Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, analisa como as ações da Nvidia evitaram perdas maiores em Wall Street e reacenderam o otimismo em torno da inteligência artificial. Com recorde de cotação, a gigante de chips amenizou a cautela diante das incertezas fiscais no Brasil e da política monetária nos EUA.
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00:00Vamos então dar uma olhadinha nesse fechamento do mercado, na análise, porque eu vou chamar agora o Felipe Corleta, o sócio da Delink Investimentos.
00:09Felipe Corleta já está aqui na tela, sempre aí atrás com esses painéis, mostrando tudo o que acontece no Brasil e no mundo, né Corleta?
00:19Tem que ficar atento em todos os dados, em todos os índices.
00:23Corleta, muito boa tarde para você, tudo bem?
00:25Bem, boa tarde Eric, boa tarde para todo mundo que acompanha o Times Brasil, é realmente uma tarefa árdua aqui, a gente acompanha de tudo, petróleo, commodities, bolsas, moedas, mas estão aqui para tentar esclarecer e trazer para a audiência aí uma visão do que aconteceu no mercado hoje.
00:43Corleta, o Wall Street não sustentou os ganhos de ontem, até ganhos expressivos, né, com o fim ali da guerra no Oriente Médio, e só não foi pior porque o índice Nasdaq conseguiu aí fechar ou ir para uma pequena alta, por causa das ações da NVIDIA, né, a empresa que vem batendo recorde, atrás de recorde, não foi isso?
01:02Verdade, a NVIDIA atingiu hoje um novo recorde histórico na sua cotação e puxou de fato a bolsa americana, né, evitando uma queda do S&P 500 mais expressivo, ficou muito perto do 0 a 0 e puxando o índice Nasdaq para essa alta.
01:20Há uma sensação de que esse reinado da NVIDIA, ele continua, quer dizer, muitos se teve em mente de que poderiam haver novos concorrentes que pudessem trazer produtos tão avançados quanto os da NVIDIA, e isso derrubou as ações, chegaram a cair quase 30% ainda esse ano em relação a esses topos, mas a percepção geral é de que não, de que ela continua na vanguarda,
01:46continua com o monopólio de produtos de tecnologia muito alta para a produção de chips de inteligência artificial, né, então, NVIDIA realmente puxando a bolsa americana em um dia de relativa calmaria, né, a gente teve aí segunda e terça-feira dias de fortes altos, fortes movimentos no mercado, e hoje parece que os investidores pararam para tomar um pouco de água, né, com os mercados um pouco mais de lado, próprio petróleo trocou de sinal várias vezes, sobe um pouquinho, cai um pouquinho, né, então há uma expectativa muito grande
02:15hoje, é, por, pelas próximas etapas, tanto da guerra comercial, como essa percepção de que o cessar-fogo Irã-Israel, apesar de estar aí de pé, é um cessar-fogo frágil, né, a gente ainda existe, os problemas fundamentais continuam ali entre os dois países,
02:33e, então, houve hoje esse dia mais de pausa também, na expectativa por uma agenda econômica bastante agitada, é, entre amanhã e sexta-feira, amanhã a gente tem divulgação de dados do PIB dos Estados Unidos e, na sexta, números de inflação, então, investidores aí parece que tomaram, pararam para respirar depois de uma segunda e terça-feira muito agitadas, né, o final de semana trouxe um conteúdo noticioso, muito, muito agressivo, com invasão dos Estados Unidos,
02:59depois de cessar-fogo, tudo isso, acabou deixando essa volatilidade mais para segunda e terça e hoje, um dia um pouco mais calmo nos mercados, principalmente lá fora, né.
03:09O Corleta, aí, me chama a atenção que os números das bolsas nova-iorquinas não são nem de uma realização de lucros, né, mesmo o que você falou, é um, tomar um fôlego, né, e esperar aí, ver os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos,
03:24também de notícias externas, e você estava falando de PIB e inflação, esses dois indicadores podem ou podem dar um insight para o Jerome Powell, né, ele fez ali um discurso,
03:36ele voltou hoje ao Congresso e continua com o discurso cauteloso, pacificador, ah, o ambiente está melhorando, mas ainda é preciso cautela,
03:45mais esses próximos números, pode dar uma outra dinâmica aí para a visão de Jerome Powell, Corleta?
03:53É, o Powell que está sendo xingado dia sim, dia não, pelo Trump, né,
03:57até de burro, de burro, de atrasado e tal, todos os dias, e o Powell vai lá, é sempre um gentleman e não responde essas críticas e fala somente ali sobre técnica do seu trabalho.
04:08O que acontece é que o Powell deu uma declaração ontem, a qual ele reforçou hoje, que é a seguinte, os dados econômicos com a inflação caindo,
04:18com atividade ainda resiliente, eles são dados econômicos que permitem ao Banco Central fazer um corte de juros,
04:25mas a abordagem que ele e o seu comitê estão tomando é uma abordagem de cautela na medida em que ainda não se sabe qual vai ser o impacto
04:35das tarifas na inflação corrente dos Estados Unidos, né, quer dizer, será que agora no verão americano, né, em junho, julho,
04:43já vai se começar a sentir esse choque inflacionário que é esperado pelos economistas ali na inflação,
04:50o que tornaria talvez precipitada um corte de juros nesse momento, talvez seja melhor esperar para ver como que vai ser esses primeiros meses
04:59das tarifas efetivas e aí a partir de então analisar os cenários prospectivos da inflação e permitir que os juros comecem a cair, né,
05:10então o mercado, ele está vendo sim que o juro cai esse ano, o próprio Powell já admite essa possibilidade,
05:16mas tem alguns diretores ali do Comitê de Política Monetária que indicam que esse corte pode já ser na próxima reunião em julho,
05:25e outros preferem manter essa cautela do vamos esperar para ver como que se desdobram essas tarifas,
05:30como que elas impactam os preços para o consumidor nos Estados Unidos, né, então isso sim é bem importante
05:37e os próximos dados, como você comentou, quinta-feira o número do PIB, sexta-feira a inflação,
05:44eles podem sim trazer mais ou menos vigor para essa tese de que o juros já pode cair no próximo mês.
05:50Se a gente tiver uma inflação muito fraca, um PIB desacelerando em relação à expectativa,
05:55isso vai trazer uma sensação de que a economia está esfriando e de que um corte de juros pode ser providencial
06:00para evitar que o desemprego suba lá nos Estados Unidos.
06:04O Goleta, em relação agora ao mercado doméstico, né, a Bolsa de Valores aqui brasileira,
06:10a gente está vendo aí uma sequência de quedas, né, há essa preocupação aí com o fiscal aqui no Brasil,
06:16antes estava aí todo mundo, os investidores de olho nessa guerra lá entre Israel e Irã,
06:22mas acho que tem um número ali, além da queda, né, da variação percentual,
06:27há um número que preocupa, que é de pontos, né, nós voltamos aí para o patamar de 135 mil pontos.
06:35Tinha analista falando que poderia passar esse ano até dos 160 mil pontos,
06:39a gente chegou a ver o recorde de mais de 141 mil pontos e está em 135, 800.
06:44Esse número também te chamou a atenção, te dá um alerta também?
06:51Olha, Eric, a Bolsa, ela oscila, né, ela sobe, quando sobe, sobe no zig-zag,
06:57quando cai, cai em zig-zag, às vezes ela fica nesse movimento mais lateralizado,
07:01que é o que a gente está vendo, né, uma Bolsa relativamente travada,
07:04ela fez um novo recorde histórico já esse ano, agora está pesando um pouco mais,
07:08com investidores realizando posições, especialmente ali em ações de bancos, né,
07:13que estão nas máximas históricas, Itaú, BTG, são empresas que puxaram um pouco esse mercado
07:20para tocar esses recordes e agora tem esse sentimento um pouco mais cauteloso,
07:24especialmente porque a gente teve aí uma medida monetária bem agressiva por parte do Banco Central,
07:30que elevou a Selic e ainda disse que a Selic permanece alta por muito tempo,
07:36isso tirou um pouco do ânimo dos investidores na Bolsa e, além disso, a gente tem todo o tema fiscal, né,
07:43especialmente no dia de hoje, a Bolsa caiu, o dólar subiu, com esses temores aí de que as metas fiscais
07:49possam não ser atingidas, na medida que você tenha o Congresso Nacional, nesse momento,
07:54votando o projeto de decreto legislativo que susta o efeito do aumento do IOF anunciado pelo governo.
08:03O mercado não gosta de alta de imposto, né, mas o mercado também não gosta de déficit fiscal,
08:10então vai ter que se encontrar uma forma de equalizar as contas públicas para atingir as metas.
08:16E isso traz muito esse anseio de que o juro vai permanecer muito alto por muito tempo,
08:21na medida que não tem essa estabilidade fiscal no país.
08:25Então, o Congresso está votando, isso vai se refletir ainda no pregão de amanhã,
08:30muito provavelmente a gente tem a Câmara aprovando hoje esse projeto
08:35e o Senado deixando para votar amanhã, essa é a informação com a qual a gente trabalha aqui na D-Link,
08:41de que ainda amanhã nós teremos um dia com o mercado atento a essas votações no IOF.
08:48Depois disso, entramos em uma nova fase, quer dizer, qual vai ser a outra medida
08:53que vai ser apresentada pelo Congresso ou pelo governo para que haja essa equalização das contas públicas, né?
09:00Será que vai ter uma nova medida para aumentar outros impostos?
09:03Se falou em uma medida de corte de benefícios tributários, de isenções fiscais
09:09que afetam, sim, algumas empresas da Bolsa, que a gente precisa ficar atento,
09:14quer dizer, se vai retirar benefício fiscal, isso pode impactar um ou outro setor no mercado.
09:19Então, qual vai ser a proposta efetivamente para equalizar as contas públicas?
09:24Vamos entrar em mais um mês aí, muito provavelmente em julho,
09:28onde o risco fiscal vai estar pesando e provavelmente travando esse mercado de fazer novos recordes.
09:33Legal. Felipe Corlenta, obrigado mais uma vez pela sua participação aqui no Radar.
09:39Sempre bom falar contigo, viu?
09:41Um abraço para você, um ótimo fim de quarta-feira.
09:45Obrigado, Eric. Um prazer falar com você também.
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