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  • há 4 meses
O economista Marcos Mendes diz o que é realmente importante para a economia nacional neste momento.

Assista à entrevista completa: https://youtu.be/ajArMWYKUgo

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Transcrição
00:00Você estava falando de outras alternativas
00:02que podem ajudar o debate em relação a essa questão
00:05do arcabouço fiscal.
00:07Se quiser, a gente já pode falar disso agora mesmo.
00:11Eu acho que a gente tem algumas oportunidades sobre a mesa,
00:14a parte da questão fiscal,
00:16que podem fazer o país andar um pouco para frente
00:20a despeito de a gente estar com essa parte fiscal fragilizada.
00:24A primeira bola da vez, eu acho,
00:26é a reforma tributária do consumo.
00:28Eu acho que isso está muito discutido,
00:33está caminhando para consensos,
00:35tem algumas arestas a serem aparadas,
00:38mas se o governo botar muita energia nisso,
00:42ele consegue fazer uma reforma tributária
00:44que vai melhorar muito a produtividade da economia brasileira.
00:48Hoje, o sistema tributário brasileiro joga contra demais
00:52em termos de produtividade, de eficiência econômica,
00:58e de custo de produção no país.
01:00Então, se você fizer andar uma reforma tributária,
01:05é um gol de placa de longo prazo.
01:07Pode até não ter feito nos primeiros momentos,
01:11mas gera expectativas positivas,
01:13o governo vai ter tido uma vitória,
01:15isso é muito importante.
01:17Outra área muito importante,
01:19e a bola está quicando aí para a gente,
01:21é a área de energia.
01:23O Brasil é um país que tem capacidade de gerar energia barata,
01:28muito sol, muito vento,
01:31muitos rios hidrelétricas.
01:34Agora, a regulação do mercado de energia é péssima.
01:38Ela foi acumulando privilégios, subsídios ao longo do tempo,
01:42e você tem um país que tem capacidade de produzir energia barata
01:47e cobra caríssimo da energia dos seus consumidores lá na conta,
01:50subsidia ricos e taxa excessivamente os pobres.
01:55Então, precisava haver uma reforma no marco legal
01:58dos mercados de energia
02:00e um desenho de forma que essas energias
02:06produzidas de forma barata no Brasil,
02:10biomassa,
02:12a pesquisa relativa a hidrogênio,
02:15tudo isso viesse a constituir um ativo importante no Brasil
02:20nas próximas delas.
02:21Terceira é a questão ambiental.
02:23Se o Lula tem uma vantagem,
02:25é a grande aceitação internacional que ele tem
02:29a virada de um presidente como Bolsonaro taxado
02:35de depredador da Amazônia
02:38para um presidente com aceitação internacional
02:40disposto a fazer política de preservação,
02:44há um espaço enorme para mercado de carbono,
02:46para desenho de crédito de carbono,
02:48para a gente receber capital internacional
02:49para manter a floresta em pé
02:51ou para compensar
02:52mitigação de emissão de carbono.
02:56Então, tem que haver um esforço
02:58para montar esse mercado
03:03de forma que convence com mercados internacionais
03:06e que não gere prejuízo subsídio.
03:09O que se fez até hoje no Brasil
03:10é um negócio chamado Renovabio,
03:13que, na verdade, no fim das contas,
03:16eu chamo de bolsa usineiro,
03:18que é um subsídio pago aos usineiros
03:20para a produção de etanol,
03:21mas nada além disso.
03:22E o quarto ponto que surge aí dentro da administração
03:26como uma promessa
03:26é esse programa de revisão de programas públicos
03:30que está lá no Ministério do Meio Ambiente
03:32com a ministra Simone Tebbins.
03:35Se for levado adiante
03:37e tiver peso político,
03:39a gente vai conseguir desmontar
03:41muito programa ruim, anacrônico,
03:43que gera mais custos do que benefícios
03:45para a sociedade brasileira
03:46e que se mantém hoje
03:47porque os beneficiários desse programa
03:49se mobilizam e não deixam os programas acabarem.
03:53Então, se você conseguir fazer um esforço nesse sentido,
03:58é também uma oportunidade que a gente tem.
04:00São as quatro linhas que eu vejo de ação
04:04que poderiam fazer o país ir para frente
04:07a despeito dessa nossa forte fragilidade fiscal.
04:12É interessantíssimo isso,
04:14porque é um plano de trabalho,
04:16você está colocando aqui,
04:17está expondo um plano de trabalho.
04:19O governo e os seus agentes
04:22estão tangenciando esse plano.
04:25Bastaria realmente eles se debruçarem nisso.
04:30Eu acho que o debate público
04:31está muito contaminado ainda
04:34por essas questões que são mais superficiais,
04:40de revanchismos políticos, ideológicos, etc.
04:44Eu acho que a gente precisa superar isso de uma vez
04:46para poder se debruçar sobre o que é concreto.
04:51Essa questão do mercado de carbono,
04:55eu estive aqui com o Carlos Nobre, cientista,
04:58que inclusive expôs uma série também de projetos
05:02voltados para o desenvolvimento
05:04dessa economia verde.
05:07Falou aqui do Amazônia 4.0,
05:10que é um projeto que ele está liderando,
05:11muito interessante, foi a Davos.
05:14E, de fato, acho que a gente chegou ao momento
05:16de discutir isso.
05:17Quando você fala de toda essa potencialidade,
05:19eu já ouvi várias cifras, Marcos,
05:22sobre o quanto a gente poderia ter,
05:25o quanto o Estado brasileiro poderia,
05:27inclusive arrecadar,
05:30estamos discutindo aí pequenas coisas
05:34e, às vezes, não estamos dando atenção
05:36a grandes coisas.
05:38Pelo que eu já ouvi,
05:40o potencial de arrecadação
05:42desse mercado de carbono,
05:45caso o governo resolva, de fato, desenvolvê-lo,
05:50é coisa de trilhão.
05:51E isso em benefício da biodiversidade,
05:58em benefício da floresta,
06:00em benefício das características
06:02que temos aqui no Brasil,
06:05que são únicas.
06:07Há algo concreto?
06:10Qual seria o plano de ação?
06:14Você falou aqui da tese, da teoria,
06:16mas qual seria o plano de ação
06:18para o desenvolvimento desse mercado?
06:19Nós estamos falando de um desenvolvimento
06:24de uma bolsa específica
06:27para o comércio,
06:28para a comercialização desses créditos de carbono?
06:31Nós estamos falando de, vamos dizer assim,
06:36emissão de títulos?
06:38Nós estamos falando de criação de fundos?
06:41O que é possível fazer
06:42em termos de instrumento,
06:44de ferramenta real
06:48do mercado que nós temos
06:51para criar,
06:52para estruturar,
06:53para realmente consolidar esse mercado.
06:57E aí, sim,
06:58e o governo ter,
07:00usar o que tem
07:01e acabar
07:03compensando até
07:05as perdas de arrecadação
07:07que teve aí
07:09com outras medidas.
07:10sendo que nós estamos
07:12batendo ainda
07:12recordes de arrecadação.
07:13Ontem saíram números,
07:14ontem aqui,
07:15dias atrás,
07:16saíram números
07:17de recordes de arrecadação.
07:20Tem ação concreta?
07:21Tem um plano concreto?
07:23Que ações seriam essas?
07:24Que instrumentos
07:24podem ser realmente
07:25executados
07:26nos próximos meses
07:28para a gente
07:28consolidar
07:30esse mercado?
07:31Eu falo em algumas coisas,
07:39mas,
07:41em primeiro lugar,
07:43instrumentos como
07:44o Fundo Amazônia,
07:45por exemplo,
07:45são
07:46trocados.
07:48Um bilhão por ano,
07:50dois bilhões por ano,
07:51acumulou,
07:52ao longo de cinco anos,
07:53quatro bilhões,
07:54isso não é nada.
07:55É muito pouco dinheiro.
07:56então você tem que ter
07:59outros instrumentos
08:01de captação de recursos
08:05e aí você tem que
08:06criar um mecanismo interno
08:09de limitação
08:11de emissão de gases
08:13pelos agentes econômicos internos,
08:15mas que converse
08:16com mercados no exterior
08:19para que, por exemplo,
08:21empresas no exterior
08:24que queiram compensar
08:25suas emissões
08:26lá na Europa,
08:27na América do Norte,
08:29com créditos
08:31brasileiros,
08:35possam fazê-lo,
08:36transferindo recursos
08:38para o Brasil.
08:41Agora,
08:42o mercado básico
08:43de crédito de carbono
08:44é o seguinte,
08:45você pega
08:45o setor econômico A,
08:47o setor econômico B,
08:48o setor econômico A
08:49pode emitir
08:51até 100
08:52e o setor econômico B
08:55pode emitir
08:56até 200.
08:57Se o setor econômico A,
08:58que pode emitir
08:59até 100,
09:00emitiu 90,
09:02ele tem um crédito
09:03de 10
09:04que ele pode vender
09:06para o setor econômico B,
09:07que em vez de emitir
09:08200,
09:09vai poder emitir
09:10210.
09:11Isso aí é um
09:12mecanismo que
09:13é economicamente
09:15eficiente,
09:17porque o setor A
09:18julgou melhor
09:19para ele emitir menos,
09:21mais econômico,
09:22mais eficiente
09:23em termos econômicos
09:23para emitir menos,
09:25e o setor B
09:25julgou que foi
09:27mais eficiente
09:28para ele comprar,
09:29pagar um pouco mais,
09:31pagar para emitir
09:31um pouco mais
09:32do que ter um custo
09:34muito alto
09:34para reduzir
09:35as suas emissões.
09:36Então,
09:36é esse tipo
09:37de mecanismo
09:37que funciona
09:38no mercado de crédito.
09:40Acabam,
09:40todos têm que fazer
09:41esforço de reduzir.
09:43Quem não conseguir fazer,
09:45ou não,
09:45eu preferi não fazer,
09:46compra o crédito.
09:47Se você conseguir
09:48fazer uma conexão
09:49internacional,
09:50isso aí,
09:50para que empresas
09:52no exterior
09:52comprem créditos
09:54internamente,
09:55você abre um canal
09:56para entrar
09:58de recurso.
09:58O que não impede
09:59também de ter
10:00outros fundos
10:00internacionais,
10:01financiamento,
10:02transferência,
10:03manutenção,
10:04manutenção
10:06da floresta em pé.
10:09Então,
10:09isso é um,
10:11é uma avenida
10:12em aberto,
10:13os desenhos
10:14têm que ser feitos,
10:14agora se precisa
10:15de muita tratativa
10:16internacional,
10:17muita habilidade
10:19de negociação,
10:20de proposição.
10:21É um esforço
10:22que o novo governo
10:23tem que fazer.
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