Donald Trump assinou o projeto Golden Dome, um sistema antimíssil espacial inspirado no Iron Dome de Israel. Com custo estimado de US$ 500 bilhões, o programa mira ameaças da China e Rússia, e pode envolver a SpaceX. Vinicius Torres Freire analisou os impactos da medida.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente Donald Trump, ao lado do secretário de defesa, Pete Hetzig, assina neste momento o projeto Golden Dome,
00:14um escudo antimíssel espacial que deve integrar satélites e sistemas terrestres para proteger os Estados Unidos de ameaças da China e da Rússia.
00:24A gente acompanha, então, o presidente Donald Trump assinando.
00:29E esse projeto é parecido com o Iron Dome, que é de Israel, que é um dos melhores sistemas de segurança do mundo.
00:39É um sistema que consegue ter 97% de eficiência contra ataques inimigos.
00:45Então, Donald Trump assinando este acordo.
00:49Ele que está lá na Casa Branca e ele fez uma troca de tecnologia com o governo de Israel, eles que são muito aliados, né, Israel e Estados Unidos.
01:02O investimento inicial, então, previsto é de 25 bilhões de dólares, com expectativa de que o custo total ultrapasse 500 bilhões ao longo de duas décadas.
01:12E a SpaceX está entre as empresas cotadas para participar do projeto.
01:18E quem vai falar conosco sobre isso também é o Vinícius Torres Freire, que volta aqui no radar.
01:25Vinícius, então, Donald Trump assinando este projeto importante de segurança, ele que é semelhante, né, traz a tecnologia lá do Iron Dome de Israel.
01:38Então, como que você avalia os Estados Unidos levando esse sistema de defesa, ou Donald Trump levando esse sistema de defesa para os Estados Unidos?
01:47Eu posso falar dentro do contexto do que o Trump está fazendo.
01:51O que ele prometeu?
01:53Aumentar o gasto americano com segurança, criar novos meios de proteger os Estados Unidos, sejam corretos ou não,
02:01ao mesmo tempo que ele quer parar de gastar para sustentar a segurança de aliados, como o do Leste Europeu, Japão, Coreia do Sul, ou da União Europeia.
02:10Ele quer que todo mundo levante o gasto.
02:12E, ao mesmo tempo, ele quer fazer um grande lance na proteção, no aumento do gasto de defesa e do tipo de programa de defesa.
02:20Ele quer fazer uma espécie de domo, né, de uma cesta virtual que cobre os Estados Unidos para evitar a chegada de mísseis.
02:28Os Estados Unidos estão muito preocupados com a possibilidade de que Rússia e China ataquem os Estados Unidos pelo Ártico.
02:35Os mísseis chegariam mais rapidamente.
02:37Tanto que ele está falando de tomar a Groenlândia para aumentar o potencial de defesa dos Estados Unidos.
02:43Porque um novo lugar de confronto seria o norte do mundo, ali perto do Ártico, perto do Polo Norte,
02:49que até porque os lugares estão sendo... aquele lugar está ficando mais livre para a navegação, porque está tudo derretendo.
02:54E aquilo está virando uma rota de trânsito comercial e militar.
02:58Então, na estratégia de defesa americana, o Ártico se torna importante.
03:04A defesa contra mísseis que chegam mais rápido nos Estados Unidos também.
03:07E o domo seria uma medida nessa área.
03:09É, Vinícius, a diferença do Golden Dome para o Iron Dome é porque os inimigos de Israel estão mais próximos lá do Estado de Israel.
03:16Estão do lado. Às vezes, alguns fazem até fronteira.
03:18A gente vê ali a faixa de Gaza, onde o Hamas atua fortemente, controlava fortemente.
03:24Já os inimigos dos Estados Unidos estão longe.
03:26Então, a gente pode falar Rússia, a China até então, o Irã.
03:30E ele traz esse projeto, o Golden Dome, semelhante ao Iron Dome de Israel, a um custo de... pode passar 500 bilhões de dólares.
03:39E como você disse, talvez não haja tanta necessidade, porque está distante.
03:44Mas para o programa nacionalista do Trump, isso faz sentido.
03:48Ele quer dizer, somos patriotas, somos defensores dos Estados Unidos em primeiro lugar, na economia, na guerra comercial e na guerra quente, na guerra de verdade.
03:57E como você falou, olha, os mísseis da Israel estão do lado, da fronteira, pertinho, às vezes dezenas de quilômetros.
04:05Agora, claro que Rússia e China podem atacar os Estados Unidos, mas só que eles podem atacar do Ártico mais rapidamente.
04:11Essa é a ideia que está por trás, eu não vou nem julgar se isso é razoável ou não.
04:16A ideia que está por trás é que esses mísseis podem chegar mais rapidamente e que o Trump vai deixar um legado que é proteger os Estados Unidos completamente.
04:23Aqui não chega mísseis.
04:25Pode ser isso.
04:26Agora, por outro lado, tem um outro contexto que é o Trump continua negociando com Israel, fala bem de Israel,
04:33enquanto está acontecendo um grande massacre na faixa de Gaza.
04:35Israel planeja ocupar a faixa de Gaza, agora tem plano de ocupar, não só de atacar e destruir o Hamas, ocupar aquilo.
04:43E as conversações de paz em relação ao que é, ou pelo menos de uma trégua, foram para o vinagre.
04:48A gente viu que Trump dizia, olha, estamos fazendo uma trégua, ajudando a trégua.
04:52A guerra continua, a destruição continua, a ameaça de fome de milhares de crianças, dezenas de milhares de crianças.
04:57Um lado, outro lado político disso é que os Estados Unidos continuam com Israel, apesar das críticas, e não fazem nada para conter aquela destruição.
05:08Ô Vinícius, Trump que chegou a ventilar a possibilidade dos Estados Unidos assumirem ali a faixa de Gaza, né?
05:14Foi uma daquelas ideias mais malucas, não sei se vai ter mais, mas é do começo do Trump, e ele exagerou em tudo,
05:19quer dizer, exagerou, talvez ele estivesse falando sério.
05:21Ele achou que podia transformar a faixa de Gaza numa espécie de resort gigantesco, com expulsão dos palestinos, ou parcial ou total,
05:31e construção de hotéis na orla, inclusive com cassinos.
05:35O Trump, claro, é um empresário do setor imobiliário.
05:38Ele talvez saísse ganhando por isso, essa ideia mirabolante, mas parece que não vai sair da mente dele, não é nem do papel, né Vinícius?
05:46Nessa temporada, não. Mas nunca se sabe.
05:50Tá certo.