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  • há 6 meses
Fernando Gabeira foi o convidado desta segunda-feira (29) no Papo Antagonista com Claudio Dantas
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Transcrição
00:00Nós tivemos dois candidatos ali que citaram de forma superficial essas duas pautas que você mencionou,
00:07a Revolução Digital, a Revolução Verde, essa coisa do emprego verde.
00:11O Felipe Dávila tocou muito nesse assunto, inclusive mencionou que a gente teria a capacidade de atrair
00:18boa parte dos 50 trilhões que ele disse que existem de investimentos lá fora para atividade nesse sentido.
00:26E a Simone Tebbit que falou um pouquinho dessa questão do digital em função justamente da pauta da educação,
00:34que é exatamente o que você está falando.
00:36Só que são candidatos que não conseguem ter reverberação justamente nesse debate, que é um debate polarizado.
00:44E aí a gente fica aprisionado em modelos antigos.
00:51O próprio Lula, o Lula falou muito da agenda ambiental que ele construiu ao longo do governo dele,
00:59aproveitou isso naturalmente para atacar o desmonte dessa agenda no governo do Bolsonaro,
01:05mas é uma agenda que está parada no tempo.
01:09Ela não compreende essas novas questões.
01:13Inclusive tive que ir recentemente com o Jorge Pontes, você escreveu o prefácio do livro dele,
01:17então ele narra no livro dele toda a estruturação do combate aos crimes ambientais,
01:24que justamente foi o que marcou esse período anterior,
01:28que é a primeira tomada de consciência da importância disso,
01:32depois o desenvolvimento de políticas específicas para reprimir, para combater o crime.
01:40Só que agora a gente está falando de outra coisa, está falando de uma nova fronteira.
01:43que, pelo que eu entendi, ela é muito apoiada nos serviços, nos chamados serviços verdes.
01:53Claro, sem dúvida.
01:55Nós estamos falando de um outro momento em que os próprios economistas mudaram o meio ambiente até algum tempo,
02:03e os recursos naturais eram apenas recursos que você adicionava à produção.
02:08Eram custos adicionais externos.
02:13Hoje o meio ambiente é visto como uma fonte de valor.
02:17Você tem, por exemplo, no interior das empresas, uma concepção de governança ecológica e social.
02:26Uma novidade.
02:27Você tem nos fundos de pensão e nos grupos investidores uma preocupação de investir também
02:33naquilo que for ecologicamente correto, porque é importante para eles.
02:39Então, a dimensão internacional do problema, no caso do Brasil,
02:46o potencial de captura do carbono, que já é uma coisa importante,
02:51o potencial do uso da floresta através do conhecimento e da tecnologia,
02:57o potencial do uso sustentável do que a floresta tem,
03:01você vê o caso da castanha e do açaí, são elementos muito claros disso,
03:06isso passa a ser, digamos assim, um ponto essencial para o Brasil.
03:12Há quem diga até que a Amazônia é o centro e o Brasil é a periferia,
03:18nesse novo mundo que está surgindo, entende?
03:22E eu acho que, compreendo, eu acho que o Dávila colocou,
03:28do ponto de vista de investimento internacional, muito bem, entende?
03:32Só que eu acho que, isso aí já é um problema,
03:35eu acho que ele valoriza muito o peso do mercado,
03:39mas ele esquece um pouco o papel do Estado.
03:43Há coisas que, por exemplo, o mercado não pode fazer.
03:47O mercado não pode tirar os garimpeiros das áreas indígenas,
03:50não pode proibir o garimpe legal, não é?
03:53Da mesma maneira, o mercado não pode resolver as questões do desmatamento
03:59que precisam ser resolvidas.
04:01Ele pode resolver na medida que ele demonstrar
04:03que a floresta em pé é mais valiosa do que a floresta que está sendo destruída.
04:10Isso é um processo didático, entende?
04:14Um processo de avanço.
04:15Mas, enquanto eles não compreendem, você tem que impedir que eles destruam.
04:20Não tem sentido.
04:21Então, o Estado tem um papel ainda.
04:23Essa articulação de Estado e...
04:26Essa articulação de Estado e iniciativa privada,
04:31uma nova articulação,
04:33é um problema que me parece um pouco ausente do debate.
04:39Eu escrevi um artigo sobre isso,
04:42baseado num livro da Mariana Mazzucato.
04:50E ela fala da necessidade de missões
04:54nas quais a iniciativa privada e o governo sejam juntos
04:58para realizar coisas.
05:00Ela até menciona o projeto Apolo nos Estados Unidos
05:03e menciona agora, e certamente agora,
05:06essa aprovação pelo Biden
05:07de um pacote de 430 bilhões de dólares
05:12para cuidar do meio ambiente.
05:14Eu falo nessa possibilidade no Brasil
05:16de a gente ter esse encontro.
05:18Por exemplo, no caso do combate à fome.
05:21O combate à fome não vai ser feito só pelo governo.
05:24O governo pode trabalhar junto com o agronegócio,
05:27pode trabalhar governo, agronegócio e agricultura familiar,
05:34governo, agronegócio, agricultura familiar e sociedade,
05:37porque a gente sabe que na sociedade
05:39ainda há muita gente que tem mais comida do que necessita
05:45e pode contribuir também.
05:47Enfim, é um processo que a gente tem que tentar avançar,
05:52mas para isso é preciso de uma certa liderança.
05:54Os Estados Unidos não teriam chegado à lua
05:58se não houvesse a liderança do Kennedy ali,
06:01que anunciou em 1962 o que iria fazer
06:04e até 1969 conseguiram, não tem isso?
06:06Eu acho que isso falta um pouco no Brasil.
06:09Hoje você definir, não um programa,
06:11porque o programa, o grande programa,
06:14ninguém lê, entende?
06:16O programa completo.
06:17Mas ideias, forças.
06:19Vamos acabar com a fome? Vamos.
06:21Vamos acabar com a brecha digital? Vamos.
06:24Vamos desenvolver a Amazônia de uma forma sustentável?
06:28Vamos.
06:29E vamos por aí tentar resolver essas questões.
06:32Eu acho que o debate ainda não está muito
06:36e bem encaminhado nesse campo, Cláudio.
06:54Amazônia de uma forma sustentável?
06:58Amazônia de uma forma sustentável?
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