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Duas recentes decisões de Flávio Dino, ministro do STF, ilustram a politização da Corte. Ele votou contra tornar réu José Nelto, vice-líder de seu padrinho Lula, por chamar Gustavo Gayer de nazista e fascista; e a favor de receber denúncia contra Sergio Moro por dizer brincando que compraria de Gilmar Mendes um habeas corpus de “prisão” de festa junina.

No caso de José Nelto, Dino afirmou que, para ele, as palavras “nazista e fascista” não possuem “caráter de ofensa pessoal”, por se tratarem de uma “corrente política".

Em relação a Moro, o ministro do Supremo afirmou que o senador “não fez uma escolha aleatória” no episódio da piada com Gilmar e mencionou que o ministro decano do STF já julgou ações contra o ex-juiz da Lava Jato.

Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:

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Transcrição
00:00Pois é, a gente começa o programa logo falando sobre o Flávio Dino, ministro do STF,
00:04indicado pelo Lula, que ilustra a politização da corte, aliás, como esse programa mostrou
00:08logo quando ele foi indicado.
00:11Aliás, a gente já apontava isso antes, porque ele sempre esteve ali entre os cotados, pelo
00:15menos durante um bom tempo.
00:16O Flávio Dino votou ontem mesmo, tá?
00:19Ontem mesmo de tarde, logo depois do julgamento do caso do Moro.
00:23Ele votou contra tornar réu o José Nelto, que é o vice-líder do Lula, o Lula, padrinho
00:31do Flávio Dino, por chamar o Gustavo Gair de nazista e fascista.
00:36Quer dizer, ele votou contra tornar réu um parlamentar, que é vice-líder do seu padrinho
00:41político, por chamar um parlamentar de oposição ao governo Lula de nazista e fascista.
00:47Votou contra, tá?
00:49E a acusação de calúnia também.
00:51E ele votou a favor de receber a denúncia contra o Sérgio Moro por dizer, brincando,
00:55que compraria de Gilmar Mendes um habeas corpus que, como a gente mostrou aqui, era
01:01de prisão de festa junina.
01:04E, repito, ainda vou fazer uma análise minuciosa a respeito desses vídeos e tudo mais.
01:09No caso de José Nelto, Flávio Dino afirmou que, para ele, as palavras nazista e fascista
01:14não possuem caráter de ofensa pessoal por se tratarem de uma corrente política.
01:19Vamos acompanhar esse trecho e depois eu comento.
01:23Eu considero que a palavra nazista, fascista, não possui o caráter de ofensa pessoal ao
01:34ponto de caracterizar calúnia e júria de informação.
01:36É uma corrente política estruturada na sociedade, no planeta.
01:43Basta examinar as eleições da Alemanha em curso, em que há um partido que é formado
01:51basicamente por herdeiros dessa corrente política.
01:54É uma corrente política, senhoras e senhores, o nazismo que desumanizou os judeus, que
02:03pregava o seu extermínio e que cometeu o extermínio de seis milhões de judeus sob
02:10o comando de Hitler, que foi conquistando territórios vizinhos à Alemanha, expandindo
02:16o seu império, até ser contido numa grande coalizão mundial que reuniu gente de diferentes
02:24pontos do espectro ideológico e moral, inclusive.
02:27Então, o Flávio Dino está dizendo que nazismo é uma simples corrente política e que acusar
02:33de nazista faz parte do debate político.
02:37Aliás, não é à toa que ele faz isso porque o Lula já acusou um monte de gente de nazista.
02:41Eu já fiz, inclusive, esse levantamento em O Antagonista, se vocês procurarem, não
02:46vou me lembrar agora o título, produção, o Vitor, de repente, pode procurar aí, mostrando
02:50como o Lula insinuava que FHC, que Aécio, que Bolsonaro, que vários outros tinham elementos
03:00nazistas, para dizer o mínimo.
03:03Então, o Flávio Dino considera assim.
03:05Vocês lembram da confusão que deu quando, num podcast, o Monarque falou a respeito de
03:14liberdade de expressão e ele defende daquele modo absoluto, etc., e defendeu que os nazistas
03:20pudessem falar, pudessem se expressar e se criasse o partido nazista?
03:25E aí o Kim Kataguiri, num tom abaixo, num degrau abaixo do Monarque, ele deu uma declaração
03:32que também foi usada contra ele e várias pessoas passaram a chamá-lo de nazista, ele
03:37passou a processar essas pessoas, inclusive ganhou, ganhou o processo.
03:42E a esquerda atacou o Kim Kataguiri por ele não ser do campo da esquerda e o Monarque
03:49também.
03:51Eu escrevi uma análise, evidentemente não com a histeria da militância de esquerda, mas
03:55uma análise sobre as questões factuais e qual era o ponto exato de crítica em cada
04:00caso específico.
04:03Agora, a esquerda atacou essas pessoas.
04:07Vocês viram a esquerda atacando o Flávio Dino?
04:09Porque ele é o escolhido pelo Lula para integrar o Supremo Tribunal Federal e ele está dizendo
04:14que nazismo está beleza a falar e, mais do que isso, que nazismo é simplesmente uma
04:20corrente política.
04:21Olha, se ele fizesse uma argumentação, nem vou aqui entrar nesse estudo de caso específico,
04:28mas se ele fizesse uma argumentação dizendo que, olha, nazismo é uma ofensa, você pode
04:35considerar um crime contra a honra, mas não esse, porque não se tem uma descrição específica,
04:40aí pode ser esse, etc., ou pode ser considerado de tal, mas quer dizer, fazer uma distinção
04:46puramente de enquadramento, mas não, a justificativa dele é de que é uma corrente política,
04:52como se fosse absolutamente legítimo o nazismo como posição política e, portanto, você criticar
05:02outras pessoas associando elas ao movimento político, ao partido responsável pelo extermínio
05:11de judeus, não fosse problema algum.
05:14Aí já é demais.
05:16Aliás, a produção está me avisando aqui para eu dar o título, para quem quiser se aprofundar,
05:20deixa eu só ver aqui.
05:22Para Lula e PT, nazistas são seus rivais.
05:25Pois é, é lá que eu fiz esse levantamento aí sobre o rótulo disparado pelo Lula várias
05:30vezes.
05:31Para Lula e PT, nazistas são seus rivais.
05:33Está disponível em antagonista.com.br.
05:35Graeb, a gente está dizendo que ilustra a politização do STF justamente porque, quando
05:45é um aliado, ele passa pano.
05:48Se é um desafeto, aí ele força a mão.
05:52E foi isso que a gente viu em casos sucessivos ontem à tarde.
05:57Exatamente, Felipe.
05:58A argumentação do Flávio Dino é de uma hipocrisia, assim, de fazer cair o queixo.
06:07Porque, ok, o nazismo é um movimento político mesmo.
06:16Podemos dizer isso.
06:17Não está errado dizer isso.
06:19Está errado dizer que o fascismo é um movimento político.
06:23Acontece que há muito tempo a esquerda deixou de usar essas duas palavras com esta exatidão.
06:34Certo?
06:35Se você quer usar as duas palavras para se referir a movimentos políticos que existem
06:42de fato, você precisa ser preciso em relação às características desses movimentos.
06:50O nazismo, por exemplo, é um movimento racista.
06:58Ele estava absolutamente calcado, e até hoje está calcado, na superioridade da raça
07:04ariana, alemã, em relação a outras diversas raças, em especial os judeus, aquilo que eles
07:14chamam de raça, não é?
07:19O nazismo, assim como o fascismo, são movimentos políticos que aspiravam ao totalitarismo,
07:28ao controle absoluto de todos os aspectos da vida dos cidadãos.
07:35assim como o comunismo que existiu de fato ali na União Soviética.
07:42Também era um movimento totalitarista.
07:45Nesse sentido, não é só a sua atividade política que precisa estar de acordo com as regras
07:56ditadas pelo partido.
07:58A arte de que você gosta, aquilo que você faz dentro do seu quarto, aquilo que está dentro
08:07do seu cérebro, tudo isso o totalitarismo quer controlar.
08:14Então, para você tratar desses movimentos, é preciso olhar para as coisas que estão acontecendo
08:23e identificar ali, de maneira clara.
08:26Ó, esse grupo alemão aqui, o partido AFD da Alemanha, é um discurso que pode ser considerado
08:36racista em relação aos imigrantes.
08:39Por isso, eles foram buscar inspiração no nazismo lá da década de 30 e tal.
08:46Há muito tempo, o senhor Flávio Dino, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva,
08:52a turma toda da esquerda, deixou de usar essas palavras para se referir aos movimentos políticos.
09:01Eles usam, sim, como ofensa.
09:05Como ofensa, lógico.
09:06Então, se tornou-se na boca deles uma palavra de opróbio, para usar um outro termo chique,
09:17tornou-se uma palavra para dizer que a pessoa é o que há de pior no mundo.
09:22E ela é usada de maneira absolutamente aleatória.
09:28Se eu não gosto do jeito que você pensa, dali nazista, dali fascista.
09:35Se eu discordo de você em relação ao futebol, dali nazista.
09:43É a demonização das vozes divergentes, das pessoas que divergem em relação a algum ponto.
09:48Virou uma palavra ônibus.
09:54Que inclui todas as conotações negativas que você possa atribuir a um comportamento.
10:02Então, por isso que eu digo que é uma hipocrisia do Flávio Dino.
10:06Ele sabe muito bem, ele sabe muito bem, que quando a turma dele usa essa palavra, está querendo ofender, está querendo chamar de escória humana.
10:19Não está querendo dizer, o senhor é um personagem que tem este determinado número de crenças?
10:26Podemos atestar pelas suas declarações?
10:29Não!
10:31É palavra de briga de rua.
10:34Nazismo e fascismo na boca do PT.
10:36Assim como, de certa forma, comunismo também é palavra de briga de rua na boca do Bolsonaro.
10:47Coisas que não têm nada a ver com o comunismo, muitas vezes são qualificadas de comunismo porque é um jeito fácil de você estigmatizar o seu adversário.
10:59Então, ele te poupa da necessidade de falar daquilo que a pessoa está fazendo mesmo, analisar com um pouco mais de rigor e pronto, dá-lhe lá um carimbão na testa.
11:14Então, olha, é malandragem.
11:19Mas malandragem da pior espécie do Flávio Dino.
11:23É mentira o que ele está dizendo.
11:26Ele está fingindo que o pessoal dele usa essas palavras com rigor, quando ele sabe perfeitamente que as palavras são usadas para ofender.
11:41Ponto.
11:42É uma ofensa grave que associa a pessoa ao horror maior que a humanidade já viu.
11:52Que é o extermínio de milhões de pessoas na Câmara de Gás, incluindo mulheres e crianças.
11:58E é curioso até que a esquerda continue usando isso contra os seus adversários locais aqui no Brasil, nos embates políticos que tem,
12:10enquanto nem sequer ousa chamar o Hamas de grupo terrorista.
12:15Esse, sim, com fortes elementos nazistas, porque quer exterminar os judeus como queriam os nazistas.
12:20Então, assim, a comparação é evidente.
12:23É por isso que eu já escrevi, já comentei, que todo mundo é, todo adversário, rival, crítico, incômodo,
12:33todo mundo é nazista para esses esquerdistas radicais.
12:36Menos os nazistas, de fato, aqueles que matam os judeus.
12:39Ou estupram, ou sequestram, ou torturam, ou exploram na condição de refém,
12:45para mandar recados políticos, militares, etc., como a gente tem visto aqui diariamente no Papo Antagonista.
12:54Então, é muita hipocrisia que a gente está assistindo.
12:57E diga, Greg.
12:59Não, eu queria fazer uma observação a mais sobre esse assunto, né?
13:04Como é ruim você diluir o sentido dessas palavras, né?
13:12É, banalizar.
13:13Banalizar, essas palavras deveriam ser reservadas para descrever aquilo que elas descreveram historicamente mesmo.
13:24O nazismo foi uma operação de assassinato em escala industrial, literalmente.
13:34Peraí, Greg, peraí.
13:35Agora deixa eu fazer uma ironia a uma declaração recente do Lula.
13:40Não foi um falecimento de seis milhões de judeus?
13:46Não.
13:46Porque talvez, talvez, se a gente vivesse aquela época, seria assim tratado.
13:52É.
13:52E vamos lembrar aqui, para quem estudou Segunda Guerra Mundial,
13:56que houve mortes de civis na reação a Hitler.
14:00Houve.
14:01No entanto, se conteve o imperialismo do nazismo alemão, do Führer.
14:09Então, assim, é preciso entender o contexto em que as coisas acontecem,
14:15sem legitimar, evidentemente, qualquer tipo de barbaridade, de passe livre para extermínio.
14:22Agora, o Lula, nessa semana, chamou de falecimento, falecimento, uma das declarações mais graves que ele já deu,
14:32o assassinato de um brasileiro por um grupo terrorista, num dia de um massacre,
14:40que resultou em mais de 1.200 mortes, em 239 sequestros, que já foram, em boa parte, transformados em assassinatos também.
14:49Então, a gente vê muito eufemismo de um lado, muito pano desse mesmo lado.
14:58Agora, quando é contra desafeto?
15:00É isso.
15:01Pode chamar de nazista o desafeto, sem chamar de nazista o nazista de fato.
15:06E pode pesar a mão para punir ou para culpar aqueles que simplesmente falam uma frase truncada,
15:15numa piada de bastidor, privada, etc.
15:18Então, assim, é uma politização perversa.
15:22Diga, Greg.
15:23Você já falou até desse assunto de passagem aqui no programa,
15:27sobre essa corrupção, é uma corrupção da linguagem.
15:30Da linguagem.
15:31Você usa eufemismos quando eles não deveriam ser usados,
15:35e você usa palavras que têm um significado muito específico
15:38e que não deveria ser banalizado para falar de qualquer coisa.
15:43comunismo também.
15:45O comunismo soviético, na Ucrânia, matou milhões e milhões de gente de fome.
15:54Por que o Stalin queria mudar o modelo de produção de alimentos
16:01e queria industrializar o país e não quis nem saber?
16:06Morram!
16:07Aliás, tem um livro muito interessante, traduzido e editado pelo nosso Duda Teixeira,
16:15de um jornalista, agora não lembro se ele era americano ou inglês,
16:21o Garrett Jones, que foi lá verificar o que estava acontecendo na Ucrânia,
16:26escreveu relatos assustadores da fome na Ucrânia.
16:30Então, veja, esses regimes, historicamente, fizeram o que a gente viu de pior na história.
16:44Não é que você esteja proibido de usar as palavras,
16:48mas use-as com alguma responsabilidade e algum rigor.
16:53E na hora que você vê alguém ser assassinado,
16:56não fala que a pessoa faleceu,
16:59fala que a pessoa foi morta mesmo.
17:01Então, o Flávio Dino
17:05deu uma demonstração, assim, de manual
17:08para enquadrar
17:11dessa corrupção do discurso público.
17:17É um lero-lero da pior qualidade
17:20essa que o Flávio Dino fez.
17:23para desculpar
17:25ou, então, para livrar a cara
17:28de um companheiro
17:30de batalhas políticas.
17:35Exatamente.
17:37E, quer dizer,
17:38como eu comentei no X,
17:39no mundo paralelo do lulismo,
17:41vincular rivais ao extermínio de milhões de judeus
17:44é menos grave que ironizar seus aliados
17:46em brincadeira de São João.
17:48E aí vai lembrar que o Vadir Damus,
17:51petista,
17:52parceiro do Lula,
17:54que colocou o Flávio Dino lá no STF,
17:56já confessou em vídeo,
17:58que a gente já exibiu várias vezes,
18:00é que o Gilmar Mente,
18:01nesse momento,
18:01é um momento histórico
18:02que parece se prolongar no tempo,
18:05é aliado do PT.
18:07Então, está aí.
18:08O duplo padrão do Flávio Dino,
18:10mostrando a politização
18:11do Supremo Tribunal Federal,
18:13a corrupção da linguagem
18:14que transformou o tribunal
18:18nesse tribunal de internet.
18:19Aliás, é sobre isso também
18:22o artigo que eu vou publicar até amanhã,
18:25quinta-feira, 6 de junho de manhã,
18:27em um antagonista,
18:28com reflexões a partir do caso Moro.
18:32Às vezes é difícil a gente,
18:34como se diz no jargão jornalista,
18:36vender no sentido de anunciar,
18:38divulgar, fazer o tir,
18:40jogar na rede social.
18:41um texto mais reflexivo
18:48a respeito de questões mais profundas,
18:50porque hoje as pessoas
18:51são bombardeadas ali com notícias, etc.
18:54Mas é sobre essa corrupção da linguagem
18:58e os seus efeitos.
19:00E como a absoluta falta de exame
19:03dos fatos, das falas,
19:06faz com que um efeito dominó
19:07vá ocorrendo
19:09e muitas vezes você tem
19:12essas injustiças
19:13e esse autoritarismo velado,
19:16às vezes com uma voz doce
19:17de uma relatora,
19:19como eu mostrei aqui ontem.
19:20A CIDADE NO BRASIL
19:24A CIDADE NO BRASIL
19:24A CIDADE NO BRASIL

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