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  • há 3 meses
A reportagem de capa da edição da Crusoé desta semana explica como Lula e o Congresso se acertaram para aprovar uma PEC que expande o teto de gastos em R$ 145 bilhões, podendo chegar a R$ 168,9 bilhões se houver receitas extraordinárias, e abrir um rombo federal nas contas públicas.

“Depois de mais de um mês de negociação, o Senado aprovou nesta quarta, 7, a Proposta de Emenda à Constituição, PEC, que expande o teto de gastos em 145 bilhões de reais, podendo chegar a 168,9 bilhões se houver receitas extraordinárias. O processo agora segue na Câmara, onde deverá sofrer algumas alterações. A aprovação é dada como certa, no que deve se consolidar como uma grande vitória de Lula.”

“Com a cumplicidade do governo de Jair Bolsonaro, o petista tem pautado a discussão política no país mesmo antes de tomar posse. O trâmite célere do texto revela como uma tese antiga e furada ainda segue viva na mente dos nossos representantes: a de que quanto mais o governo gasta, melhor para todos.”

“O relator da proposta foi o senador Alexandre Silveira que, apesar de ser do PSD, é próximo de Lula e está sendo cotado para assumir algum ministério. O trecho mais representativo de sua obra é este aqui: ‘Além de não comprometer a sustentabilidade da dívida, os gastos adicionais propiciados por esta PEC poderão, em verdade, ampliar a capacidade de pagamento do governo. Projeta-se em 69,3 bilhões de reais a expansão do Programa Auxílio Brasil (ou do que vier a substituí-lo). A teoria keynesiana tradicional, bem como a chamada Teoria Monetária Moderna (ou MMT) enfatizam o papel central da política fiscal (em contraposição à política monetária) para recuperar a economia de um país. Mais especificamente, recomendam a expansão de gastos públicos sem a devida compensação na forma de elevação de tributos. Potencializa-se, dessa forma, o efeito multiplicador de tais gastos’.”

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Transcrição
00:00Vamos virar aqui, Duda?
00:01Vamos.
00:01Um, dois e três.
00:03Cruzou, é. Virou cruzou, é.
00:07Vamos ver a nossa capa, por favor, Joelto.
00:12A ordem é gastar.
00:15Como Lula e Congresso se acertam para abrir as torneiras do gasto público,
00:20por Duda Teixeira.
00:21Então, por favor.
00:24Bom, aí estamos falando principalmente da PEC do Lula,
00:28que então não é a PEC do governo Bolsonaro,
00:30até porque o governo Bolsonaro é esse discurso que a gente viu ali,
00:34essa coisa que desconexa para os apoiadores,
00:37o governo Bolsonaro não existe mais,
00:39o que a gente tem é o Lula em articulações,
00:43e aí é uma apuração também da Natália Lázaro,
00:45nossa repórter lá de Brasília,
00:48que o Lula vai muito raramente ali no Centro Cultural Banco do Brasil,
00:53ele está principalmente em jantares
00:56e conversando com políticos de todo tipo,
01:01e ele vai fechando acordos principalmente por Estado.
01:04Então, assim, olha, fechei aqui com Minas Gerais,
01:08que vai ser assim,
01:10vocês vão receber isso, isso, isso.
01:12Aí ele vai lá e fecha depois com o Amazonas.
01:14E nisso ele foi conquistando a maior parte dos políticos em Brasília,
01:19que estão mais, enfim, que vão apoiar no final
01:24a aprovação aí dessa PEC, portanto, do Lula.
01:29E a gente também leu o texto aí,
01:32a gente também, é muito fácil identificar
01:35o que o economista Alexandre Schwarzman
01:39chama de keynesianismo de Kermesse.
01:42E a gente faz uma análise, então,
01:45de várias declarações ali que estão na PEC,
01:48inclusive falando
01:48quem provavelmente estava por trás disso daí.
01:53Então, basicamente, essa ideia de quanto mais gastar, melhor.
01:57Então, a ideia de que existe um conceito keynesiano
02:00do efeito multiplicador dos gastos,
02:04ou o multiplicador keynesiano,
02:07coisa que o Haddad gosta.
02:09Mas essa ideia de que é totalmente errônea,
02:14de que quanto mais o governo gastar,
02:16mais a economia cresce,
02:17mais se arrecada com o imposto.
02:19Então, vale muito a pena você gastar muito,
02:24porque lá no final a coisa vai compensar.
02:27Seria muito bom se fosse verdade,
02:29porque se fosse verdade,
02:30todo o governo do mundo gastaria
02:32o que tem e o que não tem.
02:34O tempo todo.
02:35É a ideia de um cabo de energia
02:38que se conecta a ele mesmo do outro lado.
02:41Exato.
02:42Como se isso,
02:44essa energia não tivesse que vir de outro lugar.
02:47Não existe esse círculo virtuoso
02:50que se alimenta com uma energia própria.
02:52Enfim, não é assim que funciona.
02:56O keynesianismo,
02:58não sei se todo mundo está familiarizado,
03:01tem a ver com o John Maynard Keynes,
03:03que é um economista inglês
03:05ali da primeira metade do século XX.
03:09Foi o cara que inspirou o New Deal dos Estados Unidos,
03:13que era aquela depressão horrível ali dos anos 30.
03:17O presidente americano se inspirou nas ideias do Keynes
03:20e falou, vamos gastar,
03:22para ver se a economia volta a funcionar.
03:24Então, ele mandava um cara abrir buraco de manhã,
03:27e outro cara abrir buraco à noite,
03:28dava um salário para esses caras.
03:31Isso, aos poucos, fez a economia pegar no tranco de novo.
03:36Circunstâncias muito especiais e únicas.
03:41Não significa que é uma receita
03:43para qualquer momento da vida econômica de um país.
03:48Mas, enfim.
03:51E é interessante,
03:52o Duda decupa os trechos do projeto da PEC,
03:59que foi assinado pelo...
04:03Alexandre Silveira.
04:04Alexandre Silveira,
04:05que é um político do PSD,
04:07e que está cotado para talvez assumir um ministério.
04:11Também é um cara próximo do Lula,
04:13e que traduz, principalmente ali na justificativa do projeto,
04:19esse ideário econômico
04:23que tem tudo a ver com a turma
04:27que cuida desse assunto no PT,
04:30Mercadante, Guilherme Melo,
04:32é toda uma escola que vem ali de Campinas,
04:34da Unicamp de Campinas.
04:35Exato.
04:36E que, quando o Lula assumiu lá atrás,
04:39em 2002,
04:40essa turma toda foi levada para Brasília.
04:44Então, agora, de novo, o mesmo movimento.
04:46Muito bem.
04:48O que mais que a gente tem de bacana,
04:50de bom para as pessoas lerem neste fim de semana, Duda?
04:54Bom, a gente tem um artigo do Adriano Gianturco,
04:57do IBMEC,
04:59ele que já deu uma entrevista para a gente aqui,
05:01é italiano, casado com uma brasileira,
05:03mas é um cara que sabe muito da diplomacia brasileira,
05:07e ele resgata o que foi a diplomacia petista no governo Lula,
05:12para daí pensar o que vai ser nesse terceiro mandato do Lula.
05:19E temos também um artigo do Hélio Frantini Neto,
05:22o Hélio que também já deu uma entrevista para a gente,
05:26falando superinteressante que a nossa independência
05:31teve muita guerra, não foi muito pacífica,
05:34mas ele também já fez um outro artigo para a gente
05:36sobre por que a gente virou um império.
05:38Então, agora, é a terceira participação dele,
05:42que é essa coisa de que a gente, na verdade,
05:45já estava separado antes da independência.
05:50Enfim, o Brasil já tinha deixado de ser uma colônia
05:52antes de virar da independência propriamente dita.
05:58Está bem explicado, ele é bem didático.
06:02É uma boa sacada, uma tese interessante.
06:05E ali no texto dele, ele promete mais um artigo,
06:09vou falar com ele de novo, vamos ver se vem,
06:10porque ele escreve super bem, é gostoso.
06:13Eu adoro história em publicações jornalísticas,
06:20eu acho que dá um tempero bom para qualquer publicação.
06:24Você e os nossos leitores,
06:25a gente lê os comentários de vocês nas matérias,
06:29aliás, assine a Cruzoé.
06:31Ah, sim!
06:31Mas a gente lê sempre.
06:35Mas o importante é comentar rápido também,
06:38porque se não, passou uma semana, a gente não lê mais.
06:40Mas os primeiros 30 comentários, a gente lê com certeza.
06:44Fale por você, filha grata.
06:47E a gente tem uma entrevista com o Milton Seligman,
06:50que é um especialista em políticas públicas,
06:55ele ensina relações governamentais no INSPER.
07:01Relações governamentais é um nome chique para lobby.
07:05E a tese do Seligman,
07:09e ele defende muito bem essa tese,
07:12é de que apesar do lobby ter uma reputação muito ruim,
07:17ser sinônimo de conchavo,
07:19de negociação feita no escurinho,
07:24com intenções maldosas, malandras,
07:29é preciso entender que o lobby tem funções positivas também.
07:36E ele diz, olha, o lobby ajuda a melhorar o governo.
07:40Entre outras razões, porque traz mais informação
07:44para os tomadores de decisão,
07:47eles ficam mais cientes dos interesses,
07:52das dificuldades que qualquer ação pode acabar trazendo,
07:58ou em que ela pode acabar resultando.
08:01E por que a gente foi ouvir o Milton Seligman sobre esse assunto?
08:08Porque a gente não chegou a comentar,
08:12mas depois de 15 anos parado no Congresso,
08:18finalmente um projeto que regulamenta o lobby começou a andar.
08:22Ele foi aprovado na Câmara e agora foi enviado para o Senado.
08:28E é um pleito antiquíssimo esse de regulamentar o lobby,
08:32para que haja mais transparência,
08:34para que quem visita quem, com quais intenções,
08:39com quais propostas, com quais interesses,
08:41fique registrado e visível para todos.
08:44Esse é um pleito antigo.
08:46E agora parece que finalmente a gente vai ter o lobby
08:49regulamentado no Brasil.
08:51Ele disse que é importante que o Senado
08:53pegue o texto que veio da Câmara,
08:57discuta, faça consulta pública, enfim.
09:01Tem coisas para melhorar no texto,
09:04mas ele está animado com o fato de que
09:08um processo que começou, como eu disse lá atrás,
09:1115 anos atrás, em 2007,
09:13pode finalmente ter um desfecho.
09:16E é um passo na melhora da governança pública,
09:21é um passo na melhora, inclusive,
09:24da crença que as pessoas possam ter
09:26na honestidade dos nossos gestores.
09:30É isso, né, Duda?
09:32Temos artigos, as notas,
09:34artigo divertidíssimo do Hugo Goiaba,
09:36muito divertido do Alexandre Soares também.
09:40Está bem, tem bastante coisa para vocês
09:42se divertirem nesse fim de semana.
10:00E aí, Duda?
10:01Tchau, tchau.
10:02Tchau, tchau.
10:03Tchau, tchau.
10:04Tchau, tchau.
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