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Em discurso na Assembleia da ONU, o presidente Donald Trump afirmou que o Brasil “vai mal” e precisa dos EUA para se desenvolver. O republicano disse ter marcado um encontro com o presidente Lula (PT) na próxima semana. Fabrizio Neitzke comenta.

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Transcrição
00:00Em discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula criticou os ataques sem precedentes ao Brasil
00:07e deu recados aos Estados Unidos.
00:10Já Donald Trump falou na sequência e declarou ter marcado uma reunião com o brasileiro.
00:15O editor de Internacional aqui da Jovem Pan, Fabrizio Naitz, que traz todas as informações
00:20qual foi o foco do discurso de Lula, mas Donald Trump acabou roubando a cena com as declarações que ele deu depois.
00:26Bem-vindo, boa noite.
00:27Boa noite, Tiago. Donald Trump roubou sim a cena.
00:30Boa noite a todos que acompanham o jornal Jovem Pan.
00:33O presidente Lula focou nos pontos que já eram aguardados pelo Palácio do Planalto.
00:38Ele fala em defesa das instituições nacionais, o Supremo Tribunal Federal,
00:44ainda que não mencionado diretamente pelo presidente Lula,
00:48mas também fala em multilateralismo, fala em meio ambiente,
00:52pontos sempre trazidos pelo presidente Lula na Assembleia Geral da ONU,
00:58desde que ele retornou ao cargo em 2023.
01:01O discurso dessa terça-feira, que abriu os debates na Assembleia Geral da ONU,
01:06não teve menções diretas aos Estados Unidos, ele não menciona a palavra Estados Unidos
01:11e nem mesmo a menção direta ao nome de Donald Trump.
01:15Mas começa com um tom bastante combativo, bastante político,
01:20onde Lula menciona um ataque contra as instituições nacionais
01:25e a gente separou esse trecho para trazer aqui.
01:27Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia.
01:37O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente à arbitrariedade.
01:43Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito,
01:51as consequências são trágicas.
01:53Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades.
02:04O presidente Lula discursou por 16 minutos aproximadamente
02:08e foi aplaudido em um total de sete vezes,
02:11desde o momento da chegada ao palanque até o momento em que ele se despede da Assembleia Geral da ONU.
02:18Quando ele fala em defesa da democracia, o presidente Lula menciona também
02:23que a internet não pode ser um espaço sem lei.
02:26Ressalta pontos que já havia trazido em entrevistas, em declarações recentes
02:32envolvendo essa crise com os Estados Unidos, com o governo Trump,
02:36principalmente por conta do tarifácio.
02:38Em virtude disso, Lula destaca também uma necessidade de reforçar organizações multilaterais
02:45e de reformar algumas dessas organizações, como a Organização Mundial do Comércio, a OMC.
02:51Muito criticada diante do tarifácio emitido por Donald Trump ainda no mês de abril,
02:57se provando uma instituição, uma organização um pouco fraca
03:01nesse novo cenário, nesse novo contexto global que o mundo atravessa.
03:07Por outro lado, o presidente Donald Trump fez um discurso muito mais longo,
03:12de quase uma hora, muito acima da média estipulada pela própria Assembleia Geral,
03:17que pede 15 minutos para cada chefe de Estado,
03:21e respondendo, ainda que de forma indireta, vários pontos apresentados pelo presidente Lula.
03:26Se Lula falou, por exemplo, na necessidade de energia renovável, combustíveis renováveis,
03:32Donald Trump fala na questão de combustíveis fósseis,
03:36vende os Estados Unidos como um grande produtor e comerciante de carvão para a energia.
03:43Se Lula fala contra as tarifas de Donald Trump e da necessidade de reformar a OMC,
03:49o presidente americano fala que as tarifas são, na verdade, um mecanismo de defesa,
03:55menciona a participação brasileira nesse caso,
03:57e diz, inclusive, que se encontrou com Lula nos bastidores.
04:01Outro trecho para a gente destacar aqui.
04:07Eu tenho um pequeno problema dizendo isso, mas eu preciso falar.
04:11Eu estava entrando e o presidente do Brasil estava saindo.
04:15Eu o vi e ele me viu.
04:18Ele me viu e nós nos abraçamos.
04:21Então eu disse, você acredita que eu vou falar isso em apenas dois minutos?
04:26Nós concordamos em nos encontrar na próxima semana.
04:29Nós não tivemos muito tempo para conversar, foram uns 20 segundos.
04:34Na verdade, estou feliz por ter esperado, porque isso não funcionou direito.
04:39Mas nós conversamos.
04:40Nós tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar na semana que vem.
04:45É interessante.
04:46Ele parece ser um bom homem, na verdade.
04:49Ele gostou de mim.
04:50Eu gostei dele.
04:52E eu só faço negócios com pessoas que eu gosto.
04:55Quando eu não gosto de alguém, eu não gosto.
04:58Mas nós tivemos 39 segundos.
05:01Nós tivemos uma excelente química.
05:03É um bom sinal.
05:04Mas no passado, o Brasil, sabe, tarifou injustamente a nossa nação.
05:10Mas agora, por causa das tarifas, nós estamos atingindo eles também.
05:13E atingindo com muita força.
05:15Como presidente, eu sempre vou defender nossa soberania e os direitos dos cidadãos americanos.
05:22Então eu lamento muito em dizer, mas o Brasil está indo mal e vai continuar indo mal.
05:28Eles só podem se dar bem quando estão trabalhando conosco.
05:32Sem a gente, eles vão se dar mal.
05:34Assim como outros se deram.
05:36É verdade.
05:36Apesar do anúncio da reunião entre Lula e Donald Trump, algo que pegou muita gente de surpresa,
05:44os discursos foram marcados por posições claramente distantes entre os dois presidentes.
05:50E os principais pontos de embate, principalmente do discurso de Lula em relação ao de Donald Trump,
05:56podem se resumir em, primeiro, a questão das forças antidemocráticas que a gente trouxe aqui.
06:00Segundo, terceiro e quarto, quando o Lula menciona o cenário da política externa.
06:05E ele fala claramente da Venezuela, quando menciona que há uma equiparação entre a criminalidade e o terrorismo,
06:12uma referência ao posicionamento de navios da Marinha Americana em águas internacionais próximo à Venezuela.
06:19Quando ele menciona que Cuba, sem dizer qual país, foi incluído na lista de países patrocinadores do terrorismo.
06:26Essa foi uma medida adotada pelo governo Trump logo que o republicano retornou à Casa Branca em janeiro.
06:32E também quando o Lula fala que é lamentável que o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas,
06:39tenha seu visto revogado pelos Estados Unidos.
06:43Ele não menciona diretamente os Estados Unidos, mas tenha o visto revogado e não possa ter comparecido à ONU.
06:48Claro, também, as diversas referências que o presidente Lula fez em torno do multilateralismo,
06:54da necessidade de fortalecer relações.
06:57Lula defendeu que, para garantir um mundo pacífico, só mesmo através do multilateralismo
07:03e abandonando esferas de influência, zonas de influência.
07:07Esses são os principais destaques dos dois discursos,
07:09que mostram uma divisão muito clara entre os dois presidentes,
07:13mas que vão, pelo menos, tentar aparar algumas arestas na reunião que deve acontecer na próxima semana.
07:20E você volta daqui a pouco com mais destaques da ONU, não é isso, Fabrício?
07:22Exatamente.
07:23Até já, e já já a gente fala também sobre outros detalhes desse encontro de Lula com Donald Trump,
07:29como será, será presencial, será por telefone, será uma conferência, uma videoconferência,
07:33a gente fala daqui a pouquinho.
07:35Vou chamar os nossos comentaristas, o Cristiano Vilela entrando aqui nos nossos estúdios,
07:39e a Dora Kramer aqui no nosso telão.
07:42Dora, boa noite para você, bem-vindo.
07:43Eu vou puxar aqui pela memória.
07:45Em 2007, Lula se reuniu aqui em São Paulo com Jorge W. Bush.
07:49Ele fez uma piada dizendo que as negociações com os Estados Unidos
07:54era necessário encontrar o tal do ponto G.
07:57Agora, Donald Trump fala em química entre os dois.
08:01Será que o ponto G entre os dois agora vai ser encontrado, Dora?
08:04Boa noite, bem-vinda.
08:06Boa noite, Tiago.
08:07Boa noite, Vilela.
08:08Boa noite a todos.
08:09Cruz, Tiago.
08:10Tá saidinho, puxando pela memória.
08:12Não lembrava disso, não.
08:14Apenas lembrava que o Lula se deu muito melhor com o Bush republicano
08:21do que com o Obama, democrata, né?
08:27E isso sempre chamou atenção.
08:30Eu não sei.
08:31Foi claro que eu fiquei surpresa ali com aquilo todo.
08:35Achei que eu estava ouvindo uma coisa que não era exatamente aquilo.
08:39Sério, achei que ele estava falando de um outro presidente.
08:42Demorei a entender que aquilo que se referia ao Lula
08:46é um gesto que quebra um gelo que parecia até hoje,
08:53antes de tudo começar, um gelo que parecia inquebrável.
08:57Agora, isso não quer dizer que as coisas estejam resolvidas.
09:00resolvidas não quer dizer que vai haver êxito nas negociações,
09:06porque o Trump fez, nesse episódio, o juiz à fama de imprevisível, né?
09:14Então, justamente por causa disso, é preciso aguardar em que termos
09:19vai ser essa conversa, se é que essa conversa vai acontecer mesmo,
09:24e na semana que vem, que termos que isso vai acontecer, né?
09:28Porque uma coisa é a troca de cordialidade.
09:32Outra coisa é como o presidente, nosso presidente, presidente Lula,
09:38pode ser posicionado diante de um governante que é cheio de si
09:44e não tem o menor limite, como é o Donald Trump.
09:49Haja visto o que ele fez com dois presidentes,
09:53um da Ucrânia e outro da África do Sul.
09:56Atraiu para a Arapucas, né?
09:58Humilhou, tratou mal, e tem uma direita, uma direita não,
10:03várias pessoas da direita, bolsonaristas,
10:06torcendo para que o Trump tenha feito isso com o Lula.
10:11Atrair para uma Arapuca.
10:13Duvido que o presidente brasileiro caia.
10:15Inclusive, Vila, a imprensa chegou até a contar quantas vezes
10:19Donald Trump falou, eu, né?
10:21Usou a expressão eu durante o discurso na aula.
10:23Mas, enfim, será que foi uma mise en scene
10:25o que ele falou em relação ao presidente Lula?
10:28Ou é possível que haja uma aproximação,
10:31uma quebra de gelo, como a Dora citou?
10:33Bem-vindo, Vila, lá.
10:34Tiago, uma ótima noite a você, a Dora,
10:36e todos que acompanham o Jornal Jovem Pan.
10:38Olha, eu vejo o Donald Trump sendo imprevisível como sempre,
10:43sendo o Donald Trump, como sempre,
10:45fazendo com que haja uma mudança de expectativas,
10:48especialmente no momento onde todo mundo imaginava
10:52que haveria um discurso forte de retaliação,
10:55talvez um conflito de palavras entre o presidente americano
10:59e o presidente brasileiro.
11:00Donald Trump quebrou realmente o gelo total dessa situação
11:04e é evidente que fica em nós, que queremos a paz,
11:09queremos uma solução diplomática,
11:11à expectativa de que possa haver um diálogo
11:14e que as partes possam se resolver.
11:17Naturalmente, não dá para se confiar
11:19na boa vontade do presidente americano
11:22e também não dá para confiar
11:23na própria boa vontade do presidente brasileiro,
11:26que fez um discurso muito ácido também na ONU,
11:30trazendo bastante elementos,
11:32marcando posição preparado para o conflito,
11:35haja vista que ele imaginava que a fala de Donald Trump
11:38seria uma fala ácida, uma fala forte.
11:41Não foi.
11:42É importante que os espíritos estejam espertos,
11:45atentos para evitar algum tipo de emboscada,
11:49mas também abertos para o diálogo.
11:52Para o Brasil e para os Estados Unidos,
11:54mas principalmente para o Brasil,
11:55é fundamental haver um diálogo
11:57do ponto de vista econômico e comercial
11:59entre os dois países.
12:00Obrigado.
12:01Obrigado.
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