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Associações brasileiras avaliaram positivamente o encontro entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia. Abiec e Abimaq afirmaram que um possível acordo das tarifas manterá a competitividade entre os países. O professor de economia do Insper, Gustavo Macedo, analisa o assunto.

Confira na íntegra em: https://youtube.com/live/NbUeVfxcB3Q

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Transcrição
00:00As negociações brasileiras avaliam positivamente esse encontro lá na Malásia.
00:05A expectativa é que as negociações entre os países se intensifiquem em busca de um acordo tarifário
00:10que pode manter a competitividade de produtos brasileiros.
00:14Danúbia Braga está de volta aqui com a gente.
00:17O posicionamento da ABEC e também da ABMAC.
00:21Qual é essa posição que eles têm tomado?
00:24Qual é essa expectativa que eles têm em torno dessas discussões, hein, Danúbia?
00:30Olha, Nonato, de modo geral, as associações vêm ali, como você bem disse, de forma positiva,
00:37com grande expectativa e otimismo, né?
00:41Isso justamente para que a vida possa voltar minimalmente ao normal, principalmente para as indústrias.
00:48Então, quando a gente fala, por exemplo, da ABEC, Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina,
00:54ela viu ali com grande otimismo a importância dessa negociação, dessa conversa do presidente Lula com Donald Trump.
01:02O encontro reforça, então, a importância do diálogo entre os países para que justamente a indústria da exportadora de carne bovina
01:10continue com competitividade dentro do seu setor.
01:14Então, que as tarifas acabam afetando diversos setores do comércio bilateral,
01:20incluindo a exportação da carne bovina brasileira,
01:22uma vez em que os Estados Unidos representam ali o segundo maior comprador da carne bovina brasileira.
01:28A ABEC acredita, então, que o entendimento entre os dois países
01:32pode preservar essa competitividade do produto brasileiro,
01:36garantindo, então, também uma previsibilidade aos exportadores
01:40para ampliar ali a presença da carne bovina no setor americano,
01:46que é o segundo maior comprador, então, de carne bovina do nosso país.
01:52Já o setor de máquinas e equipamentos demonstra também esse otimismo, a ABMAC, né,
01:58em relação a essa conversa de Lula com Donald Trump.
02:02E, de acordo com o presidente, então, da ABMAC,
02:05da Associação Brasileira de Indústrias de Máquinas e Equipamentos, José Veloso,
02:09ele destaca que o governo brasileiro, então, faz um movimento importante,
02:14deu um passo importante nessa negociação, está otimista,
02:18mas também não deixou de reforçar um ponto de pessimismo na visão dele
02:24de que as negociações vão demorar...
02:27A parte pessimista seria que, querendo ou não,
02:30essas negociações demoram um pouco para acontecer, para ter um resultado efetivo.
02:35E o que acaba acontecendo, segundo ele, é que já tem prejuízos, demissões acontecendo,
02:40e por isso seria importante, talvez, no primeiro momento,
02:46uma trégua nas tarifas que cairia pelo menos para 10%,
02:50então, de acordo com ele, todo produto que está represado
02:53conseguiria ali dar andamento, dar vazão para esse produto que está ali represado,
02:58ou ainda que tivessem novas exceções em relação a alguns setores,
03:04além das que já foram dadas ali, que tivessem novas exceções.
03:07Porque, na visão dele, ainda que essas negociações avancem,
03:11o resultado prático disso vai demorar um pouco.
03:14Então, na visão dele, seria importante ou que tivessem novas exceções
03:19de alguns setores, ou ainda uma trégua,
03:22e aí as tarifas caíssem para 10% para dar vazão aos produtos que estão represados.
03:28É claro que é um assunto que a gente vai seguir acompanhando de perto.
03:30Volto com vocês no estúdio.
03:32Danúbia Braga, em São Paulo.
03:33Muito obrigado, Danúbia, pelas informações.
03:36E é assunto para a gente tratar também aqui com um convidado,
03:38professor de Economia do INSPER,
03:40o professor Gustavo Macedo, que gentilmente atende a Jovem Pan.
03:44Professor, bom dia.
03:45Bom dia, Danúbia. Muito obrigado pela presença aqui conosco.
03:49Bom dia, Danúbia.
03:50A gente teve a Danúbia destacando ali que uma das associações
03:54dizendo que o ideal seria que a gente tivesse uma trégua.
03:57Acho que até foi pedido isso pelo presidente Lula,
03:59mas, por enquanto, isso não ocorreu.
04:01A gente vai ter que esperar um processo de negociação.
04:04E me parece muito natural que, no encontro entre os dois presidentes,
04:07eles não possam ali dar uma canetada e dizer,
04:10ó, revogamos tudo, invertemos tudo.
04:12É necessário que os representantes dos mais variados setores se reúnam agora
04:16e busquem saídas para, quem sabe, reduzir esse tarifácio
04:20ou até mesmo eliminá-lo.
04:22Não, professor, é o processo natural, não?
04:25É o processo natural e o diabo mora nos detalhes,
04:28porque agora começa o processo de você rascunhar os termos desse acordo,
04:34que vai ser um novo acordo que vai inaugurar uma nova etapa
04:38na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos.
04:41A gente não pode esquecer do contexto sobre o qual essas tarifas foram impostas.
04:46Primeiro que o Brasil e os Estados Unidos têm uma relação
04:49em que o Brasil tem um déficit com relação...
04:52Quer dizer, desculpa, os Estados Unidos tem um déficit com relação ao Brasil
04:54porque os Estados Unidos vendem muito mais para o Brasil.
04:58Então a gente tem aí uma imposição de tarifas
05:01que, num primeiro momento, a gente não pode esquecer,
05:02que não faz sentido.
05:03A gente está vendo, na verdade, uma tarifa que é resultado de um avanço global
05:11do presidente norte-americano e, diante do cenário comparado com os outros países,
05:18o Brasil vai buscar os 10%, porque aí, nesse sentido,
05:21a gente estaria um pouco melhor dentro dessa situação.
05:24Mas a gente não pode esquecer que, desde o início,
05:26essas tarifas não fazem nenhum sentido do ponto de vista comercial.
05:31Elas fazem sentido do ponto de vista político.
05:33E agora também a gente precisa acompanhar de perto
05:36porque esse é o momento mais sensível de uma negociação.
05:40Houve uma aproximação entre as duas lideranças,
05:43isso é fundamental, uma aproximação que foi orquestrada
05:47pelos corpos diplomáticos dos dois países,
05:50mas é nesse momento que a gente tem que evitar, por exemplo,
05:53alguns excessos, pelo menos do nosso lado.
05:57Do lado norte-americano não há nada que a gente possa fazer.
06:00A gente sabe que o Trump muda de ideia do dia para a noite
06:04e, de repente, ele sai com uma nova declaração,
06:06ele é muito autocentrado.
06:09Do ponto, do lado brasileiro, a gente tem que fazer a nossa parte,
06:12que a gente já vem fazendo.
06:14O Brasil vem se comportando da maneira adequada
06:17desde o dia 9 de julho, quando surgiu aquela carta do Trump.
06:22O Brasil vem se comportando de maneira adequada
06:24e agora a gente tem que fazer um acompanhamento,
06:27evitar algum tipo de excesso do nosso lado,
06:30algum tipo de declaração ou, como a gente costuma dizer lá no interior,
06:34cutucar a onça com o baracurto.
06:37Professor, muito bom dia para o senhor também.
06:39Obrigada pela entrevista.
06:41Bem, por enquanto, a sinalização de Donald Trump
06:43é de querer resolver essa história o mais rápido possível,
06:46mas a gente lembra que, historicamente,
06:49essas negociações costumam ser lentas.
06:51Até mesmo a nossa reportagem trouxe esse ponto.
06:54O senhor acha que essa pressa, vamos dizer assim,
06:57reforça a mudança na forma como o governo Donald Trump
07:01vinha tratando o governo brasileiro
07:03ou tem a ver com outro motivo?
07:07Eu acho que tem um fator aí que, inclusive,
07:09foi mencionado durante o encontro deles,
07:13entre o Trump e o Lula,
07:15que é um fator que ele pode ajudar
07:17a acelerar um pouco a conversa,
07:20que é o fator Venezuela.
07:22O Brasil foi a bola da vez,
07:25nos últimos três meses,
07:26foi o objeto de ataque e atenção
07:28da política externa norte-americana,
07:30que rapidamente se voltou contra a Índia,
07:33depois voltou a se voltar contra a China.
07:35Então, o Brasil agora deixou de ter
07:38essa importância estratégica
07:40enquanto objeto de ataque norte-americano
07:43e agora começa a figurar dentro do radar
07:47da política externa norte-americana
07:48como um aliado necessário
07:51por causa das investidas militares norte-americanas
07:57na região, na Venezuela.
07:59E é importante que os americanos,
08:01eles tenham o Brasil,
08:03certamente não terão o Brasil do seu lado,
08:06mas pelo menos terão o Brasil
08:07acompanhando com calma,
08:09sem, por exemplo,
08:10declarar um eventual apoio ao Venezuela,
08:13que isso arrastaria a região
08:14numa situação de conflito
08:16que a gente não vê há muito tempo.
08:19E aí é interessante a gente observar
08:20que o presidente Lula teria declarado
08:23que ele se colocou à disposição
08:25para fazer essa intermediação
08:27dessa negociação
08:28para conseguir manter a América do Sul
08:31enquanto uma zona de paz.
08:32Por que eu estou falando tudo isso?
08:33Porque isso é muito importante,
08:34porque do ponto de vista do Brasil,
08:36o Brasil mostra que está disposto
08:38não apenas a negociar as tarifas,
08:41mas também a facilitar a vida
08:43dos norte-americanos
08:44em relação à Venezuela.
08:46E os norte-americanos também
08:47precisam demonstrar para o Brasil
08:50que eles têm uma moeda de troca.
08:53Olha, na medida em que eu preciso
08:54de um aliado com relação à Venezuela,
08:56eu posso acelerar um pouco
08:58os termos da negociação.
09:00Só um último ponto
09:01que é muito importante
09:02a gente também tomar um pouco de cuidado,
09:04prestar bastante atenção,
09:05com relação à liderança
09:07do lado norte-americano
09:08do Marco Rubio.
09:09Marco Rubio que já fez
09:11duras declarações
09:12em relação ao Brasil,
09:14aos outros aliados latino-americanos.
09:17E o Marco Rubio que é o chefe
09:19da diplomacia norte-americana
09:21e ele tem pretensões
09:23à Casa Branca
09:23para os próximos anos.
09:25Ele, diferente do lado brasileiro,
09:28ele pode vir a se sentir tentado
09:32a dar uma radicalizada
09:33ou forçar um pouco
09:35porque ele precisa dialogar
09:37com as bases
09:38do seu eleitorado
09:40que no ano que vem
09:41tem os chamados midterms,
09:42ou seja,
09:44eleições legislativas
09:45nos Estados Unidos.
09:46E do lado de cá,
09:47a gente tem o Lula.
09:48Que o Lula,
09:49a partir do ano que vem,
09:50entra em campanha eleitoral
09:51e eventualmente,
09:52ele não vai pensar duas vezes
09:54para, de repente,
09:55fazer palanque em cima
09:57desse tipo de agenda.
09:58É, são temas aí
10:01que a gente vai ter que ficar
10:02de olho,
10:02os próximos movimentos
10:03e também essas duas figuras
10:04que o senhor cita.
10:05Professor de Economia do INSPER,
10:07Gustavo Macedo.
10:08Muito obrigado pela gentileza.
10:10Uma ótima semana ao senhor.
10:12Uma ótima semana a todos.
10:14Vamos seguir no tema.
10:16O presidente Lula, então,
10:17disse estar otimista
10:18em relação ao fim
10:19do tarifácio imposto
10:20pelo presidente americano
10:22Donald Trump.
10:23Assunto para a gente
10:24destrinchar um pouco mais, né?
10:26De olho na economia
10:27com o nosso analista
10:29de economia, Alan Gani,
10:30que já está por aqui conosco
10:31também nessa manhã.
10:32Gani, muito bom dia para você.
10:34Até que ponto essa reunião
10:36vai ter, de fato,
10:37um impacto positivo
10:38em relação às tarifas
10:40que é e que foi aí
10:41o foco desse primeiro contato, né?
10:43Bom dia, Soraya.
10:44Bom dia, Nonato.
10:45Bom dia a toda a nossa audiência.
10:46De fato, foi um primeiro passo,
10:49uma porta de entrada.
10:51Agora, se de fato
10:52vai cair a tarifa de 50%,
10:54aí isso depende
10:57de uma rodada
10:58de negociações.
11:00Não é tão simples assim.
11:01Aliás, seria muita ingenuidade
11:03a gente acreditar
11:04que em um encontro
11:05estaria tudo resolvido.
11:07O meu colega,
11:08professor do INSPER,
11:10o Gustavo Macedo,
11:11ele toca num ponto
11:11bastante importante.
11:14A gente não consegue
11:15controlar Donald Trump.
11:16Donald Trump é uma figura
11:18que muda de opinião
11:20toda hora.
11:20mas a gente consegue
11:22controlar as nossas ações
11:24para não atrapalhar
11:26a negociação
11:27com os Estados Unidos.
11:28E aí, tem uma questão
11:29crucial.
11:30No atual momento,
11:31muito mais crucial
11:32do que a China.
11:33É a questão da Venezuela.
11:36Evidentemente que o governo
11:37brasileiro
11:38não quer uma escalada
11:39do conflito
11:41com a Venezuela
11:42porque isso significa
11:43uma série de refugiados
11:45aqui para o Brasil
11:46e isso traz problemas.
11:48Portanto, a diplomacia brasileira
11:49ela tem que deixar
11:51muito claro
11:52que ser contra
11:53a guerra
11:54com a Venezuela
11:55partindo dessa hipótese
11:57de que os Estados Unidos
11:58estejam ali
11:59tentando
12:00algum tipo
12:02de ação militar
12:03na Venezuela
12:04não significa
12:05que o governo brasileiro
12:07seja a favor
12:09de Nicolás Maduro.
12:10Porque se para os Estados Unidos
12:12ficar claro
12:13que o governo brasileiro
12:15está apoiando
12:17o Nicolás Maduro
12:18aí isso pode
12:19atrapalhar
12:20as negociações
12:21das tarifas
12:22protecionistas
12:23colocadas por Trump
12:25contra o Brasil.
12:26O Gani,
12:26a gente falou muito
12:27de carne
12:29e café
12:30durante o tarifácio
12:31trazendo esses dois produtos
12:33importantes
12:34para o Brasil
12:35mas há vários outros
12:35também nesse cenário.
12:37Mas são dois produtos
12:39que podem aparecer
12:40numa possibilidade
12:41de redução
12:41devem ser mais bem
12:43trabalhados
12:44ou todos
12:45deverão ser trabalhados
12:46de uma maneira uniforme
12:47pelas autoridades brasileiras.
12:49Eu diria
12:49que esses
12:50talvez
12:51nonato
12:51sejam
12:52os setores
12:53com mais chance.
12:54Por que eu digo
12:54com mais chance?
12:55Porque isso tem
12:56um impacto direto
12:57para o consumidor
12:59norte-americano
13:00e é claro
13:01que há relatos
13:02de que esse consumidor
13:03está insatisfeito
13:04com a alta do café
13:05com a alta da carne
13:06e também
13:07porque o agronegócio
13:08aqui
13:08é muito poderoso
13:10e acaba
13:11exercendo
13:12tanto lobbies
13:13aqui no Brasil
13:14quanto lobbies
13:14lá fora.
13:15Então é claro
13:16que a gente
13:17torce
13:18para que
13:18todos os setores
13:20sejam tratados
13:21de uma maneira igual
13:22e que a tarifa
13:23seja reduzida
13:23para todos
13:24no entanto
13:25é claro
13:26que esses setores
13:27no mundo real
13:27acabam tendo
13:28mais chance
13:29de prosperar.
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