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  • 20/06/2025
Felipe Moura Brasil analisa os contextos e escolhas de Jair Bolsonaro em relação à sua militância e ao Centrão ao longo do governo. Assista.
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Notícias
Transcrição
00:00Em 25 de agosto de 2018, durante a corrida eleitoral, distingui no Twitter minhas análises
00:05corretas sobre a iminente vitória de Jair Bolsonaro e a campanha da militância bolsonarista
00:11que buscava boquinhas no governo federal.
00:13Aspas, nada contra quem encontrou em eleger um candidato ou uma candidata o sentido de
00:18sua vida ou um meio de conseguir um cargo público, mas minha prioridade é o saneamento
00:23do ambiente cultural sem vínculo com um projeto de poder, por mais saneador que seus apoiadores
00:29o julguem, fecho aspas.
00:31Em 18 de outubro de 2018, durante o segundo turno da eleição presidencial, fiz também
00:37o seguinte alerta, aspas, todo líder popular atrai, além de pessoas de bem, uma porção
00:42de oportunistas, impostores ou malucos que podem praticar barbaridades mais cedo ou mais tarde.
00:48A diferença é que há líderes que as incentivam e outros que as desestimulam e repudiam, fecho
00:54aspas.
00:55Em dezembro de 2018, depois da eleição, veio à tona rachadinha no gabinete de Flávio
01:00Bolsonaro o primeiro baque no discurso anticorrupção da família.
01:04O primeiro ano e meio do governo, com o presidente privilegiando a ala reacionária ligada aos
01:09filhos e ajudando a fritar ministros e jornalistas que a incomodavam, apenas confirmou Bolsonaro
01:16como um líder que incentiva barbaridades reais e virtuais.
01:19Essas barbaridades se tornaram, porém, objetos de inquéritos que, bem ou mal, miram atos
01:25golpistas, fake news, ofensas e ameaças, o que rendeu até prisões, como as de uma
01:31líder de militância e de um blogueiro.
01:33E a investigação de rachadinha avançou, levando à prisão do amigo Fabrício Queiroz,
01:38convertido em domiciliar.
01:40Acuado, Bolsonaro se agarrou ao Centrão, que adora um presidente enfraquecido e com
01:45telhado de vidro, do qual possa obter boquinhas em troca de apoio contra eventual impeachment.
01:51Se esse presidente ainda contribui para a sabotagem do combate à corrupção, melhor
01:56ainda para o bloco parlamentar, dos investigados, réus e condenados.
02:00A fim de abrir espaço para o Centrão, Bolsonaro já havia substituído vice-líderes do governo
02:06na Câmara, como Daniel Silveira e Ottoni de Paula, ambos alvos do inquérito sobre atos
02:11golpistas.
02:12Agora foi a vez de substituir a escudeira Bia Kicis, usando como pretexto seu voto contra
02:18o novo Fundeb, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica, após orientação final
02:23do governo para que sua base votasse a favor.
02:26A substituição faz parte também da tentativa de Bolsonaro de se apropriar do crédito
02:31pelo Fundeb, como fez com o auxílio emergencial, servindo para dar a impressão de que o governo
02:37queria muito a aprovação do texto, que inicialmente tentou evitar.
02:41É a mesma tática usada em 2019 por Toffoli, quando a maioria do plenário se posicionou contra
02:46sua decisão, tomada quatro meses antes, de suspender investigações baseadas em dados
02:51do COAF, como a que atingiu Flávio Bolsonaro.
02:54O presidente do STF, para não sair humilhado, foi alterando seu voto até votar na prática
03:00contra sua própria liminar.
03:02Obviamente, não existe o bolsonarinho paz e amor que se pinta agora.
03:07Existe um presidente negacionista sem o menor pudor em cometer estelionatos eleitorais
03:12e chutar aliados, se julgar conveniente a blindagem da família e a sua sobrevivência
03:18política. Bolsonaro, se não precisasse acobertar a farra familiar nos gabinetes passados, deveria
03:24ter feito no começo do governo, por iniciativa espontânea, o que faz agora, por falta de
03:29alternativa, afastar-se de oportunistas aloprados.
03:34Teria, naturalmente, muito mais força popular e política para regimentar apoio parlamentar
03:39sem tamanhas concessões.
03:41Mas ninguém se afasta espontaneamente daqueles nos quais se reconhece.
03:48Obrigado.

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