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Notícias
Transcrição
00:00Bem, então nessa ação penal 502.365.32, depoimento do Sr. Carlos Rodrigues do Prado.
00:10Sr. Prado, o senhor foi chamado nesse processo como testemunha.
00:14Na condição de testemunha, o senhor tem um compromisso com a justiça em dizer a verdade e responder as perguntas que lhe forem feitas, certo?
00:21Certo.
00:22Eu vou advertir o senhor, Sr. Prado, apenas por força de lei, que se o senhor faltar com a verdade, o senhor fica sujeito a um processo, certo?
00:30Certo.
00:31Dito isso, Sr. Prado, eu vou passar a palavra aqui ao Ministério Público, que arrolou o senhor como testemunha, e peço ao senhor para responder as perguntas do procurador.
00:41Pois não.
00:42Boa tarde, Sr. Carlos, tudo bem?
00:44Boa tarde, tudo bem.
00:45Boa tarde. Sr. Carlos, você poderia circunstanciar, por favor, a sua profissão e a empresa do qual o seu sócio?
00:52É construtora Rodrigues do Prado, a empresa, sócio é minha esposa, Josete Oliveira Leão do Prado, a minha profissão é empresário.
01:04Ok.
01:09Sr. Carlos, o senhor prestou um depoimento no Ministério Público Federal, um deles juntado ao evento 342, esse processo, o evento 2, anexo 342,
01:19E o senhor relatou que a sua empresa é usualmente contratada pelo Odebrecht, é isso mesmo?
01:25Isso mesmo.
01:27Que tipo de obra, pela construtora Rodrigues do Prado, o senhor fazia pelo Odebrecht?
01:32A gente mexia muito com obra de construção civil e obra de drenagem.
01:36Ok. E como que era? Onde eram essas obras? Que locais que eram feitas? Qual a média de valor?
01:46Há vários lugares, excelência. A gente trabalhamos em São Paulo, trabalhamos em Campinas, Araraquara,
01:55Linsbertioga, Jacareí.
02:00Ok. E a média de valor desses contratos, em torno de quanto que girava, em termos medianos?
02:09Ah, vários. Cada obra é um valor. Então, eu não tenho assim, falar para o senhor,
02:14ah, essa obra foi tanto, foi tanto, porque são coisas que eu comecei a trabalhar na Odebrecht,
02:20foi em 90, 91, que a gente começou a prestar serviço lá.
02:24Então, rolou muitas obras, e vários preços. Tinha obra de 500 mil, tinha obra de 600 mil,
02:32tinha obra de 1 milhão. Então, são vários preços. Cada obra tinha o seu preço.
02:41Ok. O senhor se recorda de ter feito uma obra pela sua empresa em um sítio situado no município de Atibá, em São Paulo?
02:50Sim. E sim.
02:51Em que época essa obra foi realizada, o senhor Carlos?
02:54Eu não entendi.
02:56Em que época essa obra foi realizada?
02:59Essa obra foi realizada no final do ano. A gente iniciou lá, acho que início assim de dezembro,
03:07e rolou ali uns 30 dias, mais ou menos, aí a obra.
03:12E o senhor sabe qual ano que foi, que foi realizada essa obra?
03:16Eu acho que foi 2010, se não me falhar a memória.
03:19Ok.
03:19É, no seu depoimento juntado no evento 2, anexo 342 da denúncia, o senhor relatou que o que te procurou para fazer essa obra foi o senhor Frederico Barbosa, engenheiro da Odebrecht.
03:31Isso mesmo.
03:32É isso mesmo?
03:34Isso mesmo.
03:34E como que foi essa procura dele? Poderia circunstanciar, por gentileza?
03:39É, a gente estava prestando um serviço para ele em Campinas, uma obra da Odebrecht lá em Campinas, num tratamento de esgoto, e aí pelos meados de novembro, por aí, ele começou a me procurar, me ligar, dizendo que ia executar uma obra em Atibaia, e que precisava de uma ajuda que a gente fosse ajudar ele.
04:00Inclusive, na época, eu questionei que era final de ano, o pessoal sempre que ia estar de férias e viajar, havia gente de fora, na empresa, mas com a insistência dele estar me ligando e falando que precisava que a gente desse uma ajuda para ele nessa obra, que essa obra era muito importante, que ele tinha prazo para executar essa obra.
04:23E terminou que a gente acabamos cedendo, e por virtude da gente também já trabalhar muitos anos na empresa, isso aí refreiteria nos próximos contratos, tipo assim, precisando do empreiteiro, o empreiteiro mesmo no final do ano, pegou seu pessoal, foi ajudar a gente a executar uma obra que era importante,
04:49que a gente tinha que executar aquela obra que tinha prazo, e foi isso aí que aconteceu.
04:55Sr. Carlos, e o senhor chegou a ir lá fazer uma visita no CIT, para saber o que era para ser feito, junto com o Sr. Federico?
05:02Eu fui uma vez lá, estive uma vez, a primeira vez eu estive lá na obra, e a gente levantamos lá o que era para fazer, uma varita lá, e fazemos fechamento de, como se diz, duas salas, dois cômodos,
05:19Estava lá já toda a estrutura pronta, e a gente foi fazer o fechamento. Inclusive ele falou pra mim que não precisava de eu acompanhar a obra, porque a administração da obra era ele que ia executar a obra, ele só queria o pessoal,
05:39e não tinha necessidade de eu estar indo visitar a obra. Portanto que eu só fui lá uma vez só e não voltei mais lá.
05:48O senhor alocou quantas pessoas nessa obra, Sr. Carlos?
05:52Eu não me reparto direito, mas foi entre 10, 11 pessoas. Não passou disso.
05:58O senhor fez um, no seu depoimento, o senhor relatou que foi lá e depois fez um orçamento para essa obra, que ia começar em 3, 4 dias, é isso mesmo?
06:07Isso, eu fui lá, a gente levantou o que tinha que fazer, aí eu peguei um, foi feito mesmo que um rascunho, e eu fiz esse rascunho, e entreguei com o pessoal lá, e daí já começamos praticamente a executar a obra.
06:24No seu depoimento também, juntado ao evento 2, Nex 342, o senhor relatou que entregou esse orçamento para pessoas de Aurélio, é isso mesmo?
06:32Isso.
06:33Quem seria esse Aurélio, o senhor pode me dizer, por favor?
06:37Olha, eu não sabia nem o nome dele, e depois que eu fiquei sabendo que o Aurélio é uma pessoa que negociava ou acertava os negócios da obra.
06:55Mas eu inicialmente, a única pessoa que eu conhecia lá, era o senhor Frederico.
07:02Esse Aurélio foi quando eu fiz o orçamento, que eu liguei para o Frederico e falei, o orçamento da obra está pronto.
07:09Aí a gente encontrou um posto de gasolina que tinha lá antes de chegar na obra, e encontrei com o Frederico e esse Aurélio,
07:17ele falou assim, o dono da obra é esse daqui, e eu passei para ele, e eles conversaram lá, e a gente começou a tocar a obra.
07:26E o senhor passou o orçamento para o senhor Aurélio, é isso?
07:30Isso.
07:31E ele concordou então?
07:33Concordou.
07:34Não teve nem discussão, assim, ah, me dá um desconto, porque a gente falava, inclusive o Frederico tinha me comentado que a obra ia ser tocada todos os dias, certo?
07:47E não tinha horário para parar, poderia parar 8 horas, 9 horas, ia depender do avanço da obra.
07:56Então, não teve muita, assim, discussão, assim, ah, me faz isso aqui mais barato, ou isso aqui está caro, não houve essa discussão.
08:08O senhor prestava obras, fazia obras desse tipo, usualmente, na sua empresa, ou foi uma coisa excepcional e atípica?
08:18Não, a gente faz sim.
08:19Sim, é, inclusive na própria Odebrecht, tem vários, eles trabalham com vários ramos, trabalhavam com vários ramos de obra, e a gente acabava aprendendo a fazer todo tipo de obra que aparecia, a gente, a gente tinha condições de executar.
08:39O senhor relatou que existia uma certa urgência nessa obra, qual que era o cronograma para ficar pronto o projeto todo?
08:46Ah, o Frederico falava ali em 30 dias, disse que em 30 dias tinha que a obra estar pronta.
08:54Ok. Aí o senhor falou que colocou uns funcionários lá, de 10 a uns funcionários, e o Frederico precisou de ajudar a isso? Como é que foi? Explica, por gentileza.
09:06Não, eu não posso falar para o senhor que o Frederico precisou ajudar, eu sei que tinha funcionário da Odebrecht lá,
09:14Agora, eu não sei se, não foi para ajudar a executar o meu serviço. O meu serviço que eu peguei, que era o fechamento das duas, do dois cômodos lá, que estava lá montado lá, para a gente fazer o fechamento, a guarida.
09:32Então, era suficiente o meu pessoal, a gente ficando até, trabalhando no final de semana, trabalhando até tarde, então...
09:42Agora, ele tinha os outros pessoal dele, agora fazendo outro tipo de obra.
09:46Ok. Sr. Carlos...
09:47E como eu disse para o senhor, eu só estive lá a primeira vez, não participei.
09:52No seu depoimento anterior, o senhor falou que o Frederico pediu para o senhor, que o senhor relatou para ele que não daria para tocar a obra toda.
10:02E o Frederico disse que ele ia conversar com o chefe dele, e chegou a dizer que o chefe dele era o senhor Emir.
10:09O senhor se recorda desse episódio?
10:10Sim, ele queria que eu tocasse todo o serviço lá, mas eu falei, esse, todo esse serviço que você está querendo fazer em 30 dias, eu não tenho gente suficiente, porque eu estava com uma outra obra, eu não poderia parar a outra obra para ficar exclusivamente a ele.
10:28Então, eu falei assim, ó, eu consigo fazer isso aqui, esses serviços que são mais brutos aqui, que a gente está com mais prática de fazer, não precisava muito de mão de obra especializada, isso aqui eu consigo fazer para você, agora o restante, aí você vem com a sua empresa e você se coloca a gente para fazer.
10:48Aí foi nessa circunstância que o Frederico falou no nome do superior dele, que seria o senhor Emir?
10:52Isso, aí ele, aí ele, aí ele foi, ele falou assim, ah, eu vou falar com o meu chefe, daí pra frente ele, porque a gente falava muito, mas era por telefone.
11:04Ok.
11:04A gente, eu não tive contato com a obra, lá dentro da obra, eu não tive contato com a obra.
11:09Ok.
11:11É, como que foi combinado o pagamento do seu serviço, senhor Carlos?
11:17Foi combinado para a gente receber por semana, em espécie.
11:22Quem lhe pagaria?
11:24O Aurélio.
11:26O Aurélio.
11:27E como que o senhor recebeu esses valores, o senhor sabe dizer?
11:32Não entendi a pergunta.
11:34Como que o senhor recebeu esses valores em espécie dele, o senhor sabe dizer?
11:38Sei.
11:39A gente, sempre quando ele ia para o sítio, nesse posto de gasolina, a gente se encontrava lá, ele me entregava um milhão,
11:47envelope, e eu pegava e ia embora, chegava lá, confia, ele falava, normalmente ele anotava no envelope,
11:57um papelzinho com os valores que está lá dentro.
12:00Eu pegava, confia e ia estar tudo certo.
12:02Ok.
12:05O senhor relatou que houve um pagamento que foi feito depois, em 9 de fevereiro de 2011, de 43 mil reais.
12:13Foi o último pagamento.
12:16E a gente já não estava nem mais com o funcionário lá.
12:20E aí, eu recebi isso daí, inclusive foi feito um depósito, esse restante.
12:26Esse depósito foi, no evento 2, anexo 367, existe um extrato da sua conta, corrente, desculpa,
12:34da construtora Rodrigues do Prado, que o senhor forneceu ao Ministério Público na ocasião do seu depoimento.
12:39E lá consta Banco Bradesco, construtora Rodrigues do Prado, conta 8991, dígito 6,
12:46e um depósito de 43 mil reais na conta no dia 9 de fevereiro de 2011.
12:49É isso mesmo?
12:50Isso mesmo.
12:52Ok.
12:52Ok.
12:56O senhor Carlos Rodrigues, como que o senhor pagava os seus funcionários lá na obra?
13:06Então, a gente tinha vários meios de pagamento.
13:09Vários não, uns dois ou três meios de pagamento.
13:13Às vezes em espécie, quando a gente tinha espécie, a gente fazia o pagamento em espécie.
13:18Inclusive, depois a gente parou, porque a gente foi um assaltado duas vezes com esse tipo de pagamento.
13:24Porque, às vezes, o funcionário, a gente tinha muito funcionário que era um analfabeto.
13:30O que que acontecia?
13:31Eles não tinham condições de abrir conta em banco.
13:35Aí a gente acabava, ah, por a pessoa estar muito tempo com a gente,
13:40eram as pessoas que sempre estavam trabalhando com a gente.
13:44O que que acontecia?
13:45A gente acabava indo sacar dinheiro em banco para realizar esse pagamento.
13:51E, por duas vezes, nós fomos assaltados em Campinas por causa disso.
13:56Então, aí a gente já fomos limitando.
13:58Já começamos a tirar esses funcionários que não tinham condições de ter conta em banco.
14:05Certo?
14:05Para a gente fazer os depósitos.
14:07E, hoje, os poucos funcionários que nós temos, nós não temos mais nenhum funcionário
14:13que não tenha conta em banco.
14:16Ok.
14:16Sr. Rogério, desculpe, Sr. Carlos, voltando um pouco ao preço da obra,
14:22você lembra do valor total que o senhor recebeu?
14:26Foi do valor total.
14:27Quanto que o senhor recebeu?
14:30163 mil e alguma coisa.
14:33Ok.
14:34Isso aí foram divididos em quatro vezes.
14:37Ok.
14:37Esse preço, ele abrangia o quê?
14:42Eu não entendi.
14:44O valor da obra, ele abrangia o quê?
14:46Mão de obra, equipamentos?
14:47O que que ele abrangia?
14:49Mão de obra.
14:51Mão de homem.
14:52E o senhor...
14:54E insumos para a obra, esse valor não foi arcado pelo senhor?
14:59Eu não entendi.
15:00Os insumos da obra não estavam nesse preço que foi pago ao senhor?
15:03Não.
15:05Isso aqui, o que eu recebi, foi...
15:10Ou teve material.
15:11Não me recordo.
15:14Eu não me recordo direito se teve material ou foi só mão de obra.
15:18Tá.
15:20Eu precisava dar uma olhada direito.
15:22Se teve algum material envolvido no meio dessa obra.
15:25Tá.
15:25Eu vou...
15:26No evento 2, anexo 353,
15:29existe uma nota fiscal emitida pela construtora Rodrigues do Prado.
15:33E lá tem a descrição de serviços.
15:36Prestação de serviços com mão de obra e equipamentos.
15:39Valor total, R$ 667.437.
15:43Essa nota fiscal é relacionada a essa obra no CIGI Atibaia?
15:47Isso.
15:47Isso mesmo.
15:48A equita mão de obra e equipamentos, é isso mesmo?
15:52É isso mesmo.
15:54Ok.
15:54Ok.
15:54Depois que terminou a obra, senhor Carlos, o senhor Emir Costa, o então superior do senhor Frederico,
16:09ele te procurou no estacionamento de um clube em Campinas, é o Vete Acenta em Indaiatuba.
16:17O senhor se recorda desse episódio?
16:20Recordo.
16:21Qual que era o propósito do senhor Emir nesse encontro com o senhor?
16:25Ele me ligou um dia de sábado, pediu pra mim se dar pra gente se encontrar lá.
16:32E eu peguei e fui.
16:35Ele me deu o endereço.
16:36Aí, quando eu cheguei lá, a gente conversamos, aí ele falou pra mim que havia necessidade
16:44de emitir uma nota fiscal do valor da obra que foi executada lá.
16:52E eu falei, não, não tem problema nenhum.
16:56Eu acho que isso é uma obrigação de dar nota fiscal e ser de menos.
17:06E aí o senhor emitiu a nota fiscal, não é isso?
17:10Isso.
17:11Essa nota fiscal tá em nome de Fernando Bittar.
17:15O senhor já tinha ouvido falar o nome dele durante o ex-soldado?
17:18Não.
17:19Não.
17:20E como é que o senhor recebeu os dados do senhor Fernando Bittar?
17:26No último pagamento, no Office Boy, a gente tava trabalhando lá em Campinas.
17:32Aí foi quando o Aurélio ligou, dizendo que tava com os dados da pessoa pra emitir a nota fiscal.
17:44Aí mandou lá um Office Boy, eu dei o endereço pra eles onde a gente tava, na obra lá, com o endereço do senhor Fernando Bittar.
17:56E a gente emitiu uma nota pra ele, e esse Office Boy mesmo levou a nota.
18:02Além da nota que o senhor, além do pedido do senhor Emir de emissão de nota fiscal, o senhor confirma que ele pediu pro senhor pra emitir a nota fiscal, não é isso?
18:10Sim.
18:11Além desse pedido da emissão de nota fiscal, o senhor relatou que o senhor Emir Costa lhe pediu pra assinar alguns documentos.
18:17O senhor se recorda de ter assinado alguns documentos nesse encontro lá no clube?
18:20Não lembro, hein, silêncio.
18:25Olha, o senhor depoimento no dia 16 de maio de 2017, o senhor relatou-se que nesse dia Emir Costa levou documentos pra Carlos Rodrigues do Prado assinar.
18:35O senhor se recorda de ter assinado algum documento a pedido do Emir nesse encontro lá?
18:42Não me recordo.
18:44Ok, no depoimento do senhor Teorel, o senhor disse isso, o senhor sabe o motivo dessa divergência, porque o senhor esqueceu, algum motivo?
18:53Não consigo recordar agora no momento.
18:55Planilha, ele te pediu pra assinar algum tipo de planilha, ele te pediu algum tipo de documento nesse encontro lá no clube?
19:01Não, não me pediu.
19:03Eu me recordo bem a respeito do pedido pra emitir a nota fiscal.
19:10Agora, eu não me recordo se eu assinei algum documento, alguma planilha pra ele, alguma coisa, eu não me recordo.
19:19Isso pode ter acontecido se o senhor não tá se recordando?
19:23Pode.
19:24Isso é necessário pela ordem.
19:25Sim, mas pergunte o silêncio.
19:26Aí, não sei se tem muito aqui pra depois sobre fatos.
19:29Sim, mas pergunte o silêncio.
19:30Silêncio, eu tô com uma dúvida, na verdade, doutor, a sua referência, qual o depoimento do senhor Auelio, desculpa?
19:38São depoimentos que...
19:39Doutora, são dois depoimentos, um juntado no evento 2, anexo 342, e o outro juntado no evento 2, salvo engano, anexo 343.
19:50Certo, a última questão do procurador é, ao tanto quanto especulativa,
19:54mas já foi feita e também não faz muita diferença aí.
20:02O paciente de acusação tem perguntas?
20:05Sim, perguntas.
20:07Os defensores presentes em...
20:09O senhor Jair dos Campos tem perguntas?
20:11Eu tenho, excelência.
20:14É, pelo nome de Itar, é...
20:17Sra. Carlos, quando o senhor foi ouvido no Ministério Público, eu fiquei com uma dúvida.
20:20O senhor disse, também faço referência em seu depoimento do evento 2, anexo 342,
20:26que o senhor teria estado no sítio duas vezes.
20:29Hoje o senhor disse que foi só uma vez.
20:30Eu queria entender como é que foi isso.
20:32Eu só estive no sítio de uma vez.
20:33Doutor, só esclarecendo, ele disse que foi num posto de gasolina, a segunda oportunidade.
20:39Não, excelência, estou atualmente no evento 2, anexo 342, ele diz o seguinte...
20:44Doutor, ele esclareceu agora que foi num posto de gasolina.
20:47Doutor, não tinha a advogada a falar agora.
20:49Desculpe, senhora.
20:49Diz o seguinte, abre aspas, resposta à pergunta do doutor procurador.
20:54Ó, excelência, não sei dizer para o senhor, porque desde o dia que eu acertei, eu fui no sítio duas vezes.
20:59Eu fui no sítio a primeira vez para me ver como Frederico,
21:02e a segunda para me acertar com o seu Aurélio.
21:05Então, só para esclarecer, só se teve uma vez lá, é isso?
21:09Um sítio só.
21:11O senhor também, quando foi ouvido no Ministério Público Federal,
21:13e aqui o senhor disse que estava mais ou menos na mesma linha,
21:16o senhor disse que quando chegou ao sítio, viu que tinha uma parte da obra que já tinha sido realizada, correto?
21:21Correto.
21:22O senhor pode me explicar o que tinha sido realizado?
21:24Como é que era esse sítio quando o senhor chegou?
21:28Olha, eu estive lá há muito pouco tempo.
21:30Eu não andei por dentro do sítio.
21:33Eu só lembro que eu cheguei lá, um rapaz abriu um portão,
21:38e a gente entramos lá, e o Frederico já me mostrou assim,
21:41ó, aqui vai ser construída uma guarita,
21:44e aqui vai construir, aonde que está essas armações aqui já prontas,
21:49vai fazer fechamento.
21:52Eu tenho esse serviço aqui, e tenho vários outros serviços.
21:56Aí, no mesmo momento, eu já descartei, e ele falando assim, que era coisa para 30 dias,
22:04para fazer em 30 dias.
22:06Eu falei assim, ó, eu não tenho gente no momento para fazer isso daí.
22:09Eu posso te ajudar com isso, porque são serviços que eu já estou vendo,
22:13e eu tenho noção de quanto tempo eu consigo fazer.
22:16Pelo que eu entendi, então, do editar, o que o senhor explicou hoje,
22:20o que ficou sobre a responsabilidade do senhor, da equipe do senhor,
22:23foi a guarita, e o fechamento desses dois cômodos, é isso?
22:27Sim.
22:27As demais obras que eventualmente foram realizadas, não foi o senhor?
22:30Não.
22:30Só uma questão aqui, como é gravado, o senhor Carlos,
22:36a última resposta que o senhor deu, o senhor balançou a cabeça negativamente,
22:40mas eu vou pedir para o senhor responder, certo?
22:42Então, não.
22:43Foi só esse...
22:44Tá.
22:46Não.
22:47O senhor mencionou aqui, agora que só foi uma vez,
22:51tinha alguém de confiança do senhor,
22:54que trabalhasse para o senhor, que estivesse na obra,
22:56responsável por essa parte do senhor?
22:58Tinha, sim.
22:58Quem era essa pessoa?
23:00Hernandes.
23:02O senhor sabe o nome completo?
23:03Não.
23:05O senhor Hernandes, eu vou comentar com o senhor,
23:09se junto com a realização da obra,
23:11que estava sob responsabilidade da sua empresa,
23:14outras obras eram realizadas por comitêntemente do sítio?
23:18Sim.
23:19O senhor sabe dizer, e se ele eventualmente narrou para o senhor,
23:22que além da equipe da Odebrecht,
23:24existiam outras obras ocorrendo no sítio naquela época?
23:27Não.
23:27O senhor não sabe dizer ou o senhor não...
23:29Não, ele nunca comentou isso comigo.
23:32Ele estava lá todo dia?
23:33Tava.
23:35Ele, como o senhor sabe, ele sabe prestar eventuais e clarecedentos
23:38sobre quem frequentava o sítio, se outras pessoas iam,
23:41quem estava lá no dia a dia?
23:44Teria que perguntar para ele.
23:45O senhor tem contato com ele ainda?
23:47Posso ver.
23:48Ele trabalha na empresa do senhor ainda?
23:49Não.
23:50O senhor, quando foi ouvido no Ministério Público Federal,
23:55diferentemente do que o senhor explicou hoje,
23:57disse que teria ficado sob sua responsabilidade
24:00a construção de uma casa de caseiro.
24:03É só para eu entender, isso é uma outra obra ou o senhor está referindo a Guarita?
24:07Referindo a Guarita e os dois esqueletos que tinham lá prontos,
24:12dentro do ano de fechamento.
24:13As obras realizadas na casa do caseiro, o senhor teve algum envolvimento?
24:17Não.
24:20O senhor chegou a fazer alguma intervenção dentro da sede,
24:24como parte de troca de energia elétrica, de quadro de luz,
24:29acabamento, alguma coisa assim?
24:31Não.
24:33O senhor se lembra se na entrada do sítio tinha uma rampa?
24:37Puxa, faz tanto tempo, doutora.
24:39O senhor se lembra se o senhor fez alguma obra na rampa do sítio?
24:42Não, tivemos.
24:43O senhor fez alguma obra de acessibilidade ao sítio?
24:45Não.
24:47Ali perto da Guarita, o senhor chegou a mexer em alguma fossa?
24:51Também não.
24:53Alguma intervenção no lago?
24:55Não.
25:03Tem alguma outra pessoa, além do senhor Andantes,
25:05que possa dar maiores informações sobre quem frequentava a obra,
25:10quem estava lá no dia a dia?
25:12Aqui é todos os funcionários que estavam trabalhando lá,
25:14que trabalharam lá, certo?
25:16Mas hoje eles não trabalham mais comigo, certo?
25:19Não são mais meus funcionários.
25:22E são um tipo de pessoa simples, como ajudante, pedreiro.
25:26A pessoa que ficou encarregada, o senhor ou o senhor Andantes?
25:30Era, na época era o senhor Andantes.
25:32Quem poderia nos dar mais informações sobre isso seria ele?
25:34Seria.
25:35É, a pessoa mais ideal, né?
25:37Porque as outras pessoas estão envolvidas com o trabalho, até mesmo ele.
25:40Eu não sei até que ponto que ele vai falar para a senhora,
25:43ó, doutora, tal dia estava fulano, tal dia estava ciclando lá.
25:48Ele chegou a narrar para o senhor algum contato com o caseiro da obra?
25:53Eu nunca perguntei.
25:55O senhor nunca teve contato com o caseiro?
25:58Não.
26:04O senhor também, quando foi ouvido no Ministério Público Federal,
26:07é diferentemente do que o senhor narrou para a gente hoje,
26:10o senhor disse que fez alguns reparos na sede da residência.
26:13O senhor se recorda disso?
26:14Não.
26:18Não se recorda ou não fez?
26:21É difícil
26:22afirmar alguma coisa para a senhora a respeito disso,
26:26porque de repente pode ter acontecido
26:28do Frederico ter precisado fazer um reparozinho
26:30e pedido para o Andantes,
26:31ô, Andantes, faz aquilo ali para mim.
26:34Eu não posso falar para a senhora que sim,
26:38que isso eu não vi.
26:39Ele nem me comentou também,
26:40ó, o Frederico, além do que nós tínhamos combinado,
26:43pediu para fazer isso aqui para ele.
26:44Então, eu não posso falar para a senhora, pediu?
26:46O senhor chegou ao conhecimento do senhor,
26:49não foi feito nenhuma intervenção para casa?
26:51Não.
26:51Nesse episódio é referente à nota fiscal que o senhor narrou,
27:08tanto no Ministério Público quanto hoje,
27:10com relação ao senhor Fernando Bittar.
27:12O senhor teve algum contato com o senhor Fernando Bittar?
27:14Fiquei sabendo do senhor Fernando Bittar
27:18pelos jornais e pela mídia.
27:22O senhor Fernando Bittar fez algum pedido
27:24para o senhor remitir essa nota fiscal?
27:27Não, já falei para a senhora que o Fernando Bittar,
27:29eu só fiquei sabendo do nome de Fernando Bittar
27:31pela mídia ou pelos jornais.
27:35Então, eu nunca tive contato com o Fernando Bittar.
27:38Eu nunca tive contato com...
27:41Além do Frederico e o Emir da Odebrecht,
27:44eu não tive contato.
27:46E o Aurélio, eu não tive contato com mais ninguém na obra.
27:52O senhor, agora respondendo às perguntas do doutor procurador,
27:56só queria esclarecer uma questão que, pelo menos para mim,
27:58ficou um pouco confusa.
28:00Quem pediu que o senhor emitisse essa nota fiscal
28:02foi o senhor Emir ou o senhor Aurélio?
28:03O senhor Emir.
28:04O senhor Emir.
28:05E quais circunstâncias?
28:07O dia que a gente encontrou lá no Aras,
28:09na espórmula, ele me chamou no Aras,
28:13falou, vai ter que emitir uma nota do serviço que você fez aí,
28:17que você prestou lá em Atibaia, no sítio.
28:20Fora esse contato com o senhor Emir, nessa data,
28:23o senhor teve contato em alguma outra oportunidade
28:26com ele para a datação do sítio?
28:27Não.
28:27Inclusive, o sítio, bem esclarecido para a senhora,
28:33eu nem sabia de quem que era o sítio.
28:36Eu, inicialmente, eu achei que o sítio fosse de algum diretor,
28:41de algum presidente da Odebrecht.
28:43E nunca nenhum engenheiro ou funcionário da Odebrecht,
28:51ou Aurélio, ou Emir,
28:54chegou para mim e falasse,
28:55esse sítio aqui é de fulano, ou é de cicrano.
28:58Nunca, até hoje, eu só fiquei sabendo
29:01de todo esse acontecimento pela mídia.
29:05Mais alguma pergunta?
29:13Oi?
29:14Na minha parte, nós temos mais perguntas.
29:16Outros defensores têm perguntas?
29:19Sim, em silêncio.
29:20Sim, em silêncio.
29:21Posso fazer?
29:22Sim.
29:23Só declina o nome do representado, inicialmente.
29:25É, pela defesa de Roberto Eixeira.
29:29Boa tarde, senhor Carlos.
29:30Boa tarde.
29:31Acho que o senhor já deixou o parma,
29:33para ficar bem claro.
29:34A empresa do senhor não tem vínculo societário com Odebrecht?
29:38É uma empresa totalmente independente?
29:42Não tem nada a ver com Odebrecht.
29:43O senhor tem CNPJ próprio?
29:45Tudo, próprio.
29:47A única coisa que eu tenho com Odebrecht
29:49é que eu era prestador de serviço com Odebrecht.
29:51É um parceiro eventual, é isso?
29:53É isso.
29:54Ok.
29:55Esses 10 ou 11 empregados que o senhor colocou lá na obra,
29:58eles estavam vinculados à sua empresa, não ao Odebrecht?
30:01Ia, peraí.
30:01Inclusive, tal, tem um processo inicial aí,
30:06tem todo o...
30:07Ótimo.
30:08A ficha de registro deles,
30:11entendeu?
30:11Não tem nada,
30:12não tem nenhum funcionário que fosse fichado pelo Odebrecht
30:15que trabalhasse comigo, não existe.
30:17Tá, eu vou interromper um minuto aqui,
30:18voltamento ao áudio.
30:19Só um minutinho, doutor.
30:20Pois não.
30:21Pois não.
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