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Em meio à pressão popular contra a PEC da Blindagem, a CCJ do Senado barrou, por unanimidade, o texto aprovado pela Câmara.

Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Dennys Xavier comentam:

Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00O sepultamento por unanimidade da PEC da blindagem na Comissão de Constituição e Justiça CCJ do Senado Federal serve não apenas para impedir novas formas de proteção da bandidagem neste país já marcado pela corrupção, pela violência e pela impunidade,
00:17mas também para lembrar ao povo brasileiro que a pressão popular, eventualmente, funciona. Ninguém incendiou, invadiu ou depredou prédio público, nem planejou golpe de Estado, nem ameaçou de morte as autoridades envolvidas,
00:32muito menos articulou sanções com o governo estrangeiro para que o texto aprovado na Câmara dos Deputados fosse derrubado.
00:39Analistas, cidadãos e políticos contrários à medida apenas manifestaram sua posição nas redes sociais, em setores da imprensa, nas ruas,
00:47nas pesquisas de opinião e no Congresso, criticando os deputados que votaram a favor da PEC, refutando suas alegações e cobrando dos senadores que enterrassem a proposta.
00:57O jornalismo fez a sua parte, claro, esclarecendo o conteúdo do texto da PEC da blindagem, que previa, em votação secreta,
01:04a decisão da Casa Legislativa sobre abertura de processos criminais ou ordens de prisão contra parlamentares.
01:11Ou seja, eles só poderiam ser processados por qualquer crime dos quais fossem acusados, caso seus pares permitissem.
01:19A pressão popular levou vários deputados, como Pedro Campos, do PSB de Pernambuco, Silvie Alves, da União Brasil de Goiás,
01:27e Mário Negromonte Júnior, do PP da Bahia, a gravarem vídeos tentando explicar o voto sim que deram na Câmara.
01:34O senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, por exemplo, ainda retirou seu voto separado à PEC,
01:40alegando o seguinte na sessão da CCJ.
01:43Abro aspas.
01:43Eu preciso reconhecer que a população, não falo de esquerda, falo de direita, esquerda e centro,
01:49entrou em contato conosco e nós precisamos estar sensíveis às vozes das ruas.
01:54Se tem uma parte boa nessa PEC, que foi proposta pelos nobres colegas da Câmara,
01:58foi infelizmente recheada com componentes que envenenam a massa.
02:01É inacreditável que voto secreto volte a ser, perdão, é inacreditável que voto secreto volte a esta casa para ser discutido.
02:10Fecho aspas.
02:12Já o senador Sérgio Moro, da União Brasil do Paraná, chegou a apresentar uma emenda à proposta
02:16para exigir autorização prévia da Câmara ou do Senado para abertura de investigações contra congressistas
02:22somente em casos que envolvam crime contra a honra ou qualquer imputação fundada exclusivamente em opiniões,
02:30palavras e votos do parlamentar.
02:32Mesmo assim, Moro preferiu não insistir no tema.
02:37Abro aspas.
02:38Ficou aqui claro que o debate nesta PEC está contaminado.
02:41Não há condições de discutir com serenidade esse tema da imunidade parlamentar material.
02:46Penso que poderíamos avançar, mas o relator, Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, não acolheu a emenda.
02:53Não vou insistir na PEC neste momento,
02:55mas rogo aqui nesta casa que nós possamos discutir esse tema com a devida liberdade,
02:59com a devida serenidade em outro momento.
03:01Fecho aspas.
03:02Moro frisou sua rejeição ao restante do texto,
03:05bem como seu histórico de combate à corrupção e à criminalidade em geral.
03:09Não é de hoje que a pressão popular eventualmente funciona,
03:13e nem se restringe ao Congresso esse poder que emana do povo.
03:17Em 30 de agosto de 2007, a Folha revelou um flagrante envolvendo Ricardo Lewandowski.
03:23Em conversa telefônica, na noite do dia 28,
03:26ele reclamou da interferência da imprensa no resultado do julgamento
03:30que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados do Mensalão.
03:35Segundo o então ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado por Lula,
03:38a tendência era amaciar para o petista José Dirceu,
03:42mas a imprensa acuou o Supremo.
03:44Todo mundo votou com a faca no pescoço.
03:48Palavras do Lewandowski.
03:50E foi o único a divergir do relator Joaquim Barbosa
03:53quanto à imputação do crime de formação de quadrilha.
03:57Lewandowski aliviou.
03:58Como comentei ao lembrar desse episódio, no meu artigo de junho de 2024,
04:02as trocas de zap entre ministros do STF,
04:06aspas,
04:06bons tempos aqueles em que a imprensa acuava ao Supremo
04:09e impelia os ministros a fazerem o certo,
04:12votando com a faca no pescoço contra corruptos poderosos.
04:16Hoje, estão todos impunes.
04:18Fecho aspas.
04:18Sim, porque a pressão popular é enfraquecida
04:22quando a sociedade se deixa levar pelo populismo
04:25e se divide em nós contra eles,
04:27com cada lado passando a blindar
04:28não a própria sociedade contra criminosos,
04:31mas sim seus políticos de estimação
04:33que cometem crimes contra os brasileiros.
04:36Setores da mesma esquerda que se manifestou contra a PEC da blindagem
04:40blindam historicamente envolvidos no mensalão, no petrolão
04:43e agora no roubo dos aposentados.
04:45O bolsonarismo, que votou a favor da proposta,
04:48ainda passa pano para rachadinhas,
04:50compras de imóveis com dinheiro vivo e golpismo.
04:54Não sejamos ingênuos, portanto.
04:56A PEC da blindagem foi enterrada
04:58somente porque o descaramento
04:59ultrapassou os amplos limites de tolerância
05:03de um povo ainda dividido
05:05e, por isso mesmo,
05:07incapaz de imaginar a força que teria
05:09se exercesse diariamente,
05:11junto à equipe do portal O Antagonista,
05:13a vigilância independente,
05:15democrática e pacífica
05:17sobre todas as formas de poder.
05:20Ricardo Kertzmann.
05:22Opa!
05:23É o costume,
05:24é o costume, Denis Xavier,
05:25de falar Ricardo Kertzmann logo depois
05:27do editorial,
05:28porque ele participa virtualmente
05:30e a gente chama primeiro
05:33o colaborador virtual,
05:35mas hoje é Denis Xavier,
05:37perdão,
05:38nosso PHD em filosofia,
05:39o nosso filósofo,
05:40porque ele sempre traz grandes insights
05:42aqui ao programa.
05:42O Ricardo diria o seguinte,
05:45que texto extraordinário,
05:47que baita abertura.
05:50Existe essa tese já muito bem trabalhada,
05:53segundo a qual políticos,
05:56especialmente os políticos brasileiros,
05:58a gente que acompanha a política de perto
05:59aqui no nosso país,
06:00a gente sabe muito bem do que estamos falando,
06:02é que a ideologia, princípios,
06:05essas coisas não contam tanto assim
06:08para os políticos.
06:09Eu já repeti uma frase aqui do Thomas Sowell
06:12diversas vezes,
06:14Thomas Sowell que está velhinho,
06:16está com seus noventa e tantos anos,
06:17mas é um grande economista,
06:19um grande pensador norte-americano,
06:20que ele diz que políticos,
06:22eles têm duas preocupações fundamentais.
06:25A primeira é se eleger
06:26e a segunda é se reeleger.
06:29Qualquer terceira preocupação
06:30está muito distante disso.
06:31Então eles estão ouvindo o tempo inteiro,
06:33eles estão muito sensíveis.
06:35E quando você tem uma pauta
06:37que vai para as ruas,
06:40que tem essa repercussão que teve,
06:42e que ultrapassa os muros
06:44de direita, esquerda, centro,
06:47você vê o resultado aparecendo.
06:48Então fica essa lição
06:50que não é uma questão de ideologia,
06:53é uma questão de adestrar bem o político
06:56para que ele faça a coisa correta.
06:58Então o político vai fazer
07:00aquilo que ele é estimulado a fazer
07:02para se reeleger.
07:04Houve uma fala,
07:05salvo engano de um deputado federal
07:06e o Felipe,
07:07que tem essa memória
07:08irritantemente prodigiosa,
07:10talvez ele se lembre,
07:12teve um deputado que falou
07:13é, mas não tem importância nenhuma,
07:15vamos fazer o que a gente vai fazer,
07:17porque esse negócio de voz da rua,
07:18a gente sempre é reeleito.
07:21Então os caras se sentem
07:22muito confortáveis,
07:24porque eles têm dinheiro na mão,
07:27um poder extraordinário,
07:29e se sentem muito confortáveis
07:30para fazer o que bem entendem.
07:31Mas quando a mensagem vem forte,
07:33e aí fica essa reflexão,
07:36e que adestra o político
07:37a fazer aquilo que é bom
07:38para a população,
07:39o resultado aparece.
07:41Então que fique aí esse emblema
07:42para os próximos atos.
07:45Olha, eu só não me lembro
07:46porque eu não vi essa frase.
07:47Depois eu quero que você me mostre
07:49que político é esse,
07:50que frase é essa.
07:51Duda Teixeira.
07:53Acho que a imprensa
07:55é uma das principais fortalezas
07:59da nossa democracia.
08:00Eu digo principalmente a imprensa independente,
08:04a imprensa vigilante.
08:05Nós temos sim a imprensa chapa branca,
08:08mas fora da imprensa chapa branca
08:10tem um monte de veículo,
08:11um monte de jornalista,
08:13com liberdade,
08:16não é uma liberdade total
08:18como existe em outros países,
08:19mas a gente tem sim liberdade.
08:22E quando a gente vê aqueles rankings
08:23que comparam a democracia brasileira
08:26com a democracia de outros países,
08:29o que eles dizem é isso.
08:31As nossas fortalezas são
08:32essa imprensa independente
08:35e eleições limpas e democráticas.
08:39São as principais coisas que eles apontam.
08:41E aí sim a gente consegue fazer
08:44uma força enorme lá no Congresso.
08:46A gente sabe também,
08:48pelas conversas que a gente tem
08:50com os congressistas,
08:52que eles assistem,
08:54eles estão o tempo inteiro lendo,
08:56assistem a gente aqui,
08:58compartilham os nossos vídeos,
09:01fazem isso o tempo todo.
09:03Então eles sentem muito essa pressão.
09:06E também não é a primeira vez
09:08que os congressistas deixam de fazer
09:10alguma coisa
09:11por causa de pressão de fora.
09:14Lembro que quando teve aquele,
09:16acho que era o novo ensino médio,
09:19que o governo Lula queria mudar,
09:20e teve uma pressão enorme também,
09:23não conseguiram,
09:24esqueceram da coisa.
09:27E aí comentando agora
09:28essa decisão do Sérgio Moro,
09:30o Sérgio Moro tentou ali
09:31dar um jeito
09:33para que alguma coisa
09:34se aproveitasse nessa PEC.
09:36Então, olha,
09:37vamos colocar ali a questão
09:38para a gente pelo menos
09:39proteger a opinião
09:42das pessoas que falam
09:43lá no Congresso.
09:44Mas não deu certo
09:46e retoma aqui
09:48aquilo que eu já falei,
09:49o pau que nasce torto
09:51nunca se endireita,
09:53tem uma música do Axé.
09:54Grande filosofia,
09:55grande filosofia,
09:56praticamente Platão.
09:57É o poético,
09:58é a poesia.
10:01Essa PEC tem que enterrar mesmo,
10:03jogar sal em cima,
10:04porque não tem como resolver,
10:06não tem como fazer,
10:08botar um nome diferente.
10:10A coisa já está super mal na fita,
10:16então é melhor esquecer isso
10:18e aí se quer fazer
10:19uma outra coisa mais para frente,
10:21aí começa do zero.
10:22É isso aí,
10:23como diria Aristóteles,
10:24não é mesmo,
10:25Demis?
10:26O pau que nasce torto.
10:27Eu não lembro dessa frase em grego,
10:29mas foi exatamente essa frase.
10:31Exatamente.
10:46Atenção.
10:48Atenção.
10:49Atenção.
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