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”As criadoras do candomblé no Brasil eram escravistas”, diz Antonio Risério | Cortes CD Talks
O Antagonista
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O antropólogo recupera o passado para questionar as demandas por reparação histórica.
Assista ao programa na íntegra: https://youtu.be/-zPBh4n54II
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E esse debate envolve
00:01
essa coisa dessa necessária...
00:06
Como é que chama?
00:11
É quase uma política...
00:13
É preciso indenizar
00:15
a sociedade,
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o negro hoje,
00:21
pelo que aconteceu
00:23
no passado, por toda essa
00:25
trajetória da história.
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É grávida.
00:29
Pode ver de algumas formas.
00:32
A classe dominante
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africana faz questão
00:36
de insistir nisso
00:37
para enganar
00:40
as classes dominadas na África.
00:43
Você vê o povo de Angola
00:44
na miséria. E a classe
00:46
dominante angolana disse, não,
00:48
quem criou isso foram os colonialistas
00:50
brancos.
00:52
Esse modo de dizer, eu não tenho nada
00:54
a ver com a miséria aqui
00:56
enquanto estão explorando
00:58
e massacrando o povo angolano
01:00
diariamente.
01:02
Cada vez que eu vejo uma negra
01:03
angolana gemendo de fome,
01:06
eu me lembro de outra negra
01:07
angolana que é a Isabel,
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filha do presidente de Angola,
01:10
de José Eduardo,
01:12
com suas joalherias em Genebra
01:14
e resort de luxo
01:16
no arquipélago do Cabo Verde,
01:18
que ela é dona.
01:18
com muito dinheiro
01:21
do petróleo,
01:23
da exploração do petróleo.
01:24
e diamantes,
01:26
diamantes de sangue,
01:27
como eram chamados.
01:29
Até tem um filme,
01:30
não é?
01:32
Uma outra coisa...
01:33
Aliás,
01:34
você mencionou,
01:35
Isabel,
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já me lembrei do Zé Diceu,
01:37
do PT,
01:38
de toda a relação
01:40
que eles construíram.
01:41
É,
01:42
você vê esse negócio
01:43
de denização
01:43
que fica engraçado.
01:44
Outro dia,
01:45
eu estava vendo o...
01:46
Reparação,
01:47
reparação histórica,
01:48
é o termo.
01:48
É,
01:49
reparação.
01:49
Eu estava vendo
01:50
uma...
01:50
militante do movimento negro
01:54
tentando arrancar
01:55
do Caetano Veloso
01:56
num programa de televisão
01:58
Roda Viva
01:58
uma confissão de negro.
02:01
Quando ele dizia
02:02
que não,
02:02
eu sou mulato.
02:04
O que fala
02:05
de Caetano Semestício
02:05
é um problema
02:06
para a reparação.
02:08
Pelo seguinte,
02:09
ele vai ter que tirar
02:10
de um bolso
02:11
o dinheiro
02:12
para fazer a reparação
02:14
e botar no outro
02:15
porque ele descende
02:16
de brancos,
02:17
índios e pretos.
02:19
Então,
02:20
como é que é reparação?
02:22
E se quer discutir
02:24
reparação,
02:24
por isso que eu falei
02:25
da África,
02:25
comece pela burguesia
02:27
africana,
02:27
pela classe dominante
02:28
africana,
02:30
comece pelos nigerianos,
02:33
os atuais nigerianos
02:34
que venderam escravos
02:35
para o Brasil,
02:36
os bantos venderam,
02:38
o reino do Dalmé,
02:41
existem orixás
02:43
no Brasil
02:43
por causa das guerras
02:44
entre o Dalmé
02:47
e os jorubanos,
02:49
nessas guerras
02:50
que os jorubanos perderam,
02:52
foram vendidos
02:52
como escravos
02:53
para o Brasil
02:53
e vendidos
02:54
pelos reis do Dalmé,
02:57
que inclusive
02:58
tentaram exercer
02:59
um monopólio
03:00
da exportação
03:01
de escravos
03:02
para o Brasil,
03:02
mandaram três
03:03
embaixadas reais
03:04
para tentar
03:06
conseguir isso aqui.
03:07
você olha ao mesmo tempo
03:10
aqui dentro
03:10
as grandes senhoras
03:14
veneráveis
03:15
e senhoras
03:17
e que merecem
03:18
toda a nossa admiração
03:19
que criaram
03:20
essa coisa
03:20
do candomblé
03:21
no Brasil,
03:23
todas eram senhoras
03:24
escravistas
03:25
e a Anassou
03:27
que criou
03:29
o primeiro terreiro
03:30
queto do Brasil
03:31
era uma senhora
03:32
de escravos,
03:34
inclusive
03:34
entre as escravas
03:35
dela estava
03:36
Marcelino Abatossi
03:37
que veio a ser
03:38
a primeira mãe de santo
03:39
de um outro grande terreiro,
03:41
o terreiro da Casa Branca,
03:44
o terreiro do Gantuar
03:45
famoso
03:46
no Brasil inteiro,
03:47
quem criou
03:48
foi a mãe de santo
03:49
Maria Júlia Nazaré,
03:51
casada com Francisco Nazaré,
03:53
um ex-escravo
03:54
traficante de escravo,
03:56
senhor de escravo,
03:57
ela senhora de escravo.
04:00
O candomblé da Bahia
04:01
foi uma criação
04:02
de negros
04:03
que eram senhores
04:04
de escravos,
04:05
era a elite negra.
04:10
É incrível.
04:11
Isso o movimento negro
04:13
odeia.
04:14
Na verdade,
04:15
a confusão comigo
04:16
veio quando eu publiquei
04:17
o livro
04:18
As Pretas da Bahia,
04:20
foi anterior.
04:21
Eu ia mencionar agora.
04:22
que é contando isso.
04:26
Mulheres e cristãs.
04:28
Mostrando justamente
04:29
que havia aí
04:31
uma classe
04:34
de mulheres negras,
04:36
ricas,
04:38
e que estavam acima,
04:39
inclusive,
04:40
socialmente,
04:41
das mulheres brancas.
04:43
Sim.
04:45
Elas eram,
04:47
mesmo no pagamento
04:48
de imposto,
04:50
elas estavam em segundo lugar.
04:51
primeiro vinham os homens
04:52
brancos,
04:53
depois essas mulheres negras,
04:54
que ganhavam dinheiro
04:55
no comércio.
04:57
Elas dominavam
04:57
pequeno comércio
04:58
no Brasil,
04:59
como dominavam
05:00
na África,
05:01
na Nigéria.
05:03
Agora,
05:03
a gente conta
05:04
esses casos,
05:05
daí vem um argumento
05:06
muito curioso.
05:07
Uma professora de história
05:08
da USP,
05:09
que é uma branquinha
05:10
toda cheia de culpa,
05:11
que aí fala assim,
05:12
ah, mas você está falando
05:13
de exceções.
05:15
Pretos, ricos,
05:15
eram exceções.
05:16
Eu falei,
05:16
mas minha amiga,
05:17
branco, rico,
05:18
também é exceção.
05:19
A camada
05:23
de brancos ricos
05:24
no Brasil
05:25
é uma coisinha
05:25
desse tamanzinho.
05:29
Você não pode esquecer
05:30
que no Brasil
05:32
nem todo preto
05:33
é pobre
05:34
e nem todo pobre
05:35
é preto.
05:37
Por isso que eu sou
05:37
a favor de cotas sociais.
05:41
A gente não pode
05:42
privilegiar
05:42
um segmento racial.
05:44
O senhor mencionou
05:47
essa coisa
05:48
do candomblé.
05:53
Eu tinha até
05:54
separado
05:54
um artigo
05:55
que eu li
05:56
de um estudo
05:57
da FAPESP
05:58
que eu achei
05:59
bem interessante
06:00
e que fala
06:01
da tentativa.
06:03
A gente fala
06:04
da diplomacia
06:05
de Daomé
06:06
nessa diplomacia
06:07
para tentar
06:08
esse esforço
06:09
diplomático
06:10
para tentar
06:11
fazer com que
06:12
eles tivessem
06:13
esse monopólio
06:14
da exportação
06:16
de negros
06:17
para o Brasil
06:18
e que isso
06:20
também envolveu
06:21
um esforço
06:22
daqui
06:23
de se
06:24
converter
06:26
ao catolicismo.
06:27
Na época
06:28
o rei
06:29
que tinha lá
06:30
que era o Agunglo
06:31
do rei de Daomé.
06:33
Isso aconteceu
06:34
aqui em 1796.
06:35
Eu separei
06:36
esse trecho aqui.
06:37
E ele acabou
06:38
sendo morto
06:39
por causa disso.
06:40
Antes
06:40
assumiu o filho
06:42
e o filho escravizou a mãe
06:43
que era
06:43
Inhá Agontimé
06:45
que foi vendida
06:46
a traficantes
06:48
veio para o Brasil
06:49
foi para São Luís
06:50
virou escrava
06:51
em São Luís
06:52
do Maranhão
06:52
onde foi batizada
06:54
de Maria Jesuína.
06:56
E criou
06:57
a Casa das Minas.
06:59
Pois é
07:00
exatamente
07:00
aí fundou
07:01
a Casa das Minas
07:02
importante tempo
07:03
dedicado ao culto
07:04
dos vodus
07:05
aqui no território brasileiro.
07:07
Quer dizer
07:07
se você não conhece
07:08
é tão complexa
07:10
essa
07:10
nossa história
07:12
tão rica também
07:13
do ponto de vista
07:14
antropológico
07:15
que se torna
07:17
poeril
07:18
esse debate.
07:19
O senhor deve ficar
07:19
com preguiça
07:20
de debater
07:21
isso tudo.
07:21
às vezes dá
07:25
cansaço
07:26
às vezes dá tédio
07:28
porque não adianta
07:29
também
07:30
e porque eu vejo
07:32
isso
07:32
isso sendo
07:33
cada vez mais
07:34
vai ficando mais
07:35
a desinformação
07:36
é muito grande
07:37
e não adianta
07:39
a ideologia
07:40
a ideologia
07:41
enseguece
07:42
as pessoas
07:43
botam na cabeça
07:44
uma coisa
07:45
não adianta
07:46
argumento lógico
07:47
não adianta nada
07:48
quando você
07:51
eu sempre brinco
07:52
para não dar sempre
07:53
exemplos negros
07:54
teve um momento
07:55
em que a grande
07:56
coisa de celebração
07:57
da beleza
07:59
no Brasil
07:59
não era branca
08:00
era morena
08:02
houve um período
08:03
a grande festa
08:04
em torno da mulata
08:05
na música popular
08:06
na Martini
08:07
com tudo
08:08
mas também
08:09
a grande celebração
08:11
da morena
08:12
aí não interessava
08:13
como a ideologia
08:14
deixa as pessoas cegas
08:16
não interessava
08:17
se a mulher
08:17
não era morena
08:18
então quando
08:20
Ieda Maria Vargas
08:23
é eleita
08:23
Miss Universo
08:24
era uma gaúcha
08:25
branquíssima
08:27
a imprensa brasileira
08:28
no
08:29
aviso Cruzeiro
08:30
no Rio de Janeiro
08:31
essas coisas
08:31
tratam assim
08:32
o mundo se curvou
08:34
a beleza morena
08:35
ela não era morena
08:37
a ideologia
08:38
é cega
08:39
você não vê
08:41
o que está acontecendo
08:43
de fato
08:43
e não tem diferença
08:46
entre isso
08:47
e Fernando Henrique
08:48
não vê
08:48
que tinha
08:49
mestiços
08:49
no Brasil
08:50
e agora
08:53
uma coisa
08:54
é você esquecer
08:55
que tinha
08:56
o sem sequência
08:57
da outra
08:57
é você programar
08:59
isso
08:59
o extermínio
09:01
do mestiço
09:02
no Brasil
09:03
o historiador
09:05
José Murilo
09:05
de Carvalho
09:06
escreveu um belo artigo
09:08
que ninguém
09:08
fala muito
09:09
que chama
09:10
Estatístico Genocídio
09:12
dos Índios
09:12
no Brasil
09:13
os Índios
09:15
não foram destruídos
09:16
pelos portugueses
09:17
mas o IBGE
09:17
está destruindo eles
09:19
que é o José Murilo
09:21
de Carvalho
09:22
inclusive
09:22
na Academia Brasileira
09:23
de Letras
09:24
medalhão
09:25
e tudo
09:25
e esse artigo
09:27
dele não é
09:28
faz de conta
09:30
que não existiu
09:30
isso
09:30
Fernando Henrique
09:34
só vai fazer
09:35
um mea culpa
09:35
já velhinho
09:36
depois da presidência
09:39
naquele livro dele
09:40
dos pensadores
09:41
que inventaram
09:42
o Brasil
09:42
aí ele fala
09:43
realmente
09:44
tem a mestiçagem
09:45
não sei o que
09:46
mas antes disso
09:49
fez lá
09:49
o IBGE
09:50
destruir os pardos
09:52
no Brasil
09:53
fez o genocídio
09:55
estatístico
09:56
do pardo
09:56
e a mídia
09:59
aplaude
10:00
esse genocídio
10:10
e aí
10:15
o
10:15
o
10:16
o
10:16
o
10:17
o
10:17
o
10:17
o
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o
10:17
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10:17
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10:19
o
10:19
o
10:20
o
10:20
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