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  • há 3 meses
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O presidente Jair Bolsonaro pode nomear o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, como diretor-geral da Polícia Federal, segundo o Estadão. No Papo Antagonista desta quarta-feira, Felipe Moura Brasil analisou a possibilidade e relembrou indícios que comprovam que Bolsonaro queria interferir na PF.
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Transcrição
00:00O presidente Jair Bolsonaro planeja nomear o diretor da ABIN e amigo da família Bolsonaro, Alexandre Ramagem,
00:08como diretor-geral da Polícia Federal, segundo o Estadão.
00:11Quer dizer, pretende voltar a nomear.
00:14Ramagem é amigo íntimo, repito, da família Bolsonaro e chegou a ser nomeado ao cargo pelo presidente em abril,
00:21mas foi impedido de assumir em uma decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
00:26O ministro entendeu que, com a nomeação, Bolsonaro tinha o interesse de interferir na PF,
00:31como ficou claro no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.
00:36Aquele vídeo, repito, para quem começou a acompanhar esse programa agora,
00:41vale a pena assistir o vídeo que eu publiquei na madrugada, na manhã seguinte,
00:45a divulgação de todos aqueles vídeos de uma maneira meio aloprada por boa parte da imprensa.
00:51Eu publiquei aqui o vídeo, análise, dois pontos, os vídeos de Bolsonaro e a interferência na PF,
00:58pegando justamente os trechos relativos a esse tema e dando todo o contexto,
01:03o que aconteceu antes, o que aconteceu depois.
01:06E é óbvio, depois houve desdobramentos, vieram à tona mensagens reveladas, inclusive, pelo Sérgio Moro, etc.,
01:12que apenas confirmaram aquela análise que eu fiz aqui.
01:15Então, está lá o vídeo, no canal do Antagonista no YouTube, youtube.com.br Antagonista,
01:20os vídeos de Bolsonaro e a interferência na PF.
01:23As emissoras de TV, quando receberam todo aquele material, foram jogando.
01:27Aí apareceu lá Weintraub falando aquelas coisas,
01:30Damares falando outras, Paulo Guedes falando outras e tal,
01:34e se perdeu o foco da questão central relativa ao inquérito sobre a interferência na PF,
01:40que resultou justamente nessa publicização, nessa decisão do então ministro Celso de Mello
01:46de tornar público aquele vídeo.
01:48Eu me concentrei naquilo que interessava e gravei esse vídeo,
01:51que fica aí como documento para mostrar o que estava acontecendo.
01:56Na ocasião, Bolsonaro afirmou, abro aspas,
01:58eu não vou esperar foder minha família toda, de sacanagem ou amigo meu,
02:03porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha
02:06que pertence à estrutura nossa.
02:08Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele.
02:12Não pode trocar o chefe dele, troca o ministro.
02:15E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.
02:18Fecho aspas.
02:19Depois, olhando para o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
02:23disse, por isso, vou interferir.
02:26Olha, depois veio aquela alegação sem vergonha do Bolsonaro,
02:29de que quando ele usou a palavra segurança,
02:30ele estava se referindo à segurança física familiar.
02:34Conversa fiada.
02:34Quem vê a declaração sabe muito bem que ele está se referindo
02:39a uma força de segurança que é a Polícia Federal.
02:41Ele queria o controle da superintendência da PF no Rio,
02:44onde o inquérito eleitoral sobre o Flávio Bolsonaro,
02:47porque são dois, teve esse do Peculato,
02:50pelo qual ele já foi denunciado,
02:51tem outro do inquérito, que é o inquérito eleitoral.
02:55Esse já tentaram arquivar e tal,
02:58mas não conseguiram, não foi arquivado.
03:01Ele continua aí para percorrer o crivo
03:04de tudo isso que vem no Poder Judiciário, etc.,
03:08depois de uma investigação inicial.
03:11Então, você vê que ele fala da ponta da linha,
03:14que é quando ele se refere a alguém no Estado.
03:17Ele fala, se não puder trocar, troca o chefe dele.
03:20Quem é o chefe do superintendente da PF no Rio de Janeiro,
03:24que era o caso, na visão do Jair Bolsonaro?
03:26É o diretor-geral da PF.
03:28Não pode trocar? Troca o chefe dele.
03:30Quem é o chefe do diretor-geral da PF?
03:33É justamente o ministro da Justiça e Segurança Pública.
03:37E depois ele fala, troca o ministro.
03:39E ele estava, durante toda a reunião,
03:41ameaçando isso, fazer isso em relação ao Sérgio Moro,
03:45como depois, de fato, acabou acontecendo
03:47por justamente ele exonerar o diretor-geral da PF
03:51para colocar lá um dos seus.
03:52O Alexandre Ramagem, inicialmente, ele tentou, não conseguiu.
03:55Depois veio o Rolando Souza, que imediatamente trocou
03:57o chefe da superintendência da PF no Rio,
03:59como o Jair Bolsonaro queria,
04:01porque não é atribuição direta dele trocar superintendente.
04:04Então, assim, todo o discurso,
04:06e ainda mais a circunstância em que isso veio à tona,
04:08ele estava se referindo à investigação sobre o irmão dele,
04:11feita pela Receita Federal,
04:12que havia gerado, inclusive, desgaste dele
04:14com o Sintra, secretário da Receita, na época,
04:17que depois acabou exonerado
04:18por uma alegada divergência na CPMF,
04:21mostra a intenção deliberada do Bolsonaro
04:24de tomar o controle da Polícia Federal,
04:26justamente para poder blindar a família.
04:28Justamente com essa motivação espúria,
04:30que ainda ficou clara na manhã do dia seguinte,
04:33quando ele mandou a mensagem para o Sérgio Moro
04:35sobre uma outra investigação,
04:37que atingia aliados, deputados bolsonaristas,
04:39e poderia atingir o filho Carlos Bolsonaro.
04:41Escreveu lá mais um motivo para troca.
04:44Mais um, porque ele já tinha dado os motivos antes.
04:47E ficou claro no vídeo da reunião.
04:49E antes da reunião, ainda tinha mandado mensagem para o Moro,
04:53dizendo que não passaria daquela semana,
04:55já tinha mandado mensagem dizendo que queria
04:56pelo menos uma superintendência,
04:58umazinha só, a superintendência da PF no Rio,
05:01que podiam ficar com todas as outras,
05:03mas aquela ele queria.
05:05Era realmente muito importante para ele.
05:07O Estadão afirma que o atual diretor-geral da PF,
05:10Rolando Alexandre Souza,
05:11deve ganhar um posto de adido no exterior em breve.
05:15Sempre esses postos de adido no exterior
05:18vêm como um prêmio de consolação
05:23para quem cai para cima para sair da frente.
05:26Nunca foi o cara ideal,
05:28mas era o cara que estava disposto ali
05:31a fazer o que o Jair Bolsonaro fazia.
05:33Mas ele tem mais confiança e intimidade
05:36com o Alexandre Ramaz, que é amigo da família,
05:38que era um dos membros da PF
05:40que fizeram a segurança do próprio Jair Bolsonaro
05:43depois que ele foi eleito.
05:45Naquele intervalo entre a eleição e a posse,
05:48o presidente eleito fica com uma certa segurança.
05:50O Alexandre Ramaz fez parte daquela equipe.
05:52Quem está acompanhando com imagem,
05:53está vendo a foto dele abraçado
05:56com o Carlos Bolsonaro,
05:59num réveillon.
06:00Então está aí o filho 02 do presidente,
06:02do lado do Alexandre Ramaz,
06:06junto com mulheres,
06:07com outras pessoas envolvidas.
06:09E ali o Barbudo, no canto,
06:11a produção me corre se estiver errada,
06:12se não me engano é o Léo Índio,
06:13que é o primo do Carlos Bolsonaro.
06:16Muito bem, que já ganhou boquinhas em gabinete.
06:19Estava lá no gabinete do Chico Rodrigues,
06:20aquele que foi encontrado com dinheiro na cueca.
06:22Pois é, mas isso é um outro capítulo
06:24dessa traje comédia nacional.
06:26E como a gente mostrou em agosto,
06:27Ramaz participou de uma reunião com Jair Bolsonaro,
06:30o ministro do GSI, Augusto Helene,
06:33e os advogados de Flávio Bolsonaro,
06:35no Palácio do Planalto,
06:36para discutir uma manobra para cancelar as provas
06:39contra o filho do presidente.
06:40Quer dizer, para tentar encontrar alguma coisa
06:42que a Receita Federal fez ali,
06:44que não seja 100% regular,
06:47qualquer fio de cabelo que pudesse gerar
06:50aí uma polêmica,
06:52para tentar abafar a investigação.
06:54Então tiveram essa reunião,
06:56que é o patrimonialismo ilustrado.
06:59Gente que não distingue o que é público
07:02e o que é privado.
07:03É a máquina pública ali a serviço do interesse
07:06de um investigado,
07:07que coincidentemente é o filho do presidente da República.
07:11Aliás, o general Augusto Helene estava presente.
07:13É bom lembrar que o general Augusto Helene,
07:15quando deu depoimento à Polícia Federal
07:17no inquérito sobre a interferência na PF,
07:19ele disse que o Jair Bolsonaro
07:21nunca teve dificuldade
07:22para trocar membro da sua segurança física familiar,
07:26que é ali na ponta da linha,
07:28uma responsabilidade última do GSI.
07:31Então o general Augusto Helene também teve um limite.
07:33Ele não pôde mentir no depoimento
07:35sobre o Jair Bolsonaro ter tido uma dificuldade,
07:38que ele alegou na reunião ministerial.
07:41Ele disse na reunião ministerial
07:42que já tentei trocar gente da segurança nossa
07:45lá na ponta da linha e não consegui.
07:47É mais uma evidência
07:50de que ele se referia à superintendência da PF no Rio,
07:53que publicamente ele declarou ter o interesse de trocar,
07:57a chefia, claro, no começo da segunda metade de 2019,
08:02o que foi acompanhado e noticiado pela Cruzoé na época.
08:06Então, assim, é muita fumaça,
08:08é muita narrativa falsa de gente cínica mesmo
08:11para enganar o otário.
08:13Mas está cheio de gente aí que quer fazer o papel de otário
08:16em nome da direita, em nome do combate à esquerda.
08:19Você vai manchando até a sua linha ideológica
08:23com esse passapanismo profissional.
08:27Lamentavelmente, isso aconteceu
08:28e muito continua acontecendo
08:30no mercado da comunicação
08:32e muitas vezes incentivado pelos interesses
08:34de empresários em verbas de publicidade.
08:53E aí
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