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NotíciasTranscrição
00:00Continuando, por favor.
00:02Sr. Marcelo, retomando, o senhor teve a oportunidade de acessar esse arquivo que foi entregue pela empresa Aldebrecht ao Ministério Público?
00:14Não, não. Quando eu recebi esses prints, sempre que eu precisava pegar a informação, meus advogados iam na empresa, pegavam a informação e me traziam.
00:22Certo, mas os arquivos, os discos rígidos, o senhor acessou?
00:28Não, mas eu entendi que isso foi entregue ao Ministério Público e foi verificada a veracidade deles, tudo bem.
00:34Não, eu compreendo.
00:35Não, eu não acessei.
00:36A pergunta é se o senhor acessou.
00:37Eu não acessei, inclusive estava preso até o final do ano passado, então, eu estou preso em casa agora, então, toda hora que eu preciso, eu, no meu caso, toda hora que eu preciso de informação, eu peço para meus advogados, olha, vê se tem esse tipo de informação lá nesse período, e eles me trazem.
00:55Certo. Então, agora, esses documentos que o senhor apresenta, o senhor não tem a oportunidade de conferir nos sistemas, pelo que eu estou entendendo?
01:06Não, mas eu entendo que todos foram, depois tem o lado da PF que confirma pela cidade, porque a PF e o Ministério Público, eles têm a cópia do sistema, então, todo documento...
01:16Mas o senhor, o senhor tem a oportunidade de olhar e conferir nos sistemas?
01:21Não, eu recebo o print, entrego o print, deduzindo que o print veio da empresa, é legítimo, depois, no decorrer dos processos, a PF faz o laudo e valida esse print, que é diferente dos meus e-mails, no meu computador.
01:37Eu vou, com o meu computador da PF, aí não, eu acho os e-mails do meu computador, eu protocolo, aí a PF vai e dá a velocidade desses e-mails.
01:47Mas no caso do MyWebDate, não, eu recebo a informação da empresa e passo como verdadeira, e até então, todas as informações têm sido verdadeiras.
01:56Não se encontrei nada adulterado.
01:58O senhor fez referência, durante o seu depoimento, a sua relação com o senhor e seu pai, doutor Emílio Odebrecht, no grupo Odebrecht.
02:13O senhor era subordinado ao senhor e seu pai, ou ele era subordinado ao senhor da empresa?
02:21Meu pai sempre foi, ele é o líder principal da empresa, até 2008, eu era subordinado a Pedro Novis, que sempre foi subordinado ao meu pai.
02:32A partir de 2009, eu passei a ser subordinado diretamente ao meu pai, como presidente do conselho.
02:38Certo, então eu posso concluir que a decisão final cabia sempre ao seu pai em relação às iniciativas.
02:47Não, não, foi bem, aí depende do âmbito de delegação.
02:50Todo empresário da organização tinha seu âmbito de delegação.
02:54Então, do diretor do contrato ao diretor superintendente, ao LE, ao DP, ao presidente do conselho,
03:01cada um tem seu grau de delegação, tá certo?
03:04Então, não, todas as decisões, nem todas as decisões cabiam a mim, nem todas as decisões cabiam ao LE,
03:08muitas eram tomadas na base do contrato.
03:10No que tange especificamente, porque é importante essa denúncia, por exemplo,
03:14dentro do grupo existiam relações estabelecidas, e aí existia o que a gente chamava de padrinho.
03:21Ou seja, cada autoridade, cada agência público tinha dentro do grupo uma pessoa
03:26que era a principal relação dela, que a gente chamava de padrinho interno.
03:29No caso de Lula, a relação era de meu pai.
03:33Portanto, sim, nada que eu tratasse, direta ou indiretamente, certo?
03:40Ou qualquer outro tratasse, direta ou indiretamente, em relação a Lula,
03:45deixaria de ter a aprovação e a anuência de meu pai.
03:49Como era o caso, por exemplo, já na questão Dilma, não.
03:51A relação com Dilma era minha.
03:53Então, aquilo que eu tratasse com Dilma, eu não precisava levar para meu pai.
03:57Aquilo que eu tratasse com Lula, direta ou indiretamente, eu precisava levar para meu pai.
04:00Então, se o senhor fizesse alguma sugestão de determinado tema relativo ao ex-presidente Lula,
04:06ao senhor e ao seu pai, caberia ao senhor e ao seu pai a decisão de levar adiante isso ou não?
04:13Sim, primeiro porque ele é meu líder, quer dizer, ele vai aceitar a sugestão que ele quiser.
04:18E segundo, porque no caso de Lula, a relação era dele.
04:26Mas, eu volto a ver mais, quer dizer, não era tudo que meu pai decidia.
04:30Nem tudo que eu decidia.
04:31Cada um tem sólido.
04:32Mas, no que tange a Lula, sim.
04:34Perfeito.
04:36Senhor Marcelo, o senhor no começo desse depoimento já foi adentado pela meritíssima juíza?
04:43Eu posso só esclarecer, só para ficar claro.
04:46Vamos pegar o exemplo do contexto da italiana.
04:49O que é que eu me lembro de ter falado com meu pai?
04:51Meu pai sabia do valor global, certo?
04:55Que eu, inclusive, reclamava várias vezes.
04:57Ele soube especificamente do assunto do refis da crise.
05:01Ele soube do rebate.
05:03Inclusive, porque o rebate foi através de Paulo Bernardo, que foi indicado por Lula,
05:08foi indicado para mim, para falar comigo, através de Lula, falou para meu pai, para Paulo Bernardo me procurar.
05:14E meu pai sabia, por exemplo, dos pagamentos que eu fiz para o Instituto Lula, para o assunto lá do terreno.
05:22Agora, ele não sabia o detalhe, por exemplo, aquelas alocações internas que eu fiz, se eu botei em junho,
05:28ou alguns pagamentos que não tinham nada a ver com Lula, eu não necessariamente comentava com meu pai.
05:32Então, ele sabia o valor global e sabia aqueles que foram contrapartidos, porque tinham relação com Lula,
05:37e alguns pagamentos que tinham mais relação com Lula, digamos assim.
05:41Mas não necessariamente o detalhe de tudo.
05:43E já na pós-Itália, que era com Guido, ele sabia menos ainda, porque não necessariamente eu precisava...
05:50Porque aí a relação com o Dilma já era minha.
05:53O senhor conhece o senhor Rui Lemos Sampaio?
05:57Sim.
05:58O senhor sabe a relação dele com o senhor e seu pai?
06:01Não, é antiga.
06:01O Rui era executivo do grupo, era executivo financeiro do grupo.
06:05Saiu da Odebrecht em 2008, 2009.
06:10Foi trabalhar na holding da família, certo?
06:14E retornou agora como presidente do conselho.
06:17Certo.
06:19E o senhor sabe dizer se o senhor Rui fazia alocações no departamento de operações estruturadas?
06:26Não.
06:26A alocações, veja bem.
06:28Em tese, vários...
06:30Eu acho que tinha uns 500 executivos que faziam isso.
06:33Então, Rui, se ele fez ou não, eu não posso dizer agora.
06:38Que ele, no cargos que ele ocupou, ele tinha delegação para fazer?
06:44Tinha.
06:44Se ele fez ou não, eu não sei.
06:46Mas ele era um daqueles que tinham, digamos assim, delegação para fazer pagamentos não contabilizados.
06:52E para receber pagamentos também do setor de operações estruturadas?
06:55Aí, veja bem, aí até a questão dos bônus não declarados, né?
06:59Porque eu imagino que, veja bem, grande parte das pessoas que eram ligadas, dos diretos do meu pai,
07:07que respondiam ao meu pai,
07:10meu pai tinha o hábito de fazer uma parte dos pagamentos não declarados, de uma maneira não declarada.
07:17por iniciativa dele, ele achava a questão de relativismo, não sei.
07:21Ou seja, na verdade, ele queria guardar para ele uma parte do valor que ele...
07:25Sem que as outras pessoas soubessem por uma questão de relativismo.
07:29Esse é um dele, acho que foi isso.
07:30Essa é uma opinião minha.
07:32Então, na verdade, é o seguinte.
07:33Eu imagino que é provável, sim, que ele tenha recebido...
07:37Eu diria até que, com certeza, eu acho que tem...
07:41Não, com certeza.
07:42Ele e todos, quase diretos do meu pai, receberam.
07:44Eu tenho, inclusive, tenho que lembrar aqui, acho que essa informação chegou...
07:50Eu digo com certeza.
07:51Acho que todos os diretos do meu pai receberam bônus não declarados, entendeu?
07:55É possível, então, que o senhor Rui tenha recebido valores desse depoimento.
07:59Essa informação, com certeza, eu até devo ter, mas eu não estou me lembrado se Rui especificamente, entendeu?
08:05Mas, com certeza, com certeza.
08:07Certo.
08:08O senhor foi aqui já alertado no início do depoimento
08:12que o senhor estava prestando o depoimento na condição de colaborador.
08:18Isso significa que o senhor firmou com o Ministério Público um acordo, correto?
08:22Sim.
08:23Nesse acordo, o senhor sabe dizer, ainda que por estimativa, o número de crimes que o senhor indica ter praticado?
08:34Veja bem, eu não indico nenhum crime, eu indico os fatos.
08:40Então, o que eu entendo com o acordo de colaboração é o seguinte, você diz os fatos que você participou,
08:45quem cabe tipificar se havia ou não crime é o Ministério Público.
08:50Então, ele avalia os relatos, faz as investigações e faz a denúncia.
08:53Então, na verdade, o que eu relato foram os fatos em que eu me envolvi.
09:00E que, numa avaliação, digamos assim, conjunta de advogado e até em entrevistas com o Ministério Público,
09:06com a percepção do Ministério Público, eram fatos que aparentavam que poderia haver ilícitos.
09:13E, portanto, eu relatei.
09:15Não necessariamente todos os fatos que eu relatei, verificou-se que tinha ilícitos, entendeu?
09:20Mas, por uma questão até de conservadorismo, muitas vezes você relata o fato para estar protegido.
09:26Mas, o que eu relatei foram os fatos.
09:28Certo. E, nesse acordo que o senhor fez com o Ministério Público, o senhor negociou uma limitação de pena, correto?
09:36É, o acordo é a colaboração premiada, né?
09:39Você, na verdade, por você colaborar com o Ministério Público nas investigações,
09:44você está recebendo uma redução, em tese, da pena que você receberia.
09:49Certo. Pelo acordo que eu tenho aqui em mão, não sei se o senhor se recorda,
09:53o senhor teve o benefício de uma limitação de 30 anos de pena e, sendo que...
10:01De 10 anos de...
10:02De 2 anos e 6 meses apenas no regime fechado, prisional.
10:062 anos e meio prisional e 2 anos e meio em casa, exato.
10:09Certo. O senhor se recorda se este acordo que o senhor fez com o Ministério Público,
10:16se está condicionado a algum resultado?
10:19Olha, eu vou até... Eu vou ser muito específico nesse assunto, porque esse assunto é o seguinte.
10:24De minha parte, até, de minha parte, eu não posso responder por todos,
10:29eu, inclusive, fui muito conservador.
10:31Por quê? Quando eu estava preso, tá?
10:35Eu estava sem acesso ao meu computador, sem acesso às informações.
10:38Então, se eu olhar meus relatos, eu fui até... Eu tive que ser fidedigno apenas ao que eu me lembrava naquele momento.
10:46E eu, até por meu caráter, eu não quis fantasiar detalhes para melhorar a minha premiação.
10:52Tá certo?
10:54Inclusive, agora, de posse dos meus e-mails, certo?
10:58Que eu estou conseguindo ver os detalhes.
11:01Apesar de eu ter relatado os fatos, os detalhes eu não tinha condição de relatar.
11:05Agora, se eu tivesse relatado, talvez, os detalhes que eu estou vendo nos meus e-mails,
11:12talvez eu tivesse recebido até uma premiação muito maior.
11:16Porque, inclusive, é só o seguinte.
11:17O que, por exemplo, complicou muito a vida do seu cliente não foi nem meus relatos.
11:23Foram os e-mails.
11:25E os e-mails não teve premiação.
11:28Os e-mails estão lá.
11:29Foram feitos antes de qualquer tipo de acordo na época dos fatos.
11:32Certo, mas a pergunta...
11:33Então, por exemplo, eu, por meu caráter, eu busquei relatar os fatos.
11:37Certo, mas o senhor sabe dizer se esse acordo que o senhor fez,
11:42essa redução de pena que o senhor obteve,
11:45o senhor sabe se está condicionada a obtenção de algum resultado?
11:51Não, o que existe é você...
11:52O acordo é...
11:53A lei de colaboração é pública.
11:56Existe uma questão da efetividade.
11:58Obviamente que você...
11:59Você tem...
12:01Você relatou os fatos.
12:02Agora, a efetividade só se dá quando você traz as provas de corroboração.
12:08Então, é óbvio que você tem que depois demonstrar...
12:11Mas a efetividade não tem a ver com a questão subjetiva.
12:15São provas objetivas, provas de corroboração.
12:18Então, de fato, quem for até capaz de trazer mais provas de corroboração,
12:23até pode ter uma efetividade melhor.
12:26O senhor acorda de prever isso.
12:27O senhor não lembra de ter a palavra resultados no seu acordo?
12:31Resultado?
12:31É.
12:32Mas, pera bem, o que é que se chama resultado?
12:33Porque o resultado é verdade.
12:34A palavra resultados.
12:35Não, não existe isso.
12:36Na verdade, sim.
12:37Não, não existe resultado.
12:38Porque eu não me lembro de existir esse negócio de resultado.
12:40Resultado?
12:41Não.
12:42O que existe é a efetividade.
12:44E eu afirmei já.
12:46A efetividade é em você ser efetivo para comprovar aquele fato.
12:51Inclusive, até para inocentar.
12:53Eu entendo até que quando vem uma denúncia e eu trago prova de corroboração que inocenta
13:01um determinado réu, eu estou sendo efetivo.
13:04Eu estou sendo tão efetivo quanto eu incrimino.
13:07Eu não acho.
13:07Eu acho que o que está se buscando é verdade.
13:09A minha capacidade de provar a verdade, provar a verdade, diferente de relatar.
13:14A minha capacidade de provar a verdade é que eu acho que vai definir minha efetividade.
13:18Então, o senhor não identificou nenhuma condicionante no seu acordo?
13:25Não, não existe isso.
13:27Eu acho que o ministério que você falou, você tem que falar a verdade.
13:31Eu acho que você pode olhar meus relatos e eu procuro não incriminar nenhum.
13:34Você me fala os fatos, como eles ocorreram.
13:38Tá bom, sem mais perguntas.
13:39Alguma outra defesa?
13:40Boa tarde, Sr. Marcelo.
13:48Boa tarde.
13:49Pela defesa de Fernando Bittar, uma pergunta muito rápida.
13:52O senhor Alexandrino, ele foi ouvido aqui hoje do senhor, antes do senhor, e na mesma
13:56linha do que ele já tinha dito no termo de colaboração, ele contou que o pedido
14:01dessa reforma do sítio de Atibaia foi feito diretamente a ele, pela dona Marisa, e também
14:07passado para ele o contato de quem seria essa pessoa com quem ele deveria falar no sítio,
14:12e que foi ele que tomou a frente disso.
14:14E pelo que eu entendi do relato do senhor hoje, o senhor estava mais distante e num segundo
14:17momento só que tomou conhecimento dessa história, é isso?
14:20Se eu dissesse o que aconteceu, eu já estaria confundindo entre o que eu me lembro da época
14:24com o que eu estou escutando.
14:25Então, eu realmente, eu me lembro que Alexandrino falou que teve esse pedido, mas hoje eu não
14:30sou capaz de dizer de onde é que veio esse pedido.
14:32Exatamente, então, me corrija se eu estiver errada, é correto eu concluir que os detalhes
14:37disso, quem tem, como é que foi o pedido, quem fez, em que termos, quem tem é o próprio
14:41Alexandrino, que foi quem cuidou disso diretamente.
14:44Pelo que eu me lembro, foi o Alexandrino, foi o que eu me lembro que é o Alexandrino.
14:47Não sei se meu pai pode ter também.
14:48Tá ótimo, obrigada, senhora.
14:51Alguma outra defesa?
14:53Doutor?
14:55Sem perguntas, então está encerrado.
14:57Obrigada.
14:58Obrigada.
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