No programa Direto ao Ponto desta segunda-feira (01), Evandro Cini entrevista o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A conversa abordará o atual cenário político, bastidores do impeachment de Dilma Rousseff (PT), relações com o Congresso, a atuação do STF e o futuro da direita no Brasil, além de sua visão sobre a polarização política.
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NotíciasTranscrição
00:00:00Direto ao Ponto.
00:00:30Estarão conosco Deise Siocari, doutora em Ciência Política, Mano Ferreira, comentarista
00:00:36aqui da Jovem Pan, Túlio Nassa, professor de Direito do Estado e Tiago Uberreis, apresentador
00:00:42aqui da Jovem Pan.
00:00:43Obrigado por também participarem conosco.
00:00:45Antes da gente começar, vamos acompanhar um pouquinho da história de Eduardo Cunha.
00:00:53Formado em Economia pela Universidade Cândido Mendes, Eduardo Cunha iniciou sua trajetória
00:01:00política em 1991, quando foi nomeado pelo presidente Fernando Collor para liderar a
00:01:07Telerge, empresa de telecomunicações do Rio de Janeiro.
00:01:11Em 1999, passou a ocupar o cargo de subsecretário de Habitação.
00:01:18Já em 2002, foi eleito como deputado federal.
00:01:22Foi reeleito para mais uma legislatura em 2014 e com 267 votos favoráveis.
00:01:29assumiu também como presidente da Câmara dos Deputados.
00:01:34Em dezembro de 2015, deu prosseguimento ao processo de impeachment da então presidente
00:01:40Dilma Rousseff.
00:01:42Em 2021, Eduardo Cunha lançou o livro Tchau, Querida, o Diário do Impeachment.
00:01:49Bom, muito se fala sobre o que o senhor foi e fez, mas eu quero começar perguntando quem
00:01:54é Eduardo Cunha hoje.
00:01:55Bom, hoje vamos dizer o seguinte, eu sou uma pessoa tentando voltar ao aspecto político,
00:02:02tentando resgatar a história que foi interrompida, não pela minha vontade, e buscando participar
00:02:09da vida política do país da mesma forma que eu sempre participei.
00:02:12Então, além disso, continuo trabalhando, continuo empreendendo, continuo cuidando das minhas
00:02:19coisas, recuperando as minhas coisas, mas sempre o político que quer voltar a participar
00:02:25e que participa de uma forma indireta e quer voltar a participar de uma forma direta.
00:02:29Quando o senhor fala tentando, quais são os entraves?
00:02:31Não, os entraves é que tem um tempo, né?
00:02:34Eu vou, a eleição é o ano que vem, quando ele diz tentando, que eu tenho que reconstruir.
00:02:39Na prática, a minha filha se elegeu deputada federal no Rio de Janeiro e eu não vou mais
00:02:45disputar pelo Rio de Janeiro.
00:02:47Então, eu tenho que começar, quando eu digo tentar, que eu tenho que reiniciar, conquistar
00:02:51uma nova base, buscar o eleitorado para poder chegar lá.
00:02:55Esse é um ponto que eu digo tentando, é uma tentativa realmente, que a gente espera
00:02:59o que dê certo, mas só a eleição que vai poder dizer isso, né?
00:03:03Deise, vai lá.
00:03:05Presidente, boa noite.
00:03:06Boa noite, Deise.
00:03:06Eu já vou começar com uma pergunta bem polêmica aqui.
00:03:09Vamos embora.
00:03:10O senhor foi afastado da presidência da Câmara dos Deputados por unanimidade pelo
00:03:15STF, sob a alegação de que estaria interferindo nas investigações da Lava Jato.
00:03:19Aí, posteriormente, até o senhor afirmou que essa decisão do STF, ela interferia na
00:03:25separação dos poderes.
00:03:27Passados esses anos todos, como que o senhor vê hoje o papel do STF, principalmente em relação
00:03:32ao Congresso Nacional?
00:03:34Vamos lá, Deise.
00:03:34Com relação ao meu caso específico, não foi bem por estar interferindo na Lava Jato.
00:03:38Ali fazia parte de um jogo político que o procurador-geral da República, o Rodrigo
00:03:42Janot, estava conduzindo naquele momento, em colúio com o próprio governo na época.
00:03:47E o que aconteceu?
00:03:48Me deram uma medida cautelar de afastamento do mandato, por supostamente estar tentando
00:03:55interferir no meu próprio processo de apreciação no Conselho de Ética de cassação do mandato.
00:04:01Só que naquela época, você não tinha nenhum regramento sobre que tipo de recurso eu
00:04:05tinha.
00:04:06Então, o que me coube fazer?
00:04:08Eu entrei através de três partidos políticos com uma DI no Supremo Tribunal Federal,
00:04:13a DI 5526, que não foi julgada a tempo de eu estar no mandato.
00:04:18Ela acabou sendo julgada quando?
00:04:19Quando o Aécio Neves foi afastado do mandato de senador, por outros motivos, enfim, que
00:04:25não cabe dizer.
00:04:26essa DI foi julgada e o que propunha essa DI que tinha que se dar?
00:04:32Interpretação conforme a Constituição das medidas cautelares contra um parlamentar.
00:04:37Porque se um parlamentar na Constituição é preso, tem que ser submetido ao plenário
00:04:41da Câmara ou do Senado se mantém ou não a prisão.
00:04:45Da mesma forma, uma medida cautelar de afastamento teria que ser submetida ao plenário.
00:04:50E não foi submetida ao plenário.
00:04:52E essa DI foi julgada e foi dada a conclusão que teria que ser submetida, sim, ao plenário.
00:04:59Então, foi submetido o caso do Aécio ao plenário que o retornou ao mandato.
00:05:04Então, isso não foi me dado esse direito.
00:05:06Foi a partir da interpretação que eu busquei no próprio Supremo que passou a ter.
00:05:11Isso só configurou o critério político que foi usado contra mim.
00:05:15É claro que foi uma interferência de poder.
00:05:17Eu disse isso com muita clareza.
00:05:19Na verdade, eu não fui afastado por unanimidade.
00:05:21Houve uma liminar dada pelo Teoriza Vasco na madrugada
00:05:25e levou para o plenário no outro dia para confirmar a liminar.
00:05:29E foi isso que aconteceu.
00:05:31Quer dizer, eu não fui dado ao direito de defesa.
00:05:33E tanto que se alguém tiver o cuidado de examinar aquela peça do Teoriza Vasco,
00:05:39que ele dizia que não tinha nada na Constituição que autorizasse o meu afastamento.
00:05:43Mas também não tinha nada na Constituição que autorizasse eu permanecer.
00:05:46Quer dizer, é uma frase surreal, mas está contida naquela decisão.
00:05:51Então, o tempo vai acabar mostrando o absurdo que foi aquela decisão.
00:05:55E, infelizmente, o Poder Judiciário, de uma maneira geral,
00:05:59e, obviamente, quando a gente fala o Poder Judiciário Supremo,
00:06:02na sua última instância, que é o Poder Judiciário,
00:06:05tem decisões que são motivadas politicamente em certos momentos.
00:06:09Vai muito pelo condão da política naquela decisão.
00:06:13Naquele momento, eles tinham maioria para poder,
00:06:15para poder, de uma certa forma, dar curso a uma vingança
00:06:18por ter levado o processo de impeachment.
00:06:20Na prática, o que aconteceu foi isso.
00:06:21Eu tive um processo de vingança pelo fato de eu ter conduzido aquele impeachment.
00:06:26Foi depois do impeachment. Antes, não tinham condições de julgar aquilo.
00:06:29E nenhuma das questões pelas quais o senhor foi acusado ou suspeito,
00:06:34elas se concretizam? Elas são verdadeiras? Nada disso existiu?
00:06:37Eu não tenho. Veja bem, as condenações que eu acabei tendo
00:06:40depois desse processo todo, elas foram todas anuladas.
00:06:44Inclusive, o principal processo que tinha, aquela polêmica,
00:06:47que ficava fazendo chacota de mim, dizia que eu era usufrutuário,
00:06:51eu publiquei no meu livro, Tchau, Querida, o Diário do Impeachment,
00:06:54eu coloquei a peça do Ministério Público, reconhecendo e me pedindo autorização
00:06:59pelo fato de eu ser usufrutuário.
00:07:01Até isso, eu tenho publicado no livro um documento oficial do Ministério Público.
00:07:06Então, é claro que o processo ainda vai um dia ser de novo julgado,
00:07:12ele retornou, ainda está naquele processo de primeira fase,
00:07:15agora vai voltar para o Supremo,
00:07:17mas efetivamente, ao fim, nesse estágio hoje,
00:07:21eu sou absolutamente ficha limpa, como se diria,
00:07:24não tenho condenação,
00:07:26tenho processo que vai retornar,
00:07:28porque foi para a Justiça Eleitoral,
00:07:30mas, obviamente, que não vai ter nenhum sucesso.
00:07:33Bom, antes de passar para os nossos amigos,
00:07:34eu preciso questioná-los sobre isso,
00:07:35porque o senhor foi alvo de 10 operações da Polícia Federal,
00:07:38se não me engano, à época, né?
00:07:39Não, 10 não.
00:07:40Acho que eu fui alvo de...
00:07:42Não, fui alvo de um...
00:07:44De bastante...
00:07:45Não, eu fui alvo de inquérito,
00:07:47na operação mesmo só teve uma.
00:07:48É, mas aí que levaram também a vários inquéritos,
00:07:50se não me engano...
00:07:51Sim, sim, eu acho que foram as delações.
00:07:52Exato.
00:07:53Eu fui alvo, talvez, de 10 delações,
00:07:55não de 10 operações.
00:07:56Em muitas dessas ações,
00:07:57o senhor foi absolvido ou houve a anulação?
00:07:59Foi, foi absolvido.
00:07:59A anulação...
00:08:00Todas, ou foi absolvido ou foi anulação.
00:08:01Exato.
00:08:02Agora, no caso das anulações,
00:08:03os defensores da Lava Jato,
00:08:05eles dizem que,
00:08:06embora as ações tenham sido anuladas
00:08:09por manobras judiciais,
00:08:11os fatos aconteceram.
00:08:13Como é que o senhor rebate esse argumento?
00:08:16Os fatos não foram julgados.
00:08:18Tem que esperar os fatos serem julgados
00:08:19para ele dizer o que aconteceu.
00:08:21Um dos fatos, por exemplo, que se alega,
00:08:23é justamente esse que eu trago o documento
00:08:25do próprio Ministério Público
00:08:26e reconhece a minha condição desunfrutuária.
00:08:27Que ali era certa.
00:08:30Até mudou a legislação.
00:08:31Hoje buscaram mudar a legislação
00:08:33para poder considerar que o chamado trust,
00:08:36ele pertence à própria pessoa.
00:08:38Não existia isso, né?
00:08:40Não existia no nosso ordenamento jurídico.
00:08:43Então, todo o meu livro,
00:08:46que tem 808 páginas,
00:08:49que eu pretendo até reeditá-lo menor
00:08:51para que as pessoas possam lê-lo,
00:08:53mas eu tive o cuidado de fazê-lo grande,
00:08:55porque eu tenho mais ou menos
00:08:56umas 50 páginas que eu destroço
00:09:00acusação por acusação.
00:09:02Eu rebato com defesa ponto a ponto.
00:09:05Então, para que alguém possa dizer
00:09:07que os fatos realmente acontecem,
00:09:09é bom que leia primeiro aquilo
00:09:10e me rebata o que eu rebati.
00:09:12Porque ali não foi uma coisa feita...
00:09:16Eu mesmo cuidava da minha defesa.
00:09:18Eu mesmo participava das peças da minha defesa.
00:09:22Então, eu conheço a minha situação processual
00:09:25mais do que os meus próprios advogados,
00:09:27com certeza absoluta.
00:09:28Então, eu tenho convicção
00:09:30que os fatos, as acusações, são mentirosas.
00:09:32E todas elas baseadas em delações não comprovadas.
00:09:38Não há um fato pelo qual eu não fui condenado,
00:09:40que eu não dizia...
00:09:41As palavras ditas pelo delator
00:09:43foram corroboradas em que?
00:09:45Em nada.
00:09:46É por outro delator?
00:09:48Ou por uma coisa que o delator mesmo apresentou?
00:09:50Por papel escrito pelo próprio delator?
00:09:53Ou por planilha que o delator encheu com a mão dele?
00:09:56Quer dizer, coisa forjada.
00:09:58Então, esse processo de delação premiada,
00:10:00ele precisa ser revisto.
00:10:02Foi já parcialmente revisto,
00:10:04mas ele precisa ser profundamente revisto.
00:10:07Não dá para a gente ficar nesse processo
00:10:10em que pessoas são acusadas por com luz.
00:10:13Com luz que foram feitas pelo Ministério Público,
00:10:16com pessoas que estavam em situação...
00:10:18Eu convivi, eu vi isso.
00:10:20Eu vi pessoas saírem do meu lado para fazerem delação.
00:10:23Eu sei o que era feito para isso.
00:10:26Então, isso é uma coisa que um dia,
00:10:29a sério, talvez seja uma coisa boa
00:10:31num próximo mandato que eu tenha,
00:10:33para a gente trabalhar esse assunto.
00:10:34Porque não dá para a gente permitir
00:10:36que aconteça essa tortura
00:10:38que foi feita em determinadas pessoas
00:10:40dentro dessa operação.
00:10:42Mano.
00:10:42Deputado, nesses embates entre poderes,
00:10:45eu diria que a gente tem duas linhas
00:10:46de força de interpretação sobre os acontecimentos.
00:10:49Uma diz que o judiciário extrapola as suas funções
00:10:54e faz política.
00:10:56Outra linha diz que os políticos desejam fugir do controle
00:11:01que é próprio ao judiciário
00:11:03a respeito de excessos da atividade política.
00:11:06Eu queria...
00:11:07O senhor claramente parece filiar a primeira linha.
00:11:11Eu queria saber,
00:11:12o senhor enxerga alguma legitimidade
00:11:15ou algum ponto de atenção
00:11:17nessa segunda linha de argumentação?
00:11:19Ou seja, os políticos brasileiros
00:11:21se esquivam de um controle da sua atividade?
00:11:25E sobre a primeira linha,
00:11:27como colocar o judiciário
00:11:29de volta na sua caixinha
00:11:30para que ele saia da política?
00:11:32Mano, o que acontece é o seguinte.
00:11:33Nós estamos num processo
00:11:35que eu acho que não é exatamente assim
00:11:38como você colocou.
00:11:39Acho que parcialmente você tem razão.
00:11:40Eu acho que tem os dois lados de erro.
00:11:42Primeiro, o judiciário interfere na política,
00:11:45interfere mesmo.
00:11:47Como a política quer usar o judiciário
00:11:49para interferir na política dos outros?
00:11:51Então, o que acontece?
00:11:52Há um processo de judicialização da política
00:11:55como há um processo de politização do judiciário.
00:11:58Os dois estão errados.
00:12:00Então, muitos políticos,
00:12:01principalmente alguns partidos de esquerda,
00:12:03fazem muito isso.
00:12:03Vai para o Supremo com qualquer coisa,
00:12:05com a DI disso, com a ação daquilo,
00:12:07para tentar buscar uma decisão
00:12:08daquilo que não conseguiu ganhar
00:12:10dentro do Congresso ou conseguiu ganhar
00:12:12dentro da política.
00:12:13Da mesma forma,
00:12:14alguns membros do Poder Judiciário
00:12:16acham que o que tem,
00:12:18o poder que eles têm,
00:12:19dá a eles o direito.
00:12:21É uma coisa que eu escuto muito, por exemplo.
00:12:23Ah, o Congresso se omitiu.
00:12:25Então, pela omissão do Congresso,
00:12:27a gente está tomando decisão.
00:12:29Olha, quando o Congresso se omite,
00:12:32não é que o Congresso está se omitindo, não.
00:12:34O Congresso decidiu manter a lei que está.
00:12:36Isso é um processo decisório.
00:12:38O Congresso muda a lei ou mantém a lei
00:12:41porque ele entendeu que manter a lei
00:12:42é melhor do que mudar a lei.
00:12:44Então, é uma decisão política
00:12:45que tem que ser respeitada.
00:12:47Então, essa interferência,
00:12:48ela acontece dos dois lados.
00:12:49Como fazer para mudar isso?
00:12:51Eu acho que a gente está chegando perto,
00:12:54na minha modesta avaliação,
00:12:56de uma ruptura institucional velada.
00:12:59O que é a ruptura institucional velada?
00:13:01É uma ruptura que você não fala,
00:13:04porque todas as constituições que a gente teve
00:13:07foram frutos de processos de ruptura.
00:13:10Primeiro, quando teve a ditadura militar,
00:13:12antes, Estado Novo,
00:13:13ditadura militar,
00:13:14fim da ditadura militar,
00:13:16fim da Era Vargas,
00:13:17enfim, todo o processo gerou uma constituição.
00:13:21Mas só que foram rupturas de verdade.
00:13:25A gente hoje tem uma ruptura
00:13:26do respeito ao ordenamento jurídico
00:13:29e da violação pelos dois lados,
00:13:31seja por quem não cumpre
00:13:32e seja por quem quer que cumpra mais
00:13:35do que deveria fazer.
00:13:36Isso, um dia,
00:13:37vai acabar numa nova constituição,
00:13:38na minha opinião,
00:13:39para a gente poder regrar de verdade
00:13:42qual é a relação entre os poderes.
00:13:44A relação entre os poderes,
00:13:46ela hoje está desleal,
00:13:48ela está desproporcional,
00:13:50está desbalanceada.
00:13:51O poder judiciário se sobrepõe
00:13:52aos outros dois poderes.
00:13:54E nós,
00:13:55quando você chega ali em Brasília,
00:13:56você vai olhar,
00:13:57você tem a Praça dos Três Poderes.
00:13:58Ela foi feita
00:14:00colocando o Congresso no centro.
00:14:03De um lado está o judiciário,
00:14:04do outro está o poder executivo.
00:14:07Por que o Congresso é o centro?
00:14:09Porque é do Congresso
00:14:09que parte a formação das leis.
00:14:12É que parte aquilo
00:14:13que os outros dois lados,
00:14:14um vai cumprir
00:14:15e o outro vai fiscalizar
00:14:16para que seja cumprido.
00:14:18Nós estamos desbalanceados.
00:14:19Hoje, quem está no centro
00:14:20é o poder judiciário.
00:14:21Então, essa coisa não está legal,
00:14:23não está correta.
00:14:24E sobre a segunda visão,
00:14:25que é de parcela da sociedade,
00:14:27que acredita que muitos políticos
00:14:30desejam se esquivar
00:14:31das responsabilidades
00:14:33dos órgãos de controle
00:14:34a respeito dos juízes.
00:14:35Eu acho que pode acontecer, sim.
00:14:38Pode acontecer de quem esteja
00:14:39realmente praticando
00:14:40alguma coisa errada
00:14:41e não quer ser controlado.
00:14:43Como também está acontecendo
00:14:44quem está no poder judiciário
00:14:46e está fazendo errado
00:14:47e também não quer ser controlado.
00:14:48Isso acontece em todos os lados.
00:14:50Como acontece no poder executivo
00:14:51que está fazendo a coisa errada
00:14:53e não quer ser controlado.
00:14:54Isso acontece em todos os segmentos.
00:14:56Isso não é generalizado.
00:14:58Isso é claro que cada um
00:15:00dos poderes
00:15:01tem essas exceções
00:15:02que um quer controlar
00:15:04ou o outro não quer ser controlado.
00:15:06Mas eu acho que esse
00:15:06não é o cerne da questão.
00:15:08Eu acho que o cerne da questão
00:15:09é a gente poder balancear
00:15:10realmente a relação entre os poderes.
00:15:12Porque você chega
00:15:13numa situação
00:15:13que você não tem recurso.
00:15:15Você pega, por exemplo,
00:15:16nós temos aqui
00:15:17nosso próprio ordenamento jurídico
00:15:19na Constituição,
00:15:20a Convenção Interamericana
00:15:21de Direitos Humanos,
00:15:22fala que todo mundo tem direito
00:15:23a duplo grau de jurisdição.
00:15:24Aqui a gente vai ficar sujeito
00:15:26a um único poder
00:15:27numa única jurisdição
00:15:29para te condenar
00:15:30ou te absolver.
00:15:32Isso não é uma coisa
00:15:33correta.
00:15:35Isso na própria Constituição
00:15:36fala que a gente tem que ter
00:15:37um duplo grau de jurisdição.
00:15:38Mas isso não é aplicado.
00:15:40Os processos originários
00:15:41que estão no Supremo Tribunal Federal
00:15:43não têm duplo grau de jurisdição.
00:15:45Então existe uma coisa
00:15:46que precisa realmente ser debatida.
00:15:48Vai lá, Túlio.
00:15:49Boa noite, Evandro.
00:15:51Boa noite, Eduardo Cunha.
00:15:52Boa noite aos colegas
00:15:53aqui da bancada.
00:15:55Eduardo, eu queria lhe fazer
00:15:56uma pergunta
00:15:57porque na prática
00:15:58essa questão do balanceamento
00:16:00entre o judiciário,
00:16:01o executivo, o legislativo
00:16:02é muito mais complicada.
00:16:04Tem um ditado alemão
00:16:05que diz que o diabo
00:16:06mora nos detalhes.
00:16:07Sem dúvida.
00:16:08Como que nós vamos conter
00:16:09o avanço de poder,
00:16:11quer seja do judiciário,
00:16:12do legislativo,
00:16:13se nós não tivermos
00:16:14efetivos instrumentos
00:16:15ou mecanismos
00:16:16de freios e contrapesos
00:16:18previstos na Constituição da República.
00:16:20A nossa Constituição
00:16:21é uma das que mais
00:16:23estendeu esse poder ao judiciário.
00:16:25Veja, nós não temos
00:16:26nomeação paritária
00:16:27para ministros do Supremo,
00:16:28eles são feitos
00:16:29exclusivamente
00:16:30pelo Presidente da República,
00:16:31nós não temos
00:16:32mandatos temporários.
00:16:34Então, na prática,
00:16:35a questão é muito mais difícil
00:16:36de ser resolvida
00:16:37se não houver
00:16:38uma mudança institucional.
00:16:40E aí eu lhe pergunto,
00:16:41o senhor é autor
00:16:41de uma PEC em 2014
00:16:43que propunha
00:16:44essas mudanças
00:16:45de nomeação paritária
00:16:47e de mandato temporário.
00:16:49O senhor manteria hoje?
00:16:50O senhor acha que hoje
00:16:51ela deve prosperar
00:16:53essa proposta
00:16:53de emenda constitucional?
00:16:54Olha, Túlio,
00:16:54eu estou um pouquinho
00:16:55até mais profundo.
00:16:58Eu acho que a gente
00:16:59está precisando,
00:17:00eu acho que essa proposta
00:17:01pode continuar a vingar assim
00:17:02e se vingar vai ser boa.
00:17:05Infelizmente,
00:17:05ela não conseguiu andar.
00:17:06Aliás, essas coisas
00:17:07no Congresso
00:17:08tem esse problema.
00:17:08Agora,
00:17:09não tem seis meses
00:17:11que estava votando
00:17:12na CCJ
00:17:13uma PEC minha
00:17:14que coloca apenas
00:17:15três palavras
00:17:16na Constituição
00:17:16que a vida começa
00:17:17na Concepção.
00:17:20Desde a Concepção
00:17:21que a vida começa.
00:17:22Essas três palavras
00:17:23fazem toda a diferença
00:17:25naquele ordenamento.
00:17:26Depois de 12 anos
00:17:27ou 14 anos
00:17:29botaram na CCJ
00:17:30para votar
00:17:30a minha PEC.
00:17:32Mas,
00:17:32hoje eu iria mais
00:17:34para uma discussão
00:17:35mais profunda.
00:17:35Eu iria para uma nova
00:17:36Constituinte.
00:17:37Vai lá,
00:17:38Oberreich.
00:17:38Deputado,
00:17:38voltando à primeira
00:17:40pergunta do Evandro,
00:17:41para 2026,
00:17:42o senhor pretende
00:17:43se viabilizar.
00:17:44Por que Minas Gerais?
00:17:45Que essa é a discussão.
00:17:46E o PL não aceitou o senhor?
00:17:49Qual partido
00:17:49teria mais chance
00:17:50de receber o senhor?
00:17:51Bom,
00:17:51em primeiro lugar,
00:17:52sim.
00:17:52Eu pretendo sim
00:17:53por Minas Gerais.
00:17:55É uma coisa
00:17:55que eu estava
00:17:56ainda estudando,
00:17:57mas eu estou praticamente
00:17:58definido
00:17:59que eu estou
00:18:00pretendo disputar
00:18:02por Minas Gerais.
00:18:03Por quê?
00:18:03Por que Minas Gerais?
00:18:04Por uma razão,
00:18:05por várias razões.
00:18:07Primeiro que
00:18:07eu tenho uma boa parte
00:18:09do meu eleitorado,
00:18:10que sempre foi
00:18:11o eleitorado evangélico,
00:18:12a qual Minas Gerais
00:18:13você tem,
00:18:14digamos assim,
00:18:15uma carência
00:18:16de representantes
00:18:17ligados
00:18:19ao segmento evangélico.
00:18:21Realmente existe
00:18:22uma carência,
00:18:22diferentemente
00:18:23aqui de São Paulo,
00:18:24que praticamente
00:18:25todos os grandes
00:18:26lideranças evangélicas
00:18:28já têm
00:18:29as suas representações
00:18:30e se diferem
00:18:31muito em Minas Gerais.
00:18:32Em segundo lugar,
00:18:34pela proximidade
00:18:35com o Rio de Janeiro,
00:18:37São Paulo também
00:18:38é próximo,
00:18:38mas eu digo
00:18:39mais pela proximidade
00:18:40de culturas,
00:18:41de maneira de vida,
00:18:43de interface,
00:18:45tem a Zona da Mata
00:18:46que é praticamente
00:18:47uma extensão
00:18:48do Rio de Janeiro,
00:18:49o próprio Sul de Minas
00:18:50com muita coisa ligada,
00:18:52eu acho que tem
00:18:53muito mais campo.
00:18:55Terceiro lugar,
00:18:56a gente está
00:18:56de uma certa forma,
00:18:57pela minha família,
00:18:58com alguns empreendimentos
00:18:59em Minas Gerais.
00:19:01O Gerro que tem fazenda
00:19:02no Sul de Minas,
00:19:03enfim,
00:19:03tem negócios
00:19:05na minha família
00:19:05que estão em Minas Gerais.
00:19:07Então,
00:19:07é uma conjunção
00:19:08de fatores,
00:19:09a gente não toma
00:19:09uma decisão
00:19:10com base
00:19:10apenas em um detalhe,
00:19:13a gente toma
00:19:13num conjunto.
00:19:14Então,
00:19:15eu avaliei
00:19:15que por Minas Gerais
00:19:17comecei a andar
00:19:18para ver como é
00:19:19a aceitação,
00:19:20porque essas coisas
00:19:20também não adianta
00:19:21a gente querer,
00:19:22a gente tem que sentir
00:19:23se é aceito,
00:19:24a gente vai buscar o voto,
00:19:25vai buscar a aprovação
00:19:27do eleitor.
00:19:28E nas minhas caminhadas
00:19:29eu tenho sido
00:19:29muito bem recebido.
00:19:31Então,
00:19:31isso é um fator
00:19:32que me estimulou bastante.
00:19:33Então,
00:19:34há uma parte,
00:19:35pelo menos,
00:19:35que me recebeu,
00:19:37vê com muito bom gosto
00:19:38que eu vou disputar
00:19:39para o Minas Gerais.
00:19:40Não me olha
00:19:42como um forasteiro
00:19:43entrando lá.
00:19:44O Mineiro
00:19:44é muito receptivo.
00:19:46Em Minas Gerais,
00:19:48tem uma vantagem
00:19:49sobre a maioria
00:19:50dos estados
00:19:51do Brasil.
00:19:51Minas Gerais
00:19:52é a síntese
00:19:53do Brasil.
00:19:54Você é o único estado
00:19:55que faz fronteira
00:19:55com seis estados
00:19:57de culturas
00:19:58completamente diferentes.
00:19:59você vê que o próprio
00:20:01resultado da eleição
00:20:01presidencial,
00:20:03Minas reflete
00:20:03a eleição nacional.
00:20:05O Lula ganhou
00:20:06por um pouquinho
00:20:06de voto em Minas,
00:20:08foi o que deu
00:20:08o resultado final
00:20:09da eleição,
00:20:09ganhou por um pouquinho
00:20:10de voto.
00:20:11Quando teve em 18,
00:20:12Bolsonaro ganhou
00:20:13em Minas Gerais,
00:20:14ganhou a eleição.
00:20:15Você pode olhar
00:20:16que o resultado
00:20:16de Minas Gerais
00:20:17na eleição presidencial
00:20:18representa o resultado
00:20:20da eleição presidencial
00:20:21no país.
00:20:21Então,
00:20:22por todo esse conjunto
00:20:23de fatores,
00:20:24eu tomei a decisão
00:20:25de tentar buscar
00:20:27em Minas Gerais.
00:20:27E o partido,
00:20:28deputado?
00:20:28Sobre o PL?
00:20:29Não,
00:20:30eu não fui me filiar
00:20:31no PL,
00:20:32não tenho essa decisão
00:20:34tomada,
00:20:35eu não sei nem,
00:20:36obviamente eu converso
00:20:38com vários dirigentes
00:20:39partidários,
00:20:40sou muito amigo
00:20:41do Valdemar Costa Neto,
00:20:43que é o presidente
00:20:44do PL,
00:20:44óbvio que eu conversei
00:20:45com ele,
00:20:46mas não há nenhuma decisão.
00:20:48A minha própria filha
00:20:49está talvez indo
00:20:51para o PL no Rio de Janeiro,
00:20:53é uma decisão
00:20:54que ela está tomando
00:20:55a parte,
00:20:56mas eu não sei
00:20:57se eu vou,
00:20:57eu tenho que analisar bem,
00:20:59eu não sei se é o PL
00:21:00o melhor partido para mim,
00:21:01não sei se eles querem
00:21:02ou não me querem,
00:21:03o Valdemar até quer,
00:21:05mas eu estou conversando
00:21:08não só com o PL,
00:21:09como estou conversando
00:21:10com outros partidos.
00:21:11Eu ainda não tomei
00:21:12a decisão.
00:21:13Eu diria a você
00:21:14até que no dia de hoje
00:21:15não seria
00:21:16a minha primeira opção,
00:21:18mas é uma opção
00:21:19que se estiver presente,
00:21:21talvez eu possa tomar sim,
00:21:22mas que eu vou ficar
00:21:23num partido
00:21:24que esteja
00:21:25num espectro
00:21:26de centro-direita
00:21:27com certeza.
00:21:28Qual seria a sua primeira opção?
00:21:31Se eu falar,
00:21:32já vira,
00:21:33eu hoje estou filiado
00:21:34no Republicanos,
00:21:34tá?
00:21:35Eu sou filiado no Republicanos.
00:21:36Mas ele então
00:21:37não seria a sua primeira opção?
00:21:37Não sei se seria,
00:21:39mas poderia até ser,
00:21:40mas hoje
00:21:41a minha filiação
00:21:41está no Republicanos.
00:21:42Só uma curiosidade divertida,
00:21:44o fato da ex-presidente Dilma
00:21:45ter perdido a eleição
00:21:47em Minas
00:21:47de alguma forma
00:21:48dar um tempero.
00:21:49Olha,
00:21:49eu não pensei nisso não,
00:21:50mas até que
00:21:51não seria
00:21:52divertido,
00:21:54mas não foi com esse objetivo,
00:21:55é claro que não.
00:21:57A gente tem que fazer política
00:21:58com seriedade,
00:22:00buscando
00:22:01sempre os objetivos,
00:22:02eu tenho que explicar
00:22:03para o eleito
00:22:03a mesma coisa,
00:22:04vocês estão me perguntando aqui
00:22:05por que eu estou
00:22:05socando gato lá.
00:22:07Sou candidato por quê?
00:22:08Eu tenho que explicar isso
00:22:08para ele.
00:22:09Não vou dizer que eu sou
00:22:10candidato,
00:22:10porque a Dilma
00:22:11perdeu a gato,
00:22:11não tem o menor sentido.
00:22:13Dá uma curiosidade,
00:22:14e uma segunda curiosidade
00:22:16sobre isso,
00:22:16por que voltar
00:22:17a tentar um cargo eletivo
00:22:19depois de tantas idas e vindas
00:22:22quando o senhor ainda
00:22:23era deputado,
00:22:24presidente da Câmara,
00:22:25depois de um histórico
00:22:26também com bastante fraturas?
00:22:29Eu falo do problema
00:22:29o seguinte,
00:22:30por mais fraturas que seja,
00:22:32foi o lugar de onde
00:22:33me tiraram.
00:22:34Então eu tenho que voltar
00:22:35ao estágio que me tiraram.
00:22:37Tem orgulho envolvido aí?
00:22:38Não,
00:22:38não é orgulho,
00:22:40não,
00:22:40é uma questão,
00:22:40da mesma forma
00:22:42que você busca
00:22:43uma absolvição
00:22:44num processo,
00:22:46a volta ao mandato
00:22:47ela é também
00:22:48uma forma de absolvição.
00:22:50Ela é uma forma
00:22:51de voltar,
00:22:52de resgatar.
00:22:53Eu tenho que voltar
00:22:54àquele ponto
00:22:54que me afastaram.
00:22:56Não é ser presidente
00:22:57da Câmara, não.
00:22:58Eu tenho que voltar
00:22:58a ser deputado,
00:23:00porque foi de lá
00:23:01que me tiraram,
00:23:02me tiraram do mandato
00:23:03de deputado.
00:23:04Eu quero retornar
00:23:05para dizer o seguinte,
00:23:06me tiraram e eu voltei.
00:23:07Estou aqui.
00:23:08Ponto.
00:23:09Vai lá, Deise.
00:23:09Nossa,
00:23:11eu tenho tantas perguntas,
00:23:12eu estou tentando organizar.
00:23:12Túlio também já me deu
00:23:13sinais de olhares ali.
00:23:16Eu tenho o tempo
00:23:17que ele permitir.
00:23:18Uma hora e meia
00:23:19nós temos aí, hein?
00:23:20Se quiser ficar mais,
00:23:21gente,
00:23:22deixa eu pensar
00:23:22em qual vai ser a primeira.
00:23:24É porque a gente tocou
00:23:24agora nessa questão
00:23:25do seu retorno
00:23:26à Câmara dos Deputados.
00:23:28O senhor
00:23:29é com certeza
00:23:30uma das figuras políticas
00:23:31mais fortes do Brasil
00:23:32pós-redemocratização.
00:23:34Não sei se o senhor
00:23:34tem esse entendimento,
00:23:37mas eu queria saber
00:23:37por que não pensar
00:23:39em voltar para a presidência
00:23:40da Câmara dos Deputados?
00:23:42Não, porque a presidência
00:23:43da Câmara dos Deputados
00:23:44é consequência
00:23:44do exercício do mandato.
00:23:46Ela não pode ser causa.
00:23:47Você não disputa a eleição
00:23:48do povo para ser presidente
00:23:49da Câmara.
00:23:49Eu disputo para ser deputado.
00:23:52Quem é presidente
00:23:53da Câmara
00:23:53é fruto de uma articulação,
00:23:55de uma conjunção política
00:23:59momentânea,
00:24:00que acontece ou não.
00:24:02se o objetivo
00:24:03foi esse,
00:24:04eu acho que
00:24:05eu estou
00:24:05fadado ao fracasso
00:24:06de cara.
00:24:08E não é esse
00:24:08o meu objetivo.
00:24:09Se amanhã,
00:24:10depois,
00:24:11sei lá,
00:24:11ninguém chega na Câmara
00:24:13e vai ser presidente.
00:24:13Isso não existe.
00:24:14Eu fui candidato a presidente
00:24:15no quarto mandato.
00:24:17Eu vou estar retornando,
00:24:18é como se estivesse começando.
00:24:19Ninguém vai chegar
00:24:20no primeiro mandato
00:24:21a ser presidente da Câmara,
00:24:22ser candidato,
00:24:23nem ser presidente,
00:24:23mas ser candidato.
00:24:25É uma ousadia
00:24:26que eu não teria
00:24:28essa ousadia.
00:24:29Conhecendo a casa
00:24:29como ela funciona.
00:24:30Claro, claro.
00:24:31Então, eu conheço bem
00:24:32aquilo que está ali.
00:24:33Aquilo tem toda uma norma.
00:24:35Isso tem que ter uma convivência.
00:24:36Você tem que galgar a posta,
00:24:38você tem que conviver.
00:24:39Tem que comer um saco de sal junto,
00:24:41como a gente diz na Gira, né?
00:24:42Não é um saco de açúcar, né?
00:24:44É de sal,
00:24:45que leva tempo para comer.
00:24:47Então, é o tempo.
00:24:47Tem que ruminar.
00:24:49Vai lá.
00:24:50Olha, Eduardo,
00:24:52Otto von Bismarck,
00:24:53seu colega parlamentarista,
00:24:55falava que a política
00:24:55é a arte do possível, né?
00:24:57Sem dúvida.
00:24:58E eu fico imaginando
00:24:58o senhor voltando para a Câmara,
00:25:00porque a minha pergunta
00:25:01é no mínimo polêmica.
00:25:03O senhor, por exemplo,
00:25:04dialogaria com o Sérgio Moro
00:25:05nos meandros do Congresso Nacional?
00:25:08Imagina o senhor discutindo
00:25:09com o Sérgio Moro
00:25:10eventuais pautas do governo
00:25:12ou da oposição.
00:25:13Eu acho o seguinte,
00:25:14não há a menor possibilidade
00:25:15de eu dialogar com esse cidadão.
00:25:17Isso é óbvio que eu não vou dialogar.
00:25:18Eu não vou ser hipócrita aqui
00:25:19e dizer que eu vou dialogar
00:25:20com o sujeito
00:25:21que, na minha opinião,
00:25:22ele que deveria estar preso, né?
00:25:24Então, eu não vou perder meu tempo
00:25:26dialogando com o sujeito dele.
00:25:27Eu vou evitar o diálogo.
00:25:28Não há possibilidade
00:25:29de eu ter diálogo com ele.
00:25:30Eu quero evitar até
00:25:32o olhar estar presente
00:25:34no mesmo ambiente que ele.
00:25:35Então, essa possibilidade...
00:25:36Se quer cumprimentá-lo.
00:25:37É a arte do...
00:25:37Não, se quer...
00:25:38Nenhuma possibilidade.
00:25:40Agora,
00:25:41tem que ser franco.
00:25:42Não vou ser hipócrita
00:25:43aqui dizer para vocês
00:25:44que eu vou...
00:25:44Ah, não, senhor amor,
00:25:45é por muito prazer.
00:25:46Bom revivo.
00:25:46Chegar sim para o senhor.
00:25:47Não existe essa possibilidade.
00:25:48Não, sem chance, zero.
00:25:52Então, mas eu vou exercer
00:25:53meu papel.
00:25:54Claro que se ele estiver
00:25:55institucionalmente,
00:25:56num certo momento,
00:25:57que você estiver em alguma posição,
00:25:59que ele for...
00:25:59Eu espero não conviver,
00:26:01até porque ele vai para o Senado,
00:26:03está no Senado ainda,
00:26:04não sei até quando,
00:26:05mas está no Senado.
00:26:06Até porque ele tem um processo penal
00:26:07no Supremo,
00:26:08que se ele for condenado,
00:26:09ele perde o mandato.
00:26:10Seja por difamação,
00:26:12qualquer outra coisa,
00:26:12a condenação penal
00:26:13implica na perda de mandato.
00:26:15Então, eu não sei
00:26:16se ele vai continuar
00:26:16o Senador há muito tempo.
00:26:17Tanto que ele quer disputar
00:26:18uma outra eleição.
00:26:20Porque essa condenação
00:26:21por difamação
00:26:22não dará a ele
00:26:23a ineligibilidade,
00:26:24mas dá a perda de mandato.
00:26:26Aproveitando isso,
00:26:26o que o senhor deseja
00:26:27para o juiz Sérgio Moro?
00:26:29Que ele sofra as penas da lei.
00:26:32Daquilo que ele praticou.
00:26:33Que, infelizmente,
00:26:34até hoje ele não sofreu.
00:26:36Para mim,
00:26:36o chefe de quadrilha,
00:26:37a Lava Jato era uma quadrilha,
00:26:38ele era o chefe.
00:26:40Então,
00:26:40o Deltão Dallagnol
00:26:41já foi cassado o mandato dele.
00:26:43O Sérgio Moro,
00:26:45infelizmente,
00:26:45sobreviveu.
00:26:46Mas ele tem que pagar.
00:26:47O que ele fez,
00:26:48o Sérgio Moro
00:26:49foi o responsável
00:26:50pela missão pessoal dele
00:26:53por justamente
00:26:54levar a política ao ralo.
00:26:55Isso que ele fez.
00:26:56Ele fez uma operação
00:26:57contra a política.
00:26:59Ele não fez a operação
00:26:59contra a A,
00:27:00ou B, ou C.
00:27:01Eu fui vítima dele
00:27:02porque ele estava
00:27:04na linha.
00:27:05Olha que eu sou opositor do PT.
00:27:07Ninguém aqui duvida
00:27:08que eu sou opositor do PT.
00:27:09Agora,
00:27:09o que ele fez
00:27:10no trabalho da Lava Jato
00:27:12em cima do PT,
00:27:14ele fez para acabar com o PT.
00:27:16Ele tinha que pegar o outro lado
00:27:17para não dizer que ele,
00:27:18para fingir que era imparcial.
00:27:20Então,
00:27:20eu fui a vítima do outro lado dele.
00:27:22Ele tinha,
00:27:22me tinha como um troféu.
00:27:24Essa que é a verdade.
00:27:25E eu escrevo bem isso no livro.
00:27:26Então,
00:27:27ele foi contra a política.
00:27:28Eu acho que combateu o PT.
00:27:30Eu acho que o Lula
00:27:31não podia estar fora
00:27:31da eleição de 2018.
00:27:33Aquilo foi um absurdo.
00:27:34Como eu acho que o Bolsonaro
00:27:35não pode ficar fora
00:27:36da próxima eleição.
00:27:37Eu acho que quem tem
00:27:38que decidir é o povo.
00:27:39O povo é que escolhe
00:27:40quem vai ou não.
00:27:42E o Lula perderia
00:27:42aquela eleição.
00:27:43Ele fez um mal para o Brasil.
00:27:45Se o Lula tivesse sido
00:27:45candidato em 2018,
00:27:46ele ia perder a eleição
00:27:47e tinha acabado o PT.
00:27:49Teria sido muito melhor
00:27:50para quem enfrenta o PT.
00:27:52No entanto,
00:27:53ele quis tirar aquilo ali
00:27:54como troféu dele
00:27:55porque ele queria ser.
00:27:57E ele não conseguiu.
00:27:58Ele não teve coragem
00:27:59de sair para disputar
00:28:00naquele momento.
00:28:01E depois,
00:28:01quando ele resolveu sair,
00:28:03ele acabou não conseguindo
00:28:05e não vai conseguir.
00:28:06Ele hoje,
00:28:07eu diria que na política,
00:28:09ele é um sujeito
00:28:10que não vai agregar.
00:28:11Bom, tem os dois aí.
00:28:12É sobre isso também?
00:28:14É.
00:28:14Mano, vai lá então
00:28:15depois você, Uberrage.
00:28:16Na sua avaliação,
00:28:17então,
00:28:17todos os crimes revelados
00:28:19pela Lava Jato
00:28:19são peça de ficção.
00:28:21Não, não.
00:28:21Eu não estou dizendo isso.
00:28:23Eu não estou dizendo
00:28:23nem que não possa ter havido crime.
00:28:26Existe uma diferença
00:28:27entre você apurar o crime,
00:28:28punir os responsáveis
00:28:30e você fazer a politização
00:28:31do processo penal.
00:28:33Até porque ele fraudou
00:28:34a competência dele.
00:28:35Ele não era competente
00:28:36para fazer aquilo,
00:28:37para julgar nada.
00:28:38Então, ele já começou
00:28:39fraudando a competência dele.
00:28:41Como ele frauda
00:28:42a competência dele,
00:28:43ele simplesmente,
00:28:44o que ele fez?
00:28:45Ele tornou nula
00:28:45toda e qualquer acusação
00:28:47que poderia um dia
00:28:47ter resultado em punição.
00:28:49Porque ele fraudou
00:28:50todo o processo.
00:28:51Então,
00:28:52quando eu contesto,
00:28:53eu não estou dizendo
00:28:53para você que
00:28:54só tem anjinho na história.
00:28:56Claro que deve ter tido
00:28:57alguma coisa.
00:28:58É claro que alguns
00:28:59têm que ser punidos
00:28:59pelo que efetivamente
00:29:00fizeram julgados
00:29:02pelo juiz competente
00:29:03com amplo contraditório
00:29:05dentro do devido
00:29:06processo legal.
00:29:06É completamente diferente
00:29:08do que foi feito
00:29:09ali por ele em Curitiba.
00:29:11Ele não acha
00:29:11que aquilo ali
00:29:12era o juiz universal
00:29:14de combate à corrupção
00:29:15daqueles que ele escolhia.
00:29:17É isso que ele fez.
00:29:17E na categoria
00:29:18dos anjinhos e diabinhos,
00:29:19o senhor estaria onde?
00:29:20Eu sei que eu não sou diabo.
00:29:23Eu sei que daquilo
00:29:24que me acusaram,
00:29:25eu não sou culpado.
00:29:27Entendeu?
00:29:28Deputado,
00:29:28o senhor citou
00:29:29o ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:29:31O senhor tem uma visão
00:29:32talvez privilegiada
00:29:33da política,
00:29:34porque o senhor está
00:29:34fora da política,
00:29:35mas tem toda a bagagem,
00:29:37como a gente sabe.
00:29:38O senhor acha que em 2026,
00:29:40o senhor falou
00:29:40que ele deveria estar elegível,
00:29:42disputar a eleição.
00:29:42Se ele não puder disputar,
00:29:44o senhor acha que ele
00:29:45deveria indicar alguém
00:29:46da família,
00:29:47alguém próximo,
00:29:48ou talvez o governador
00:29:50Tarcísio de Freitas,
00:29:52alguém desse centro-direita,
00:29:54desse aspecto,
00:29:55desse campo político,
00:29:55como o senhor citou.
00:29:56Olha,
00:29:57eu acho o seguinte,
00:29:58eu acho que a eleição
00:29:59de 2026 vai ser
00:30:01uma repetição
00:30:01do que aconteceu em 2022
00:30:03no sentido contrário.
00:30:04Em 2022,
00:30:06não foi o Lula
00:30:06que ganhou a eleição,
00:30:07foi o Bolsonaro
00:30:08que perdeu.
00:30:09Eu acho que em 2026,
00:30:10o Lula vai perder a eleição.
00:30:12Então,
00:30:12qualquer um que for
00:30:13para o outro lado
00:30:14e for para o segundo turno,
00:30:15vai ganhar a eleição dele.
00:30:16Essa é a minha opinião.
00:30:17Eu acho que o Lula
00:30:18que perderá a eleição
00:30:19ou não é,
00:30:20quem entrar
00:30:20que vai ganhar.
00:30:21Então,
00:30:22seja quem for sair,
00:30:23A ou B ou C,
00:30:25no fundo,
00:30:25alguém vai para o segundo turno
00:30:26e quem for vai ganhar a eleição.
00:30:28Se vai ser alguém
00:30:29da família do Bolsonaro,
00:30:30se vai ser um governador,
00:30:31eu não acredito
00:30:32que seja o Tarcísio,
00:30:33até porque o Tarcísio
00:30:34tem que tomar uma decisão
00:30:35em março
00:30:36de se renunciar
00:30:37ao mandato
00:30:38de governador de São Paulo
00:30:39para ficar em stand-by
00:30:40e para disputar
00:30:41uma possível candidatura.
00:30:42Eu duvido
00:30:43que ele faça isso.
00:30:44Eu acho que esse processo
00:30:45não vai estar definido em março.
00:30:46É um processo
00:30:47que ainda vai se aprofundar
00:30:48até praticamente
00:30:49às vésperas.
00:30:50Algum governador desse
00:30:51pode ser candidato,
00:30:52é possível que saia
00:30:53mais de um,
00:30:54é possível que saia
00:30:54alguém da família,
00:30:55algum governador,
00:30:56enfim,
00:30:56que saia outro,
00:30:57pode sair um outside,
00:30:58tipo um Pablo Marçal da vida,
00:31:00que é o mais perigoso até,
00:31:02porque não seria
00:31:03o ideal.
00:31:04e o que vai acontecer
00:31:06vai depender muito
00:31:07do processo político,
00:31:08mas é difícil dizer.
00:31:11A única convicção
00:31:12que eu tenho
00:31:12é que o Lula
00:31:13perde a eleição.
00:31:14Vai lá, Deise.
00:31:16Presidente, então,
00:31:16falando nisso,
00:31:18o Lula perde a eleição.
00:31:19E qual seria o futuro
00:31:20da esquerda e do PT?
00:31:21Porque o Lula
00:31:22não está fazendo sucessor.
00:31:24Como que o senhor
00:31:24vê a esquerda no Brasil?
00:31:26Eu vejo,
00:31:27eu vejo a esquerda
00:31:28sendo renovada
00:31:29com o João Campos.
00:31:31e eu acho
00:31:32que vai acabar.
00:31:34Eu acho
00:31:34que o futuro do PT,
00:31:35quando perder a eleição,
00:31:36se perder,
00:31:37efetivamente,
00:31:37claro que eu posso estar errado,
00:31:38pode acontecer o contrário,
00:31:40eles podem ganhar.
00:31:41Enfim,
00:31:42pode ser mais
00:31:44uma opinião
00:31:45de torcida minha
00:31:46do que necessariamente
00:31:47uma opinião factual.
00:31:48Eu tenho essa opinião,
00:31:49mas pode não corresponder.
00:31:51Se corresponder
00:31:52a minha opinião
00:31:52à realidade,
00:31:53é claro que o PT
00:31:53vai sofrer
00:31:54uma derrocada grande.
00:31:56E aí,
00:31:56quem está emergindo,
00:31:58por ser jovem,
00:31:59por ter uma escola
00:32:00política forte,
00:32:01como filho
00:32:01do Eduardo Campos,
00:32:02que eu convivi muito bem,
00:32:03era muito meu amigo.
00:32:06A gente
00:32:07sabe que
00:32:09a bagagem
00:32:09que o menino
00:32:10está adquirindo,
00:32:11ao mesmo tempo,
00:32:11ele é bom
00:32:12em rede social,
00:32:13ele é mais,
00:32:14está mais,
00:32:15mais conectado
00:32:17para poder fazer
00:32:18esse enfrentamento,
00:32:19eu acho que,
00:32:19naturalmente,
00:32:20vai ser o herdeiro.
00:32:21Tanto que
00:32:22essa ascensão dele
00:32:23à presidência
00:32:24do partido ontem,
00:32:25à eleição dele
00:32:25de governador,
00:32:27ele vai chegar
00:32:28aonde ele puder
00:32:29ser candidato
00:32:30a presidente,
00:32:30já tendo sido
00:32:31deputado federal,
00:32:32duas vezes prefeito
00:32:33e provavelmente
00:32:34duas vezes governador.
00:32:35Vai chegar com bagagem,
00:32:37não é,
00:32:37não é um,
00:32:38é,
00:32:38é para ficar atento.
00:32:40Túlio?
00:32:42Deputado,
00:32:42nesse tabuleiro político,
00:32:44eu entendo
00:32:45que há uma polarização
00:32:46entre direita e esquerda
00:32:47desde a Constituição
00:32:48de 88,
00:32:49na verdade.
00:32:50Collor,
00:32:50primeiro,
00:32:50assumiu o papel
00:32:51da captação
00:32:53dos eleitores
00:32:54de direita,
00:32:55depois o PSDB
00:32:56num longo período,
00:32:57né,
00:32:58o Alckmin
00:32:58tentou fazer isso
00:32:59e foi furado,
00:33:01né,
00:33:01pelo Bolsonaro,
00:33:02furado entre aspas
00:33:03pelo Bolsonaro,
00:33:04e agora me parece
00:33:06que com o Lula
00:33:06enfraquecido
00:33:07de um lado
00:33:08e com o Bolsonaro
00:33:09inelegível
00:33:10do outro lado,
00:33:12é a grande oportunidade
00:33:13do Centrão
00:33:14finalmente
00:33:15emplacar
00:33:16uma terceira via.
00:33:17Nós vimos isso,
00:33:18assistimos isso
00:33:19na eleição
00:33:19aqui na Prefeitura
00:33:20de São Paulo.
00:33:21Aquele que se aliou
00:33:22com o Centro,
00:33:22política às vezes
00:33:23é matemática, né,
00:33:24um terço de eleitores
00:33:26da direita,
00:33:26um terço de eleitores
00:33:27da esquerda
00:33:28e um terço
00:33:28que ficam ali
00:33:29ao Centro.
00:33:30Se esses players
00:33:31da direita
00:33:31e da esquerda
00:33:32estão afastados,
00:33:34ou um,
00:33:34afastado um, né,
00:33:35o outro com a popularidade
00:33:36baixa,
00:33:37mas e se há uma união
00:33:38entre essas forças
00:33:39de Centro?
00:33:40A gente está vendo
00:33:41o movimento dos governadores
00:33:42recentemente,
00:33:43Eduardo Leite,
00:33:44né,
00:33:44migrando de partido,
00:33:45os governadores conversando,
00:33:47será que não é finalmente
00:33:48a oportunidade do Centro
00:33:50emplacar
00:33:50uma candidatura principal?
00:33:52Túlio,
00:33:52eu não acredito,
00:33:53eu vou te explicar porquê.
00:33:54Primeiro você está correto
00:33:55que desde 88 é assim,
00:33:57no meu livro,
00:33:57Tchau, querida,
00:33:58eu faço uma digressão
00:34:00de todas as eleições presidenciais
00:34:01e abordo exatamente
00:34:02isso que você falou,
00:34:04o PSDB representou a direita,
00:34:06o colo foi à direita,
00:34:07tudo isso aconteceu
00:34:08e realmente é verdade,
00:34:10isso só mostra
00:34:11que a gente sempre teve
00:34:12essa polarização,
00:34:13só que era uma polarização
00:34:14envergonhada.
00:34:16Depois de Bolsonaro,
00:34:18as pessoas perderam
00:34:19a vergonha
00:34:20de se declararem
00:34:21de direita
00:34:22ou assumirem
00:34:23a posição
00:34:24de militarem
00:34:25pela direita.
00:34:26E sem rede social também,
00:34:27né,
00:34:27uma polarização
00:34:28sem rede social.
00:34:29É,
00:34:29mas ela existia,
00:34:31ela existia
00:34:31e era muito forte,
00:34:32eu vivi a eleição do colo,
00:34:33eu trabalhei na eleição do colo,
00:34:34eu vi bem
00:34:35como aquilo aconteceu.
00:34:38O colo derrotou o Lula,
00:34:39foi o Lula
00:34:39que perdeu a eleição
00:34:40mesmo naquele momento,
00:34:41né,
00:34:42e ali quase foi o Brizola,
00:34:43talvez se tivesse sido o Brizola
00:34:44o colo tivesse perdido,
00:34:46foi por muito pouco
00:34:46a diferença.
00:34:47Mas por que
00:34:48que eu não acredito
00:34:48na tua tese?
00:34:49Eu vou te dizer por quê.
00:34:51Porque um candidato
00:34:52de centro,
00:34:53você está citando
00:34:53o exemplo de São Paulo,
00:34:54que o Ricardo
00:34:55estava com o apoio
00:34:55do Bolsonaro,
00:34:57mas veio o Paulo Marçal
00:34:58como rompante,
00:34:59como outside,
00:35:00e quase pegou,
00:35:01pegou o eleitorado
00:35:03básico dele.
00:35:04E diria uma coisa
00:35:05para você,
00:35:06ele só perdeu
00:35:07para aquele evento
00:35:08que aconteceu
00:35:08na antivéspera.
00:35:10O Lula do Falso.
00:35:10Aquele falso.
00:35:11Se não fosse isso,
00:35:12o Paulo Marçal
00:35:12tinha ganho eleição.
00:35:13Essa é a minha opinião.
00:35:14Se ele fosse no segundo turno
00:35:15com o prefeito?
00:35:17Ganharia.
00:35:17Não, eu não iria.
00:35:19Não, mas o que acontece
00:35:20é o seguinte,
00:35:20eu ainda estou votando
00:35:23em São Paulo,
00:35:23eu vim aqui votar no dia,
00:35:24eu vi bem.
00:35:27Eu vim na rua
00:35:29o que estava acontecendo.
00:35:30A gente que vive política,
00:35:32a gente sente o cheiro
00:35:33da rua, né?
00:35:34Eu, em eleição,
00:35:35quando eu ando,
00:35:36eu estava andando
00:35:36em Belo Horizonte,
00:35:37eu vi que o Tramonte
00:35:38não ia para o segundo turno
00:35:39em Belo Horizonte,
00:35:40não foi.
00:35:41A gente consegue ter esse cheiro.
00:35:42O Paulo Marçal
00:35:43ia ganhar aquela eleição.
00:35:44E se ele fosse
00:35:45para o segundo turno,
00:35:46o Ricardo não iria.
00:35:47Ele iria com o Boulos.
00:35:48Porque o que ele cresceria,
00:35:49o que ele cresceria,
00:35:50o Ricardo não iria
00:35:50para o segundo turno.
00:35:51Não ia acontecer
00:35:52dele com o Ricardo.
00:35:53Entendeu?
00:35:54Se fosse ele com o Ricardo,
00:35:55ele perderia a eleição.
00:35:56É, porque era diferente.
00:35:58Mas ele com o Boulos,
00:35:59ele ganharia a eleição.
00:36:00É, é, ele não foi.
00:36:02O que que acontece?
00:36:03Um candidato de centro,
00:36:04que pode acontecer
00:36:05a seguinte hipótese.
00:36:06Um candidato de centro,
00:36:07ele vai sair,
00:36:08e consegue superar
00:36:09um candidato de direita
00:36:10e vai para o segundo turno.
00:36:12Aí ele vai disputar,
00:36:13ele vai ganhar a eleição,
00:36:14porque ele vai aderir
00:36:15à pauta da direita.
00:36:16Ele vai se transformar
00:36:17no lado da direita
00:36:19da polarização.
00:36:20Se não fosse assim,
00:36:20ele não ganharia.
00:36:21Então ele perdeu
00:36:22a condição de ser de centro.
00:36:24Não é por ele ser de centro.
00:36:25Ele vai ter que aderir
00:36:26à pauta no segundo turno
00:36:28para poder ganhar.
00:36:30Então, por isso é que
00:36:30você continua
00:36:31com a polarização.
00:36:32E te digo mais,
00:36:33eu nunca vi ela
00:36:34tão presente
00:36:35como ela está hoje.
00:36:36Ela está agressiva.
00:36:37e não vejo
00:36:38como isso mudar.
00:36:40Por essa razão
00:36:41que eu afirmo a você
00:36:42com convicção
00:36:42que o Lula perderá a eleição.
00:36:44Porque eu estou vendo
00:36:45essa polarização
00:36:46na rua muito forte.
00:36:47Então, pode eventualmente
00:36:48alguém mais de centro
00:36:50ir para o segundo turno,
00:36:51mas se não adotar
00:36:52a bandeira da direita
00:36:53e não for com esse discurso,
00:36:55ele não ganhará a eleição.
00:36:57Eu queria falar com o senhor
00:36:58e tenho uma curiosidade
00:36:59também de bastidor
00:37:00sobre os dois momentos
00:37:01da sua vida política.
00:37:03Num primeiro momento,
00:37:04uma posição de poder
00:37:06como presidente da Câmara,
00:37:07aquele que abriu a porteira
00:37:09para o impeachment
00:37:11de Dilma Rousseff
00:37:12e no segundo momento
00:37:12a cassação,
00:37:14a operação Lava Jato,
00:37:16os alvos da Polícia Federal,
00:37:19enfim.
00:37:21Como o senhor avalia
00:37:22as pessoas que ficaram
00:37:23com o senhor
00:37:23num primeiro momento
00:37:24e as pessoas que ficaram
00:37:25num segundo momento?
00:37:27Olha...
00:37:27Quem eram as pessoas
00:37:28que estavam com o senhor
00:37:29no momento do poder?
00:37:30Quem eram as pessoas
00:37:31que estavam com o senhor
00:37:32no momento...
00:37:32Mas você não tem a dúvida
00:37:33que eu sei todas.
00:37:34Da fratura.
00:37:34Eu sei todas
00:37:35aquelas que estiveram comigo
00:37:36no momento do poder
00:37:37e na fratura
00:37:38e sei, inclusive,
00:37:40realço muito bem
00:37:41aquelas que me largaram
00:37:43na fratura
00:37:44e que voltaram depois.
00:37:45Isso.
00:37:46Essas são as mais interessantes.
00:37:47A maioria largou o senhor
00:37:48quando o senhor
00:37:49foi para a fratura?
00:37:50Não, eu não diria.
00:37:51Eu diria o seguinte,
00:37:52é claro que alguns largam.
00:37:54Alguns já que é o seguinte,
00:37:55é aquela história do sujeito,
00:37:56não é que as pessoas
00:37:57me largaram.
00:37:58Aí existe um pouco
00:37:59de medo da...
00:38:01Conexão?
00:38:02Não, da opinião pública, né?
00:38:04Da opinião pública.
00:38:05Aquela história é o seguinte,
00:38:06aquele momento,
00:38:07aquele momento você vira...
00:38:08Você vira a coisa
00:38:11que ninguém quer ficar do lado.
00:38:13Você vira aquilo
00:38:14que as pessoas têm medo
00:38:16até de dizer
00:38:17que está do seu lado.
00:38:18Então,
00:38:19não largaram por fratura,
00:38:21é por medo.
00:38:22O político,
00:38:22de uma maneira geral,
00:38:23ele é fraco.
00:38:25O político que é forte,
00:38:27ele não tem esse problema.
00:38:28Eu não largo amigo nenhum meu
00:38:29que teve qualquer tipo de problema.
00:38:32A mais se eu achar
00:38:33que ele está certo, né?
00:38:34Se eu achar que está errado,
00:38:35é uma outra coisa.
00:38:36Mas eu achando que ele está certo,
00:38:38tudo bem.
00:38:38Agora,
00:38:39as pessoas que largaram
00:38:41naquele momento,
00:38:41largaram com medo
00:38:42do confronto da opinião pública.
00:38:44E o senhor precisaria
00:38:45perdoá-las por algo?
00:38:46Não,
00:38:47eu não tenho que perdoar
00:38:48ninguém por nada, não.
00:38:49Eu acho que cada um
00:38:49responde pelos seus atos.
00:38:50Eu acho que a minha resposta
00:38:51é voltar.
00:38:52Eu acho que a minha resposta
00:38:53é estar lá,
00:38:54é estar da mesma maneira
00:38:55como eu sempre fui.
00:38:56E o senhor confiaria nelas de novo?
00:38:58A questão de confiar ou desconfiar,
00:39:00é claro que eu sei muito bem
00:39:02quem são os meus verdadeiros amigos,
00:39:03você não tem a dúvida.
00:39:05E é claro que você não acha
00:39:06que eu sou ingênuo
00:39:07a ponto de achar
00:39:08que como presidente da Câmara,
00:39:10as pessoas que estão do meu lado
00:39:11são efetivamente minhas amigas, né?
00:39:14As minhas amigas
00:39:15foram as que talvez
00:39:15me ajudaram a chegar
00:39:16à presidência da Câmara, né?
00:39:17Porque estava do meu lado
00:39:18como presidente da Câmara.
00:39:20E nem eu achava
00:39:21quando eu cheguei
00:39:21à presidência da Câmara
00:39:22que todo mundo
00:39:23que ia se aproximar de mim
00:39:24seria meu amigo.
00:39:25Então, eu não tenho
00:39:26essa ingenuidade.
00:39:27Quando o senhor era presidente da Câmara
00:39:28mais gente se aproximava
00:39:29com o senhor?
00:39:30Claro, normal.
00:39:31O poder é muito grande, né?
00:39:32O poder é muito grande.
00:39:33Mas a gente que está habituado
00:39:35ao exercício do poder
00:39:37sabe que o poder
00:39:38ele é temporário e efêmero.
00:39:40Então, eu ando muito bem.
00:39:42Sempre andei muito bem.
00:39:43Eu sempre trabalhei isso
00:39:44muito bem na minha cabeça.
00:39:45Eu sei que aquilo tudo
00:39:45é provisório.
00:39:46Aquilo é uma coisa de momento.
00:39:48Eu sei que as pessoas
00:39:48adulavam o cargo
00:39:50e não a pessoa.
00:39:51Como acontece com o atual,
00:39:52com qualquer outro eixo.
00:39:54O poder é muito grande
00:39:55do presidente da Câmara.
00:39:56E à luz do tempo
00:39:56o senhor faria algo diferente?
00:39:58Não.
00:39:59Talvez tivesse feito
00:40:00o impeachment antes.
00:40:02Vai lá, mano.
00:40:03O senhor falou que
00:40:04o poder é muito grande.
00:40:06E o poder da Câmara
00:40:08e do presidente da Câmara
00:40:09tem se ampliado.
00:40:11Sem dúvida.
00:40:11Sem dúvida.
00:40:12O senhor foi um dos protagonistas
00:40:14desse processo
00:40:15de ampliação do poder.
00:40:17Muitos cientistas políticos
00:40:19avaliam que isso está gerando
00:40:21uma dificuldade de governabilidade
00:40:24que prejudicaria
00:40:25a aplicação de políticas públicas
00:40:28para o país.
00:40:29Mano, você deve estar falando
00:40:30das emendas.
00:40:30Vamos lá.
00:40:31Alguns falam até
00:40:31de um semi-parlamentarismo tímido.
00:40:33Mas, vem cá.
00:40:34Nós temos uma Constituição
00:40:35que foi parlamentarista.
00:40:37Infelizmente, na hora,
00:40:38votaram e deu presidencialismo.
00:40:40Porque, simplesmente, ali
00:40:41conseguiram cooptar
00:40:43uma maioria
00:40:44para uma votação.
00:40:45Essa que é a verdade.
00:40:46Mas, o Brasil tinha que ser
00:40:48parlamentarista.
00:40:48A Constituição é feita
00:40:49parlamentarista.
00:40:51Foi feita por quem
00:40:52era parlamentarista.
00:40:53Mário Covas, que era o relator,
00:40:54era parlamentarista.
00:40:55Então, é o tipo da discussão.
00:40:57O que você fala das emendas?
00:40:59Bom, realmente,
00:40:59eu fui introdutor.
00:41:00Eu terminei a votação
00:41:02das emendas impositivas
00:41:03para os deputados
00:41:04para acabar com aquilo
00:41:05que era a compra de votos
00:41:06que tinha do governo
00:41:06com os deputados.
00:41:07Ou da pressão.
00:41:08Você tinha emenda,
00:41:09só liberava a emenda
00:41:10de quem votasse com o governo.
00:41:12Foi isso que eu fiz.
00:41:13Acabei com essa história.
00:41:14É impositiva, é impositiva.
00:41:15Agora, por que nasceu
00:41:16a emenda impositiva?
00:41:18As pessoas, às vezes,
00:41:18não lembram um pouco da história.
00:41:21Houve a aprovação
00:41:21de uma PEC no Senado
00:41:23de autoria
00:41:23do Antônio Carlos Magalhães,
00:41:24que transformava o orçamento
00:41:26em impositivo
00:41:27na sua totalidade.
00:41:29O orçamento, hoje,
00:41:30é autorizativo.
00:41:31Você tem uma carta de intenção.
00:41:32Faz o que o governo quer.
00:41:34No momento que quer.
00:41:35Ele remaneja,
00:41:36contigencia,
00:41:37faz o que não quer.
00:41:38E pontos.
00:41:39Não empenha.
00:41:40Então, não tem jeito.
00:41:41Então,
00:41:42o orçamento impositivo,
00:41:44a maior parte do mundo,
00:41:45ele é assim.
00:41:45Os parlamentos do mundo inteiro
00:41:47gastam 80% do seu tempo
00:41:49discutindo orçamento.
00:41:50Para quando sair aquele orçamento,
00:41:51ele tem que ser cumprido.
00:41:52Então, você tem que brigar
00:41:53dentro do parlamento
00:41:55para poder fazer
00:41:56as suas políticas públicas,
00:41:57as quais você defende,
00:41:58os seus municípios,
00:42:00ou aquilo que você acredita,
00:42:01estejam dentro do orçamento.
00:42:03Mas, como no Brasil
00:42:04isso não é possível,
00:42:05acabou.
00:42:06O governo nunca deixou
00:42:08seu orçamento inteiro
00:42:09impositivo?
00:42:09Por que eles não aprovam isso?
00:42:11Acaba com a emenda.
00:42:12Não precisa de emenda.
00:42:13Se o orçamento for impositivo,
00:42:14pode acabar com as emendas.
00:42:16Então, as emendas
00:42:17é uma forma
00:42:18que o parlamento encontrou
00:42:20de participar
00:42:21do orçamento real,
00:42:22que é aquele que é executado.
00:42:23Essa que é a verdade.
00:42:25Deputado,
00:42:25esse confronto,
00:42:27no caso das emendas,
00:42:29entre a Câmara,
00:42:30principalmente,
00:42:30e o Supremo,
00:42:32pelo ministro Flávio Dino,
00:42:33que está no encalço
00:42:34do Congresso Nacional.
00:42:36O senhor acha que ele tem,
00:42:37realmente,
00:42:38uma intenção de fiscalizar
00:42:39ou é, talvez,
00:42:40para mostrar um pouco mais
00:42:41de poder em relação ao Supremo
00:42:43sobre o Congresso Nacional?
00:42:44Eu não sei qual é o fato real,
00:42:46porque eu não estou lá
00:42:46para dizer.
00:42:47Eu sei o que eu escuto.
00:42:48Não há um parlamentar em Brasília
00:42:51que não acredita
00:42:52que é uma junção do governo
00:42:54com o Supremo
00:42:55para impedir as emendas.
00:42:58Todo mundo acredita nisso.
00:42:59E, concluindo o que eu estava falando,
00:43:02como esse orçamento impositivo
00:43:04do Antônio Carlos Magalhães
00:43:05para não ser votado,
00:43:06o governo começou a negociar
00:43:08as emendas impositivas
00:43:09dos parlamentares.
00:43:11Começou,
00:43:12era o governo Dilma,
00:43:14o primeiro governo Dilma,
00:43:16com a Ideli Salvat,
00:43:17que era a ministra
00:43:18das Relações Institucionais,
00:43:19e nós fizemos aquela PEC
00:43:21que não conseguimos concluir
00:43:22a votação ainda
00:43:23naquele primeiro mandato
00:43:24e foi para mim,
00:43:25como presidente da Câmara,
00:43:26acabar essa votação.
00:43:27E, a partir daí,
00:43:28foi emenda de bancada,
00:43:29foi emenda de comissão,
00:43:31uns foram colocados
00:43:32no orçamento,
00:43:33foi uma questão natural,
00:43:35uma expansão
00:43:36de tentar,
00:43:37ou, o que isso aqui
00:43:37também não pode ser?
00:43:38A gente fica brincando aqui
00:43:39de fazer emenda
00:43:40e o governo não empenha.
00:43:42Foi isso que aconteceu.
00:43:43Transforme o orçamento
00:43:44impositivo como um todo
00:43:46e acabe com as emendas
00:43:47parlamentares
00:43:48que você vai satisfazer
00:43:49toda a sociedade.
00:43:51Núlio.
00:43:52Olha, deputado,
00:43:53realmente o orçamento
00:43:55é a peça mais importante
00:43:57legal
00:43:57da sociedade brasileira.
00:43:59Infelizmente,
00:44:00o Brasil não está
00:44:00amadurecido ainda
00:44:01para saber
00:44:03dessa realidade.
00:44:04Muito bem.
00:44:05E o senhor
00:44:06está falando
00:44:07que as emendas
00:44:08impositivas,
00:44:08na verdade,
00:44:10as emendas
00:44:11parlamentares
00:44:11são um resgate
00:44:12que o Legislativo
00:44:13fez,
00:44:14porque o orçamento
00:44:15não é impositivo.
00:44:16Então, se não é impositivo,
00:44:17o governo poderia manejar
00:44:18e os parlamentares
00:44:19ficavam sem a verba.
00:44:20O governo não empenhava,
00:44:21o governo não executava.
00:44:22Ou porque você não votava
00:44:23com o governo.
00:44:24Isso, tudo bem.
00:44:25Isso tem um lado.
00:44:26Mas, de outro lado,
00:44:28deputado,
00:44:28nós não vivemos,
00:44:29é um contraponto
00:44:30que eu preciso fazer o senhor,
00:44:31nós não vivemos
00:44:32um parlamentarismo.
00:44:34Nós vivemos
00:44:34a nossa construção
00:44:35um presidencialismo.
00:44:36Nós temos matérias
00:44:37de competência exclusiva
00:44:38do presidente da República,
00:44:39principalmente,
00:44:41geração de despesas,
00:44:42etc.
00:44:43Então,
00:44:44se nós formos
00:44:45para os Estados Unidos,
00:44:46que é um país
00:44:46presidencialista
00:44:48e não parlamentarista,
00:44:49porque a discussão
00:44:49do orçamento
00:44:50nos países parlamentaristas
00:44:51é uma coisa.
00:44:52Nos presidencialistas
00:44:53é outra coisa.
00:44:54Lá nos Estados Unidos,
00:44:55nós temos
00:44:56o orçamento impositivo
00:44:58e nós temos
00:44:58as verbas discricionárias
00:45:00do executivo.
00:45:01Então,
00:45:02não é só impositivo.
00:45:03O orçamento,
00:45:03ele é uma peça
00:45:04que vai ser executada
00:45:06ao longo do ano.
00:45:06Muitas vezes,
00:45:07não se realiza
00:45:08aquilo que se projeta
00:45:09e é preciso
00:45:09ter algumas verbas discricionárias.
00:45:12Muito bem.
00:45:12Nos Estados Unidos,
00:45:13essas emendas parlamentares
00:45:14representam 1%
00:45:16das verbas discricionárias.
00:45:17no Brasil,
00:45:18nós chegamos ao ponto
00:45:20de ter 50 bilhões
00:45:21de emendas parlamentares.
00:45:23Isso representa
00:45:24um terço
00:45:25do orçamento
00:45:25da educação do Brasil,
00:45:27que é de 160 bilhões,
00:45:28e representa 25%
00:45:30de todos os investimentos
00:45:31do governo federal.
00:45:33Será que não há um exagero
00:45:34no uso dessas emendas parlamentares?
00:45:36Vamos lá.
00:45:36Será que a diferença
00:45:37do veneno e do remédio
00:45:38não é a dose, deputado?
00:45:39Vamos lá.
00:45:39O percentual que está colocado
00:45:41de emenda impositiva
00:45:42é 1% da receita
00:45:43da corrente líquida.
00:45:44Não pode dizer
00:45:45que isso é um fator
00:45:46de impeditivo.
00:45:46Segundo lugar,
00:45:47fazendo um contraponto
00:45:48de volta a você.
00:45:50Nos Estados Unidos,
00:45:51você cansa de assistir
00:45:52o chute-dau
00:45:53que é dado
00:45:54pelo Congresso
00:45:55que não paga
00:45:55nem o salário
00:45:56dos funcionários.
00:45:57Nem o salário
00:45:58dos funcionários
00:45:59é pago
00:46:00quando o Congresso
00:46:00não vota
00:46:01a prorrogação orçamentária.
00:46:03Várias vezes
00:46:04você já conseguiu ver
00:46:04a administração pública
00:46:05parar aqui no Brasil.
00:46:07Nunca teve um problema desse.
00:46:08O Congresso
00:46:09não aprovou isso.
00:46:09A verba
00:46:10a verba discricionar
00:46:11até março.
00:46:12Mas ele pode
00:46:13realizar o duodécimo
00:46:15a cada mês
00:46:16pela média
00:46:17do ano anterior.
00:46:18Ou seja,
00:46:19a melhor coisa
00:46:19que tem
00:46:20para o Poder Executivo
00:46:21é não votar o orçamento.
00:46:23Porque ele vota
00:46:23um dozeavos
00:46:24e não tem que empenhar
00:46:25emenda nenhuma.
00:46:26Ele pega,
00:46:27tem discricionário
00:46:28um dozeavos
00:46:28do ano passado
00:46:29de média
00:46:30e não precisa
00:46:30dar empenha
00:46:31para ninguém.
00:46:31Mas aí chega
00:46:32no fevereiro,
00:46:32março,
00:46:33que ficar até dezembro
00:46:35é a melhor coisa
00:46:35que tem para o governo.
00:46:36Porque os investimentos
00:46:37que já estão na LDO
00:46:39estão no plano
00:46:40pro ano anterior
00:46:40e executam
00:46:41dentro de um dozeavos.
00:46:42O governo,
00:46:43se não votar orçamento,
00:46:44todo o governo
00:46:45quer isso.
00:46:46Tanto que o Congresso
00:46:47só votou...
00:46:485% do total
00:46:49de investimento.
00:46:511% da receita
00:46:51corrente líquida,
00:46:52você acha que isso é...
00:46:53Eu quero saber o seguinte,
00:46:54o que é feito
00:46:55das outras 99%?
00:46:57A despesa de pessoal,
00:46:58saúde e educação
00:46:59já consome quase
00:47:00o orçamento inteiro.
00:47:01Sobra 10%
00:47:01de investimento.
00:47:02O que sobra
00:47:03de investimento...
00:47:04É porque você considera
00:47:05o que você considera
00:47:06de investimento
00:47:07é verba discricionária
00:47:08para ser colocada
00:47:08em programas.
00:47:09Só que o que está
00:47:10colocado de emenda,
00:47:11a grande parte das emendas
00:47:12são feitas
00:47:1250% de saúde.
00:47:15E 50% de saúde
00:47:16em verba de custeio.
00:47:18O que significa o seguinte,
00:47:20na prática
00:47:20não afeta investimento.
00:47:21Então quando você fala
00:47:221% da receita
00:47:23corrente líquida,
00:47:24você está falando
00:47:25que 0,5%
00:47:26vai para o custeio
00:47:26da saúde.
00:47:27Então as coisas
00:47:28têm que ser colocadas
00:47:29como elas são.
00:47:30De orçamento
00:47:31eu até conheço
00:47:32um pouquinho.
00:47:32eu diria para você
00:47:34o seguinte,
00:47:35o governo tem o poder
00:47:36de remanejar
00:47:37o seu orçamento
00:47:38a livre,
00:47:38sem autorização
00:47:39do Congresso
00:47:40num percentual
00:47:41de 30 vezes
00:47:43que está colocando
00:47:43de emenda.
00:47:45Então alguma coisa
00:47:46está errada, né?
00:47:47Alguma coisa
00:47:48está errada.
00:47:48Esse orçamento
00:47:49está absolutamente
00:47:50fora de controle.
00:47:51Ele tem que ser
00:47:52impositivo como um todo.
00:47:53Aí você não precisa
00:47:54ter emenda nenhuma,
00:47:55dá zero.
00:47:56Põe o orçamento
00:47:57impositivo,
00:47:58você não precisa
00:47:59de emenda.
00:48:00Vai lá, Deise.
00:48:01O Mano
00:48:02estava falando
00:48:03aqui sobre os cientistas
00:48:04políticos.
00:48:05A gente tem
00:48:05uma análise
00:48:06de que a Câmara
00:48:08dos Deputados
00:48:09começou a ganhar
00:48:09uma relevância maior
00:48:11ou um acúmulo
00:48:13de poder
00:48:13a partir do seu mandato.
00:48:16E até então
00:48:17a gente tinha
00:48:18o governo Lula 1
00:48:19e Lula 2
00:48:19que conseguiram
00:48:20articular uma coalizão
00:48:22no Congresso Nacional.
00:48:24Hoje não se consegue mais.
00:48:26Qual é a mudança
00:48:27que o senhor vê?
00:48:28O que tem em Lula 3
00:48:29que ele não consegue
00:48:30formar uma base
00:48:30no Congresso
00:48:31para provar nada?
00:48:31Eu vou te dizer,
00:48:33eu abordei isso bem
00:48:35no meu livro,
00:48:36eu não estou querendo
00:48:37fazer propaganda não,
00:48:38mas é só porque
00:48:38é para dizer que
00:48:39eu já, já, já, já,
00:48:41já, esse processo
00:48:42eu já analisei ele bem
00:48:44e acaba respondendo
00:48:45a sua pergunta.
00:48:47Se você pegar
00:48:47Lula 1, Lula 2,
00:48:49Dilma 1, Dilma 2
00:48:50e Lula 3,
00:48:52o volume de deputados
00:48:53que participavam
00:48:55da base deles
00:48:55no Congresso de Verdade
00:48:56nunca passou de um número
00:48:57que não chegava
00:48:59a 140 deputados,
00:49:00não chegava
00:49:01a 30% da casa.
00:49:02Você pode pegar
00:49:03todas as votações relevantes
00:49:05no fundo
00:49:06que eles perderam
00:49:07e tinham esse voto,
00:49:08que foi o número de votos
00:49:09que o meu adversário
00:49:10teve na campanha
00:49:11de presidente da Câmara,
00:49:12a mesma coisa.
00:49:13Então,
00:49:13o número é mais,
00:49:14a base deles
00:49:15nunca foi maior que essa.
00:49:16O que acontece
00:49:17é que eles
00:49:18cooptavam
00:49:19para certas votações
00:49:21uma base mais ampliada
00:49:22que hoje
00:49:24ela é mais difícil
00:49:26porque justamente
00:49:28a polarização
00:49:29mais acentuada
00:49:30em que você coloca
00:49:31essa discussão
00:49:33que o plenário
00:49:34hoje da Câmara,
00:49:35do Senado,
00:49:35virou um debate ideológico
00:49:37mais do que foi antes.
00:49:39Então,
00:49:39essa polarização
00:49:40impede muito
00:49:42que em determinados temas
00:49:43tenha adesão.
00:49:44Você vai para a pauta
00:49:45de costumes,
00:49:46você vai para a pautas
00:49:46conservadoras,
00:49:47que efetivamente
00:49:48o governo vai ser
00:49:49derrotado em todas.
00:49:50Mas nas pautas econômicas
00:49:51ele pode,
00:49:52na medida como
00:49:53ele copta aqui e ali,
00:49:54alguns recebem cargos,
00:49:56outros recebem mais emenda
00:49:57que não querem que dê,
00:49:59mas eles continuam dando
00:50:00por fora emenda
00:50:01para quem vota neles.
00:50:03Na verdade,
00:50:04só aumentou a conta.
00:50:05Então,
00:50:06isso é um fato.
00:50:08E quando você fala
00:50:10que houve essa mudança
00:50:11através da minha eleição,
00:50:14de fato,
00:50:15você tem razão
00:50:15em um ponto.
00:50:16Porque
00:50:17quando você analisa
00:50:19justamente isso,
00:50:20Lula 1,
00:50:21Lula 2,
00:50:21Dilma 1,
00:50:24fizeram os presidentes
00:50:25da Câmara,
00:50:25foi feito em consenso.
00:50:27A mim eles resolveram
00:50:28me enfrentar e perderam.
00:50:29E eu sabia
00:50:30que derrotava eles.
00:50:32O que aconteceu,
00:50:33inclusive,
00:50:33na véspera,
00:50:34eles queriam um acordo
00:50:34comigo para que
00:50:35eu aceitasse
00:50:37fazer um acordo
00:50:38e que eu aceitasse
00:50:39que eles me sucedessem
00:50:40em seguida.
00:50:41Eu disse,
00:50:42não,
00:50:42a gente pode fazer acordo
00:50:43na composição da mesa
00:50:44sem problema nenhum.
00:50:46Agora,
00:50:46o próximo mandato
00:50:47é que a Casa decidir.
00:50:49Eu não vou aqui dizer
00:50:50que eu vou apoiar
00:50:50A ou B ou C.
00:50:51Eu não posso fazer isso.
00:50:52Se eu fizer isso,
00:50:54a Casa não queria
00:50:55o PT no comando.
00:50:56Porque, na verdade,
00:50:56o que tinha ali
00:50:57foi palco da minha campanha.
00:50:59A presidência da Câmara
00:51:00era um puxadinho
00:51:00do palácio.
00:51:02Você tinha um empregado
00:51:02do palácio
00:51:03como presidente da Câmara.
00:51:04É muito fácil.
00:51:05Eles,
00:51:06pela primeira vez,
00:51:07eles enfrentaram
00:51:08alguém que não ia
00:51:10fazer daquilo
00:51:10um puxadinho.
00:51:12Então,
00:51:12consequentemente,
00:51:13a sensação de poder
00:51:14ficou muito maior
00:51:15para o cargo.
00:51:16E justamente a minha campanha
00:51:17foi a campanha dessa.
00:51:19A Câmara não vai ser
00:51:20um puxadinho do palácio.
00:51:21Câmara independente.
00:51:23Minha campanha
00:51:24foi Câmara independente.
00:51:25Sem independência
00:51:26da Câmara.
00:51:27E essa independência,
00:51:28ela não volta mais.
00:51:30Qualquer presidente da Câmara
00:51:31tem que ser independente,
00:51:32senão ele não permanece lá.
00:51:33Primeiro,
00:51:33não se elege.
00:51:34E segundo,
00:51:35que ele não permanece lá.
00:51:36Ele pode até ter o consenso,
00:51:37como teve o Hugo Motta agora.
00:51:39Mas ele tem que ser independente.
00:51:40Se ele não tiver na hora
00:51:41para dar um freio de um lado
00:51:42e um freio do outro,
00:51:44ele não vai conseguir exercer,
00:51:45não vai conseguir comandar.
00:51:47Eu quero falar agora
00:51:47sobre a sua relação
00:51:49com os irmãos Brazão.
00:51:51Em algum momento da política
00:51:52o senhor já contracenou com eles.
00:51:53Não, não.
00:51:54Eu diria o seguinte,
00:51:55eu não tenho problema
00:51:56nenhum de falar.
00:51:57É, exatamente.
00:51:58Eu acho que nós estamos vivendo
00:51:59o maior caso
00:52:01de injustiça
00:52:03que está acontecendo
00:52:04nesse país
00:52:05em processo penal.
00:52:06Eu tenho absoluta convicção
00:52:07que eles são inocentes.
00:52:09Eu tenho absoluta certeza,
00:52:11até porque eu militei
00:52:12com eles naquela área.
00:52:13Eu não tinha nenhuma importância
00:52:14a vítima, coitada.
00:52:18Ela começou a crescer
00:52:20depois que efetivamente
00:52:22ela sofreu o que ela sofreu.
00:52:23Ela era uma militante normal.
00:52:25Não afetava em nada
00:52:26o eleitorado deles.
00:52:27Tem eleitorado
00:52:28para tudo quanto é lado.
00:52:29Todo mundo milita,
00:52:30como tem outro militando na área.
00:52:32Isso é absolutamente normal.
00:52:33Só que está tudo baseado
00:52:35numa delação
00:52:35que não tem uma prova.
00:52:37É aquela história
00:52:38que eu falei das delações.
00:52:39Tanto que tem um dado
00:52:41bastante relevante
00:52:42dessa história
00:52:43que esse delator
00:52:44foi condenado semana passada
00:52:46por um assassinato
00:52:47com um mandante
00:52:49condenado também.
00:52:50Mandante esse
00:52:51que ele não colocou
00:52:52na delação dele
00:52:53que tinha sido
00:52:53o mandante desse assassinato.
00:52:55Mandante esse
00:52:56que ele disse
00:52:57que não conhecia
00:52:58e foi condenado
00:52:58como comprovadamente
00:53:00tendo sido o mandante.
00:53:01então a delação dele
00:53:03ela é tão fraudada
00:53:05que foi corroborada
00:53:06por uma outra condenação.
00:53:08A tal ponto
00:53:09que houve uma decisão
00:53:09até recente
00:53:10do ministro relator
00:53:12Alexandre Moraes
00:53:13que negou um benefício
00:53:15para esse delator
00:53:16dizendo que ele não está
00:53:16cumprindo a sua delação.
00:53:18Eu acho difícil
00:53:18haver condenação ali.
00:53:20Se for baseado
00:53:20no processo que está ali
00:53:21que eu depus
00:53:22como testemunho inclusive
00:53:23se for baseado
00:53:24nesse processo
00:53:25não tem como condená-lo.
00:53:27Não, e eu percebo
00:53:28que o senhor já saiu
00:53:28numa defesa bem ferrenha
00:53:29porque eu nem terminei
00:53:30a minha pergunta.
00:53:31Não, não, mas...
00:53:32Meteu o pé na porta.
00:53:34E por quê?
00:53:35Não, por que não?
00:53:36Porque eu acho
00:53:36que nós não podemos
00:53:37nos curvar
00:53:39porque se corroborou
00:53:40na mídia
00:53:40uma posição contrária
00:53:42e ter a condenação pública
00:53:43sem ter a condenação real.
00:53:45Eu já fui vítima disso.
00:53:47Então eu não posso
00:53:48agir com os outros
00:53:50aquilo que eu não queria
00:53:51que agissem comigo.
00:53:52Então eu não tenho
00:53:52vergonha nenhuma
00:53:53de dizer que sou amigo deles.
00:53:55Não tenho vergonha
00:53:56nenhuma de defender
00:53:58a posição.
00:53:58não tenho vergonha
00:54:00nenhuma de nada
00:54:01que eu possa ter
00:54:01convivido com eles
00:54:03no passado
00:54:04e não vou esconder isso.
00:54:05E o senhor realmente
00:54:06tem a convicção
00:54:06de que eles não são culpados?
00:54:07Eu acho absoluta certeza.
00:54:08Os dois, Domingos
00:54:09e o Chiquinho?
00:54:10Os dois.
00:54:10O outro só entrou
00:54:11para ser deputado, coitado.
00:54:13Só para ser deputado.
00:54:14Está morrendo.
00:54:15Teve que...
00:54:16Foi uma visão...
00:54:16Aliás, eu aproveito
00:54:17para perguntar
00:54:17como é que o senhor avalia
00:54:18a maneira como a Câmara
00:54:19também trata o caso dele?
00:54:22Eu acho um absurdo
00:54:23porque você não pode ter
00:54:24um processo de conselho de ética
00:54:25para alguém que não foi condenado.
00:54:26Você está condenando ele
00:54:28num processo que ele ainda
00:54:28não foi condenado.
00:54:30Você não pode ter
00:54:31um processo de cassação
00:54:32pelos mesmos motivos
00:54:33do processo que está lá.
00:54:35Se ele for condenado,
00:54:36efetivamente,
00:54:37aí vai ser cassado naturalmente.
00:54:39Agora, se fosse por outro motivo
00:54:41o processo de cassação,
00:54:42tudo bem,
00:54:42mas pelos próprios fatos
00:54:44que estavam no processo judicial,
00:54:45isso é uma coisa errada.
00:54:46Isso é uma coisa que eu lutei
00:54:48muito isso no meu processo.
00:54:50Então, o que eu vejo
00:54:51no caso dele é...
00:54:53E como eu convivi,
00:54:54como essa história estava latente,
00:54:56eu tive a oportunidade
00:54:57de várias vezes conversar
00:54:58não com o deputado,
00:55:01com o irmão dele,
00:55:01que era mais próximo a mim,
00:55:02o Domingos.
00:55:03De Domingos.
00:55:04O Domingos chorou.
00:55:06Como é que eu posso ser acusado
00:55:07de uma coisa dessa?
00:55:08Eu não tenho nada.
00:55:09Mas chorou.
00:55:09Chorou várias vezes do meu lado.
00:55:11Eu tenho absoluta convicção
00:55:12da inocência dele.
00:55:13Eu acho que se ele for condenado,
00:55:15vai ser um dos maiores erros judiciais
00:55:17que vai ser cometido nesse país.
00:55:18É uma das maiores injustiças
00:55:20que eu já assisti.
00:55:21Vai lá, mano.
00:55:21Deputado,
00:55:22qual a avaliação do senhor
00:55:24a respeito da influência
00:55:26e infiltração das milícias
00:55:27e do crime organizado
00:55:28na política?
00:55:29Esse fenômeno existe?
00:55:31É um risco para o Brasil?
00:55:33Se existe como...
00:55:34Eu acho que...
00:55:35Eu acho que o problema maior
00:55:37não é nem interferência
00:55:38na política, não.
00:55:39Eu acho que é interferência
00:55:40na vida da sociedade
00:55:42como um todo, né?
00:55:43Eu acho que o problema
00:55:44é um pouco mais grave
00:55:45do que esse.
00:55:46Eu acho que a política
00:55:47é um detalhe.
00:55:48E te digo mais,
00:55:49no caso do Brasão,
00:55:50não vi nada dele com milícia.
00:55:52Pelo contrário,
00:55:53não tinha nada a ver com milícia.
00:55:55Eu quero desafiar.
00:55:56Agora, você vai fazer política
00:55:58numa área no Rio de Janeiro,
00:56:00ou você vai estar com a milícia
00:56:02que comanda uma área,
00:56:03ou você vai estar com uma área
00:56:04do tráfico
00:56:05ou com outra facção do tráfico.
00:56:07Não tem área sem ninguém.
00:56:08O Rio de Janeiro é um caso à parte.
00:56:10Então, não sei como é que é
00:56:12aqui em São Paulo
00:56:13que eu não cheguei a andar.
00:56:14Não sei se aqui o crime
00:56:15comanda as áreas carentes
00:56:18como comanda no Rio de Janeiro.
00:56:19No Rio de Janeiro
00:56:19é um domínio territorial.
00:56:21É um domínio territorial.
00:56:22Você não entra.
00:56:23Se a polícia não entra,
00:56:24você imagina
00:56:24como é que vai entrar o político.
00:56:26Então, se não houver,
00:56:27digamos assim,
00:56:29eles acharem que você não entra,
00:56:31você não entra.
00:56:32Então, é uma coisa absurda
00:56:34o que acontece no Rio de Janeiro.
00:56:35Isso é muito mais grave.
00:56:36A interferência na política se dá
00:56:37quando não permite
00:56:38que você tenha acesso.
00:56:40Não é botar candidato.
00:56:43Nenhum candidato ligado à milícia
00:56:45ou à traficante
00:56:46vai resistir cinco minutos.
00:56:48que vai acabar caçado,
00:56:50vai acabar exposto.
00:56:51Eu não acredito
00:56:52que tenha representantes
00:56:54de tráfico de milícia
00:56:56dentro de mandato eletivo.
00:56:58Pelo menos em Congresso Nacional,
00:56:59eu não acredito.
00:57:00Pelo menos eu não vi isso até hoje.
00:57:02Mas eu acho que a interferência
00:57:03existe sim,
00:57:04mas é muito mais grave.
00:57:05Pelo menos no Rio de Janeiro,
00:57:07a interferência é
00:57:07na vida das pessoas.
00:57:09Não é só no direito de ir e vir, não.
00:57:11É em todo o conjunto
00:57:13que afeta a vida das pessoas.
00:57:14Deputado,
00:57:15queria a opinião do senhor
00:57:16sobre a discussão
00:57:17no Congresso Nacional
00:57:18sobre fim da reeleição
00:57:19para cargos executivos,
00:57:21ampliação de mandatos
00:57:22de quatro para cinco
00:57:23e no caso dos senadores,
00:57:25redução de oito.
00:57:26A primeira proposta
00:57:27era de dez,
00:57:28mas para cinco anos.
00:57:30O senhor acredita,
00:57:30e também a coincidência
00:57:31das eleições,
00:57:32ou seja,
00:57:32uma eleição a cada cinco anos.
00:57:33Você acha que o mundo político
00:57:34está disposto
00:57:35a ir com isso para frente?
00:57:38Vamos lá.
00:57:38Em 2015,
00:57:39eu discuti uma reforma política
00:57:41na Câmara
00:57:41e aprovei o fim da reeleição.
00:57:43A reeleição está aprovada,
00:57:44senão não pode votar
00:57:45só a proposta da Câmara
00:57:46e não precisar fazer outra.
00:57:47O problema todo
00:57:48é que eles querem fazer
00:57:49o fim da reeleição
00:57:50aumentando o mandato
00:57:51para cinco anos,
00:57:53botando o deputado
00:57:53para cinco anos,
00:57:55aí botando o senador
00:57:56para cinco anos
00:57:56e juntando a eleição
00:57:57de prefeito
00:57:58com a eleição de deputado.
00:57:59É óbvio que isso não vai dar certo.
00:58:00Isso na Câmara não passa.
00:58:02Não passa por uma razão
00:58:02muito simples.
00:58:03A gente está no momento,
00:58:05hoje,
00:58:06a vida é muito mais célebre
00:58:08nas informações
00:58:09para chegar até você,
00:58:10até pela presença
00:58:11das redes sociais.
00:58:12A gente não aguenta
00:58:12ficar cinco anos
00:58:13sem uma eleição.
00:58:14O país muda muito
00:58:15em cinco anos.
00:58:17Imagine você
00:58:18não ter a oportunidade
00:58:21nem de mudar
00:58:22no meio de caminho
00:58:23ou de expressar
00:58:24essa insatisfação.
00:58:25Como é que vai se dar isso?
00:58:27Se em quatro
00:58:27já está muito hoje,
00:58:29eu acho que tinha
00:58:29botado tudo
00:58:30para dois anos.
00:58:31Aí tudo bem.
00:58:32Presidente,
00:58:33deputado,
00:58:34senador,
00:58:35prefeito,
00:58:36tudo para dois anos
00:58:37já está bom tamanho.
00:58:37Dois anos.
00:58:39Ah,
00:58:39eu acho melhor
00:58:40do que para cinco.
00:58:43Deputado,
00:58:44eu vou voltar um pouco agora.
00:58:46Em algumas investigações,
00:58:47o senhor teve
00:58:48algumas denúncias
00:58:49que revelaram
00:58:50contas não declaradas
00:58:51na Suíça
00:58:52e alguns gastos
00:58:54incompatíveis
00:58:54com a renda
00:58:55de deputado.
00:58:56Eu queria saber
00:58:56como o senhor
00:58:57justificaria esses gastos
00:58:59e esses bens.
00:59:00Não,
00:59:00meus bens,
00:59:01meus bens,
00:59:02não se preocupa,
00:59:03tem tudo como justificar.
00:59:04Claro que eu não vou chegar
00:59:05aqui para você
00:59:06e te colocar.
00:59:07Isso aí tem que ser
00:59:08dentro dos dados
00:59:09preciso para eu explicar
00:59:10o que é que.
00:59:11Aqui qualquer coisa
00:59:12que eu falar
00:59:13vai ser solto.
00:59:14Com relação às contas,
00:59:15eu já tive oportunidade
00:59:15de falar aqui no início.
00:59:17A questão se trata
00:59:18que havia um trust
00:59:19e eles consideraram
00:59:21que aquele trust
00:59:22era uma conta
00:59:23que me pertencia.
00:59:25Quando o trust
00:59:25ele não me pertencia
00:59:27e eu era,
00:59:28como dizia
00:59:29e o Ministério Público
00:59:30reconheceu depois ao fim,
00:59:32mero usufrutuário.
00:59:34É claro que eu tive sim,
00:59:36é claro que eu tive patrimônio
00:59:38que foi colocado
00:59:39num trust no passado,
00:59:40coisa feita
00:59:41muitos anos
00:59:43de eu me tornar deputado
00:59:44e que isso aí
00:59:45eu constituí um trust
00:59:47a qual eu não pertencia.
00:59:48a gente quando constitui um trust
00:59:50a gente doa
00:59:52os recursos para o trust
00:59:53você fica como,
00:59:55digamos assim,
00:59:56não sei mais o termo hoje
00:59:58há tanto tempo,
00:59:58mas você faz a sua sucessão
01:00:01daquilo que vai acontecer.
01:00:02Tem uma administração
01:00:03você faz uma sua sucessão.
01:00:05O meu erro
01:00:06foi naquele momento
01:00:07que eu fiz não ter declarado,
01:00:08deveria ter declarado isso
01:00:09e efetivamente
01:00:10eu não tive isso declarado.
01:00:12Claro que eu errei,
01:00:12não estou dizendo a você
01:00:13que eu não cometi erro,
01:00:14mas não o erro
01:00:15que me acusaram.
01:00:17O erro que me acusaram
01:00:18eu não cometi.
01:00:18então isso aí
01:00:20ficou claro
01:00:21pela posição do Ministério Público
01:00:22tanto que
01:00:22para eles poderem
01:00:23eu mesmo
01:00:24falei,
01:00:25bom,
01:00:26já que vocês dizem
01:00:26que o dinheiro é meu
01:00:27pode trazer o dinheiro
01:00:28que está aqui
01:00:28fica com o dinheiro.
01:00:30E o que fizeram?
01:00:30Não,
01:00:30nós não podemos fazer
01:00:32sem você pedir
01:00:34porque você
01:00:35é meros um frutuário.
01:00:36Então eu tive que entrar
01:00:38com uma ação
01:00:38no exterior
01:00:40para pedir
01:00:41que fosse mandado
01:00:42o dinheiro para o Brasil.
01:00:44Foi isso que aconteceu.
01:00:45Isso é fato,
01:00:46isso aí está documentado.
01:00:47eu não estou
01:00:48aqui querendo justificar.
01:00:50E depois disso
01:00:50a prova é
01:00:51que agora mesmo
01:00:52quando votaram
01:00:52a legislação de fundos
01:00:54fizeram um tratamento
01:00:55de truste.
01:00:56Eu consegui
01:00:57criar uma celeuma
01:00:58de tal ordem
01:00:59no ordenamento jurídico
01:01:00para tentar
01:01:00dar um contorcionismo
01:01:02para dizer que o truste
01:01:02era meu
01:01:03que fizeram
01:01:04toda essa mudança
01:01:04legislativa.
01:01:05Bom,
01:01:06eu vou só
01:01:07antes de passar
01:01:07para você,
01:01:08Túlio,
01:01:08chamar uma última
01:01:08pergunta aqui
01:01:09do nosso amigo
01:01:09Tiago Berrache
01:01:10porque ele tem
01:01:11uma gravação
01:01:11ainda depois
01:01:12aqui do Direto ao Ponto
01:01:13e vai precisar
01:01:14nos deixar
01:01:14antes do término.
01:01:15Então, Berrache,
01:01:16vai lá,
01:01:17a sua saideira.
01:01:18Eu queria perguntar
01:01:18para o senhor
01:01:18sobre o atual
01:01:19governo Lula,
01:01:20Lula 3,
01:01:21a própria Deise
01:01:21falou das dificuldades
01:01:22dele de se relacionar
01:01:24com o Congresso.
01:01:25O senhor acha
01:01:25que isso se deve?
01:01:27Talvez,
01:01:27a Dora Crâmia
01:01:28que trabalha com a gente
01:01:28aqui fala muito disso,
01:01:30ele não tem mais
01:01:30um entorno
01:01:31como o José de C,
01:01:35que saberia fazer melhor
01:01:37talvez essa ligação
01:01:38com o Congresso Nacional
01:01:39ou é simplesmente
01:01:40o fato de que
01:01:41ele não tem mais
01:01:42disposição
01:01:43de estar à frente
01:01:45dessas negociações
01:01:46por causa da idade,
01:01:47por causa que o tempo passou?
01:01:48Eu acho que
01:01:49é um conjunto de fatores,
01:01:50mas eu acho que
01:01:50o problema mais forte
01:01:52na minha opinião
01:01:53é ele achar
01:01:53que o mundo hoje
01:01:54é igual ao que ele era
01:01:55no primeiro momento
01:01:56que ele deu certo.
01:01:57Então, ele acha
01:01:58que tem que fazer
01:01:59da mesma forma
01:01:59que só o carisma dele
01:02:01todo mundo atrai,
01:02:03só a forma de fazer.
01:02:04você vê que
01:02:06as mesmas ideias,
01:02:07os mesmos programas falidos,
01:02:09a mesma forma
01:02:10de querer lidar
01:02:11com todo mundo,
01:02:12acha que tem que
01:02:12ah, vou dar um carguinho
01:02:13aqui para você
01:02:14vai cooptar
01:02:15quando ninguém
01:02:15quer saber de cargo.
01:02:17Ah, eu vou dar
01:02:17ninguém quer saber.
01:02:19Ele acha,
01:02:19ele ainda está
01:02:20um pouquinho atrasado,
01:02:22ele está naquele tempo,
01:02:23ele não evoluiu
01:02:24para o processo político
01:02:26de hoje.
01:02:27Então, não é porque
01:02:27está no entorno,
01:02:28talvez o entorno
01:02:29pudesse ajudá-lo a abrir,
01:02:30mas ele tem uma personalidade,
01:02:33ele é um cara
01:02:33muito carismático,
01:02:34não tenha dúvida disso,
01:02:35ele tem todos
01:02:36os seus méritos,
01:02:37mas ele também
01:02:37é muito teimoso,
01:02:38ele também é muito,
01:02:40quem já teve
01:02:40oportunidade de conversar,
01:02:41ele quando firma
01:02:42a pé numa posição
01:02:43ele vai até o fim.
01:02:44Então, eu acho
01:02:44que ele está firmando o pé,
01:02:46a própria frase dele
01:02:47que está ontem,
01:02:48se eu tiver bonitão aqui,
01:02:50a extrema direita
01:02:51não volta,
01:02:51quer dizer que ele acha
01:02:52que ele tem o poder
01:02:53sozinho,
01:02:55pela visão que ele tem,
01:02:56da forma dele fazer,
01:02:57que as coisas vão se dar
01:02:58como ele quer.
01:03:00Infelizmente,
01:03:00hoje não é mais assim,
01:03:02e ele não teve
01:03:02essa capacidade ainda
01:03:03de perceber,
01:03:04talvez depois da eleição
01:03:06de 2026 ele perceba.
01:03:08Tiago Berraich,
01:03:08obrigado,
01:03:09uma ótima noite para você,
01:03:10um pouquinho,
01:03:11Túlio,
01:03:11para a gente ajustar,
01:03:12mano,
01:03:12vai lá com a tua pergunta
01:03:13e depois eu passo aqui
01:03:14para o Túlio Nass.
01:03:15A gente falou sobre orçamento
01:03:17e eu sinto que muitas vezes
01:03:19no Brasil,
01:03:20quando a gente fala
01:03:21sobre orçamento,
01:03:22parece que o ponto
01:03:22mais importante
01:03:23é quem manda,
01:03:24se é o legislativo,
01:03:26se é o executivo,
01:03:27às vezes até o judiciário.
01:03:28E fica muito longe
01:03:30da discussão
01:03:30a questão de avaliação
01:03:32de resultado,
01:03:33avaliação de desempenho
01:03:35das políticas,
01:03:36como é que o senhor
01:03:36encara o desafio
01:03:38de fazer com que,
01:03:39primeiro,
01:03:39o orçamento caiba
01:03:40naquilo que o governo
01:03:41arrecada,
01:03:42que parece um desafio
01:03:44cada vez mais difícil
01:03:45nesse governo
01:03:45e, segundo,
01:03:46que ele seja efetivo
01:03:48para a população.
01:03:49Como começar
01:03:50a desatar esse nome?
01:03:51Bom,
01:03:51em primeiro lugar,
01:03:52o orçamento é uma lei.
01:03:53Por ser uma lei
01:03:53que a proposta
01:03:54pelo Poder Executivo
01:03:55é votada pelo Congresso,
01:03:57tem que ser os dois
01:03:57a quem propõe,
01:03:59que tem o poder de propor
01:04:00e o Congresso tem todo o poder
01:04:01e a liberdade para fazer
01:04:02dentro de princípios
01:04:04que são princípios
01:04:05que você não pode gerar
01:04:06despesa sem receita.
01:04:07Isso é óbvio, né?
01:04:09Consequentemente,
01:04:10o governo
01:04:10está dando provas
01:04:11a cada dia,
01:04:12basta ver o que aconteceu
01:04:13agora com o IOF,
01:04:14está dando provas
01:04:15a cada dia
01:04:15que não tem controle
01:04:16do seu orçamento.
01:04:17O governo acabou,
01:04:18o governo atual,
01:04:19acabou com o teto de gastos,
01:04:21que era uma forma
01:04:22de controle do endividamento,
01:04:23e inventou uma coisa
01:04:24chamada arcabouço fiscal.
01:04:26Que coisa,
01:04:27diferença inicial,
01:04:28seria muito simples,
01:04:29apenas considera
01:04:302,5% de variação
01:04:32na despesa
01:04:33desde que haja receita
01:04:34correspondente
01:04:35a 70% da receita.
01:04:36Até aí,
01:04:37por isso aí,
01:04:39até poderia passar,
01:04:40você não vai controlar
01:04:41a dívida e tal,
01:04:42mas você tem um limitador,
01:04:43está crescendo
01:04:44porque você é arrecador,
01:04:45aí ainda podia passar.
01:04:47O problema
01:04:48é que as exceções
01:04:49que eles tiraram
01:04:50do que é considerado
01:04:51despesa
01:04:51são tão grandes
01:04:52que vale o outro orçamento.
01:04:54Então,
01:04:54na prática,
01:04:55é outra peça de ficção
01:04:56o arcabouço,
01:04:57dizer que é só
01:04:58estou crescendo
01:04:582,5% o gasto,
01:05:00mas é muito fácil.
01:05:00Eu digo o seguinte,
01:05:01a minha receita,
01:05:02o seu salário lá,
01:05:03eu ganho 10 mil reais,
01:05:05eu gasto 8.
01:05:07Gasto 8 porque
01:05:08eu estou tirando
01:05:09a dívida do cheque especial,
01:05:11eu estou tirando
01:05:11a prestação da casa,
01:05:12estou tirando o aluguel,
01:05:14estou tirando a escola
01:05:14das crianças,
01:05:15aí eu gasto 8.
01:05:16Se eu botar a escola,
01:05:17as crianças,
01:05:18o aluguel
01:05:19ou a prestação da casa,
01:05:20eu vou gastar 15.
01:05:21Então,
01:05:21o governo mais ou menos
01:05:22está fazendo a mesma coisa.
01:05:23Esses 7 do meu orçamento,
01:05:25do meu salário de 10 mil,
01:05:27o governo está escondendo.
01:05:28Então,
01:05:28com isso,
01:05:29tem uma dívida
01:05:29que não tem dinheiro,
01:05:31aí tem que inventar imposto
01:05:32para pagar a conta.
01:05:33Os próprios
01:05:33precatórios judiciais,
01:05:34eles esconderam.
01:05:35E tinha uma bagatela lá
01:05:37que pagaram
01:05:37só no primeiro ano
01:05:38que gerou um déficit
01:05:39de 200 bilhões,
01:05:40mas que não foi considerado
01:05:41afronto ao teto de gastos
01:05:42nem o arcabouço fiscal,
01:05:44porque eles colocaram
01:05:44esse perdão
01:05:45e fizeram um roubo
01:05:46de 200 bilhões.
01:05:48Então,
01:05:48o orçamento tem que ser tratado
01:05:50com mais seriedade.
01:05:51Nós não temos possibilidade
01:05:53de gerar receita contínua
01:05:57e o governo
01:05:58tem um aumento
01:05:59do IOF hoje
01:06:00ou o ano passado
01:06:01a transação tributária
01:06:03ou vendia alguma coisa.
01:06:05Só que isso não é receita contínua.
01:06:07Mas quando ele aumenta
01:06:08o salário
01:06:09como aumentou
01:06:09no projeto semana passada
01:06:11que foi votado no Senado,
01:06:13ali aumentou
01:06:1374 bilhões de despesas
01:06:15que vão ser contínuas,
01:06:17que vai continuar,
01:06:18continuar, continuar
01:06:18até a aposentadoria.
01:06:20Então,
01:06:20existe uma falta
01:06:22de seriedade
01:06:23no trato orçamentário.
01:06:24Você considerar
01:06:25que a despesa
01:06:25ou a receita do ano
01:06:26não é a despesa
01:06:27ou receita
01:06:28que vai gerar continuamente.
01:06:29Eu gero despesa contínua,
01:06:31mas não gero receita contínua.
01:06:33Vai lá, Túlio,
01:06:34agora sim.
01:06:34Olha,
01:06:35a minha pergunta
01:06:35vai na linha
01:06:36do que o Mano falou,
01:06:37coincidentemente.
01:06:39Eduardo Cunha,
01:06:40o senhor,
01:06:41no mínimo,
01:06:42foi polêmico hoje.
01:06:43O senhor defendeu
01:06:44pautas aqui
01:06:45que não lhe trazem
01:06:46muita popularidade.
01:06:48O senhor defendeu
01:06:49as emendas
01:06:49numa proporção
01:06:51que eu discordo
01:06:52que ela seja
01:06:53uma proporção razoável,
01:06:54mas ficamos
01:06:54para outro dia,
01:06:55vamos debater.
01:06:56Vamos lá,
01:06:56com o maior prazer.
01:06:56Vamos fazer um debate
01:06:57só sobre emendas.
01:06:58Vamos trazer os números,
01:06:59trazer o orçamento,
01:07:00mostrar.
01:07:01Isso,
01:07:01a gente tem muita coisa
01:07:02para debater sobre isso.
01:07:03O senhor defendeu
01:07:04os irmãos Brazão,
01:07:05o senhor defendeu
01:07:07até uma nova Constituição.
01:07:09Então,
01:07:09uma coisa
01:07:10não podemos falar
01:07:11do senhor,
01:07:11que o senhor
01:07:12não é corajoso.
01:07:13O senhor é corajoso.
01:07:14Então,
01:07:14vamos lá.
01:07:15Diante dessa situação fiscal,
01:07:17ultimamente,
01:07:18o governo apresentou
01:07:19um déficit
01:07:19de 90 bilhões
01:07:20e a solução seria
01:07:22aumenta 20 bilhões
01:07:24de OF,
01:07:25o Brasil não aguenta
01:07:25mais aumente
01:07:26carga tributária,
01:07:27corta 30 bilhões
01:07:29de despesas,
01:07:29quer dizer,
01:07:30ele não quer cortar
01:07:30os 90 bilhões,
01:07:31ele quer cortar 30 bilhões
01:07:32e os outros 40 bilhões,
01:07:34que eu acho que ficaria
01:07:36nos precatórios,
01:07:37deixa de lado.
01:07:39Então,
01:07:39a minha pergunta
01:07:40é a seguinte,
01:07:41o governo federal
01:07:41hoje comete crime
01:07:43de responsabilidade fiscal?
01:07:44Se o senhor fosse
01:07:45hoje presidente da Câmara,
01:07:47o senhor que é conhecido
01:07:48como o senhor impeachment,
01:07:49o senhor aprovaria
01:07:51a abertura
01:07:52de um processo
01:07:52de impeachment
01:07:53por crime
01:07:54de responsabilidade fiscal?
01:07:55Não,
01:07:55por isso não.
01:07:56É crime ou é só
01:07:57negligência?
01:08:00O crime não está aí não.
01:08:01Tem até outras coisas
01:08:02que você poderia dizer
01:08:03que, por exemplo,
01:08:03que fizeram com o pé de meia,
01:08:05o chamado pé de meia,
01:08:06que estava usando
01:08:07um orçamento paralelo
01:08:08para poder fazer
01:08:09despesa orçamentária.
01:08:10Aquilo sim,
01:08:10podia ser enquadrado
01:08:11como um crime
01:08:12de responsabilidade.
01:08:13Isso aí não.
01:08:14Aí,
01:08:14aqui tem a malandragem.
01:08:16Primeiro lugar,
01:08:17aumento de OF,
01:08:18nem aumento
01:08:18de carga tributária,
01:08:20não.
01:08:20É muito mais grave
01:08:21que isso.
01:08:21Está impactando
01:08:22a economia.
01:08:23Se eu vou aumentar
01:08:24o crédito
01:08:25em 3%
01:08:26a cada operação
01:08:27de crédito,
01:08:27eu vou fazer
01:08:28um desconto
01:08:28de duplicata
01:08:30tradicional,
01:08:31antigo,
01:08:32ou risco sacado,
01:08:33como querem dizer hoje,
01:08:34que é mais bonito,
01:08:35não aguenta.
01:08:36Você,
01:08:36numa taxa de juros
01:08:37dessa,
01:08:38eu vou botar 3%
01:08:39para um negócio
01:08:39de 60 dias,
01:08:4090 dias,
01:08:41eu impactei o juros
01:08:42violentamente.
01:08:43Então,
01:08:43você está impactando
01:08:43a economia.
01:08:44É muito mais grave
01:08:45do que você ter
01:08:46um aumento de tributo.
01:08:47Segundo lugar,
01:08:48o governo não cortou
01:08:4930 bilhões de despesas,
01:08:50não, meu querido?
01:08:51Contingenciou.
01:08:53Contingenciou.
01:08:54Entre bloqueio
01:08:54e contingenciamento.
01:08:55Bloqueou 10,
01:08:56contingenciou 20.
01:08:58Exato.
01:08:58E dos 10 que ele bloqueou,
01:09:007 são de emendas
01:09:01parlamentares.
01:09:023 é deles.
01:09:04Fiz isso
01:09:04como uma espécie
01:09:05de vingança,
01:09:06porque o Congresso
01:09:07está querendo
01:09:07derrubar o IOF.
01:09:09Então,
01:09:09é só malandragem
01:09:11que tem até agora.
01:09:12E esse contingenciamento
01:09:13vai voltar,
01:09:14daqui a 60 dias vai,
01:09:16quem aumenta a receita,
01:09:17ele vai,
01:09:18entrou IOF,
01:09:19ele tem um novo
01:09:19balizamento,
01:09:20com isso ele volta
01:09:21e descontingencia,
01:09:22mas o que ele bloqueou
01:09:22não desbloqueia.
01:09:24Então,
01:09:24na prática,
01:09:24o que ele cortou
01:09:25foi emenda parlamentar.
01:09:26Então,
01:09:27ali tem malandragem,
01:09:28isso aí não é crime
01:09:30de responsabilidade,
01:09:30é malandragem mesmo.
01:09:32Bom,
01:09:32eu tenho duas perguntas.
01:09:33Primeiro,
01:09:34qual a sua relação
01:09:35com o atual presidente
01:09:35da Câmara,
01:09:36Hugo Mota?
01:09:36É um bom amigo,
01:09:38como o Arthur Lira
01:09:40também o era.
01:09:40Aliás,
01:09:41o Arthur Lira
01:09:41até mais meu amigo,
01:09:42inclusive,
01:09:42porque ele era
01:09:44praticamente da minha geração.
01:09:46O Hugo já chegou novo.
01:09:48Então,
01:09:48o Arthur já chegou
01:09:49praticamente líder.
01:09:51Mas relação boa,
01:09:51como eu tenho relação
01:09:52com a maioria deles.
01:09:53Bom,
01:09:53e chegando novo,
01:09:54ele já pegou uma batata quente
01:09:55que é o projeto de lei
01:09:57da anistia.
01:09:58Essa discussão
01:09:58e agora ele está tentando
01:10:00conduzir uma maneira
01:10:01que atenda
01:10:01a ambos os lados,
01:10:03entre aspas.
01:10:04como é que o senhor vê
01:10:04a maneira como a oposição
01:10:06tenta hoje colocar
01:10:07esse debate em cena
01:10:09e a forma como
01:10:10o presidente da Câmara
01:10:11e até mesmo do Senado
01:10:12lidam com o tamanho
01:10:14das penas relacionadas
01:10:16e dadas às pessoas
01:10:16que participaram
01:10:17do 8 de janeiro
01:10:18e o que a situação
01:10:20chama de tentativa
01:10:21de também trazer
01:10:23um benefício
01:10:24para o ex-presidente
01:10:25Jair Bolsonaro
01:10:25a tirar cola?
01:10:26O projeto que está lá,
01:10:28o que estão discutindo,
01:10:29não vai trazer
01:10:30coisas futuras.
01:10:32Não tem nada a ver
01:10:32que possa beneficiar
01:10:34ali o Bolsonaro.
01:10:35Pelo menos eu não vi
01:10:35isso até agora.
01:10:36Segundo lugar,
01:10:38toda a forma
01:10:39como você vai se comportar
01:10:40com situações polêmicas
01:10:42depende muito
01:10:42de como você foi eleito.
01:10:44Eu fui eleito
01:10:46dentro da,
01:10:47vamos dizer assim,
01:10:47da briga,
01:10:48da disputa,
01:10:50eu agiria de um jeito.
01:10:51Ele provavelmente
01:10:52pela forma como foi eleito
01:10:53ele tem que se comportar
01:10:55de acordo com os compromissos
01:10:56que se assumiram.
01:10:57Como o senhor agiria?
01:10:58Não,
01:10:59eu agiria do jeito
01:11:00que eu fui eleito.
01:11:01E como o senhor foi eleito?
01:11:02Não,
01:11:02eu fui eleito na disputa.
01:11:04Eu iria agir de acordo
01:11:05com o meu lado na disputa.
01:11:07Sem dúvida.
01:11:08Cada um tem que agir
01:11:09com o seu lado.
01:11:09Como ele foi eleito
01:11:10no consenso,
01:11:11ele tem que tentar
01:11:12agir balanceando.
01:11:14O consenso às vezes...
01:11:14Entendi, entendi.
01:11:15O consenso às vezes,
01:11:16não estou dizendo
01:11:16que eu faria A ou B
01:11:18ou que ele tem que fazer A ou B.
01:11:20Eu estou dizendo
01:11:20que eu agiria
01:11:21de acordo com,
01:11:22digamos assim,
01:11:23com o meu eleitorado.
01:11:24A gente tem que agir sempre.
01:11:26A gente está no mandato,
01:11:27foi eleito pelo povo,
01:11:28tem que agir de acordo
01:11:29com o povo que te elegeu.
01:11:30Espera de você.
01:11:30Você foi eleito
01:11:31presidente da Câmara
01:11:32pelos seus pares,
01:11:34você tem que agir
01:11:35de acordo com os pares
01:11:36que te elegeram
01:11:37que gostaria que você tivesse.
01:11:38Senão você perde
01:11:39o comando da sua base,
01:11:40você perde o controle.
01:11:41Então, ele tem que agir
01:11:42desse jeito.
01:11:42Ele que sabe
01:11:43os compromissos
01:11:44que ele assumiu
01:11:45na candidatura dele.
01:11:46Então, ele tem que agir
01:11:47de acordo com os compromissos dele.
01:11:48E uma terceira para arrematar.
01:11:50O que o senhor pensa
01:11:51sobre esse projeto?
01:11:53O senhor acha
01:11:53que há necessidade
01:11:55de rever penas relacionadas
01:11:56às pessoas condenadas
01:11:57pelo 8 de janeiro?
01:11:58Isso aí é uma coisa
01:12:00tão óbvia
01:12:01que não precisa nem falar.
01:12:02É claro que foram feitos...
01:12:03Tem gente que discorda do senhor,
01:12:04mas enfim.
01:12:05Não, não.
01:12:05Isso é uma coisa óbvia
01:12:06que tem penas exageradas ali.
01:12:07Não há dúvida nenhuma
01:12:08com relação a isso.
01:12:09Isso aí não há dúvida.
01:12:10Agora, qual a forma?
01:12:11Eu não sei.
01:12:12Eu sempre tive
01:12:13um comportamento
01:12:14de projetos,
01:12:15põe para votar
01:12:16e a maioria que se manifesta.
01:12:18Se eu devia e voto, passa.
01:12:19Se não tem, não passa.
01:12:20Eu botei tudo para votar.
01:12:21Não tem...
01:12:22O impeachment mesmo,
01:12:24eu botei para votar,
01:12:24eu não sabia qual era o resultado.
01:12:26Ele foi construindo no tempo
01:12:28pelo desgaste do próprio governo.
01:12:30Mas quando eu coloquei,
01:12:31não era tão certo assim
01:12:32que passaria.
01:12:33Então, eu acho o seguinte,
01:12:33eu acho que a casa
01:12:34tem que se manifestar.
01:12:35Você, o presidente,
01:12:37não tem que ser responsável
01:12:38pelo resultado da votação.
01:12:40O presidente tem que ser responsável
01:12:41se você atingiu
01:12:43a situação regimental
01:12:45que lhe permita votar
01:12:47deve se colocar em votação.
01:12:49Pelo menos,
01:12:49esse foi sempre
01:12:50o meu pensamento macro,
01:12:51mas eu deixava isso claro
01:12:53desde o início.
01:12:54Aqui vota,
01:12:56tem maioria passa.
01:12:57Não tem maioria não passa.
01:12:58O governo botar para votar.
01:12:59Vocês vão lá,
01:13:00tem que ter um voto
01:13:00para derrubar,
01:13:01ou você tem um voto
01:13:02para passar.
01:13:03E assim eu coloquei as pautas.
01:13:04Era a minha maneira
01:13:05de se comportar,
01:13:06mas era claro.
01:13:07Isso foi colocado
01:13:07durante a campanha.
01:13:09Eu disse o seguinte,
01:13:09aqui não tem pauta proibida.
01:13:11Se tiver regimentalmente
01:13:13condição de ser votada,
01:13:14vai ser votado.
01:13:15Cada um é um comportamento,
01:13:16entendeu?
01:13:17E sobre a ação
01:13:18que a pura suposta
01:13:19intentou na golpista,
01:13:20como é que o senhor avalia
01:13:20a possível participação
01:13:22de Jair Bolsonaro
01:13:23e aqueles que estavam
01:13:24no primeiro escalão
01:13:25do governo,
01:13:25além de militares
01:13:26no entorno dele?
01:13:27Eu discordo um pouco
01:13:28que tenha havido golpe,
01:13:29tentativa de golpe.
01:13:30O que o senhor pensa?
01:13:31Eu acho que houve
01:13:31uma baderna generalizada.
01:13:33Até pelo seguinte,
01:13:34você tem um ponto aí
01:13:35que me incomoda muito
01:13:36nessa história toda.
01:13:38É porque se eu assumo
01:13:39a presidência da República
01:13:41no dia 1º de janeiro,
01:13:42não ia ter ninguém
01:13:43acampado no dia 2º de janeiro
01:13:44na porta das Forças Amadas.
01:13:46Eu ia tirar aquele
01:13:47acampamento todo.
01:13:48Por que que não se tirou?
01:13:50Eu não ficaria.
01:13:51Eu não sei.
01:13:52Eu não ia ser
01:13:52presidente da República
01:13:53com o acampamento
01:13:54pra poder ter uma possibilidade
01:13:56de uma tentativa de golpe.
01:13:58Por que que deixaram?
01:13:59Essa é a pergunta
01:14:00que precisa ser respondida.
01:14:02Eu acho que quem deixou,
01:14:04de uma certa forma,
01:14:05tava chamando
01:14:06alguma confusão.
01:14:06Ou queria que alguma confusão
01:14:07acontecesse,
01:14:08ou sabia que tinha o risco
01:14:10de ter uma confusão.
01:14:10Mas isso se aplica
01:14:11até o dia 31 de dezembro.
01:14:13Não, não.
01:14:13O dia 31 de dezembro
01:14:14o cara saiu.
01:14:15É o dia quando eu assumi.
01:14:16O golpe foi contra e entrou.
01:14:18Não foi quem saiu.
01:14:18Mas o senhor também não teria isso.
01:14:19Não, eu acho que o Bolsonaro
01:14:20deveria ter tirado.
01:14:21Claro que deveria ter tirado.
01:14:23Mas ele não tirou,
01:14:23tava deixando o poder.
01:14:24Agora, eu,
01:14:25tô falando de quem assumiu.
01:14:26Eu assumisse a presidência
01:14:27da República,
01:14:28eu não deixaria
01:14:29aquele acampamento continuar.
01:14:30É o que eu faria
01:14:31como presidente.
01:14:32A autoridade do presidente
01:14:33tinha que estar lá.
01:14:34Ele é o comandante
01:14:35das Forças Armadas.
01:14:35Como é que eu vou deixar
01:14:36um acampamento
01:14:37abradar contra mim
01:14:39na porta do quartel
01:14:40das Forças Armadas?
01:14:42Eu não faria.
01:14:43Eu não deixaria.
01:14:44Eu acho muito estranho
01:14:45que eu tenha deixado.
01:14:46Isso me dá uma
01:14:46desconfiança
01:14:48desse processo todo.
01:14:49Claro que houve uma baderna.
01:14:51Claro que tem gente
01:14:52que tem que ser punida.
01:14:53Agora, eu não acho
01:14:54que houve um golpe,
01:14:55uma tentativa de deposição.
01:14:57Como é que vai depor
01:14:58o governo com aquele
01:14:58bando de maluco lá
01:14:59quebrando aquele troço todo?
01:15:01Aquilo não é a forma de fazer.
01:15:03Mas e a atuação
01:15:04das autoridades?
01:15:04E outra coisa,
01:15:05se fosse dar um golpe,
01:15:06por que ele foi dar o golpe
01:15:07com o outro tomando posse?
01:15:09Não deu o golpe
01:15:09quando ele estava no poder,
01:15:10que tinha um comando.
01:15:12Por que ele não fez antes
01:15:12se fosse dar um golpe?
01:15:13É isso que eu também
01:15:14não consigo atender.
01:15:15O acampamento estava lá,
01:15:16o cara tinha as Forças Armadas
01:15:17no comando dele.
01:15:18Se fosse dar um golpe,
01:15:18por que ele não deu ali?
01:15:20Se fosse dar um golpe,
01:15:21eu não deixaria o outro
01:15:22tomar posse
01:15:23que o governo tentou
01:15:23o comando do país?
01:15:24Bom, parte da ação
01:15:25diz que isso não aconteceu
01:15:26porque parte das Forças Armadas
01:15:28não aderiu
01:15:28a um possível plano.
01:15:30E por que essas partes
01:15:31das Forças Armadas
01:15:32que não aderiram
01:15:34estavam lá, inclusive estão depondo,
01:15:36não puseram esses acampados
01:15:38para correr de lá?
01:15:40E eu quero só te...
01:15:41Só para arrematar essa parte...
01:15:42É só...
01:15:43É só as perguntas
01:15:44que eu me faço, entendeu?
01:15:46Volto a dizer,
01:15:47tem gente lá
01:15:48que tem que ser punida sim,
01:15:49merecidamente,
01:15:51aconteceu uma baderna,
01:15:52teve depredação,
01:15:53teve confusão,
01:15:54a gente sabe bem...
01:15:55Esse maluco estava lá
01:15:56na época do impeachment também,
01:15:58tinha gente que foi
01:15:58pega armada naquele momento,
01:16:00tinha uma turma lá
01:16:01que pregava
01:16:01como é que é
01:16:02a intervenção militar constitucional,
01:16:04que é uma coisa
01:16:05que não existe.
01:16:06Tinha a placa disso
01:16:07na época do impeachment mesmo,
01:16:08a gente via isso lá.
01:16:10Então,
01:16:10isso é uma parte
01:16:11da sociedade
01:16:12efetivamente radical
01:16:14que não é a maioria
01:16:15da sociedade,
01:16:16nem a maioria
01:16:17daqueles que militam
01:16:18naquele campo,
01:16:19entendeu?
01:16:19Essa parte,
01:16:20ela podia estar inconformada,
01:16:22podia achar...
01:16:22não tem muita...
01:16:23Eu andava para o Brasília,
01:16:25eu chegava ali no hotel
01:16:26e alguns desses
01:16:27apareciam ali no hotel,
01:16:28vim falar comigo
01:16:29o que vai acontecer,
01:16:30não vai acontecer nada.
01:16:32E o ex-presidente Jair Bolsonaro
01:16:34ou alguma autoridade
01:16:35que agora também está
01:16:35no processo,
01:16:36no seu ponto de vista,
01:16:37precisaria ser punido
01:16:38ou punida?
01:16:40Veja bem,
01:16:40você tem culpa do Bolsonaro,
01:16:41Bolsonaro estava fora do país,
01:16:43já tinha deixado o poder,
01:16:45você não vai dar um golpe
01:16:46de estado de Orlando?
01:16:50Eu acho meio...
01:16:52Sei lá,
01:16:52eu sinceramente
01:16:54não compactuo muito
01:16:57com essa opinião,
01:16:58entendeu?
01:16:58Pode ser que prove
01:16:59o contrário,
01:17:00pode ser que eu me engane,
01:17:02enfim,
01:17:03que acabe sendo provado,
01:17:04mas em síntese
01:17:05eu acho que alguns
01:17:06sim têm que ser punidos,
01:17:08alguns devem ser punidos
01:17:09sim pela baderna
01:17:10que foi feita,
01:17:11isso não tem a dúvida nenhuma.
01:17:12Bom,
01:17:13estamos chegando aí
01:17:13aos últimos 10 minutos,
01:17:14dá tempo da gente
01:17:15fazer mais um giro,
01:17:16vai lá,
01:17:16Deise.
01:17:17Deputado,
01:17:18o senhor acha que tem espaço
01:17:19para em 2026
01:17:20os candidatos falarem
01:17:22sobre saúde,
01:17:23educação e segurança
01:17:24ou vai ser polarização
01:17:26mesmo,
01:17:27pauta de costumes?
01:17:28Eu acho que vai ser polarização,
01:17:30mas a polarização
01:17:31ela pode se dar
01:17:33em qualquer segmento,
01:17:34você pode polarizar
01:17:35segurança pública,
01:17:36por exemplo,
01:17:36eu acho que segurança pública
01:17:37vai ser...
01:17:37O senhor acha que o brasileiro
01:17:38quer ouvir isso
01:17:39ou está mais nessa pauta
01:17:40de costumes?
01:17:41Eu acho que o brasileiro
01:17:42como não quis ouvir em 22,
01:17:44e estava um pouco contaminado
01:17:47pela questão da saúde
01:17:48da pandemia
01:17:48e eu acho que também
01:17:51não vai querer ouvir muito não.
01:17:52É minha opinião,
01:17:58não sei se...
01:17:58Não, claro,
01:17:59a gente está aqui para ouvir,
01:18:00não é isso?
01:18:00Vamos falar então
01:18:01de outro assunto
01:18:02que está na pauta do dia.
01:18:04Rombo do INSS,
01:18:05o escândalo do INSS.
01:18:07O governo hoje
01:18:09tem uma proposta
01:18:09de indenizar
01:18:10os aposentados
01:18:12tirando o dinheiro
01:18:13do orçamento
01:18:14que a gente tanto falou aqui.
01:18:15Isso é um absurdo.
01:18:16Isso é improbidade, né?
01:18:17Então,
01:18:18mas com argumento
01:18:19que tem até
01:18:21um certo clamor
01:18:22que é o de indenizar
01:18:23rapidamente
01:18:24os aposentados
01:18:25porque os processos judiciais
01:18:27com todo o direito
01:18:28ao contraditório,
01:18:29ampla defesa,
01:18:30com os meios recursos
01:18:31a ele inerentes
01:18:32são longos
01:18:33e essa indenização
01:18:34seria demorada.
01:18:35Então,
01:18:36a pergunta óbvia
01:18:36que eu vou fazer ao senhor
01:18:37é se o senhor concorda
01:18:38com essa forma rápida
01:18:39de indenização
01:18:40e se de outro lado
01:18:42o governo poderia tentar
01:18:43aí sim
01:18:44junto ao Ministério Público
01:18:46um termo de ajustamento
01:18:47de conduta
01:18:48e em cima dos bancos
01:18:50e das instituições
01:18:51que efetivamente
01:18:52cometeram prejuízo.
01:18:54Os bancos,
01:18:54por exemplo,
01:18:55respondem objetivamente
01:18:56em relação aos seus clientes.
01:18:57É uma relação de consumo.
01:18:59Banco,
01:18:59o correntista ali do banco.
01:19:01Uma outra forma,
01:19:02enfim,
01:19:02uma outra forma de indenização
01:19:03que não é do orçamento público.
01:19:05Olha,
01:19:06Arthur,
01:19:06eu acho que a coisa
01:19:06é um pouco mais grave
01:19:07do que isso.
01:19:08Eu acho que essa coisa
01:19:09ainda vai dar muito pano
01:19:10a manga
01:19:10porque o problema
01:19:11mais grave
01:19:12não é nem essa roubalheira
01:19:13que fizeram, não.
01:19:14É a que ainda
01:19:15não foi divulgada.
01:19:17Eu acho que o problema
01:19:17mais grave
01:19:18são os empréstimos consignados
01:19:19que foram feitos
01:19:20à revelia dos aposentados
01:19:22sem eles pedirem
01:19:23cujo volume de juros
01:19:25que foram cobrados deles
01:19:26foram descontados
01:19:28nas aposentadorias deles
01:19:29que eles pagaram.
01:19:31É uma verdadeira...
01:19:33Essa seria
01:19:33a minha segunda pergunta.
01:19:34Isso é uma coisa
01:19:36que vai dar asco
01:19:38para quem ouviu falar.
01:19:39O senhor acha
01:19:39que o Congresso Nacional
01:19:40vai tremer
01:19:41com a continuidade
01:19:42das investigações?
01:19:43Nós vamos ter ali
01:19:44congressistas envolvidos?
01:19:45Não,
01:19:46eu não sei te dizer.
01:19:47Sinceramente,
01:19:47eu não sei te dizer,
01:19:48mas se tiver
01:19:49que responda
01:19:50cada um
01:19:50pelos seus atos.
01:19:51Eu acho que isso aí
01:19:52ninguém aqui
01:19:53vai compactuar,
01:19:54pode compactuar
01:19:55com o roubo de velhinho,
01:19:56né?
01:19:57Com o negócio
01:19:57já um pouquinho
01:19:58mais grave.
01:19:59Mas eu diria a você
01:20:00que esses descontinhos
01:20:01de associação
01:20:02perto do consignado
01:20:04que pelo menos
01:20:05é o que a gente
01:20:05escuta falar
01:20:06vai ser quase
01:20:07que bala,
01:20:09bala,
01:20:09bala do cafezinho
01:20:11de sobremesa.
01:20:13Vai lá,
01:20:13mano.
01:20:13Eu queria ouvir o senhor
01:20:15sobre as mudanças
01:20:16do quadro partidário.
01:20:17A gente está vendo
01:20:18um movimento de fusões,
01:20:19federações.
01:20:21Na sua avaliação,
01:20:22quantos partidos
01:20:23vão sobrar
01:20:24no fim
01:20:25desse processo
01:20:26da cláusula
01:20:27de barreira
01:20:28e quantos são saudáveis
01:20:30para funcionamento
01:20:31orgânico
01:20:31da política brasileira?
01:20:32Eu não sei
01:20:33quantos são saudáveis,
01:20:34mano,
01:20:34mas eu,
01:20:35vai me permitir
01:20:36o Túlio
01:20:37referendar ele
01:20:38ficar sempre
01:20:39um pouquinho
01:20:39mais polêmico,
01:20:40né?
01:20:40Mas eu acho
01:20:41o seguinte,
01:20:43eu acho que tem
01:20:44um erro,
01:20:44que eu já tentei
01:20:45votar isso,
01:20:46o Arthur Lira
01:20:46tentou votar também,
01:20:48não conseguiu concluir
01:20:49a votação
01:20:49para a eleição
01:20:50de 22
01:20:50e acho que pouco
01:20:51provável
01:20:52que tente agora.
01:20:53Nós temos um modelo
01:20:54de votação
01:20:55no Congresso,
01:20:56principalmente de deputado,
01:20:57que é um modelo,
01:20:58na minha opinião,
01:20:58errado, né?
01:20:59Nós estamos
01:21:00com um voto
01:21:00proporcional
01:21:01que a nominata
01:21:02partidária
01:21:03faz a razão
01:21:05para poder fazer
01:21:05o coeficiente eleitoral.
01:21:07Com isso,
01:21:07a gente chega
01:21:08àqueles absurdos
01:21:09que começou
01:21:10no passado
01:21:10quando o Enéas
01:21:12foi eleito
01:21:13e trouxe
01:21:14cinco deputados
01:21:15de São Paulo
01:21:16com 200 votos,
01:21:17inclusive,
01:21:18e aí o Enéas,
01:21:19eu me lembro
01:21:19que eu fui deputado
01:21:20nessa época
01:21:21com ele,
01:21:22ele tratava os deputados
01:21:23como assessor de deputado,
01:21:24né?
01:21:24Era um negócio
01:21:25surreal.
01:21:27E aí,
01:21:28a gente,
01:21:28para evitar
01:21:28um outro,
01:21:29o Enéas,
01:21:30botou um limitador
01:21:30de 10%,
01:21:31pelo menos,
01:21:32aí o cara tinha que ter
01:21:3310% do coeficiente eleitoral,
01:21:34que aí,
01:21:34pelo menos,
01:21:35o cara com 200 votos
01:21:36não elegia.
01:21:37Mas nada disso resolve,
01:21:38porque a gente,
01:21:39pelo processo
01:21:40de judicialização
01:21:42da política,
01:21:44a gente transformou
01:21:44a doação privada
01:21:45numa coisa asquerosa.
01:21:48Toda doação privada,
01:21:49que foi isso que foi
01:21:50a base
01:21:50da Lava Jato,
01:21:52toda doação privada
01:21:53era propina.
01:21:55Foi isso que,
01:21:55basicamente,
01:21:56a maior parte das ações
01:21:57que eu recebi,
01:21:58que as doações privadas
01:21:59eram propinas.
01:22:00Foi isso.
01:22:01Tudo era propina.
01:22:02Qualquer doação
01:22:02que você recebia,
01:22:03é porque você,
01:22:05amanhã,
01:22:05você fez uma votação
01:22:07num lugar qualquer,
01:22:08e essa votação
01:22:09foi para defender
01:22:09o interesse
01:22:10que a gente doou
01:22:10para a campanha,
01:22:11então é corrupção,
01:22:11você recebeu propina.
01:22:13Então,
01:22:13aí acabaram
01:22:14com a doação privada
01:22:16e fizeram a doação
01:22:17pública,
01:22:18de campanha.
01:22:19Ou seja,
01:22:19não tem dinheiro
01:22:20para sustentar a campanha
01:22:21com a doação pública,
01:22:22e você tendo que fazer
01:22:23a nominata,
01:22:24você é obrigado
01:22:25a comprar no partido
01:22:27o cara para ser candidato
01:22:29para sabendo
01:22:29que ele vai perder a eleição
01:22:30para fazer a nominata.
01:22:31Então,
01:22:32além de a gente gastar
01:22:32dinheiro público
01:22:33com a coisa errada,
01:22:34a gente efetivamente
01:22:36não consegue responder
01:22:38o processo.
01:22:39Continua doação
01:22:40de qualquer maneira
01:22:41privada,
01:22:42de forma indireta,
01:22:43ou através de pessoas físicas
01:22:44que não é permitido,
01:22:46mas,
01:22:46ao mesmo tempo,
01:22:47você tem um desperdício
01:22:48de dinheiro público
01:22:49e acaba tendo
01:22:50uma excrescência.
01:22:51Tem do mesmo jeito.
01:22:52Aí vai lá,
01:22:53o Nicolas faz
01:22:53dois milhões de votos,
01:22:54um milhão e seiscentos mil votos,
01:22:55traz cinco deputados com ele.
01:22:57Aí vem o outro
01:22:58que com pouco voto
01:22:59não se elege,
01:23:00o cara com mais votos
01:23:01deixa de se eleger.
01:23:02Então,
01:23:02eu sempre defendi
01:23:03uma coisa que chama-se
01:23:04o voto distritão.
01:23:05O que é o voto distritão?
01:23:07É os mais votados
01:23:08por estado se elegem.
01:23:09Então,
01:23:09você tem lá,
01:23:10São Paulo,
01:23:12são setenta deputados federais,
01:23:13os setenta mais votados
01:23:14estão eleitos,
01:23:15o povo entende
01:23:15que o mais votado entrou.
01:23:17Mas hoje não é assim.
01:23:19Aí o cara diz,
01:23:19mas isso vai acabar com o partido.
01:23:21Não acaba não,
01:23:21porque aí me faz
01:23:22eu escolher o partido
01:23:23que eu quero por afinidade.
01:23:25Porque eu sei
01:23:25que eu não preciso fazer nominata.
01:23:27Vocês me perguntaram
01:23:28do partido em Minas,
01:23:29eu tenho que escolher um partido
01:23:30que a nominata
01:23:31seja uma nominata
01:23:31factível
01:23:33para a gente poder se eleger,
01:23:34a menos que você tenha votos
01:23:36para fazer o coeficiente de legenda,
01:23:37que quase ninguém tem.
01:23:38Hoje,
01:23:39no Congresso,
01:23:40dos 513,
01:23:41provavelmente uns 15 ou 20
01:23:42fizeram o coeficiente de legenda.
01:23:44Os outros 490
01:23:45se elegeram
01:23:46com os votos das nominatas.
01:23:48É assim que funciona.
01:23:49Sempre foi assim.
01:23:50Só uma eleição minha,
01:23:51em 2014 que eu elegi
01:23:52que eu fiz mais
01:23:53que o voto de legenda
01:23:54e dei voto para a legenda.
01:23:55Então,
01:23:56a gente tem que acabar
01:23:57com esse troço.
01:23:58O voto tem que ser
01:23:59os mais votados
01:24:00que têm que entrar.
01:24:01Enquanto isso não acontecer,
01:24:02vai ter que ter esse processo.
01:24:04Esse processo,
01:24:04na prática,
01:24:05é isso,
01:24:05é juntar
01:24:06partido A
01:24:07ou partido B,
01:24:08que a gente junta
01:24:08numa federação
01:24:09ou numa fusão,
01:24:11para a gente,
01:24:11primeiro,
01:24:12alguns pequenos
01:24:12para cumprir a cláusula de barreira
01:24:14que foi colocada pela gente
01:24:15para diminuir os partidos.
01:24:16Isso sim,
01:24:16uma medida boa.
01:24:17mais porque a gente pega
01:24:20o mesmo dinheiro
01:24:20que tem os dois partidos
01:24:22e tem que botar
01:24:22um número menor de candidatos.
01:24:24Com isso,
01:24:24a gente consegue gastar
01:24:25dinheiro na chapa.
01:24:26A verdade é essa.
01:24:28Eu vou juntar,
01:24:28foi a federação do PP
01:24:29com o União Brasil.
01:24:30Vai juntar o fundo do PP
01:24:31com o fundo do União Brasil
01:24:32e eu tenho que botar
01:24:33o mesmo número de candidatos,
01:24:35a metade dos candidatos
01:24:36que teriam os dois somados.
01:24:37Então,
01:24:37eu tenho mais dinheiro
01:24:38para gastar com a chapa.
01:24:40Consequentemente,
01:24:40eu vou conseguir fazer
01:24:41uma nominata melhor.
01:24:42Esse não é a razão de decidir.
01:24:44A razão de decidir
01:24:45tem que ser o cara mais votado.
01:24:46Então,
01:24:47essa discussão,
01:24:48ela foi desvirtuada
01:24:50pelo processo da Lava Jato,
01:24:52acabou a criminalização
01:24:53da doação,
01:24:54veio a doação pública
01:24:55que todo o dinheiro
01:24:56que você põe
01:24:56é muito
01:24:57para gastar do erário,
01:25:00mas é pouco
01:25:00para poder financiar
01:25:02a política de verdade.
01:25:03Essa que é a realidade.
01:25:04É um negócio
01:25:04que é caro
01:25:05para quem paga
01:25:05e barato
01:25:06para quem recebe.
01:25:07Bom,
01:25:08há pouco o senhor explicou
01:25:08a importância
01:25:09da emenda impositiva
01:25:10para se acabar
01:25:10com o toma lá da cá,
01:25:12com os pagamentos
01:25:12para parlamentares.
01:25:14Agora,
01:25:15estamos acompanhando
01:25:1520 anos do Mensalão,
01:25:17dos maiores esquemas
01:25:18de corrupção
01:25:19que ficaram conhecidos
01:25:20aqui no país.
01:25:22O Brasil aprendeu
01:25:22alguma coisa?
01:25:23O parlamentar aprendeu?
01:25:25Os partidos aprenderam
01:25:26alguma coisa
01:25:26com o Mensalão
01:25:2720 anos depois?
01:25:28Eu acho que quem tinha
01:25:30que aprender
01:25:31com a história
01:25:32do Mensalão
01:25:32é quem praticou
01:25:33o Mensalão.
01:25:34E ele aprendeu?
01:25:34Não sei.
01:25:35Aí é uma coisa
01:25:36que você tem que
01:25:36perguntar para ele.
01:25:37No seu ponto de vista?
01:25:39Eu não sei.
01:25:40De que ele senta
01:25:40nessa cadeira
01:25:41eu vou perguntar também,
01:25:41mas hoje eu quero saber
01:25:42do senhor.
01:25:43Não sei,
01:25:43não sei te dizer,
01:25:44não sei te dizer,
01:25:45porque primeiro
01:25:46que eu não estou
01:25:46vestido na pele deles.
01:25:48E segundo lugar,
01:25:49que mudou a forma,
01:25:51né?
01:25:51Porque como você
01:25:52naquela época,
01:25:53na verdade ali
01:25:54havia o seguinte,
01:25:55o PT era tão absoluto
01:25:57no exercício do poder
01:25:58que ele não queria
01:25:59nem compartilhar
01:25:59a administração.
01:26:01Então ele queria
01:26:02ficar com os cargos
01:26:02e manter o apoio.
01:26:04Aí como não tinha
01:26:05a emenda naquela época,
01:26:07fizeram outra forma
01:26:07de fazer isso
01:26:08para quem aceitou.
01:26:09É uma coisa absurda,
01:26:10é uma coisa absurda.
01:26:11Na prática foi isso,
01:26:12foi uma compra de base
01:26:13por outros meios
01:26:15que não fossem
01:26:16os meios
01:26:16tradicional
01:26:17de compartilhamento
01:26:18da administração,
01:26:19compartilhamento
01:26:20de participação
01:26:21de políticas públicas,
01:26:22aquilo que chamam
01:26:24presidencialismo
01:26:26de coalizão,
01:26:27que na verdade
01:26:28é a substituição
01:26:29do parlamentarismo
01:26:30com o presidente.
01:26:31Aí eu discordo
01:26:32novamente de você
01:26:32porque eu acho
01:26:33que a Constituição
01:26:34é parlamentarista sim.
01:26:36Os instrumentos
01:26:36que foram colocados
01:26:37no Brasil
01:26:38é de parlamentarismo.
01:26:40A nossa Constituição,
01:26:41ela repete muito
01:26:42a Constituição italiana.
01:26:43O instrumento
01:26:44da medida provisória
01:26:45é o instrumento
01:26:46da medida provisória italiana
01:26:47que tem com outro nome
01:26:48mas que existe.
01:26:49Tudo foi feito
01:26:50copiando
01:26:51Constituições parlamentaristas.
01:26:53Ela não foi feita
01:26:54com base
01:26:54numa Constituição
01:26:55presidencialista.
01:26:56Aliás,
01:26:56a Constituição
01:26:57presidencialista americana
01:26:58toda a Constituição
01:26:59deveria ser isso,
01:27:00porque é pequenininha
01:27:01e é o suficiente
01:27:03para resolver o problema.
01:27:04Aqui nós fizemos
01:27:05uma Constituição
01:27:06que você substitui
01:27:08a lei ordinária
01:27:09constitucionalizando ela.
01:27:10Sabe para quê?
01:27:11Para que o governo
01:27:12não vete.
01:27:14Cansamos de botar
01:27:15texto na Constituição
01:27:16para evitar o veto
01:27:16do governo.
01:27:17Essa aqui é a realidade.
01:27:19Nosso último minuto aqui,
01:27:20hoje há uma discussão
01:27:22que começou
01:27:22com o ministro da Fazenda
01:27:24e o Congresso Nacional
01:27:25sobre reforma administrativa.
01:27:27Não que tenha começado
01:27:27com eles,
01:27:28mas ela foi retomada
01:27:29nesta segunda-feira.
01:27:31O senhor acredita
01:27:32que há espaço
01:27:32nesta gestão
01:27:33e nessa configuração
01:27:35do Congresso Nacional
01:27:36para uma reforma administrativa?
01:27:37Um minuto.
01:27:38Na configuração
01:27:39do Congresso Nacional,
01:27:40sim.
01:27:40Por quê?
01:27:40O governo não.
01:27:41O governo me coloca
01:27:41um projeto de lei.
01:27:42Se você ler o projeto de lei
01:27:43em 1466,
01:27:45foi votado no Senado,
01:27:46ele tem 802 páginas,
01:27:48e 321 anexos
01:27:49de incorporações,
01:27:51gratificações,
01:27:52remanejamento de cargos,
01:27:53tudo para mais.
01:27:54Então,
01:27:55quem tem um projeto
01:27:56dessa natureza
01:27:56vai pensar em reforma administrativa.
01:27:58E o Congresso Nacional,
01:27:59por quê?
01:27:59Tem,
01:28:00porque a maioria
01:28:00é de centro-direita,
01:28:02a maioria é conservadora
01:28:03e a maioria conservadora
01:28:04quer menos Estado
01:28:05e mais economia.
01:28:07Eduardo Cunha,
01:28:08muito obrigado.
01:28:09Obrigado.
01:28:09Uma ótima noite.
01:28:10Imagina,
01:28:11até a próxima.
01:28:12Mano Ferreira,
01:28:12obrigado pela tua participação.
01:28:14Tulio Nassa,
01:28:15te espero aqui em breve.
01:28:16Obrigado, Ivan.
01:28:17Deise,
01:28:18até a próxima.
01:28:18Muito obrigado, viu?
01:28:19É sempre muito bom
01:28:20recebê-la aqui.
01:28:21E a você também
01:28:21que permaneceu conosco
01:28:22até agora,
01:28:23uma ótima noite
01:28:24e a gente se vê
01:28:25ao longo da programação
01:28:26da Jovem Pan.
01:28:27Um grande abraço.
01:28:28Fiquem com Deus.
01:28:32A opinião
01:28:33dos nossos comentaristas
01:28:34não reflete necessariamente
01:28:36a opinião
01:28:37do Grupo Jovem Pan
01:28:38de Comunicação.
01:28:43Realização
01:28:44Jovem Pan News.
01:28:45Jovem Pan News.
01:28:47Jovem Pan News.