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Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o cientista político Cristiano Noronha analisou os desdobramentos da viagem do presidente Lula (PT) à Ásia. Segundo ele, o petista tenta ampliar sua projeção internacional, mesmo diante de tensões com os Estados Unidos, sobretudo após declarações sobre a guerra comercial com Donald Trump.

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Transcrição
00:00O presidente Lula tenta demonstrar protagonismo internacional em uma viagem à Ásia.
00:07Mas qual o papel relevante do Brasil nesse cenário externo?
00:12Já o Congresso Nacional e o Supremo continuam se estranhando sobre o caso Alexandre Ramagem.
00:17Nosso entrevistado agora, aqui no Jornal Jovem Pan, é o vice-presidente da Arco Advice,
00:21o cientista político Cristiano Noronha, mais uma vez.
00:23Muito bom te receber aqui. Cristiano, boa noite pra você. Bem-vindo.
00:26Boa noite, Thiago. Um prazer estar aqui com vocês.
00:31Ô, Cristiano, começo a falar sobre essa questão política envolvendo o presidente da República,
00:35porque tem essa questão. Ele fez esse apelo para Vladimir Putin comparecer a essa reunião desta quinta-feira
00:43em relação à guerra na Ucrânia, mas, ao que tudo indica, Vladimir Putin não vai.
00:48E já tomando como base essa viagem que o presidente fez à Ásia,
00:52em relação à participação dele internacional, à projeção dele internacional.
00:58Você acredita que o Brasil tem protagonismo necessário, ou ele tenta, mas não consegue?
01:04É uma viagem onde o presidente tem um objetivo de criar alternativas ao bloqueio que os Estados Unidos,
01:20as tarifas que os Estados Unidos anunciaram para o Brasil,
01:26um movimento, enfim, uma tentativa de inserção também no cenário internacional que o presidente da República faz.
01:35Nessa negociação especial envolvendo Ucrânia e Rússia,
01:40o presidente vale dizer que durante todo o seu mandato e mesmo durante as eleições,
01:46ele colocou essa questão da guerra também como um objetivo de solucionar.
01:52Lula tenta recuperar o prestígio internacional que teve em gestões anteriores,
01:59mas que acabou perdendo após tantos problemas que enfrentou internamente com a justiça brasileira,
02:07enfim, e ele tenta novamente essa projeção.
02:12E lembrando que também o governo brasileiro vai sediar um evento importante,
02:19que é a COP30 e o presidente Lula tenta, obviamente, também fazer com que esse evento tenha uma repercussão internacional bastante ampla.
02:29Então isso faz parte de uma estratégia do presidente de buscar essa inserção
02:35e também não ter uma COP30 esvaziada, inclusive porque a gente não sabe até,
02:45há pelo menos uma sinalização de que o presidente americano, Donald Trump, não participe da COP.
02:52E essa é uma preocupação também do presidente Lula com essas questões.
02:58Agora existem questões muito pontuais também que fazem parte desse movimento do presidente,
03:05que é de atrair investimentos, Tiago.
03:09Então essa questão da ferrovia, Fiol, por exemplo, que o presidente negocia com os chineses,
03:16existem demandas do agronegócio em relação à China,
03:21como aprovação de produtos agrícolas e também de produtos frangiênicos, enfim,
03:31que não são, levam muito tempo para serem aprovados pela China
03:36e de certa forma acaba trazendo problema para o agro brasileiro.
03:41Então o presidente vai tentando reforçar esses laços e passar essa mensagem
03:48de que está tentando também abrir novos comércios, ampliar o comércio internacional do Brasil,
03:56dando aí uma resposta a essa questão de eventuais prejuízos que o Brasil possa eventualmente ter
04:02com esse tarifácio promovido pelo presidente americano, Donald Trump.
04:07Noronha, vou chamar os nossos comentaristas. Próxima pergunta é de Cristiano Vilela.
04:11Vilela, você.
04:13Noronha, boa noite.
04:15O presidente, o ex-presidente Jair Bolsonaro me deu uma declaração
04:19dizendo que se manterá como candidato, como pré-candidato,
04:24até o último segundo à presidência da República.
04:27Na sua avaliação, na sua análise, essa manutenção de Bolsonaro,
04:31se ela se estender até o último segundo,
04:34ela pode ser prejudicial para um projeto eleitoral da direita,
04:38eventualmente para bem do grupo político que ele representa?
04:43Isso deveria ser tratado ou definido com um pouco mais de antecedência?
04:48O ideal é que sim, Vilela.
04:51O ideal é que o ex-presidente Jair Bolsonaro trabalhe nessa direção,
04:58até porque isso facilitaria uma ampla coligação
05:02e também uma união desses partidos chamados de centro e de centro-direita.
05:08Então, quanto antes ele se posicionar, melhor.
05:14Agora, se o presidente, o ex-presidente,
05:16insistir nessa candidatura até o último instante,
05:20e esse último instante pode ser por volta de setembro do ano que vem,
05:26ele também tem que deixar muito bem pavimentado caminhos alternativos.
05:31Por exemplo, ele pode insistir na candidatura dele,
05:35mas pode eventualmente dizer,
05:37olha, se eu não conseguir, a chance que ele não consiga é alta,
05:41de não ser candidato,
05:43quem que seria o substituto dele?
05:46Porque o Tarcísio precisa,
05:49ele tem que se desincompatibilizar pela lei eleitoral
05:52até o dia 6 de abril do próximo ano.
05:55Então, se ele for considerado, vamos dizer,
05:59o plano B de Bolsonaro,
06:02ele tem que tomar essa decisão bastante cedo.
06:06Então, o presidente pode insistir na candidatura,
06:09lembrando que o presidente Lula fez isso em 2018,
06:13se lançou o candidato,
06:15e acabou tendo a candidatura dele rejeitada pela justiça eleitoral
06:21apenas em setembro.
06:22E aí a justiça eleitoral deu um prazo
06:24para que ele apresentasse uma candidatura alternativa
06:28e foi aí que foi escolhido o agora, então,
06:31ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
06:34Então, essa pavimentação, essa alternativa, o plano B,
06:38tem que ser definido com bastante antecedência.
06:42Cristiano Noronha da Arco Advice,
06:44e agora aqui ao meu lado, Nelson Kobayashi.
06:46Cristiano, boa noite, é um prazer falar contigo.
06:48Cristiano, em relação a essa viagem do presidente Lula à China,
06:51um dos assuntos que mais interessam nessa relação Brasil-China
06:54é justamente a do agronegócio brasileiro,
06:57a quantidade de exportação dos produtos brasileiros à China.
07:02Você vê o presidente Lula aproveitando essa oportunidade
07:05para se aproximar deste setor que aqui no Brasil ainda é um pouco distante
07:11do governo Lula, do presidente, do partido dos trabalhadores,
07:15ou ele está conseguindo, de alguma maneira,
07:17se aproximar deste setor aqui no Brasil, claro,
07:20com vistas às eleições do ano que vem?
07:22Olha, Kobayashi, é um gesto importante,
07:26que o presidente obviamente faz, mas é difícil.
07:30O agro tem posicionamentos bastante consolidados,
07:36ou pelo menos a maioria do agro tem posicionamentos bastante consolidados,
07:41e o que é pior é que dificulta mais essa aproximação,
07:47esse alinhamento e eventual apoio do agro
07:50é que questões internas enfrentam bastante,
07:55tem bastante crítica do setor do agro, né?
07:58E aí a gente pode dar alguns exemplos.
08:01A questão do marco temporal, por exemplo, é um.
08:04O governo se posiciona a favor,
08:07é contra a definição de um marco temporal,
08:10o setor do agro defende, sim,
08:13que é até a Constituição de 88.
08:17Existe uma crítica do agro com relação à tolerância
08:22de invasões de terra que são promovidas,
08:25por exemplo, pelo MST,
08:27e a gente acabou de sair, por exemplo,
08:29do April Vermelho,
08:31que é uma onda de invasões que são fomentadas,
08:34estimuladas pelo MST, né?
08:37Enfim, então são algumas questões
08:42ou mesmo algumas políticas.
08:45A questão de preço, por exemplo,
08:47preço dos alimentos,
08:48o setor do agro sofreu uma pancada
08:50ou crítica muito forte, por exemplo,
08:53de setores do governo.
08:54Isso não deixou o setor do agro também feliz, né?
08:57A interlocução é criticada também pelo agro,
09:01a interlocução com alguns ministérios,
09:03como o Ministério do Desenvolvimento Agrário,
09:05por exemplo.
09:06Então, esse tipo de movimento que o presidente faz,
09:10ele, obviamente,
09:12conta com alguns desses movimentos
09:14de abrir comércio,
09:16de defender os interesses externamente.
09:19Óbvio que isso agrada o agro,
09:22mas existem questões internas aqui
09:24que não correspondem a esse esforço,
09:28vamos dizer assim, internacional.
09:29E isso acaba incomodando muito o agro
09:32e dificulta muito que esse setor
09:36apoie com entusiasmo
09:38a candidatura ou eventual candidatura
09:41do presidente Lula à sucessão.
09:44Ô Noronha, nosso tempo está terminando,
09:45mas eu queria tentar fazer duas perguntas
09:47em uma para você,
09:48são assuntos diferentes,
09:49mas primeiro,
09:50qual é o potencial para a popularidade
09:53do presidente Lula?
09:55Essa fraude no INSS,
09:56porque alguns aliados dizem
09:58que a popularidade ia melhorando
10:00mesmo de forma tímida,
10:02estaria numa ascendente,
10:04mas depois dessa crise do INSS
10:06voltou a cair a popularidade.
10:09Você acha que essa é a tendência?
10:11E não posso deixar de te questionar
10:12sobre mais essa quebra
10:14ou queda de braços
10:16entre o Supremo e o Congresso Nacional
10:18sobre o caso Ramagem
10:19que pode se expandir
10:20para outros envolvidos no 8 de janeiro.
10:22Bom, Thiago,
10:25tentando responder bem rapidamente aqui,
10:28óbvio que essa queda de braço
10:32ela vai existir,
10:36vai perdurar por algum tempo,
10:40isso porque no Supremo Tribunal Federal
10:42essa ação que trata da questão
10:47de tentativa de golpe,
10:48isso ainda vai levar bastante tempo
10:50e eu imagino que a cada movimento
10:53que a gente vai ver
10:55daqui dos próximos passos
10:59envolvendo as decisões jurídicas,
11:01elas vão ter, obviamente,
11:04repercussões políticas também muito fortes.
11:08Então essas tensões vão continuar.
11:09Quanto ao INSS, de fato,
11:11a gente estava vendo
11:13um início de uma recuperação
11:15muito suave ainda
11:16da popularidade do presidente Lula
11:21e essa questão do INSS
11:22acaba revertendo isso,
11:25o governo tendo que remar tudo de novo,
11:28correr atrás do prejuízo novamente
11:30e isso é ruim, obviamente,
11:33porque gera uma série de custos para o governo.
11:36Agora o governo tem que ter o custo político
11:39de tentar evitar uma CPI,
11:41isso pode eventualmente repercutir
11:43na agenda legislativa,
11:45no Congresso Nacional,
11:47a gente já vê ali
11:48um estremecimento da relação
11:49entre governo e PDT,
11:51enfim, é uma situação
11:52que acaba tornando
11:54essa tentativa do presidente
11:55de recuperar popularidade
11:57um pouco mais desafiadora.
11:58E isso, obviamente,
12:00acaba ajudando a oposição,
12:02sem dúvida alguma.
12:03Cristiano Noronha,
12:05cientista político,
12:06vice-presidente da Arco Advice,
12:07obrigado mais uma vez
12:08pela atenção com os nossos telespectadores.
12:10Grande abraço para você,
12:11até a próxima.
12:11Um grande abraço, Thiago,
12:13prazer estar aqui com vocês.
12:14Prazer é nosso.
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