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No Direto ao Ponto, o CEO da CECAFÉ, Marcos Antonio Matos, analisa os efeitos do tarifaço imposto por Donald Trump sobre o café brasileiro. Ele comenta como a medida pode prejudicar os produtores e exportadores do setor e avalia se o governo de Lula e Alckmin conseguirá renegociar condições favoráveis com os Estados Unidos.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/oo-vTrxLGsA

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Transcrição
00:00Marcos, o Presidente da República está discutindo com o Vice-Presidente Geraldo Alckmin
00:04o projeto para auxiliar os setores que vão ou já estão sendo afetados pelo tarifácio de Donald Trump.
00:09Entre as medidas, há a facilitação de crédito, há também o adiamento das tarifas de impostos federais
00:17e a compra de parte dos produtos pelo governo federal.
00:21Como é que você avalia essas medidas?
00:23Porque o café é um dos setores que mais estão sendo prejudicados, né?
00:27Bem-vindo.
00:28Muito obrigado novamente. Sem dúvida nenhuma, o nosso setor é afetado.
00:33Nós temos que avaliar pontualmente os problemas que vierem a acontecer.
00:37Nós sabemos que as questões são localizadas no café, até porque nós temos até 5 de outubro
00:42para aquelas cargas que foram embarcadas até 6 de agosto.
00:46Portanto, os problemas ainda podem acontecer de uma forma mais clara para o setor exportador de café.
00:51E a gente tem falado muitas coisas.
00:53Essas medidas são relevantes, mas existem outras também que eventualmente podem ser aplicadas.
00:59O setor fala muito dos ACC's, que é o adiantamento de contrato de câmbio, porque toda exportação é amparada por uma operação financeira,
01:07que suporta e financia aquela operação de exportação.
01:09Então, muitas vezes, quando há problemas entre as partes, isso se transforma em uma dívida em reais de curto prazo e alto juros.
01:17Então, o setor privado também discute com o BNDES criar uma linha que seja captada pelo BNDES em dólares
01:22e que seja mais suave para o exportador caso haja um problema de rompimento de contrato.
01:27Esperamos que no setor do café nem chegue a acontecer isso, porque ainda temos uma esperança de uma luz no fim do túnel.
01:33Exatamente. Agora, em relação à compra de parte dos produtos no setor de alimentos pelo governo,
01:39parece uma medida tão arcaica de anos atrás.
01:43Como é que vocês avaliam a necessidade dessa ferramenta agora, no momento atual?
01:48Sem dúvida nenhuma.
01:49Isso nos remete ao passado dos estoques reguladores, às vezes grandes estruturas de armazéns do governo federal,
01:56que, inclusive, se olharmos ao lado da infraestrutura, como devem estar essas estruturas.
02:01Pois é.
02:01Mas, independente disso, a gente tem que lembrar que o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo.
02:07Então, obviamente, que o nosso consumo interno é relevante.
02:10Nós podemos também olhar para esse lado.
02:13Mas, nesse momento, o que a gente precisa é de atenção a quem tiver problemas, claro, mas foco na negociação.
02:21Vamos lá, então. Já abriu espaço aqui para perguntas.
02:23Túlio.
02:24Boa noite, Evandro.
02:25Boa noite.
02:26Marcos, obrigado por atender aqui a Jovem Pan.
02:28Boa noite aos meus colegas de bancada.
02:30Marcos, nós estamos muito preocupados porque é um consenso que o governo federal tem demorado muito
02:37para começar de fato e de forma efetiva com as negociações perante o Donald Trump, perante esse tarifácio.
02:43Muito bem.
02:44Sabemos que o café é um produto que os Estados Unidos consomem muito
02:48e cuja produção brasileira é fundamental para aquele país.
02:51portanto, não seria o caso do setor do café fazer uma negociação setorial com os Estados Unidos, tentar, eu não diria atravessar o governo federal,
03:01mas se antecipar e que possa efetivamente começar uma negociação, porque se a gente esperar o tarifácio já entrou em vigor.
03:08Por favor, nós teremos problemas na economia aqui e eu acredito que também nos Estados Unidos, né?
03:12Porque o preço do café pode afetar lá nos Estados Unidos.
03:14Nós temos bons argumentos, não temos?
03:17Túlio, muito bom todo o seu questionamento.
03:20É importante contextualizar que o Brasil é o maior produtor, o maior exportador e, segundo, o maior consumidor de bebida.
03:25Estados Unidos é o maior consumidor global de café como país.
03:29Então, se nós somos insubstituíveis do ponto de vista de produção e exportação, Estados Unidos é insubstituível do ponto de vista do consumo.
03:36Tem um número que a National Coffee Association refez, e eu preciso até mencionar isso, porque conecta um pouco com a sua sugestão.
03:45Ela anteveu toda essa situação de riscos perante as tarifas.
03:49Então, ela atualizou os estudos econômicos.
03:51O que esse estudo econômico mostrou?
03:53Que a cada um dólar que Estados Unidos importa de café, ela agrega, Estados Unidos agrega 43 dólares na economia.
03:58O café representa 1,2% do PIB norte-americano.
04:02São 2,2 milhões de empregos com 343 bilhões de dólares de faturamento.
04:07Olha o nível de agregação de valor.
04:08Então, 76% dos norte-americanos tomam café.
04:11Existe uma relação que ambos são insubstituíveis.
04:15Então, nesse trabalho de advocacy, tem duas frentes aí.
04:20Uma é tentar influenciar na medida que a gente consegue internamente.
04:24Então, todas as vezes que fomos chamados para o comitê que negocia as tarifas, o CKF estava presente, com o vice-presidente Geraldo Alckmin,
04:32municiando de informações e solicitando urgência, foco na pauta econômica e que a negociação bilateral tem que acontecer.
04:39Do nosso lado internacional, com as nossas contrapartes, que é a National Coffee Association, as empresas de torrefadoras, as maiores do mercado, as redes de cafeterias,
04:48também em permanente contato.
04:51E ali, qual era a visão que já tínhamos?
04:53De que, no caso de certos produtos brasileiros, por mais que sejam fundamentais para ambos os países,
05:00era importante a negociação bilateral.
05:02Por que é importante mencionar isso?
05:04O Brasil é o país que mais exporta café para os Estados Unidos.
05:06Somos 32% do mercado norte-americano.
05:09Os Estados Unidos consomem 25,5 milhões de sacas, 4 milhões de sacas a mais que o Brasil,
05:15que é o segundo maior consumidor do mundo, e nós exportamos para eles 8,1 milhões de sacas,
05:202 bilhões se arredondar junto com as cafés verdes, mais o café solúvel dá 2 bilhões de dólares,
05:25que representa 16% das nossas vendas para os Estados Unidos.
05:29Mas outros países também exportam cafés para os Estados Unidos.
05:32A Colômbia representa quase 20% desse market share, Vietnã 8%, Honduras 7%.
05:38Se analisarmos os demais concorrentes do Brasil, eles fizeram negociações bilaterais
05:43ou estão em processo avançado.
05:45Podemos falar do próprio Vietnã, que foi taxado em 46%, depois caiu para 20%.
05:49A Indonésia era 32%, caiu para 19%.
05:53Nós temos Nicarágua com 18%.
05:54Temos Colômbia muito avançado para ficar nos 10%,
05:57por conta de outros acordos prévios entre esses dois países.
06:00Então, veja, o Brasil precisa passar pela negociação bilateral.
06:04É como se fosse mais uma barganha para a continuidade e a abertura de um canal de diálogo.
06:09Canal esse que é muito difícil.
06:11Então, os nossos parceiros nos falam semanalmente, a gente tem sequências de reuniões semanalmente com os nossos parceiros.
06:18E a gente já ouviu situações em que não existia qualquer diálogo.
06:22Depois a gente evoluiu para uma situação de que pode haver o diálogo.
06:25A gente soube que parece que as reuniões foram canceladas essa semana, o que para nós é muito ruim, é muito triste.
06:30Mas aguardamos a possibilidade de que o diálogo aconteça.
06:34Então, a gente está ali numa bipolaridade entre otimismo e pessimismo, mas sabemos que a negociação tem que acontecer.
06:41O que a gente vai fazer essa semana?
06:43Conversar com a National Conference Association novamente, fazer uma rodada com os empresários norte-americanos e entender como podemos colaborar.
06:51Por enquanto, nós usamos as nossas contrapartes, usamos no bom sentido, participamos ativamente, construindo narrativas.
06:57Mas a gente entende que também temos que estar em Washington, também temos que achar uma forma de conectar melhor essa importância econômica para os nossos clientes.
07:09Existiu uma tendência que se vocês olharem todas as notícias que foram vinculadas lá nos Estados Unidos,
07:14eram sempre parlamentários do Partido Democrata defendendo o café brasileiro e a pauta brasileira.
07:20E isso politiza o assunto nos Estados Unidos.
07:22A gente tem que achar uma forma com a advocacia muito profissional para atingir os republicanos, o Senado,
07:29porque, afinal de contas, o Senado revalida os nomes dos secretários que já estão na ativa,
07:33então eles também precisam passar pelo Senado.
07:35Então, a gente precisa criar uma estratégia muito inteligente de advocacia,
07:41que muitas vezes não passa nem só pelo café, mas café, carnes, o pescado, as frutas.
07:46E esses grupos unidos, colocar também o governo com esse maior senso de urgência para a negociação.
07:54Ô Marcos, e no teu ponto de vista, por que esses governos de outros países produtores de café conseguiram e o Brasil não?
08:01Essa é uma pergunta que a gente se faz também, da mesma forma.
08:04Eu acho que falta um pouco esse pragmatismo.
08:08Eu sei que no caso brasileiro tem outras variáveis que foram colocadas,
08:12até nas cartas que se colocam para cada país.
08:16As questões relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro e etc.
08:18As questões políticas.
08:19A própria nossa carta que nós recebemos, ela já fala em déficits comerciais insustentáveis.
08:25Mas espera um pouquinho.
08:26O Brasil é que é menos favorável na relação comercial.
08:30Já tem uma incoerência no primeiro parágrafo.
08:32Tem questões políticas.
08:33E, de fato, a gente sabe que isso é complexo.
08:35Para os estudiosos dessa área, é assunto complexo.
08:40Mas o que a gente acha é o seguinte.
08:42O canal de diálogo tem que ser aberto.
08:45E se existe uma relação comercial e eles são nossos clientes e clientes importantes,
08:50é importante que o Brasil também dê o primeiro passo.
08:52Então, essa é a forma como a gente tenta influenciar internamente.
08:57Incentivar o debate.
08:58E não mudar a narrativa para coisas menos importantes.
09:02Que também se abrir a internet.
09:04Vocês vão ver ali discussão de redirecionamento de exportações, outros mercados.
09:08Que é um outro assunto.
09:09Super importante.
09:10Mas é um outro assunto.
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