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Rodrigo Gallegos, sócio da consultoria RGF, explicou por que mais de 5 mil empresas entraram em recuperação judicial no Brasil, destacando o impacto dos juros elevados, da restrição de crédito e da dificuldade de acesso a capital de giro.

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Transcrição
00:005h26, o radar está de volta. Com influência da taxa de juros mais alta no Brasil em 19 anos,
00:07o país já soma 5.285 empresas em recuperação judicial, segundo dados do monitor RGF.
00:16Além dos juros, outros fatores pressionam o caixa das empresas.
00:20Para entender melhor esse cenário, vamos conversar agora com o Rodrigo Galegos,
00:24sócio da consultoria RGF, especialista em reestruturação.
00:28Rodrigo, boa tarde. Tudo bem?
00:31Boa tarde, Fábio. Tudo bem. E você?
00:32Tudo certo também. Obrigado, Rodrigo, pela sua disponibilidade.
00:36Rodrigo, o que mais, além de juros, compõe esse cenário desafiador para mais de 5 mil empresas brasileiras?
00:44Bom, Fábio, a gente está com uma situação bem crítica aqui para as empresas hoje no Brasil.
00:50A taxa Selic, obviamente, é o primeiro ponto que todas as empresas acabam mencionando ali,
00:55praticamente todas as empresas, mencionando no momento de fazer uma solicitação,
00:59um pedido de recuperação judicial, porque ela estrangula o caixa.
01:03Então, falando em uma taxa de juros de 15% ao ano, isso daí é o mínimo que você consegue de juros.
01:09Então, num investimento bem seguro, você vai conseguir esse valor.
01:13Então, as empresas começam, já partem daí, para conseguir fazer a solicitação do crédito,
01:18para ter o endividamento delas.
01:20Obviamente, ali vão pagar taxas de 18% a 20%.
01:22Mas as empresas que estão em dificuldade, aí tem uma restrição de crédito maior.
01:27E nas avaliações dos bancos e fundos de investimento, eles acabam cobrando, obviamente, pelo risco.
01:32Isso é claro.
01:34E elas acabam pagando taxas ainda maiores.
01:36Então, aí a gente vai ter empresas que estão em situações mais difíceis,
01:38vão pagar taxas de 25% a 30% ao ano.
01:42Então, os 15% é ruim, porque acaba levando, jogando esses patamares para quase o dobro,
01:47para as empresas que têm bastante dificuldade.
01:49Aí sim, então, isso vai estrangular bastante o caixa da empresa, as despesas financeiras que seguem.
01:54E somado a isso, basicamente,
01:57essa garantia de juros elevado para um investimento de menor risco,
02:04reduz o crédito para as empresas que estão em uma dificuldade,
02:06que precisam fazer uma renegociação.
02:08Então, as restrições de crédito acabam pressionando muito as empresas.
02:11A empresa que já está endividada, tenta fazer a rolagem, ou seja,
02:14empurrar a dívida da frente, acaba não conseguindo,
02:17porque vai tentar solicitar para o banco.
02:19O banco, obviamente, vai exigir garantias maiores e garantias mais seguras para ele.
02:24E também taxas de juros mais elevadas.
02:26E a empresa já está em uma situação difícil, provavelmente, com as garantias já tomadas.
02:30Então, ela acaba ficando ali sem muita saída.
02:33E culminou em uma recuperação judicial.
02:36E pela observação de vocês, pelo acompanhamento de vocês,
02:40como é que vem evoluindo a taxa de recuperação das empresas que entram em RJ?
02:47Infelizmente, a gente tem visto aqui no último trimestre,
02:49ao longo deste ano, não somente no último, mas no último foi o mais crítico.
02:54Nós estávamos ali, vamos voltar um pouco,
02:56na parte do início do monitoramento há dois anos,
02:59por volta de 20% das empresas faliam,
03:02ou seja, 80% das empresas conseguiam sair do outro lado,
03:05continuavam operando, obviamente, numa situação mais difícil,
03:09ou seja, uma empresa que passou por uma reestruturação,
03:11uma recuperação judicial, não volta tão bem,
03:14acaba tendo que se adaptar para fazer um novo crescimento,
03:17mas ali era na taxa de 80% que conseguia voltar a essa operação.
03:21Então, 20% faliam.
03:22E este ano, agora, como eu estava comentando,
03:24nos primeiros trimestres, isso aí foi piorando,
03:27e é atingindo agora com 40%,
03:29por volta de 40% das empresas faliram
03:31que estavam em recuperação judicial.
03:34Isso é um número bem crítico,
03:35então a gente vê que apesar da empresa ter
03:37a ferramenta de recuperação judicial,
03:40somente entrar na recuperação judicial
03:42para conseguir fazer a reestruturação,
03:44não está conseguindo.
03:45Elas estão precisando, obviamente,
03:46de se reestruturar de uma parte interna,
03:49mas o acesso ao crédito está muito difícil.
03:51Está cada vez mais difícil para essas empresas,
03:54inclusive por questões ali,
03:57que nem eu comentei,
03:58de acesso restrito, uma taxa mais segura,
04:00um investimento mais seguro,
04:02dá um retorno melhor.
04:03Então, essas empresas estão com dificuldade
04:05de conseguir o dinheiro novo,
04:06que é extremamente necessário
04:08para fazer uma reestruturação.
04:09Então, a empresa que está em uma situação difícil
04:12de recuperação judicial,
04:14ela tem que pagar, basicamente,
04:16os fornecedores à vista,
04:17porque ninguém concede crédito,
04:18ou seja, não é somente o banco
04:20que não concede o banco
04:21e as instituições financeiras
04:22que não concedem o crédito,
04:23mas os fornecedores também não.
04:25Então, os fornecedores acabam reduzindo esse crédito,
04:27então a empresa paga à vista
04:29os produtos que ela precisa consumir
04:31e tem que aguardar o recebimento,
04:33processar, obviamente,
04:34o que ela precisa processar,
04:35e aguardar o recebimento dos clientes.
04:37E, muitas vezes,
04:37a empresa precisa conceder
04:38um crédito para os clientes,
04:40ou seja, um prazo para os clientes
04:41para receber,
04:42senão ela acaba não conseguindo vender.
04:45Então, o ciclo financeiro,
04:46ou seja, que é desde quando
04:47ela compra o fornecimento,
04:49faz o processamento
04:50e entrega o produto para o cliente
04:52e receber do cliente,
04:53é muito tempo.
04:54Isso necessita do capital de giro,
04:56ou seja, dinheiro para a empresa.
04:57E, nessa empresa que está
04:59numa situação difícil,
05:00não consegue crédito
05:01para conseguir suprir
05:02essa defasagem nova
05:04que ela também começa a ter
05:04de não ter o crédito dos fornecedores.
05:07Então, ela entra nessa dificuldade
05:09muito maior ali de situação
05:12e acaba entrando numa falência,
05:14porque não consegue nem
05:15o dinheiro para operar.
05:17Ou seja, o capital de giro
05:19começa a consumir também o caixa,
05:21ou seja, o pouco caixa
05:22que ela já tinha,
05:23não consegue mais fomentar a operação
05:25e aí entra numa falência,
05:26que é o número que a gente começa a ver
05:28que, infelizmente,
05:29tem aumentado bastante recentemente.
05:32Tipicamente, qual é o caminho
05:33de uma empresa
05:34que consegue se recuperar?
05:37Bom, tipicamente,
05:38é uma empresa
05:39que se prepara anteriormente
05:40na situação, né?
05:41A partir do momento
05:42que a empresa
05:43está numa situação difícil,
05:44ela vê que ela está...
05:46Os créditos, obviamente,
05:47estão consumindo os valores,
05:49o taxa de financiamento ali,
05:50as despesas financeiras
05:51estão consumindo o caixa,
05:53ela está gastando mais
05:54do que gerando,
05:55ela precisa antecipar
05:56o movimento de reestruturação.
05:58Então, ela começa a se reestruturar,
05:59ela vê que ela não vai ter
06:00uma saúde para aguentar,
06:02uma saúde financeira
06:02para aguentar muito tempo,
06:04então ela precisa agir,
06:05não dá para ficar esperando
06:06ah, eu vou conseguir renegociar,
06:08eu vou conseguir empurrar
06:10o meu endividamento para frente,
06:12ou seja,
06:12ficar nessa esperança
06:13por muito tempo,
06:13ela precisa agir.
06:15Então, tipicamente,
06:16as empresas que agem antes
06:17têm uma maior probabilidade
06:19de conseguir sair
06:20dessa situação,
06:21porque ela tem maior
06:21fôlego financeiro
06:22e, obviamente,
06:23maior atitude
06:24e atitudes mais fortes
06:25ao longo da reestruturação.
06:27Então, ela se prepara
06:28anteriormente,
06:28inclusive,
06:29se necessário,
06:30uma recuperação judicial,
06:31mas muitas empresas
06:31nem isso precisam, tá?
06:32Se elas começam a agir
06:34anteriormente,
06:35falam assim,
06:35eu estou numa situação difícil,
06:37minha receita está caindo,
06:38então meus custos
06:38estão muito elevados,
06:40minha despesa financeira
06:40está comendo meu caixa,
06:42por exemplo,
06:42ela começa a agir anteriormente.
06:44Então, tem que atacar
06:46os custos
06:47para deixar uma margem saudável,
06:49ou seja,
06:49ela precisa gerar,
06:50ter uma geração de caixa,
06:51sobrar um pouco
06:52no final de cada mês,
06:54obviamente,
06:55isso aí demora um tempo,
06:56ela não consegue rapidamente
06:57fazer essa reestruturação.
06:58Então, ela precisa iniciar isso
07:00de modo o quanto antes
07:01para aí sim
07:02ir tendo essa saúde financeira
07:04para conseguir gerar.
07:06Caso a empresa não consiga,
07:07porque justamente
07:08os créditos,
07:09os passivos anteriores
07:10estão consumindo muito
07:11e ela precisa negociar,
07:13muitas vezes,
07:13ela não consegue negociar
07:14com todo mundo
07:15ao mesmo tempo.
07:16Então, aí sim,
07:17talvez entre uma recuperação judicial.
07:18Então, ela inicia a reestruturação,
07:20mas mesmo assim,
07:21não consegue fazer
07:22a geração de caixa
07:23porque o endividamento passado dela,
07:24os credores estão cobrando.
07:26Aí, ela precisa fazer
07:27uma negociação em conjunto
07:28porque ela não conseguiu
07:29negociar um a um.
07:30Aí, pode solicitar
07:31uma recuperação judicial,
07:33porém, ela precisa ter feito
07:34essa lição de casa anterior
07:36para conseguir juntar
07:38pelo menos o valor
07:39para passar na recuperação judicial.
07:40Que nem eu comentei,
07:42ela precisa desse valor
07:43porque o capital de giro
07:45começa a ser necessário
07:46cada vez maior
07:47para essa empresa.
07:48Então, nesse período
07:49de recuperação judicial,
07:50ela vai renegociar
07:52com os credores todos,
07:54basicamente,
07:55num plano da justiça.
07:56e os credores,
07:57eles têm sim
07:57uma visibilidade da empresa
07:59porque a empresa
07:59acaba abrindo todos os números,
08:01ela entrega,
08:01ela mostra
08:02como ela vai conseguir
08:03fazer esse pagamento.
08:04Caso os credores
08:05acreditem que esse valor
08:07que a empresa está se comprometendo
08:08nesse plano de pagamento,
08:10ou seja,
08:10nesse período,
08:11faça sentido para eles,
08:12eles vão fazer a aprovação
08:13disso numa assembleia,
08:15ou seja,
08:15eles vão falar assim,
08:16ok,
08:16nós entendemos a situação
08:17e nós aceitamos
08:18esses termos de pagamento
08:19e a empresa vai sair,
08:21vai continuar operando.
08:22Então,
08:23para ela conseguir
08:24atingir essa negociação,
08:25ela precisa ter esse fôlego
08:26e só vai ter o fôlego
08:27se ela começar
08:28a se reestruturar antes.
08:29Então,
08:30basicamente,
08:31o que eu diria,
08:31as empresas que têm
08:32maior chance de sucesso
08:33são as que se reestruturam antes
08:35e planejam antes
08:37todo esse,
08:38todo,
08:38digamos,
08:39esse caminho,
08:40essa trilha
08:40que ela vai ter que seguir
08:41para conseguir sair do outro lado.
08:43Porque somente
08:44empurrar pagamentos
08:45não vai funcionar.
08:45Ela precisa revisitar
08:46para garantir margens
08:48que dêem caixa
08:49e sim garantam ali
08:50o pagamento
08:51do plano
08:52que ela vai se propor
08:53a fazer com os credores.
08:55Rodrigo Galego,
08:56sócio da consultoria RGF,
08:58especialista em reestruturação.
09:00Obrigado, Rodrigo,
09:01pela sua análise aqui.
09:02Boa semana.
09:03Eu que agradeço.
09:04Obrigado, Fábio.
09:04Obrigado.
09:05Boa semana.
09:05Valeu.
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