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  • 18/06/2025
Nesta quarta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou a questão em aberto sobre os EUA se juntarem a Israel nos ataques contra o Irã. O correspondente internacional Luca Bassani trouxe detalhes do caso. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez, com comentários de Rodolfo Mariz, Ana Beatriz Hirsh, Sérgio Zagarino e Cintia Nunes, analisa os desdobramentos do cenário internacional.

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00:00Vamos começar com a guerra, logicamente, né?
00:03A gente abre linha de frente com essa guerra do Oriente Médio, perigosa, que pode se alastrar.
00:09O jornalismo da Jovem Pan segue acompanhando.
00:13Nessa tarde, o Donald Trump deixou a questão em aberto sobre os Estados Unidos se juntarem a Israel nos ataques contra o Irã.
00:23Luca Bassani entra aqui ao vivo conosco.
00:26Boa noite, Luca Bassani.
00:28É pra levar a sério dessa vez ou o Trump tá dando aquela intimidada básica no Ayatollah pra ele dar uma maneirada?
00:38Olha, Capês, essa é uma questão complexa, tanto da política interna quanto da política externa também dos Estados Unidos.
00:45Primeiramente, a gente não pode esquecer que Donald Trump nunca quer estar associado com fracassos.
00:50Ele quer estar associado com sucessos.
00:52E essa possibilidade dele fazer parte da campanha israelense, parte da avaliação de que os israelenses estão sendo muito bem sucedidos em toda a sua campanha militar,
01:03a sua destruição do arsenal possivelmente nuclear do Irã e também os seus próprios lançadores de mísseis balísticos.
01:12Outra questão que é muito discutida na mídia americana é a diferença entre o lado Trump, que é maga, ou seja, o lado do Make America Great Again, os isolacionistas que acreditam que os Estados Unidos devam olhar pra dentro,
01:24pras questões migratórias e de costumes e não se preocupar com mais uma guerra longe das suas fronteiras, assim como em outras administrações, tanto republicanas quanto democratas,
01:34mas também tem o lado republicano tradicionalista, aqueles republicanos que historicamente sempre apoiaram a ideia dos Estados Unidos serem o xerife do mundo,
01:43serem aqueles que também defendem o mundo livre, supostamente entre todas as nações e por isso é uma oportunidade que não se pode perder.
01:52Afinal, todos os antecessores de Donald Trump desde 1979 até hoje, sejam eles republicanos, sejam eles democratas, tinham na figura do regime teocrático do Irã,
02:03a República Islâmica do Irã, um antagonismo direto a tudo aquilo que representa Israel e aquilo que representa o Ocidente, os valores democráticos ocidentais.
02:12Então, poderia ser uma oportunidade que ele não pode perder neste momento, mas nós não sabemos, como você bem falou,
02:19está ambígua esta leitura por enquanto, ele disse que talvez faça, talvez não, um ataque no Irã, mas sabemos que se ele decidir por esse caminho,
02:28com certeza haverá uma escalada da guerra e a gente não consegue analisar ainda qual seria a proporção de envolvimento de outras potências regionais,
02:37de outras potências globais que poderiam arrastar o mundo para um conflito de maiores proporções.
02:43Ô Luca, agora vamos falar de boots on the ground, ou seja, será que os Estados Unidos vai colocar soldados?
02:51Porque uma invasão ao território iraniano hoje era inviável, né?
02:56Israel não faz fronteira com Irã, não teria talvez contingente suficiente para fazer uma invasão,
03:03o território iraniano é todo enrugado com um relevo com montanhas, planaltos,
03:09e eventualmente a Arábia Saudita não vai querer se envolver, embora não faça fronteira,
03:13um desembarque anfíbio também seria improvável.
03:16Os Estados Unidos vai se engajar então nos bombardeios às instalações nucleares do Irã.
03:23Eu vi um cientista falando que não se pode destruir ou inibir a capacidade nuclear do Irã sem destruir as centrífugas,
03:31e elas estão dezenas de metros submersas, ali, submersas não, no subterrâneo.
03:36Com a sua avaliação, a Israel já teria uma bomba cedida pelos Estados Unidos para atingir essas instalações,
03:44ou os Estados Unidos vão entrar e acabar com tudo de vez?
03:47Olha, Capês, eu acredito que não teremos boots on the ground,
03:50eu acredito que aquela comparação que muitos fazem com o Iraque,
03:54ela se dá por uma intervenção externa, ou por uma tentativa de mudar o regime,
03:58mas não pelos dois países, afinal, um deles é árabe, outro deles é majoritariamente persa,
04:03é fato que a maior parte da população em ambos os países são xiítas,
04:07mas a geografia é muito diferente.
04:09O Iraque é um país composto majoritariamente por deserto,
04:12onde os americanos já têm uma maior experiência de combate,
04:16e também os seus aliados, os forpos israelenses.
04:18No caso do Irã, é uma guerra que se assemelharia mais ao Afeganistão,
04:22um terreno de montanhas, com uma possibilidade de alguns braços da guarda revolucionária islâmica
04:29atuarem também como guerrilha, ou seja, não seria uma guerra fácil no solo.
04:33Onde os Estados Unidos poderiam sim atuar é exatamente na questão da aeronáutica,
04:38porque tem uma superioridade tecnológica e apenas eles possuem as armas que são chamadas,
04:44as bombas bunker busters, as bombas que podem destruir bunkers,
04:48e como você bem colocou, podem acabar inviabilizando as instalações de Fordow,
04:53uma daquelas que enriquece urânio e que está escondida dentro da montanha.
04:57Alguns falam entre 80 e 100 metros de profundidade,
05:00ou escondido dentro da montanha, escavado dentro da montanha,
05:03o que obviamente é um grande desafio logístico.
05:07Os americanos têm sim aeronaves que possam carregar essas bombas,
05:11e também uma munição tão potente de toneladas e toneladas,
05:15para fazer um impacto e acabar com essa instalação.
05:20Mas os israelenses não têm isso em mãos por enquanto,
05:24então a gente sabe que caso o Fordow seja destruída,
05:26isso vai representar a participação direta dos Estados Unidos da América,
05:32mas não acho que será os moldes do Iraque ou do Afeganistão,
05:36os soldados, Trump não quer que morram os seus próprios cidadãos,
05:38as suas próprias tropas para ajudar Israel.
05:41Aquilo que nós veremos, talvez se ele opte por participar,
05:45é exatamente um ataque coordenado nas usinas nucleares,
05:49para acabar de vez com o programa iraniano,
05:52ou pelo menos colocá-lo no passado.
05:54Se eles estavam há poucos meses, há poucos anos de conseguir uma arma nuclear,
05:58talvez depois deste ataque eles estariam há uma década,
06:0015 anos de poder alcançar uma bomba atômica,
06:04o que seria um alívio para Israel e para os países da região,
06:06assim também como para os Estados Unidos.
06:09Pelo que eu vi, em poucos meses poderiam fabricar de 9 a 12 bombas nucleares.
06:1412 bombas.
06:14Agora, ô Luca, o Trump deu uma tweetada,
06:19ou uma xizada, né, que mudou o nome,
06:22dizendo que ele sabe onde o Ali Khamenei está,
06:25que é o líder supremo do Irã,
06:27e que se ele quiser, ele autoriza Israel a matar,
06:29ou os Estados Unidos mesmo matam o Ayatollah.
06:31Agora, parece que ele não está com muito medo não,
06:34porque o líder supremo do Irã, o Atollah Ali Khamenei,
06:37está prometendo, abre aspas,
06:39danos irreparáveis, fecha aspas,
06:43se Trump intervir.
06:45É só retórica,
06:46ou o Irã pode jogar mísseis balísticos em áreas residenciais?
06:51O que pode acontecer aí nos desdobramentos?
06:54Olha, a gente sabe que isso faz parte da retórica de guerra,
06:58por mais que um lado esteja perdendo,
06:59por mais que um lado esteja enfraquecido,
07:01ele tem que demonstrar força mesmo nas adversidades,
07:05e sendo os Ayatollahs, no caso Ali Khamenei,
07:08um Ayatollah que depende muito dessa posição de líder supremo
07:12para emanar toda a sua credibilidade perante a nação,
07:18por mais que isso esteja danificado no momento,
07:20ele precisa engajar também nessa guerra de retóricas,
07:23por mais que nós saibamos que ele não consiga atingir os Estados Unidos
07:26ou Israel com o mesmo impacto que tem sido atingido.
07:29Eu acho que quando ele fala em retaliação,
07:31aí sim a gente sabe que o Irã coordena um monte de grupos terroristas
07:35que estão infiltrados em vários países do Ocidente,
07:38aqui na Europa, nos Estados Unidos,
07:39e a resposta podia ser também através do terrorismo,
07:42atacando o Irã com maior força,
07:44fazendo o regime entrar em fragilidade,
07:47e aí os civis norte-americanos, civis europeus, civis ocidentais,
07:51sofreriam com mais ataques terroristas islâmicos,
07:53que são patrocinados pelo Irã há pelo menos quatro décadas.
07:57Acho que aí poderia ser o impacto,
07:59mas a gente sabe que atos terroristas não ganham uma guerra,
08:02eles apenas intensificam uma guerra
08:04ou fazem com que o outro lado responda ainda com maior ferocidade.
08:08Eu acredito, então, que nesse sentido Ali Khamenei
08:11só embarca numa guerra de narrativas.
08:14Nós sabemos que ele tem pousado como uma pessoa forte,
08:17diz que não vai se render,
08:18mas a família dele e ele estão em um bunker muito bem escondido,
08:22muito bem protegido,
08:23enquanto a população iraniana está sujeita a esse tipo de ataque,
08:26muitas mortes já no Irã, cerca de 240 pessoas morreram,
08:30ou seja, não está governando pelo exemplo,
08:33ele governa exatamente para tentar seguir a mesma linha
08:37de outros líderes persas, outros líderes islâmicos,
08:39que dizem que nunca vão se render,
08:41que a honra vale mais do que a vida,
08:43mas no fundo sabemos que,
08:44quando olhamos os aspectos práticos,
08:46a capacidade aeronáutica, a capacidade da marinha,
08:49a capacidade do exército,
08:51o controle do espaço aéreo e também a tecnologia
08:54de cada um desses braços das forças armadas,
08:57o Irã está numa situação extremamente difícil,
09:00nunca esteve tão enfraquecido,
09:02desde que a República Islâmica foi fundada em 1979.
09:06Rapidamente, para a gente poder iniciar o debate,
09:09Rússia e China, por enquanto,
09:12estão se mantendo mais ou menos neutras,
09:15porque a China está desembarcando armamentos para o Irã.
09:18Como você prevê o comportamento de Rússia e China
09:23se os Estados Unidos atacarem?
09:25Claro que não digo envolvimento direto,
09:27mas intensificando o apoio bélico ao arsenal iraniano.
09:32Eles vão se colocar, obviamente, contra os Estados Unidos,
09:36mas a pergunta é até que ponto Rússia e China
09:38estão dispostos a arriscar os seus próprios homens
09:41e também usar o seu próprio dinheiro,
09:44o seu próprio exército para proteger o Irã,
09:46que não é dos aliados mais fundamentais.
09:49Obviamente que há uma parceria estratégica,
09:51a gente sabe que o Irã vende cerca de 15%
09:54de todo o petróleo utilizado na China,
09:56a China precisa que esse fornecedor continue fornecendo,
10:00mas estando lá os ayatollahs ou qualquer outro regime,
10:02nós teremos sempre o Irã produzindo muito petróleo
10:05e vendendo para a China e para o resto do mundo,
10:07até mesmo podendo vender para mais países
10:09se não fosse sancionado.
10:10Então, essa questão, se não tiver o ayatollah kaminei,
10:14a China não vai ter petróleo, é uma bobagem,
10:16porque os iranianos continuarão vendendo,
10:19a indústria do petróleo continuará sendo grande no Irã,
10:21independentemente do governo.
10:23Agora, a questão é até que ponto a Rússia estaria disposta a isso,
10:27porque a Rússia tem o mar Cáspio,
10:29que é também um corpo d'água que é dividido entre ela e o Irã
10:33e outros países, Turcomenistão, Azerbaijão,
10:35então ela tem um caminho mais fácil para ajudar o Irã,
10:38até mesmo pela via marítima,
10:41mas ela está preocupada, ocupada com a sua própria guerra.
10:43A gente sabe de todas as questões envolvendo a guerra da Ucrânia,
10:46centenas de milhares de soldados russos também perderam a sua vida,
10:50recuperaram o curso que agora há pouco,
10:52mas precisam reconstruir as cidades,
10:53então não tem muito dinheiro em caixa,
10:56ou muita munição também nos seus estoques
10:59para poder simplesmente dar para o Irã,
11:01enfrentar duas das grandes potências bélicas do mundo.
11:05Acredito que vai ser um apoio talvez diplomático,
11:07a condenação direta,
11:09ou até mesmo ajudar em inteligência,
11:11ou algum tipo de ação de espionagem,
11:14ou de sabotagem cibernética,
11:15isso pode acontecer,
11:16mas efetivamente dar parte dos seus caças,
11:19dar parte dos seus homens,
11:21ou inclusive participar ativamente
11:24dessa contra-ofensiva,
11:25acho isso muito, muito pouco provável
11:27pela posição em que se encontram os dois.
11:29A Rússia tem as suas preocupações,
11:31e a China os seus próprios interesses econômicos,
11:33cujos vão totalmente contrário
11:36a uma guerra prolongada,
11:38e uma guerra de enfrentamento direto
11:40contra os Estados Unidos,
11:41por um território que não é seu.
11:43Em Taiwan, ou nas Coreias,
11:45a situação seria outra,
11:46mas pelo Irã,
11:47não vejo o Xi Jinping se engajando
11:49numa guerra como essa.
11:50Muito obrigado, Luca Bassani,
11:52vamos para o debate agora.
11:53Começando com o Sérgio Zagarino.
11:56Sérgio Zagarino,
11:57crise de petróleo,
11:59vai ficar mais caro o combustível
12:02nos postos aí de todo o país?
12:05Algum impacto econômico maior?
12:08A guerra é para a mudança do regime,
12:10para incapacitar a atividade nuclear do Irã,
12:14ou para destruir o Irã?
12:15Qual a sua avaliação
12:17sobre toda essa panaceia toda
12:19em que o mundo se transformou no século XXI?
12:22Boa tarde, Capês,
12:23boa tarde, nossos colegas aqui debatedores,
12:25e principalmente você,
12:26nosso telespectador,
12:27nosso ouvinte aqui do Linha de Frente.
12:30Essa guerra é o início de um fim,
12:33na minha opinião,
12:34dessa tensão existente no Oriente Médio,
12:37levando em consideração
12:38que já são mais de quatro décadas
12:41de um regime ditadorial,
12:44teocrático, fundamentalista,
12:47que financia organizações criminosas,
12:50não somente dentro do seu território,
12:52mas nos territórios vizinhos
12:53e também no continente europeu
12:56e no continente até mesmo americano.
12:59O que nós temos que levar em consideração,
13:01diante de todas as perguntas
13:03que você elaborou, Fernando,
13:05é que hoje Israel,
13:07ele parte de uma premissa de existência
13:11ao atacar o Estado do Irã.
13:15E quando eu falo do Irã,
13:16eu gosto muito de destacar
13:17o que eu estou dizendo
13:18em relação ao regime,
13:20este regime ditadorial,
13:22que também controla
13:24essa força revolucionária,
13:26que são os homens que fazem,
13:28podemos dizer assim,
13:29o trabalho sujo
13:29para o Estado iraniano.
13:31E nunca, em nenhuma hipótese,
13:33que eu falar aqui sobre o Irã,
13:34estarei falando do povo iraniano,
13:36pois este sim é quem sofre
13:38com tudo o que vai acontecendo,
13:41fruto deste regime de décadas.
13:44Pois bem,
13:44a partir do momento que Israel
13:46ataca com a base
13:48de que ele está fazendo
13:50em prol da sua própria subsistência,
13:52levando em consideração
13:53que toda essa tensão
13:55criada no mundo,
13:56ela é originária do Irã,
13:58a partir desse momento,
14:00faz sentido esse ataque
14:02de Israel no Estado do Irã,
14:05principalmente da forma que foi feita,
14:07com o planejamento,
14:07de forma estratégica,
14:09com alvos muito bem determinados,
14:11tanto que dos 20 principais líderes iranianos
14:15foram alvos certeiros,
14:17vítimas fatais,
14:19diferente do que o Irã promove.
14:21O Luca Bassani,
14:23talvez seja uma das pessoas
14:24mais respeitadas no mundo
14:25para falar do que vem acontecendo,
14:27e ele explicou de forma muito clara.
14:28Essa resposta que o Irã pode gerar
14:30no mundo,
14:32não é em relação a vencer a guerra,
14:33essa guerra está acabada para o Irã.
14:35O Irã tentou contra-atacar Israel
14:36e não conseguiu,
14:38em razão da defesa tecnológica,
14:39em razão do Estado de Israel
14:40de vivenciar nos últimos 40 anos
14:43esse conflito
14:44e ter avançado em tecnologia,
14:46em armamento,
14:47ter o apoio do Ocidente
14:48com os Estados Unidos
14:48e, ao mesmo tempo,
14:50a China e a Rússia,
14:51como a gente acabou de ouvir
14:53das próprias palavras de Luca Bassani,
14:55eles não têm o interesse verdadeiro,
14:57real,
14:58de se misturar,
14:59vamos dizer assim,
15:00nesse conflito.
15:01Portanto,
15:02a única forma que Irã tem
15:03de conseguir criar uma represália
15:06é ir para o tudo ou nada,
15:07é ir para o kamikaze,
15:08é prejudicar o mundo financeiramente,
15:10é atacar civis,
15:12é fazer da forma que,
15:13infelizmente,
15:13a gente vem vendo nos últimos anos.
15:15Eu acredito que nós estamos próximos
15:17de um fim em razão dessa fraqueza
15:18demonstrada pelo regime ditatorial iraniano.
15:21Ana Beatriz Hirsch,
15:23o Irã tem procurado expandir
15:25o seu imperialismo na região
15:28usando os chamados próxies.
15:30Uma hora,
15:31o Hezbollah,
15:32que sofreu danos difíceis
15:35de serem revertidos,
15:36com a morte do seu líder,
15:37Nasrallah,
15:38Hassan Nasrallah,
15:39o Hamas também é outro ponto
15:42de apoio do Irã
15:43por meio do terrorismo
15:44para intimidar Israel.
15:47Com esses grupos,
15:48mais ou menos,
15:49já parcialmente neutralizados
15:51e as defesas aéreas iranianas
15:54destruídas,
15:55você vê a possibilidade
15:56de uma mudança do regime,
15:58consequentemente,
15:59uma alteração no xadrez
16:01do Oriente Médio,
16:02ou o fanatismo religioso
16:04é muito grande.
16:05E a eliminação de Ali Khamenei
16:08pode gerar um efeito
16:09exatamente contrário,
16:10ou seja,
16:11um fortalecimento do regime
16:13pela morte de um líder religioso.
16:15Como você vê
16:16todo esse desenrolar?
16:18Capês,
16:19boa tarde,
16:20boa tarde à nossa audiência.
16:22Essa é uma pergunta
16:22difícil de responder,
16:24porque,
16:24embora haja
16:25uma grande insatisfação
16:26com relação
16:27à forma como
16:28o Estado iraniano
16:30é dirigido,
16:32por assim dizer,
16:32o fato é que existe também
16:34questões religiosas
16:36de extrema intensidade
16:38e que as pessoas
16:39acabam se apegando muito.
16:41Quando a gente fala
16:43num ataque planejado,
16:45como trouxe o Zagarino
16:46e tudo mais,
16:47a gente também tem
16:47um quê de oportunismo,
16:49porque, veja,
16:49se a gente pensar em Israel,
16:51a gente sabe que
16:52o Benjamin Netanyahu
16:54está extremamente desgastado
16:56e acabou usando
16:57essa oportunidade,
16:58que já é uma velha
16:59tática de guerra,
17:00de enfrentar um inimigo comum,
17:02para ganhar força
17:03dentro do seu próprio país.
17:05E ele fez isso muito bem,
17:07fez isso de forma
17:08bastante objetiva,
17:10ao meu ver,
17:10bastante contundente,
17:12mas tem este outro lado,
17:15de que Israel
17:17precisa saber
17:18o momento de parar
17:19para evitar
17:20que, mais uma vez,
17:21a pressão internacional
17:22se volte contra ele,
17:24exatamente como está
17:25acontecendo na faixa de Gaza.
17:27E quando a gente fala
17:28desses grupos
17:30que eu chamo
17:31de terroristas,
17:31tem quem chame
17:32de paramilitares,
17:33como Hamas e Hezbollah,
17:35eles estão, sim,
17:36enfraquecidos
17:37por conta de todo
17:38o período de guerra,
17:40já,
17:41o Hamas,
17:42em especial.
17:44Então,
17:45a gente vê
17:45um enfraquecimento
17:46que também contribuiu
17:48para o momento
17:48desse ataque acontecer.
17:50Agora,
17:51se realmente
17:52o Ayatollah
17:54vai ser
17:55abatido,
17:56e o que isso
17:59vai trazer
17:59de consequências
18:00para a região,
18:03eu acho muito difícil
18:04da gente saber.
18:06Cíntia Nunes,
18:07seu comentário.
18:09Bom,
18:09primeiramente,
18:10boa tarde a todos,
18:11boa tarde,
18:11Capês,
18:12boa tarde a essa bancada
18:13e a você que nos assiste.
18:16Pegando aqui
18:16o que os meus
18:17colegas disseram
18:18e o que o Luca
18:19trouxe para nós,
18:20eu realmente acredito
18:21que, acima de tudo,
18:23toda guerra
18:23é uma imbecilidade,
18:24por mais que haja
18:26aí questões
18:27de soberania,
18:29que em algumas guerras
18:30nós temos questões
18:31realmente de proteção
18:32ao território e tal,
18:34mas nesse sentido
18:35é uma disputa
18:36que vem
18:37se perpetuando
18:39e é como se fosse
18:40um grande caldeirão
18:41onde tudo
18:42que cai lá dentro
18:43só faz em tornar o caldo.
18:45Eu acredito
18:45que se realmente
18:47gostaria de estar
18:47tão
18:48aí otimista
18:50como o Zagarino
18:51dizendo que é o fim,
18:52eu também espero
18:53então que seja
18:54o início
18:55de um fim
18:55mas me parece
18:57que quanto mais
18:58essas intervenções
18:59de outros países
19:00vierem
19:00realmente vai
19:02desandar
19:02reações covardes
19:04reações de terrorismo
19:06e que vão
19:06vitimar mais inocentes
19:08porque de toda forma
19:10quem manda na guerra
19:11não é quem vai
19:12para a linha de combate
19:13então eu acho
19:14que uma guerra
19:14para mim
19:15só será justa
19:16no momento
19:16em que os governantes
19:17forem lá
19:18num ringue
19:18se pegarem na unha
19:19e quem ganhar
19:20ganhou a guerra
19:20porque enquanto isso
19:22o que a gente tem?
19:23pessoas
19:24indo para a linha
19:25de frente
19:25e sendo mortas
19:26muitas vezes
19:27por falta
19:27até não tem
19:28nem o poder
19:28de escolher
19:29se elas vão
19:29ou se não vão
19:30então eu acredito
19:32que isso pode
19:33ter um efeito
19:33rebote
19:34que se o líder
19:38ali for
19:38abatido
19:41a gente pode ter
19:42pelo excesso
19:43de religiosidade
19:45e tal
19:45e também não estou
19:45criticando
19:46nesse sentido
19:47mas que isso pode
19:48gerar um efeito
19:49rebote
19:50e reações
19:51no mundo todo
19:52esparçadas
19:53possam acontecer
19:54e o que que isso
19:55vai fazer?
19:56provavelmente
19:56suscitando novos
19:57conflitos
19:58e levando ao que
19:59todo mundo
20:00de mínimo
20:01de consciência
20:01espera que não
20:02aconteça
20:03que é o início
20:03de uma terceira
20:04grande guerra mundial
20:05onde outros países
20:07acabem se envolvendo
20:08pela defesa
20:09dos seus cidadãos
20:10por defesa
20:11dos seus civis
20:12mesmo que
20:12por baixo de tudo
20:14a gente sempre sabe
20:15a interesses que são políticos
20:17que são econômicos
20:18é uma disputa de poder
20:19então nessa linha
20:20o Trump
20:21que está nessa
20:22ao meu sentido
20:23ele está olhando
20:24o que que ele vai fazer
20:25a depender de como
20:26as coisas vão
20:27se desenvolver
20:28agora também
20:29ficar fazendo ameaça
20:30a gente só não matou você
20:32porque a gente ainda
20:33não quis
20:33também não penso
20:34que seja nada
20:35que vai colocar medo
20:36ou que vai apaziguar
20:38as coisas
20:38se não simplesmente
20:40insuflar mais
20:41essa guerra
20:41que é o meu sentido
20:42imbecil
20:43é meu sentido

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