu gosto.
26:09Como eu gosto de saber dos podres alheios.
26:13Eu quero ver essa roupa suja, toda aqui lavada, viu, Mário Jorge?
26:18Na minha frente.
26:20Na minha frente, Mário Jorge.
26:21Eu quero conhecer as intimidades de toda essa gente aqui.
26:27Eu quero saber o que é que eles fazem na cova.
26:29Há muito tempo eu queria reunir vocês, entendeu?
26:53O Adonis tem me contado coisas muito interessantes.
26:57Eu sei, mas é que, olha, doutora Percy, eu não sei se é interessante, assim, expor a nossa intimidade, assim, na frente dos outros.
27:04E não só não é interessante, como também não é permitido.
27:08Isso é ilegal.
27:09Quer dizer, a senhora não tem capacidade pra tratar de todos nós.
27:12Qual é a linha que a senhora segue, hein, doutora Percy?
27:15Eu faço psicologia de confronto.
27:19O que vem a ser psicologia de confronto?
27:22Eu vou lhe explicar, dona Rita.
27:24Por exemplo, a dona Celinha vive dizendo por aí que a senhora é uma porca.
27:29Ah, ok.
27:32Doutora, eu lhe disse isso numa sessão.
27:34É segredo de confissão.
27:35Você não devia estar falando isso.
27:36Calado, menino problemático.
27:38Eu sei do que eu estou fazendo.
27:41Eu não vou, olha, vocês querem saber, eu já estou farta de você.
27:44Você está escutando, Celinha?
27:45Você está escutando.
27:46Eu não percebo os seus olharezinhos críticos, entendeu?
27:51E os seus sorrisinhos, tá?
27:53Que você se esconde atrás daquele seu capacho paranaense que você arrumou.
27:58Arnaldo comentou que nasceu até cogumelo no ladrinho.
28:00Eu?
28:02Eu não tenho que aturar esse tipo de coisa.
28:04Eu não sou obrigado a ficar aqui.
28:06Vocês me dão licença.
28:08Que eu estou com o assado no forno.
28:09Então diz onde é que fica o forno.
28:12Diz onde é que fica.
28:13Eu duvido que ela saiba.
28:14Nunca chegou perto de um forno.
28:15Mentirosa!
28:17Muito bem, muito bem.
28:19Isso é que é confronto.
28:21Vamos botar pra fora tudo.
28:23Percy, eu gostei dessa psicologia.
28:28Eu quero botar tudo pra fora.
28:32Pede que eu boto, Percy.
28:34Olha, agora eu queria falar com as crianças, com os filhos.
28:39Quais são as suas queixas, garoto?
28:40Eu tenho várias.
28:42Tanto eu quanto a minha irmã fomos negligenciados por pais ausentes.
28:47É.
28:48É verdade.
28:49É verdade.
28:50Eu e o Tatalo fomos isso aí que ele falou desde criança.
28:54Isso.
28:54E tem outra coisa também, tá?
28:56Se vocês dizem que eu falo errado, é que se eu falo errado alguém me ensinou.
29:02Por algum acaso alguém aqui dentro fala problema?
29:05Não responde mais.
29:06Não responde que a gente sabe que essa menina nunca prestou.
29:08Vale nada.
29:09Isso é o olho junto.
29:10Isso, muito bem.
29:11Vamos confrontar.
29:12Vamos botar tudo pra fora.
29:13O meu pai nunca me deu uma palavra de estímulo.
29:19Poxa, doutora Percy, eu só queria um carinho.
29:25Desculpa.
29:26Ô, ô, doutora Percy, aliás, a sua instalação de gás tá perfeita.
29:31A senhora nunca mais vai pagar um centavo.
29:34Muito obrigada.
29:35A senhora só não pode abrir a terceira gaveta do armário da cozinha com a luz acesa, porque
29:42aí explode tudo, tá bom?
29:44Mas peraí, você avisou isso pra minha empregada?
29:47Acho que não.
29:56Dona Celinha, a senhora gostaria de botar pra fora...
30:00O quê?
30:01Botar todo mundo pra fora?
30:02É isso que eu gostaria, de botar todo mundo pra fora.
30:05Onde já se viu.
30:07Eu fazer terapia de grupo com essa gente.
30:09Já não basta tudo que eu tenho que aguentar todo dia, né?
30:12É, eu sei.
30:13Eu sei muito bem o que vocês fazem lá no quarto.
30:17O que é isso, doutora?
30:18É.
30:18Oh, Adonis.
30:19O Adonis tem me contado.
30:20Mas o que é eu?
30:22É.
30:22Adonis.
30:23Vocês gritam, gritam, brincam, brincam muito como surfista na moita e gatinha afogada.
30:32Eu não posso evitar, vocês se expressam alto demais.
30:40Olha aqui, doutora Percy.
30:41Pois não.
30:42Se a senhora falar mais alguma coisa, eu vou expulsar a senhora da Associação dos Psicólogos.
30:46Ah, já fui expulsa há muito tempo.
30:49É, eu estou anos luz à frente daquelas caretas.
30:54Eu quero falar.
30:55Não, não, não, não.
30:56Não é nada, não.
30:57Não deixa ela falar, doutora Percy.
30:59Não caça a palavra dela, senão a senhora nunca mais vai ter paz na vida.
31:02Pode falar, bozena.
31:04Oh, meu Deus.
31:05Eu tenho um segredo para contar, doutora.
31:08Vem.
31:10Mas é que eu não sei se eu deveria falar assim na frente de todos, sabe?
31:13Não, que isso, que isso.
31:15Pode falar assim.
31:16Fala de uma vez.
31:17É, olha lá, olha lá.
31:18O grupo todo está querendo ajudá-la a superar esse problema, não é mesmo?
31:24Pode falar, a gente segura, fala.
31:26O que é, querida?
31:27Fala.
31:30Eu nasci de 12 meses.
31:32Dizem que, dizem que quando eu nasci eu já tinha três dentes e uma peruca ruiva.
31:46Agora tudo se explica, está tudo muito claro.
31:48Doutora Percy, talvez a senhora possa me ajudar.
31:53É.
31:55Porque eu tenho algumas compulsividades, entendeu?
31:58É.
31:58Eu sou muito compulsiva.
32:01Tudo que eu faço, eu faço muito.
32:04E seria mais ou menos o que, Copélia?
32:08Sexo.
32:08Eu sou, eu sou uma vítima da carne.
32:12Ah, então precisamos tratar deste sintoma, não é mesmo?
32:16Mais tarde.
32:17Mais tarde.
32:17Agora eu vou ser vitimada.
32:20Eu marquei um lance aí com carinha e vamos ver no que vai dar.
32:24Fui.
32:24Peraí, Copélia, eu ainda não terminei.
32:26Mas eu já.
32:27O teu problema, percê, é que tu fala demais, cara.
32:30Por que isso?
32:30É, e eu sou uma mulher de poucas palavras.
32:33O meu negócio é ação.
32:35A minha terapia é o Lash Clash.
32:41Eu não tenho uma mãe.
32:43Eu tenho uma cartola de mágico.
32:45Meteu a mão, sai uma surpresa.
32:47Ó, já que a mamãe abriu os caminhos, por favor,
32:50vocês não querem aproveitar e cada um ir para a sua casa, não?
32:52Gente, no amor de Deus, eu não falei nada até agora, não.
32:56Não, mas eu pergunto.
32:57Porque também não interessa nada que a senhora for falar.
32:59No final das contas, quem toma o prejuízo é a gente aqui.
33:03Poxa vida, mas...
33:05A não ser que a senhora repense
33:07e me dá licença para vender cocada.
33:10Mas licença concedida, viu, dona Cedinha?
33:12Muito obrigada.
33:14E o meu trabalho na suruja?
33:15Não, não, isso é meu.
33:16Isso é meu.
33:17Não, não, eu já fui empossada e amanhã mesmo nós
33:20começaremos os reparos mais urgentes, não é?
33:22E o meu...
33:24Um momento, Álvaro.
33:25Eu acho que eu descobri qual é o problema do décimo primeiro andar.
33:30Ah, você descobriu, meu bem, e qual é o problema?
33:32Mário Jorge, Celinha, Rita e Arnaldo são todos gays!
33:41A pessoa é o problema maluca!
33:46Ela tá bem de louca, mas a cabeça dela lá vai falando.
33:49Isso é psicóloga da chave de...
33:52Olha aqui, se vocês querem saber,
33:55Ladiro já desconfiava disso.
33:59São todos gays aqui.
34:04Isso é verdade, pai?
34:06É verdade, morena.
34:07Ixi, sapatão tem uma coisa engraçada, né?
34:10Acha que todo mundo é gay.
34:13Sai daqui da minha casa agora.
34:14Já deu muito problema no programa de hoje, vem.
34:18Tá aí.
34:19Eu gostei dessa doutora Percy.
34:21É.
34:22E eu vou tratar daquilo lá que ela falou.
34:24Né, Tatá?
34:25Daquilo o quê, garota?
34:26Aquilo.
34:27Que eu sou agenciada por vocês desde criança.
34:31Negligenciada, Isadora.
34:33É, ou isso?
34:35Bom dia pra vocês, tá?
34:36Aí, Adonis, bora dar um chega lá na casa da doutora
34:40pra eu arrumar os encanamentos dela.
34:43Bora.
34:45Meu pai.
34:46Vocês sabem como que...
34:48Sabem como que o pessoal chama aqui o...
34:51o décimo primeiro andar aqui do Bloco C?
34:53Como é que chamam?
34:55Gaiola das Loucas, né?
35:01Bom...
35:02Vamos pra casa, Arnaldo?
35:06Eu, pelo menos, já peguei o cargo de Mário Jorge, né?
35:09Já é alguma coisa.
35:11Passa muito bem.
35:14E eu, pelo menos, recuperei a licença pra vender minhas cocadas.
35:19Vou te contar, viu?
35:20Se eu adivinhasse o destino,
35:23tinha dado um belo não pros dois.
35:25Pra um e pra outro.
35:26Ô, Mário Jorge,
35:46eu posso te perguntar uma coisa?
35:48Claro.
35:53Você e seu ladinho...
35:55Ó, ó, ó, ó, ó, ó, ó.
35:58Bom dia, viu, Arnaldo?
35:59Bom dia.
36:00Não, não, não, não.
36:01Ô, Mário Jorge, espera aí um instante.
36:03Você acha que a psicóloga aí...
36:06Você acha que a opinião dela tá certa?
36:08Você acha que nós...
36:10Nós podemos ser gays?
36:12Você...
36:20Você acha que é gay?
36:26Não, eu...
36:27Sei, eu...
36:29Confesso que eu nunca pensei nisso antes.
36:33Então, esquece, Arnaldo.
36:35Esquece.
36:36Lembre das palavras do grande poeta.
36:39Pense bem, meu rapaz.
36:40Se não foi de primeira,
36:42nem foi de segunda,
36:44talvez estejas velho demais
36:46pra começar a dar...
36:47A pinta.
36:50Tem razão.
36:52Bom dia.
36:52Bom dia, Mário Jorge.
36:53Bom dia, Arnaldo.
36:54Bom dia.
36:56E o seu gato, a sua luz,
36:57a sua TV a cabo são gato.
37:00Quando eu era mocinha.
37:02O seu gás.
37:03O seu gás, não.
37:03O seu gato.
37:04Quem não ri vai levar uma sandalha.
37:06E o seu gás, a sua luz,
37:09a sua TV a cabo são gatos.
37:12Desculpa, perrei.
37:12Perdão.
37:13Volta, Léo.
37:14Reunião vai ter que ser feita aqui.
37:18Não é isso?
37:21E você deixa o seu filho
37:23nas mãos dessa psicóloga fajuta, Celinha?
37:26E o seu galo...
37:27E o seu galo...
37:28E o seu galo...
37:28E o seu galo...

Recomendado

38:26
A Seguir