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  • há 4 meses
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Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisam a postura do líder do governo no Congresso, que pagou por notícias favoráveis a ele no Tocantins.
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Notícias
Transcrição
00:00A Cruzoé revelou que o líder do governo Bolsonaro no Congresso, o senador Eduardo Gomes,
00:05usa dinheiro público para pagar por matérias favoráveis a ele em jornais do Tocantins.
00:11São R$ 80 mil usados pelo senador com essa finalidade.
00:15A quantia é enquadrada como divulgação de atividade parlamentar.
00:19Um dos portais financiados é o Paralelo 13.
00:21Em sua página inicial está numa manchete do mês de agosto que destaca Eduardo Gomes
00:26como um líder de práticas políticas civilizadas que resultam em grandes conquistas para o povo tocantinense.
00:34Só no mês de abril, o líder do governo efetuou seis pagamentos de R$ 5 mil a seis empresas de comunicação diferentes.
00:42Foram financiados o Portal Atitude, a Folha do Bico, a Gazeta do Cerrado, o T1 Notícias, o AF Notícias,
00:48além de um blog que publicou uma notícia elogiosa ao senador no mesmo dia em que ele efetuou o pagamento.
00:53Em julho, Eduardo Gomes fez mais dois pagamentos de R$ 5 mil, um deles destinado ao Paralelo 13
00:59e o outro ao Jornal, que no mesmo mês publicou um editorial favorável ao senador que o classificava como
01:05Mário, você que comanda o antagonista que se recusa a receber dinheiro público,
01:18a gente volta e meia cada um nas nossas carreiras, você escreveu recentemente um artigo a respeito disso no site,
01:25como é que você vê esse tipo de financiamento de veículos de comunicação,
01:31dessa vez por um outro caminho, em relação àqueles que a gente já está acostumado a ver?
01:36Olha, Felipe, não é exatamente uma novidade político pagar jornal para ter notícia positiva.
01:44Infelizmente, no interior do Brasil, essa é uma prática comum e antiga.
01:49Ela foi, com o tempo, chegando aos grandes centros.
01:55Você tem o caso, por exemplo, famoso do Getúlio Vargas com Samuel Weiner,
02:01que abriu um jornal para apoiar o Vargas.
02:05No governo do PT, instituiu-se a prática de financiar blogs para atacar jornalistas independentes,
02:17outros tipos de jornalismo, não aquele que eles gostavam.
02:22E, com o governo Bolsonaro, a gente tem o caso das milícias digitais,
02:29que ainda está sob investigação, como é que esse troço é financiado mesmo.
02:34Mas, assim, é uma prática comum.
02:37Tanto é comum que, quando o político chega a uma posição, digamos, mais nacional,
02:44ele não se acostuma, muitos deles, os mais autoritários,
02:47não se acostumam com uma imprensa livre e independente.
02:51Que faça o escrutínio da sua vida pública.
02:53Exato.
02:54Mesmo que a imprensa possa ter um lado, um jornal possa estar mais à esquerda,
02:58mais à direita, mais ao centro, não importa.
02:59Esse tipo de jornalismo independente não é palatável a quem costuma pagar nos rincões,
03:08nos seus feudos, a jornais e emissoras para ter noticiário positivo.
03:14Então, assim, eu não vejo com surpresa.
03:16Eu acho que é uma notícia realmente bastante importante,
03:19mas eu não vejo com surpresa esse tipo de prática,
03:23porque ela é uma prática, como eu disse, antiga.
03:25Pois é, e falando em Centrão e em líder do governo,
03:28Arthur Lira, que atua como líder informal do Planalto,
03:31pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal,
03:34para arquivar de forma monocrática a denúncia apresentada contra ele em junho por corrupção.
03:40A denúncia foi apresentada pela subprocuradora-geral da República, Lindor Araújo.
03:45No mês passado, ela recuou e pediu ao STF que rejeitasse.
03:49O regimento interno do Supremo diz que a decisão de receber ou rejeitar uma denúncia é colegiada.
03:55Os advogados de Lira pedem uma exceção à regra.
03:59Argumentam que, como a PGR se retratou,
04:01inexiste pretensão acusatória,
04:04ou, aí dá lá aquele nome em latim que eu não sei falar direito,
04:07mas você sabe, opinio delicti válida.
04:10Em outras palavras, é como se não existisse mais a denúncia.
04:13A defesa de Lira argumenta que o pedido de rejeição da denúncia pela PGR
04:17equivaleria a uma pretensão tardia de arquivamento de inquérito.
04:23Mário, a gente olha com uma certa desconfiança.
04:26Eu, pelo menos, olhei isso quando eu vi a primeira notícia de um certo recuo da PGR
04:29em relação a um velho cacique do Centrão,
04:33que hoje é aliado do Jair Bolsonaro,
04:35que foi quem nomeou Augusto Aras chefe da PGR.
04:38E a Lindor Araújo tem sido criticada justamente
04:41por ser próxima ali da família Bolsonaro,
04:45por ter atitudes que acabam beneficiando,
04:48na visão de alguns críticos, os aliados do Bolsonaro.
04:52Então, o Arthur Lira, tendo a sua barra aliviada,
04:55não acende os nossos alertas?
04:57Olha, Felipe, até certo ponto,
05:00É normal que o Ministério Público volte atrás da decisão de denunciar.
05:07Eu não sou jurista, não sou juiz, não sou advogado,
05:11mas não parece uma coisa muito fora do esquadro.
05:15A questão aí é a coincidência.
05:18Voltou atrás porque o sujeito é aliado ao governo
05:22e a PGR se mostra mais alinhada ao governo,
05:25ou voltou atrás porque realmente não havia motivo para denúncia?
05:29Descobriu-se que não havia razões concretas para fazer a denúncia.
05:32Essa é a questão que está agora a cargo do ministro Edson Fachin.
05:37E o Ciro Nogueira, o bolsonarista, ex-lulista,
05:40outro velho cacique do Centrão,
05:42está aproveitando as eleições municipais
05:43para antecipar a sua campanha ao governo do Piauí em 2022.
05:47O antagonista soube que nas cidades do interior,
05:50o presidente nacional do PP anda dizendo
05:52que a onda vermelha já passou no Estado em referência ao PT,
05:56partido ao qual foi aliado até o início desse ano.
05:59O Ciro, aliás, foi reeleito em 2018
06:02na chapa do governador petista Wellington Dias,
06:05que agora encara como adversário.
06:07Isso aí, Mária, é mais um exemplo
06:09daquilo que você falou, acho que na sua primeira participação
06:12aqui no Papo Antagonista,
06:14de que na política todo mundo é amigo.
06:16Esse negócio de que é inimigo
06:18é mais assim para o público,
06:19para quem não conhece,
06:20o cafezinho lá dos bastidores no Congresso Nacional.
06:25Numa eleição está do lado de um,
06:27na outra é mais oportuno para o sujeito estar do lado do outro.
06:30Aí ele muda o discurso,
06:32adapta de acordo com a ocasião,
06:35de acordo com o que é mais vantajoso para ele.
06:37O Ciro Nogueira me parece um exemplo
06:39bastante emblemático, ilustrativo disso, não?
06:41É, eu dividiria assim,
06:44a amizade em política,
06:45independentemente das rivalidades ideológicas
06:48ideológicas ou partidárias,
06:50eu acho até civilizado, né?
06:53Eu acho só que a gente tem que ter isso em mente
06:55na hora que vai brigar com um familiar,
06:58com um amigo, né?
06:59Com um filho.
07:01Isso realmente não vale a pena,
07:02porque, olha, eles não estão brigando.
07:04Agora, no caso específico,
07:06obviamente é mais um exemplo de fisiologismo, né?
07:09E daquela praga que assola o Brasil,
07:12a política brasileira,
07:14que no Brasil não há alianças estratégicas, né?
07:17Há só esquemas táticos,
07:19ou seja, estratégia o que seria?
07:21Seria partidos e políticos se unirem
07:23com vistas a um caminho comum, né?
07:26A um objetivo comum para o bem do país,
07:29para o bem da nação.
07:30No caso de um esquema tático,
07:33é só isso.
07:34Eu me alio com um numa hora,
07:35eu me alio com o outro na hora,
07:36só para satisfazer as minhas necessidades,
07:39e no caso, necessidades fisiológicas.
07:42O Ciro Gomes é exemplo disso, né?
07:44É o sujeito que ora com o outro,
07:47porque a única ideologia dele é se dar bem.
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