Cunha diz que votou PEC da Bengala para impedir novas indicações do PT para o Supremo

O Antagonista

Eduardo Cunha afirmou hoje, em entrevista ao Papo Antagonista, que a aprovação da PEC da Bengala, com apoio do Supremo, teve “motivação política”.  O texto ampliou para 75 anos a idade de aposentadoria dos integrantes do STF. Questionado sobre as reuniões realizadas com ministros, como Ricardo Lewandowski, Cunha disse: “O objetivo era evitar que o PT nomeasse novos ministros.”  O ex-presidente da Câmara afirmou que, à época, os cotados às vagas eram Rodrigo Janot, responsável pela denúncia que o afastou do cargo, além de José Eduardo Cardozo e Eugenio Aragão.  ASSINE O ANTAGONISTA+ COM DESCONTO: https://urless.in/6M3jH​ -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL​  Confira mais notícias em nosso site: https://www.oantagonista.com​  Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista​ https://www.twitter.com/o_antagonista​ https://www.instagram.com/o_antagonista

Transcript

00:00É normal essa prática em Brasília de ministros da Suprema Corte

00:05se reunirem com vescotes, com políticos, para tratar de temas de interesse deles?

00:10Bom, vamos colocar as coisas nos seus devidos lugares

00:13para não parecer que a gente está colocando atividade ilícita.

00:16Quando eu relatei o encontro do Renan com o Lewandowski,

00:21o Renan era presidente do Congresso Nacional e o Lewandowski presidente supremo.

00:25E a discussão não era a PEC da Bengada, ela já estava aprovada.

00:28A discussão era a nomeação do candidato ministro Edson Fachin.

00:34Quando você fala com vescotes, quando eu discuti a PEC da Bengada,

00:39eu fiz uma reunião pública dentro da residência oficial,

00:43aos quais os líderes partidários participaram,

00:46e todos os tribunais superiores mandaram representantes para discutir isso.

00:51Foi discutido na frente de todos.

00:53Então, eu discuti isso também, relato com o ministro Lewandowski,

00:57como presidente da Câmara e ele como presidente supremo.

01:00E, efetivamente, isso eu fiz jantar com ele e discuti isso.

01:03Então, isso não é com vescote.

01:04Isso é um relacionamento normal, institucional,

01:07daqueles que estão no exercício dos cargos.

01:10Então, eu não vi isso aí, nada de mais.

01:11Eu não vi nada de ilícito isso.

01:13Ilícito, ou talvez imoral,

01:15foi o Eduardo Cardoso tentar que eu adiasse a votação da PEC da Bengada,

01:20me propondo que eu indicasse um dos dois ministros

01:23entre as duas vagas que iriam acontecer.

01:25Isso, sim, foi imoral, ou pelo menos amoral,

01:28para que ir fora da curva.

01:30Enquanto a isso, você não perguntou,

01:33talvez você não tenha reparado nisso,

01:34mas isso aí não teve interferência nenhuma de ministro supremo.

01:37Pelo contrário, eu me revoltei,

01:39me recusei a dar seguimento a essa proposta dele.

01:42Seria muito cômodo para mim,

01:43ou eu vou indicar um dos dois ministros supremos.

01:46Mas eu já tinha aprovado o primeiro turno,

01:47eu não aceito isso de jeito nenhum.

01:49Eu não ia deixar o supremo,

01:51no momento que estava ali, eu já tendo votado o primeiro turno,

01:54eu dizia o seguinte,

01:55de repente eu resolvi não votar mais.

01:57Agora eu vou votar depois que o Marco Aurélio sair.

01:59Seria um assinte.

02:01Você lamenta aqui que tenha sido aprovada a PEC da Bengala?

02:04Não, não lamento não,

02:05porque você imagina o PT tendo a condição de nomear

02:08mais cinco ministros supremos naquele mandato,

02:10que é o que ia acontecer.

02:11Nós estamos falando no momento que a Dilma não tinha sido embichada,

02:14ela já tinha a vaga do Joaquim Barbosa,

02:16que ela estava nomeando o Fachin,

02:18e teriam cinco vagas para nomear que iam terminar até aquele período.

02:22Uma, que acabou sendo antecipada pela morte que foi do Teori,

02:26teria a da Rosa Verme, do próprio Lewandowski,

02:29a da Carmem Lúcia e a do...

02:32Não, da Carmem Lúcia não,

02:33do Celso de Mello e do Marco Aurélio.

02:35Eram cinco vagas que teria.

02:36Então, eu posso dizer que a aprovação da PEC da Bengala,

02:41ela teve um objetivo político circunstancial daquele momento

02:46para impedir que a Dilma nomeasse novos ministros.

02:49Sem dúvida nenhuma.

02:50Sem dúvida nenhuma.

02:51Que o PT nomeasse novos ministros.

02:53Foi para isso a finalidade.

02:54Para os quadros que eles iam colocar lá,

02:56seriam provavelmente Zé Eduardo Cardoso,

02:58Rodrigo Janot.

02:59Eu relato, inclusive,

03:00que um dos grandes problemas da contenda que se teve com o Rodrigo Janot

03:04é que ele queria se ocupar uma dessas vagas.

03:05E ele perdeu a chance de ir para o Supremo.

03:08Era Eugênio Aragão.

03:09Os cotados para ocupar as vagas eram essas.

03:12Zé Eduardo Cardoso, Eugênio Aragão, Rodrigo Janot.

03:14Então, se queriam evitar esses nomes entrarem no Supremo.

03:18Que a Dilma pudesse indicar mais nomes.

03:19O objetivo foi esse mesmo.

03:35O objetivo foi esse mesmo.

03:38Agradeço a fazer a ikutagem.

03:39De Tatiana Salão.

03:40O objetivo foi esse mesmo.

03:42E esse mesmo.

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