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  • há 5 meses
O cineasta analisa a posse de Lula.

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Transcrição
00:00Como é que você viu aí a indicação da Margarete Menezes como ministra?
00:05Como é que você enxerga aí essa montagem, a retomada da cultura como ministério,
00:14na pasta ali, tendo esse status de ministério?
00:20E como é que você entende aí as políticas que serão desenhadas nessa área cultural?
00:26Para além disso, a gente depois pode falar sobre a guerra cultural.
00:30Que tem a ver com isso que a gente está falando, de reescrever a história.
00:35Perfeito. Obrigado, Cláudio, pelo convite.
00:38Bom, o que eu acho é o seguinte, o PT, primeiro, eles já demonstraram que dão valor ao que eles entendem por cultura.
00:48E o Lula citou várias vezes a palavra cultura no seu discurso.
00:53Eu vi agora que o Rodrigo Pacheco citou a Fernanda Montenegro.
00:58Então, de fato, eles vieram para tomar de volta o Ministério da Cultura,
01:06que eu tenho a impressão que, na verdade, eles não deixaram de administrar.
01:10porque a atuação de Bolsonaro na cultura foi nula e a cultura, na verdade, foi administrada pelo Congresso,
01:20através, primeiro, da Lei Aldir Blanc, que é a iniciativa do Grupo da Jandira Fegalho,
01:24e depois a Lei Paulo Gustavo, que usou o quê? Os recursos não utilizados pelo governo Bolsonaro na cultura.
01:32Ou seja, os recursos não foram usados, ficaram lá, veio o Congresso e dividiu para os estados,
01:39inclusive para os estados que eram oposição ao Bolsonaro.
01:42Isso não é muito inteligente, mas vai entender.
01:44Então, o que esperava o governo Lula na cultura?
01:49Olha, é mais do mesmo, ou seja, a cultura dos editais,
01:53porque, como eu escrevi na minha coluna de antagonista,
01:57o PT sempre foi contra a Lei Uanista.
02:00Eles só fizeram, quando ela foi criada, elas só fizeram depois,
02:03porque eles diziam que era a privatização da cultura.
02:06E eles criaram a chamada cultura dos editais,
02:11que é financiar tudo através de editais de dinheiro direto,
02:14ou seja, a Lei de Incentivo são fomento indireto,
02:19e os editais são fomento direto, ou seja, o Estado dá o dinheiro,
02:22cai a conta, cai o dinheiro na conta do artista, do produtor, para fazer a obra.
02:27E a diferença desses editais para as Leis de Incentivo
02:31é que tem a intervenção muito maior do Estado.
02:33Então, quem vai decidir, quem vai produzir cultura,
02:38quais filmes vão existir, quais artistas vão ser financiados ou não,
02:42são comissões estatais do governo, não do Estado.
02:46A Lei de Incentivo e a Lei de Incentivo são do Estado, não do governo.
02:50Então, ela tem uma continuidade, independente do governo, que existir.
02:53Só que tem um componente que vai ser mais ressaltado ainda
02:58nesse novo governo,
03:01que é o componente identitário nesses editais.
03:05Então, o que se espera é...
03:07Já está acontecendo nos Estados,
03:08nos dias que governam, nos dias que governam buco,
03:11é cota para negros, cota para guias, cota para indígenas,
03:16cota para transexuais,
03:17tudo tipo de cota identitária.
03:20Então, acho que é isso que espera.
03:23É principalmente isso que espera.
03:26Agora, só para ressaltar essa questão de Bolsonaro
03:28não ter uma atuação nula na cultura.
03:31Para vocês terem uma ideia,
03:32o Plano Nacional de Cultura
03:34foi promulgado em 2010 por Lula
03:38e ele não foi alterado por Bolsonaro.
03:42Na verdade,
03:44Bolsonaro protegou por mais dois anos
03:47e depois protegou por mais dois anos ainda.
03:50Então, o que significa que ele simplesmente
03:53se isentou de administrar a cultura
03:57e, como eu escrevi aí no artigo,
03:59foi um dos motivos que fez com que ele teve essa eleição.
04:02Porque a cultura é importantíssima.
04:04A cultura envolve muita gente.
04:06A cultura movimenta a economia
04:08e a cultura consegue agregar muitas pessoas.
04:12Então, é um poder sutil dentro da sociedade.
04:14Não é à toa que eles fizeram aí um trabalho
04:18de fazer essa abertura da posse aí.
04:22Isso foi uma coisa muito grandiosa
04:24para chamar muita atenção.
04:25Por quê?
04:25Porque eles queriam enragar pessoas
04:27e eles vieram para ficar.
04:31Eles vieram para se afirmar culturalmente.
04:34E eu gostaria de lembrar uma coisa também.
04:35No discurso de quando Gilberto Gil
04:38foi colocado no início da cultura,
04:42que foi uma posição bastante simbólica,
04:46assim como o Margarete Menezes agora,
04:48um artista no primeiro escalão
04:50para chamar atenção para ser simbólico
04:52e alguém mais administrativo no segundo,
04:55para realmente segurar a onda administrativamente.
04:59Então, o Gilberto Gil citou a democracia racial,
05:05ele citou a ideia de Gilberto Freire.
05:08Ou seja, hoje isso seria impensável.
05:10Por quê?
05:11Porque o identitarismo se apossou da esquerda
05:14e as ideias identitárias vieram para ficar
05:18meio que o discurso de Lula,
05:20isso ficou claro.
05:22Porque ele fez um discurso, na minha opinião,
05:24que tem um caráter identitário.
05:28Então, é isso.
05:40E aí
05:45E aí
05:49E aí
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