- há 6 meses
A turma do velho Manhattan Connection foi hospedada em O Antagonista. O pretexto foi a pesquisa presidencial da Quaest, realizada por Felipe Nunes para o banco Genial.
Lucas Mendes, Caio Blinder e Diogo Mainardi conversaram com o próprio Felipe Nunes sobre o derretimento (definitivo) de Jair Bolsonaro, a dianteira (provisória) de Lula e as chances (reais) da Terceira Via, com Sergio Moro e Eduardo Leite.
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Lucas Mendes, Caio Blinder e Diogo Mainardi conversaram com o próprio Felipe Nunes sobre o derretimento (definitivo) de Jair Bolsonaro, a dianteira (provisória) de Lula e as chances (reais) da Terceira Via, com Sergio Moro e Eduardo Leite.
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, é muitíssimo bom ter vocês aqui,
00:13Lucas Mendes, Caio Blinga, Felipe Nunes.
00:16Eu estava morrendo de saudades do Manhattan Connection,
00:21programa do qual eu fui demitido
00:23depois de mandar o Cacai tomar no cu,
00:26muito simpaticamente.
00:27Mas não é esse o propósito da nossa conversa.
00:32A gente está aqui...
00:34Lucas, você é o melhor apresentador da TV brasileira.
00:39Por favor, eu passo a bola para você.
00:40Fico calado aqui, quieto, até o fim do programa.
00:44Nós três estamos aqui de penetra
00:46na ratoeira do antagonista e nos sentindo.
00:51Somos marratazanas em casa.
00:54Sinta-se em casa.
00:56Obrigado por nos receber.
00:57E aí o assunto queijo de hoje é oferta do Felipe Nunes,
01:02que é uma pesquisa de uma série que vai até as eleições
01:08sobre a popularidade dos candidatos,
01:12sobre os candidatos, enfim, sobre a política brasileira.
01:15E a gente começa pela popularidade do Bolsonaro,
01:20que está sendo ruída agora pela inflação.
01:23Então, Felipe, por que a inflação agora
01:25e o que comia a popularidade dele antes?
01:30Lucas, já estava com saudade também.
01:32E olha que era menos tempo que a gente não estava fazendo essa brincadeira.
01:36Então, que bom estar aqui de novo.
01:38Um abraço, Diogo.
01:39Obrigado por nos receber.
01:40E ao Caio também.
01:41Então, Lucas, a pesquisa que foi publicada hoje,
01:46é a quarta rodada da pesquisa Genial Quest,
01:49mostra que a avaliação negativa do presidente Bolsonaro
01:53saiu de 48 em setembro para 53 pontos agora, em outubro.
01:58A avaliação positiva, que era 23, caiu para 20.
02:02Ou seja, de fato, há uma avaliação consistentemente negativa
02:06nesse momento em relação ao presidente Bolsonaro.
02:09E aí, como você mesmo anunciou, o que pode explicar isso?
02:12Hoje não é a pandemia,
02:14hoje não se trata de nenhuma discussão ideológica,
02:17não é o tema da corrupção,
02:19não tem nada a ver com os movimentos do presidente
02:22em relação ao 7 de setembro,
02:24a carta do Temer ou qualquer coisa do tipo.
02:27O que explica esse resultado
02:29é a variação da percepção das pessoas
02:31em relação à alta dos preços
02:34e a maneira como esses preços estão chegando
02:37nas casas, nos domicílios das pessoas.
02:40Até três meses atrás, quando a pesquisa começou, Lucas,
02:43o principal problema, na opinião das pessoas do país,
02:47era a saúde pública e a pandemia.
02:50Isso vem caindo ao longo do tempo
02:53e hoje a economia é que toma o lugar central nesse processo.
02:58E aí a gente se pergunta, mas o que na economia?
03:01Então, a gente foi investigar isso, Lucas,
03:03e é muito claro, a inflação, a preocupação com a inflação
03:07está aumentando a cada mês dessa rodada da pesquisa.
03:11era 2% lá em julho, agora já são 10%.
03:17Então, tem uma variação realmente significativa,
03:20enquanto os outros atributos continuam estáveis.
03:24Me parece, Lucas, que esse é o principal problema.
03:27Por quê?
03:29Por que ele anuncia-se como um desafio no caso do governo?
03:34Porque ele mexe com aquele voto,
03:35que é o voto mais pragmático do eleitor,
03:37o eleitor mais pobre, o eleitor de baixa renda,
03:39que precisa, que está sentindo na pele
03:42os efeitos desse aumento de custos.
03:44E isso, claro, acaba rebatendo na avaliação do governo.
03:48Lembrando James Carville,
03:50it's the economy stupid.
03:51Parece que a economia está realmente comendo
03:53a popularidade do presidente.
03:56Não faz sentido se a pandemia está caindo,
03:59se os casos estão diminuindo,
04:00as mortes estão diminuindo,
04:02e os preços estão subindo.
04:04Muda toda a química, não é, Diogo?
04:07Diogo, o seu jornal é um fenômeno,
04:09é um jornal que fura ele mesmo.
04:13Não é culpa minha.
04:15Eu não faço nada.
04:16Eu fico aqui sem fazer nada.
04:20O pessoal é muito bom, o pessoal trabalha.
04:22Rala.
04:23Roubaram a pesquisa do Felipe.
04:28Vazaram a pesquisa dele, sinto muito.
04:32Não fui eu, eu não passei nada para ninguém.
04:35É da vida, é da vida.
04:37Felipe, um dado interessante da tua pesquisa
04:40é que toda essa rejeição é muito uniforme.
04:44Antigamente, a gente tinha uma rejeição muito forte
04:47no Nordeste, por exemplo,
04:48entre as mulheres,
04:50entre determinadas classes sociais.
04:52Agora está tudo meio equalizado
04:54em todas as regiões do país.
04:56Vi que no Centro-Oeste despencou a popularidade dele,
04:59mas também no Norte, no Sul,
05:01onde os redutos dele,
05:03entre os homens,
05:04caiu muitíssimo.
05:06E a coisa se tornou,
05:07provavelmente por esse motivo,
05:09a economia sendo um fator comum
05:12a todos os brasileiros,
05:14independentemente da região,
05:15independentemente do sexo,
05:20acho que isso deu uma nivelada
05:23na rejeição dele.
05:25Sim, é isso mesmo, Diogo.
05:28Até pouco tempo,
05:29a gente conseguia diferenciar bem
05:31a base bolsonarista.
05:33Ela conseguia, por exemplo,
05:34no Centro-Oeste ser majoritária,
05:38em alguns extratos de renda
05:41também ser majoritária,
05:42os mais altos.
05:43O que essa pesquisa revela
05:44é que a economia, de novo,
05:46que baliza a vida de todo mundo
05:48de maneira uniforme,
05:49ela está se tornando realmente
05:51uma âncora para o presidente,
05:53que, Diogo, é impressionante,
05:56fala cada vez menos desse assunto.
06:00Eu costumo dizer que ganha a eleição
06:03àquele candidato que consegue resolver
06:05na cabeça do eleitor
06:06o principal problema dele.
06:08E o que a gente vê hoje
06:08é que o presidente está falando
06:10de temas que não são os temas
06:11que se preocupam as pessoas.
06:13Isso gera um distanciamento
06:15e esse afastamento
06:17acaba aumentando a sua rejeição
06:20em todos os traços.
06:20A Michelle Bolsonaro está resolvendo
06:23o problema da economia
06:24dos amigos dela, não é?
06:26Ainda dirá, me caixa?
06:28Ela resolveu esse problema.
06:32Felipe, nem essa pilantragem
06:35da própria família Bolsonaro,
06:37isso não aparece como relevante
06:39corrupção?
06:41Parece que na sua pesquisa
06:42já não é um tópico
06:44tão importante como era antes.
06:46Então, Lucas,
06:47essa é uma ótima pergunta.
06:49Aí eu quero dar dois dados
06:50que são importantes.
06:51Primeiro,
06:52o tema da corrupção
06:54é o principal problema do país
06:56para 10% das pessoas.
06:58Para que a gente entenda
06:59comparativamente,
07:0144% dos entrevistados
07:03dizem que a economia
07:03é o principal problema.
07:04Então, quatro vezes mais
07:05no caso da economia.
07:07No caso da saúde,
07:0824%, duas vezes mais.
07:10Então, isso dá um pouco
07:11o tom do que está sendo discutido,
07:14do que está pautando,
07:15qual é a agenda
07:16na cabeça das pessoas.
07:18E aí, Lucas,
07:19quando a gente pergunta,
07:20isso é bem interessante,
07:21quando a gente pergunta
07:22para as pessoas
07:22quem é o principal candidato,
07:25quem seria o melhor candidato
07:27capaz de resolver
07:28os problemas do país?
07:30Por exemplo,
07:31o tema da economia,
07:32da volta do emprego.
07:34As pessoas dizem Lula.
07:36Quando a gente pergunta
07:37quem seria a melhor pessoa
07:39para lidar com o tema
07:42da pandemia,
07:43também seria o Lula.
07:44o Mandetta aparece um pouco.
07:46No caso da corrupção,
07:48Bolsonaro e Moro,
07:49eles têm um destaque maior,
07:52aí juntos com o Lula,
07:54entre as pessoas
07:55que poderiam resolver
07:56esse problema.
07:59O desafio é que não é isso
08:00que as pessoas estão pensando,
08:01não é isso que as pessoas
08:02estão ponderando
08:03como sendo mais relevante.
08:04Então, acaba não fazendo
08:05tanta diferença.
08:07Então, nem no sentido
08:08da família do presidente,
08:11nem no sentido
08:11de qualquer outro escândalo
08:12do passado,
08:13nada disso
08:14acaba tendo efeito
08:17sobre a percepção
08:19das pessoas nesse momento.
08:20Porque a crise econômica
08:22é realmente muito grave.
08:24O Caio, você está calado aí.
08:26Não, mas estou pensando alto.
08:27Estou pensando alto.
08:29Primeiro, eu queria agradecer
08:30para o Diogo
08:31esse convite
08:32e lembrar
08:33como a gente foi
08:34pé frio.
08:35a última vez
08:36que o Diogo
08:36nos acolheu
08:37na casa dele.
08:38Aliás, o Diogo
08:38estava com a gente,
08:39conosco, em Nova Iorque.
08:40Na casa do Lucas.
08:42Na casa do Lucas, né?
08:43Mas era no antagonista.
08:44Foi no dia
08:45da eleição do Trump,
08:47em 2016.
08:49E os bolsotrumpistas
08:50fizeram uma farra,
08:51pegaram uma foto nossa,
08:53fora de contexto,
08:54todo mundo com cara de bunga.
08:56E ficaram gozando
08:58da gente até hoje.
08:59Então, a gente tem que ficar
08:59mais animado,
09:01apesar de tudo,
09:02para não achar
09:02que nós temos
09:03cara de bunga.
09:03A foto nossa
09:04com cara de bunga
09:05nem precisa ser
09:06fora de contexto.
09:08Mas ali, realmente,
09:10uma foto clássica
09:12que virou a foto,
09:14a conexão
09:15cara de bunga.
09:16Mas aí,
09:17duas coisas
09:19sobre o assunto
09:21que nos deixa
09:21com cara de bunga,
09:22que é o Bolsonaro,
09:23agora,
09:24é o seguinte.
09:26Na pesquisa,
09:27mostra que,
09:27apesar de tudo,
09:28a menor taxa
09:29de rejeição dele
09:30é entre a população
09:31que ganha
09:32acima de cinco salários mínimos.
09:33E o segundo
09:34que me deixou
09:35intrigado,
09:36o brasileiro
09:36é um otimista,
09:38mostra o grande número
09:39de entrevistados
09:40na pesquisa
09:41que vêem
09:41um horizonte
09:42melhor adiante
09:43na economia,
09:44no emprego, etc.
09:45Então,
09:46há uma oportunidade.
09:47Se a economia melhora,
09:48ele melhora também.
09:49Agora,
09:50é óbvio que,
09:50quanto mais se fala
09:51de corrupção,
09:53apesar de não marcar,
09:55isso é bom para o Lula,
09:55porque,
09:56se tem dois corruptos
09:58na história,
09:59pelo menos vamos escolher
10:00o corrupto
10:00que vai resolver
10:01os outros problemas.
10:01Então,
10:03nesse ponto,
10:04a corrupção ajuda muito
10:05o Lula,
10:05porque ofusca
10:06o prontuário
10:07do Lula.
10:09Então,
10:09tudo é bom para o Lula
10:10nessa história.
10:11Sobrou cerveja
10:12que a gente tinha,
10:14a teoria nossa
10:15era que o voto hispânico
10:17ia dar a vitória
10:19para a Hillary.
10:21Então,
10:21a gente se entupiu
10:22de comida
10:23e cerveja mexicana.
10:24tem cerveja até hoje.
10:26Então,
10:26na próxima eleição...
10:29O Trump já...
10:30Eles estão com o Biden ainda.
10:31Eles estão tomando tequila
10:34com o Trump.
10:36Mas,
10:37Felipe,
10:38quer dizer,
10:38da terceira via,
10:40Felipe,
10:40quem mais pinta?
10:41Quer dizer,
10:41você disse que o Moro
10:42só aparece na hora
10:45que o assunto é corrupção,
10:47mas quem mais aparece
10:49na economia?
10:50É só o Lula
10:51para gerar emprego?
10:53No tema
10:56das responsabilidades,
10:58Lucas,
10:58o Lula é
10:59o favorito.
11:01E eu acho que isso faz sentido.
11:03O fato de ele estar
11:03liderando as pesquisas
11:04tem a ver com o fato
11:05de ele ser,
11:06na cabeça do eleitor,
11:07aquele capaz
11:07de resolver os problemas.
11:09Agora,
11:09o que a pesquisa mostra
11:10de relevante, Lucas,
11:12no caso da terceira via,
11:13é que há demanda
11:15para a terceira via
11:16e é uma demanda
11:17que cresceu
11:17de setembro para outubro,
11:19mas a oferta
11:20ainda não se constitui
11:21como uma oferta
11:22incrível.
11:25Deixa eu dar um exemplo,
11:27Lucas.
11:27O Lula tem...
11:2842% dos entrevistados
11:30dizem que gostaria
11:31que o Lula
11:32vencesse a eleição,
11:33independentemente
11:34em quem vai votar.
11:3623% dizem
11:38que gostaria
11:39que o Bolsonaro ganhasse.
11:41E 29% dizem
11:42que gostaria
11:43que nem Lula
11:44nem Bolsonaro
11:45vencessem.
11:46Ou seja,
11:46quase 30%
11:48do eleitorado
11:48está em busca
11:50de um nome.
11:51Mas são tantas
11:52as opções
11:52que acontecem
11:54aquilo que eu chamo
11:55do problema do menu.
11:56Você chega num restaurante,
11:57seja ele mexicano,
11:59italiano,
11:59tem tanta opção,
12:01você acaba pedindo
12:02de sempre.
12:03E isso está sendo
12:04algo ruim
12:05para a viabilidade
12:06da terceira via.
12:07Vai mudar isso,
12:08Felipe.
12:09Quando o Moro
12:09entrar na disputa,
12:10vai mudar,
12:11porque as coisas
12:11vão se afunilar,
12:13vão se concentrar.
12:14E ele tem grande chance
12:15de ser eleito presidente,
12:16porque ele vai somar
12:17justamente essas duas
12:18categorias.
12:20Quer dizer,
12:20nem Lula
12:21nem Bolsonaro,
12:22depois os bolsonaristas
12:23no segundo turno
12:24vão apoiá-lo,
12:25porque obviamente
12:26são antipetistas,
12:28vão acabar apoiando
12:29o Moro
12:30quase por inércia,
12:32por necessidade,
12:33por exclusão.
12:35O desafio
12:36do Moro,
12:36Diogo,
12:37só para não deixar
12:38passar essa,
12:39Lucas,
12:39é que a rejeição dele
12:40é muito alta hoje.
12:42Na pesquisa,
12:43o Bolsonaro
12:43tem 65%
12:45e ele tem
12:4559%.
12:47uma rejeição
12:48muito maior
12:48do que a que o Lula
12:49tem hoje,
12:49que é de 43%.
12:50Ou seja,
12:52o Moro é hoje,
12:53sem dúvida nenhuma,
12:54o candidato
12:55da terceira via
12:55mais competitivo.
12:57Quando ele é incluído
12:58no cenário
12:58de primeiro turno,
13:00ele consegue aparecer
13:01numericamente
13:02acima até do Ciro Gomes,
13:03que é um nome
13:04que está meio
13:05estático,
13:05entre os 10 pontos.
13:07O Moro,
13:07então,
13:07se destaca,
13:09mas ele tem
13:09um grande trabalho
13:10para fazer
13:11de redução
13:11de rejeição.
13:13Mas é o único
13:14que não está fazendo
13:15campanha também,
13:16o único
13:16que nem está
13:18no Brasil
13:18para fazer
13:19campanha
13:19e ele tem
13:21um nível
13:21de desconhecimento
13:23ainda de 13%.
13:24É muita gente
13:25que não conhece
13:25o Moro,
13:2613%
13:26é um bocado
13:27de gente.
13:28Jogo,
13:28de onde vem
13:29essa certeza
13:30que você acha
13:31que ele vai ser
13:31candidato?
13:33Eu acho
13:33que vai haver
13:34uma rejeição
13:35absoluta
13:36pelo passado.
13:38Esses dois
13:38candidatos
13:39representam
13:39o passado.
13:40acho que o brasileiro,
13:42como todo mundo,
13:44todo o resto
13:45do mundo,
13:46vai querer,
13:47depois da pandemia,
13:48sobretudo,
13:49mudar,
13:52vai querer
13:52uma novidade,
13:53vai querer
13:54recomeçar
13:55a própria vida
13:56com um discurso novo,
13:58com uma cara nova,
13:59com uma equipe nova,
14:01não uma coisa
14:02velha,
14:05já testada,
14:07condenada e presa
14:08como Lula,
14:09não criminosa
14:11como Bolsonaro,
14:12com os 600 mil mortos
14:13que ele vai levar
14:15no lombo.
14:16Acho que tem
14:17uma chance
14:17gigantesca
14:19para o Moro,
14:20espero que ele
14:21se candidate.
14:23Eu vejo
14:24uma grande chance
14:25para ele.
14:25Agora,
14:26Lucas,
14:27posso fazer
14:27um comentário rápido?
14:28Só quero saber
14:29o seguinte,
14:30por que a rejeição
14:31do Moro
14:32é tão alta?
14:33Qual foi
14:34o crime do Moro?
14:36O crime do Moro
14:37é que
14:37ele bateu
14:38no Lula
14:38e prendeu
14:40o Lula
14:40e denunciou
14:42o golpe
14:43do Bolsonaro.
14:44Ele fez
14:45uma denúncia
14:46pública
14:46do golpismo
14:47do Bolsonaro,
14:49mostrou
14:49no telefone
14:50celular dele
14:51as mensagens
14:52golpistas
14:54do Bolsonaro,
14:55tentava aparelhar
14:56a Polícia Federal
14:57para blindar,
14:58proteger
14:59ele próprio,
15:01filhos,
15:02centrão.
15:04Acho que
15:04isso daí
15:05obviamente
15:06provocou uma rejeição
15:07muito grande
15:07entre aqueles
15:09que votam
15:09no Lula
15:10e que votam
15:10no Bolsonaro,
15:11mas isso pode
15:12ser mitigado
15:13pela presença dele.
15:17Entre os
15:17bolsonaristas,
15:18mas o Felipe
15:20acaba
15:20de nos dizer
15:21que há
15:2230%
15:24à espera
15:25de um outro
15:26candidato,
15:27que é um número
15:28alto, hein, Felipe?
15:29Ou não?
15:29Um número muito alto.
15:31Lucas,
15:31a rejeição
15:32do Moro
15:32é a rejeição
15:33de quem
15:34é lulista
15:35e bolsonarista,
15:36ele desagrada
15:37os dois mundos,
15:38né?
15:38Então,
15:39quando você desagrada
15:39dois mundos,
15:40você acaba
15:40tendo uma rejeição
15:42mais alta.
15:44No caso...
15:44Felipe,
15:45no caso do...
15:46O Diogo falou
15:47que o Brasil
15:48quer uma cara nova,
15:49não quer nem Lula,
15:49nem Bolsonaro,
15:51existe um wishful thinking
15:52um pouco mais
15:53à esquerda,
15:54um Brasil mais...
15:55que acha o Moro
15:56muito de direita,
15:58um cara muito careta,
15:59o Eduardo Leite,
16:00que ainda,
16:01em termos de pesquisa,
16:02é café com leite.
16:03É.
16:04E a ideia
16:05que ele seria,
16:06inclusive dentro do PSDB,
16:08a ideia que seria ideal
16:09que fosse ele
16:09e não o Dória,
16:11e que no wishful thinking
16:12morava a funilar
16:13os dois nomes
16:16que iriam emergir
16:17seria
16:17do Moro
16:20e do Eduardo Leite.
16:22Mas aí está lá,
16:22está o Ciro Gomes,
16:23até o Datena está lá.
16:25Por que não o Datena?
16:26Se o Trump conseguiu,
16:27por que não o Datena?
16:29Assim, Caio,
16:30olhando para os resultados
16:32da pesquisa,
16:33os quatro nomes
16:34que nós testamos
16:35que ainda tem rejeição menor
16:38do que a rejeição do Lula,
16:40que hoje é o favorito
16:42nas pesquisas,
16:42porque está ali pontuando
16:44em primeiro lugar,
16:45são o Rodrigo Pacheco,
16:47o Eduardo Leite,
16:47o Luiz Atrajano
16:48e o Alessandro Vieira.
16:50Os quatro nomes
16:51são muito desconhecidos
16:53do eleitorado
16:54e, na minha avaliação,
16:55têm potencial de crescimento
16:57nesse processo.
16:58são os nomes,
17:00pensando na terceira via,
17:02que têm mais facilidade
17:03para se viabilizar.
17:04Agora, Caio,
17:05o problema
17:06é que a política brasileira
17:08ainda não conseguiu
17:09se coordenar.
17:10São tantos nomes colocados,
17:12eu vou repetir,
17:13vou insistir nesse ponto.
17:15São 30%
17:16que desejam
17:18a terceira via,
17:19mas são oito, nove,
17:20dez candidatos
17:21que querem se colocar
17:22nesse lugar.
17:23ou seja,
17:24se a política
17:24não se coordenar,
17:26não tem espaço
17:27para esse tanto de gente
17:28e aí a polarização
17:29vai se repetir.
17:31Então,
17:31tem um componente
17:32que é como o eleitor
17:33vai se comportar,
17:34mas tem um outro
17:34que eu acho que hoje
17:36é mais difícil,
17:37que é como é que
17:37o sistema político
17:39vai se organizar.
17:40Aquela história
17:41que você contou
17:42no começo,
17:43você vai no restaurante,
17:44você olha o menu,
17:45tem 30 pratos,
17:46você pega o de sempre.
17:49Você vai no que você conhece.
17:50Tem muito garçom,
17:51tem excesso de garçom.
17:53Que é o mais caro
17:54e dá mais indigestão.
17:58O Felipe,
17:59o que mais nessa pesquisa?
18:03O que você acha que...
18:04Lucas,
18:04eu acho que tem um ponto
18:05que eu queria ressaltar
18:06que é super relevante.
18:07Ficou-se durante setembro,
18:09essa rodada,
18:10para lembrar,
18:11é a rodada
18:11que foi feita
18:12no fim de setembro,
18:13está publicada hoje.
18:15Ela mostra
18:17que
18:18nesse mês de setembro
18:20aconteceu muita coisa
18:21no bolsonarismo.
18:23Tem o 7 de setembro,
18:25que é,
18:25para muitos,
18:26interpretado como um avanço,
18:28uma certa ameaça,
18:29depois um recuo
18:30com a carta do Temer
18:31e muitos discutiram disso.
18:34O que a gente apurou
18:35na pesquisa
18:36é que a maior parte
18:37dos brasileiros
18:38acha que o Bolsonaro
18:39errou
18:40ao recuar,
18:4344% acho que errou
18:45e 39% acho que acertou.
18:47E aí,
18:48quando você vai entender,
18:49mas se a maioria
18:50está achando que errou,
18:51as pessoas queriam
18:52um Bolsonaro mais radical,
18:53é interessante.
18:5660% praticamente
18:58dos entrevistados
18:59acham que esse recuo dele
19:00é apenas de aparência,
19:02não é verdade.
19:04Então,
19:04por isso,
19:04as pessoas estão achando
19:05que errou,
19:06ou seja,
19:06ele está deixando
19:07de ser o personagem
19:09autêntico
19:10que,
19:11em tese,
19:11levou ele
19:12à presidência
19:12da República.
19:14Então,
19:15eu acho importante
19:16destacar isso,
19:16porque muito se falou
19:17sobre,
19:18será que acertou,
19:19será que errou,
19:20as pessoas acham
19:22que ele não está
19:23sendo de verdade
19:24nesse recuo
19:26e, por isso,
19:27teria errado
19:27em fazer
19:29essa manifestação.
19:30Você sabe que aqui,
19:31eu estou surpreso
19:32que a pandemia
19:33não seja
19:34uma arma
19:36mais forte
19:36para o candidato
19:37para o próximo,
19:39porque aqui,
19:40a arma
19:41dos democratas
19:42é a tragédia
19:44do Trump
19:44que matou
19:46700,
19:47a inércia dele,
19:48a incompetência dele,
19:50morreram 700 mil americanos.
19:52Essa cobrança
19:53é um dos principais,
19:55deve ser o principal
19:57argumento
19:58do candidato
19:59democrata
20:00e dos democratas
20:01nas próximas eleições
20:03para o Congresso.
20:04No Brasil,
20:05não é...
20:06Eu não acho
20:08que seja
20:08verdade, Lucas.
20:10Eu acho que isso
20:11pode ter subdimensionado
20:12na pesquisa,
20:13porque, neste momento,
20:14o Brasil,
20:15como o resto do mundo,
20:16está saindo da epidemia.
20:18Então, ela talvez
20:18não seja uma preocupação
20:20imediata,
20:21mas que esses
20:21600 mil cadáveres
20:23estão na cabeça
20:23das pessoas,
20:24dos brasileiros,
20:25e isso detonou
20:28a popularidade
20:29do Bolsonaro,
20:30porque a inflação
20:31é um fator recente.
20:33A popularidade dele
20:34vem caindo
20:34há bastante tempo,
20:35como pode dizer
20:36o Felipe.
20:39Certamente,
20:40o que contou
20:40foi o sadismo
20:42do Bolsonaro,
20:44a sociopatia
20:45do Bolsonaro.
20:46Isso tudo
20:47certamente
20:47teve um efeito
20:48deletério
20:49e faz com que
20:50esse eleitorado,
20:51eu aposto nisso,
20:53o Felipe não pode
20:53dizer isso
20:54categoricamente,
20:55eu posso,
20:56porque sou um chutador,
20:58eu aposto
20:59que é irrecuperável
21:01esse eleitorado
21:02para o Bolsonaro.
21:03Porque ele foi
21:04manchado
21:05distante.
21:06A própria pesquisa
21:07do Felipe
21:07mostra que
21:08essa responsabilidade
21:10pela pandemia
21:10de certa maneira
21:12é diluída.
21:13Em termos de marketing
21:14do Bolsonaro,
21:15ele conseguiu diluir
21:16um pouco,
21:17atribuindo uma responsabilidade
21:18também,
21:19não só para ele.
21:20Pega-se
21:20qual o setor
21:21que acha
21:22que ele é o grande
21:22responsável,
21:24ele compartilha
21:25a responsabilidade.
21:26Então,
21:26nesse ponto,
21:27o marketing dele
21:28de ficar disparando
21:30contra governadores,
21:31etc.,
21:32ajudou
21:33a conter
21:34a hemorragia dele.
21:35Eu vou te dizer,
21:37os jornais
21:37que nós estamos lendo
21:38nos Estados Unidos
21:39estão muito furados,
21:40porque o que eu leio
21:41é que o Brasil
21:42sobre o Brasil
21:45é que o pau
21:47cai no Bolsonaro.
21:48Não,
21:48mas isso é relevante
21:49para o eleitor brasileiro.
21:51Está na pesquisa
21:52do Felipe,
21:54a responsabilidade
21:55é diluída.
21:56Está na pesquisa dele
21:57quando pergunta
21:58para o leitor brasileiro
22:00quem é o responsável
22:01pela pandemia.
22:02O que o jornal...
22:04Porque é uma pergunta
22:06tricky,
22:08não é?
22:11Quem é responsável?
22:12São os chineses,
22:13é o vírus,
22:14é evidente.
22:15É que ele é responsabilizado
22:16pelas mortes.
22:18Eu acho que isso
22:19é um fator
22:20que não pode ser apagado
22:24de maneira alguma.
22:25Mas não basta, Diego,
22:26você pega o caso americano.
22:27É criminosa.
22:28A gente vai ter
22:28a conclusão da CPI
22:30da Covid.
22:31Espero que dê
22:33pelo menos
22:34um feixe
22:35para essa...
22:37Mas isso não basta, Diego.
22:38Veja o caso americano.
22:39O Trump conseguiu
22:4045% dos votos.
22:42E tomou um cascudo.
22:43Não, não.
22:44Ele teve muito voto,
22:46o Trump.
22:47Ele teve muito voto,
22:48apesar do seu papel
22:49também comparável
22:51ao do Bolsonaro.
22:52Menos criminoso,
22:53igualmente irresponsável
22:55e menos criminoso
22:56do que o do Bolsonaro.
22:58Ele conseguiu
22:59essa proeza.
23:00É menos criminoso
23:01até porque aqui
23:02houve uma reação
23:04de uma parte
23:06dos políticos.
23:08Você teve
23:09uma divisão
23:10no país muito clara
23:11dos políticos republicanos
23:12sulistas
23:13trumpistas
23:15e uma maioria
23:17que agiu
23:18depressa
23:19com o distanciamento,
23:23com a máscara
23:23e com a vacina.
23:25Mas, no caso do Brasil,
23:26o Dória devia estar
23:27em uma situação
23:27muito mais confortável
23:28nas pesquisas,
23:29porque ele se auto-intitulou
23:31o grande general
23:32entre os governadores
23:33contra o governo.
23:35O Dória não adiantou.
23:36O Dória não adianta
23:38fazer nada.
23:39O Dória não vai ter
23:42jamais um...
23:43O que eu vejo,
23:45Caio,
23:45só para dar um pitaco
23:46nesse papo,
23:47é que,
23:48no começo
23:50da pandemia,
23:51o Bolsonaro
23:51perdeu
23:52uma parte importante
23:53do eleitorado
23:54que ele tinha
23:55por conta
23:56da pandemia.
23:57Lá atrás,
23:58em março,
23:59a popularidade dele
23:59estava muito maior.
24:01E ela só não piorou
24:02mais
24:03durante esse processo
24:04porque o auxílio emergencial
24:05serviu de colchão,
24:07que deu ali
24:07uma sustentada.
24:08mas ele perdeu
24:09muita gente
24:10que estava com ele
24:11até o segundo ano
24:12do mandato.
24:14Mas aí também
24:15tem um limite,
24:16chega um ponto
24:16que isso não avança mais.
24:18E o que está destruindo
24:19hoje
24:20essa popularidade
24:21é a soma
24:22do que ele perdeu
24:23lá atrás
24:24com a pandemia
24:24com o que ele está
24:26perdendo agora
24:27com os efeitos
24:28negativos da economia.
24:29Essa combinação
24:30no tempo
24:31está sendo muito ruim
24:32para ele.
24:33Sua pesquisa,
24:34com certeza,
24:35não teve tempo
24:35de pegar
24:36a Pandora.
24:38que é essa caixa
24:39onde tem grana
24:41de dois ministros dele,
24:44quer dizer,
24:44um ministro
24:44e um presidente
24:45do Banco Central.
24:47Mas, então,
24:48olha aqui,
24:48eu acho que o nosso tempo,
24:50embora a gente
24:51não tenha limite,
24:53eu acho que a gente
24:53cobriu
24:54uma boa parte
24:56da sua pesquisa
24:58que é extraordinária.
25:00Eu espero que a gente
25:00refaça isso,
25:01em outro lugar,
25:04onde vocês quiserem.
25:05O antagonista
25:07está aberto
25:08para vocês
25:09quando vocês quiserem,
25:11mas espero que
25:13o Manhattan Connection
25:14volte.
25:18Eu,
25:19o Caio
25:19e o Felipe
25:20temos certeza
25:21que vamos
25:22estar juntos
25:23com você
25:23outras vezes
25:25noutras telas,
25:27noutras tatoeiras.
25:29Ótimo.
25:30Não me levem
25:31para a TV Cultura,
25:32em qualquer outro lugar.
25:36Felipe,
25:37querido,
25:37muito obrigado.
25:38Eu que agradeço,
25:39Lucas,
25:39que bom revê-lo.
25:41Você, Caio,
25:41prazer conhecer o Diogo.
25:43Foi ótimo
25:44conversar com vocês.
25:45Até a próxima.
25:47Caras de bunda.
25:47Ainda não,
25:50ainda não.
25:50Espere
25:51novembro de 2022.
25:54Tem cerveja
25:55aqui para as bundas.
25:57Um abraço.
25:58Tchau.
25:59Um abraço.
26:00Tchau.
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