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A ordem liberal baseada em comércio livre e democracia está sob pressão. Álvaro Machado Dias analisou o papel da inteligência artificial no avanço de modelos autoritários e no declínio das cadeias globais. Debate direto com Eric sobre o cenário geopolítico atual.

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Transcrição
00:00Olha, a ordem liberal, arranjo formado pelo multilateralismo, que tem como base o comércio
00:05livre, a democracia e o Estado de direito, parece estar em xeque.
00:10A lógica tem sido questionada pelos modelos econômicos de lideranças, como o Donald Trump
00:15e no modelo centralizado da China.
00:18E no centro deste embate está a inteligência artificial, uma tecnologia que pode acentuar
00:24tendências autoritárias.
00:25E para falar sobre esse assunto, eu recebo aqui nos nossos estúdios o professor Álvaro
00:31Machado Dias, um dos nossos notáveis no canal.
00:34Olá, professor Álvaro.
00:35Muito bom recebê-lo aqui, um prazer tê-lo no Real Time.
00:38Tudo bem?
00:38Tudo ótimo.
00:39Então tá bom.
00:40Álvaro, a gente estava até batendo um papo aqui nos bastidores, que ordem liberal é essa
00:46nova que, na verdade, me parece, e você que é o especialista, o nosso professor de liberal,
00:51não tem nada neste momento?
00:53Pois é, a ordem liberal, o que a gente chama de ordem liberal, é o arranjo que surge no
00:58pós-guerra, despeito da tradição muito anterior do século XIX, mas que surge com
01:03o multilateralismo dos órgãos internacionais, como a ONU, a OMS, o FMI, o Banco Mundial,
01:09etc.
01:10Uma lógica de comércio livre, tanto quanto possível livre entre os países, de valorização
01:16da democracia, com separação entre os poderes, valorização dos direitos humanos e dos mercados
01:24que não são manipulados do ponto de vista político, ou a gente tem que ser realista,
01:29tanto quanto possível, permanecem com certa autonomia para que a competição transacional
01:36venha à tona, flore e leve a produção ao seu ponto de máxima.
01:41Esta ordem, ela vem sendo colocada em xeque.
01:44Os autores que discutem o assunto nos grandes fóruns mundiais disso, como as grandes universidades,
01:51Stanford, Harvard, etc. e tal, na Europa também, enfim, no mundo como um todo, vem colocando
01:57isso. A figura de fundo, aqui teoricamente falando, é o Francis Fukuyama, porque o Fukuyama
02:03em 1992 publicou The End of History and the Last Man, um livro no qual ele argumenta que
02:10a ordem liberal não só é o melhor modelo político institucional que existe, eu acho
02:16que ele está certo nesse ponto, mas que há uma convergência natural, uma convergência
02:23semiautomática à ordem mundial do ponto de vista global. Nessa parte parece que ele
02:29está errado. E a nova ordem, justamente, é muito mais autoritária e fechada.
02:34Então, esse é um novo arranjo, Eric.
02:35A gente está vendo aí que, por exemplo, no comércio, a gente já não está vendo mais,
02:40por exemplo, um comércio livre. De liberal não tem nada, a gente está vendo uma pressão,
02:44uma imposição, por exemplo, dos Estados Unidos, nem que seja para começar a negociar uma
02:48nova ordem comercial global. Aí a gente vê do outro lado também a China, que tem um
02:54poder de barganha grande, porque é um mercado enorme que compra. Então, a gente está tendo
02:58problemas nesse liberalismo.
03:00Total. Eu não tenho a menor dúvida disso. Eu diria que, assim, é fato, tá? Então, essa
03:06lógica da OMS é baseada em medicamentos e serviços, da Organização Mundial do Comércio,
03:15a OMC é baseada, enfim, na regulação da competição livre, mesmo da USA buscando trazer subsídios
03:23para um mundo mais igual, onde as pessoas também possam ter direitos humanos. Todas essas lógicas,
03:28a gente pode olhar para todos os lados, elas estão enfraquecidas, mas a lógica do comércio
03:33é a mais enfraquecida de todas. E a razão, a gente olha, assim, do ponto de vista mais
03:38imediato, são as mudanças de política nos Estados Unidos e a tradição chinesa, que é
03:42uma tradição que já não é liberal por si só, mas eu diria, e aí eu acho que o ponto
03:47que inova, que a inteligência artificial começa a contribuir com estes, na construção
03:55desse novo paradigma. Por quê? Porque a inteligência artificial leva a forte automação. A forte
04:00automação reduz a dependência externa. Reduzindo a dependência externa, ela torna a necessidade
04:08dessas redes arquitetadas internacionalmente para supply chain e etc. e tal, muito menos
04:14importantes. Então, há no final das contas uma mudança de paradigma que começa a ser processada
04:21a partir da inteligência artificial como mecanismo de automação produtiva, que vai
04:27muito na linha do que o Trump está falando de internalização das empresas, mas na verdade
04:32nem é dependente só da sua vontade política. É muito mais oriunda da redução de custo
04:39que isso traz e da possibilidade de ter essa produção funcionando com o menor número possível
04:45de peças externas. Essa é a lógica que muda.
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