Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Jamil Assim explica fenômeno que ameaça a liberdade de expressão nos EUA e Europa. Durante o Entrevista com D’avila, o representante do Instituto Sivis detalha o conceito de "jawboning", onde governantes usam pressão informal para obrigar plataformas a removerem conteúdo, citando os "Twitter Files" e ações de políticos como Donald Trump como exemplos de arbitrariedade.

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Eu vejo esse ataque à liberdade de expressão na imprensa, principalmente, em quase todos os países hoje.
00:06Eu vejo conversas com jornalistas do mundo inteiro e todo mundo sente esse peso hoje da censura
00:11e do limite da liberdade de expressão.
00:15O que aconteceu? Existe algum país referência hoje?
00:19Ou é uma degeneração meio global nessa questão da liberdade de imprensa?
00:25A pergunta é difícil, porque é muito tentador para quem está no poder
00:28e é um conceito até que está bem debatido agora lá fora, que é o chamado jaw boning,
00:33que é quando o governo, o detetor do poder, usa de poder influência informal
00:38para retirada de conteúdos ou para censura ou para diminuição de alcance de certas opiniões.
00:43Então isso é feito de maneira informal, como a gente viu em certas denúncias,
00:47Twitter files e coisas semelhantes mundo afora.
00:50É um pouco do que o Trump tem feito com os veículos de comunicação que têm sido bastante críticos a ele.
00:56Isso é muito complicado mesmo.
00:58Então você pensa de novo, os faróis da democracia, os exemplos históricos que a gente tinha
01:02de liberdade de imprensa e liberdade de expressão na Terra, Europa, Estados Unidos,
01:06estão passando por momentos muito graves disso.
01:09Só que tem bons exemplos, sim.
01:11A gente pode olhar para dentro desses mesmos países, para veículos e instituições
01:15que estão se inovando na defesa da liberdade de expressão.
01:17A gente sempre gosta de defender os nossos parceiros e dar luz a eles.
01:21O professor Jacob Mishingama e o Future of Speech, seu centro de pesquisa em Nashville,
01:26lá nos Estados Unidos, ele tem feito uma série de trabalhos junto a jornalistas mundo afora
01:30para se informarem sobre o que é a primeira emenda americana,
01:35quais são as proteções que elas trazem e quais são os argumentos que a mantêm de pé
01:38e como que eu posso levar isso para o debate público do meu país.
01:41Ferramentas como essa que eu mencionei do counter-speech,
01:44como usar o discurso para combater o discurso ruim,
01:47são bons exemplos mundo afora.
01:49E a gente tem também as ferramentas digitais que tem que trabalhar a favor disso.
01:53O Taiwan é um país que deveria ser um case maior aqui para o nosso ocidente.
01:58Então é um país que é constantemente assediado pela China,
02:01o maior país autoritário do nosso planeta hoje,
02:04o mais poderoso de todos de longe,
02:06que tem ferramentas tecnológicas extremamente avançadas,
02:09competindo com qualquer país do mundo nisso,
02:11e que fica constantemente assediando uma ilha que chegou a ser parte do seu território
02:15e que hoje goza de princípios democráticos,
02:18de um regime relativamente independente.
02:20Taiwan tem inovado muito em como usar ferramentas digitais
02:23tanto para ter participação cidadã melhor, qualificada,
02:26então como que a gente corta através do debate polarizado
02:29e descobre o consenso no debate online.
02:33Há também ferramentas inovadoras de financiar jornalismo independente,
02:36aquele que eu mencionei, o blogueiro,
02:38aquela pessoa que está na ponta filmando um protesto,
02:40ou documentando um caso político na ponta.
02:44Então a gente tem que talvez olhar para exemplos um pouco fora dessa nossa bolha.
02:48E Taiwan, quem sabe, pode ser uma inspiração legal.
02:52Uma coisa talvez que seja preocupante, voltando à escola e ao jornalismo,
02:56é a formação desses jornalistas,
02:59porque hoje em dia, infelizmente, tem muito viés ideológico.
03:04Vocês estão fazendo algum trabalho aqui nas faculdades de comunicação no Brasil,
03:08de jornalismo, especificamente para tentar transformar pelo menos uma mão de obra mais tolerante,
03:14porque é um bom começo para respeitar a independência da imprensa e a liberdade de expressão.
03:19Acho que, de maneira geral, o debate sobre pluralidade na universidade é um assunto que a gente tem se envolvido,
03:24não especificamente somente no curso de jornalismo.
03:27Então a gente fez uma pesquisa recentemente lançada,
03:29que eu já mencionei, sobre esse ambiente de expressão na universidade,
03:33sobre a autocensura dos alunos,
03:35e que a gente também documentou professores que sofreram abusos de cancelamento,
03:40perseguição, até perda de emprego, de oportunidade de financiamento,
03:43por opiniões controversas.
03:45E a grande maioria deles no ambiente progressivo.
03:48Então a gente teve a grande maioria de professores, no caso.
03:51Então a gente sabe, é dado muito já repetido, pesquisas constantes mostram
03:56como a academia é realmente majoritariamente progressista ou de esquerda,
04:02só que isso não deveria ser um problema se a gente tivesse uma maior abertura ao dissenso
04:06dentro desses próprios grupos.
04:08Só que a gente vê que há uma intolerância generalizada dentro do ambiente universitário.
04:11Como eu falei antes, os alunos que são os considerados de centro,
04:15se consideram centro,
04:16são os que mais têm medo de se expressar dentro da universidade.
04:19Então acredito que é pauta, sim, e a gente acredita que é muito crucial
04:22fomentar esse ambiente universitário mais plural, mais aberto, sim,
04:27a ideias dissidentes ou ideias diferentes.
04:30A gente tem iniciativas que vão nessa direção,
04:31que tem muito a ver com dar luz ao quanto os alunos têm medo,
04:35ao quanto os cursos diferentes, economia, engenharia, medicina, saúde,
04:40exatas, humanas, é across the board, digamos, né, Luiz?
04:44Todos os cursos a gente tem pessoas com medo de se expressar sobre temas polêmicos em sala de aula.
04:50E isso é independente de quem domina, digamos, do ponto de vista ideológico esses cursos.
04:55Então acredito que é uma agenda importante a gente se juntar,
04:59quem está dentro da universidade hoje, que tem mais legitimidade, né,
05:02que são os próprios professores e alunos que têm participado desse movimento aí,
05:07de gerar mais pluralismo e debate dentro da universidade,
05:10se juntar, gerar força entre si, gerar uma comunidade que defenda dentro da própria universidade
05:15essa abertura ao debate e a partir desse lugar, que tem mais legitimidade, né,
05:19para não ser visto como uma reforma de fora para dentro, né,
05:22como que a sociedade querendo tirar das universidades aquilo que elas têm,
05:26não, ainda tem muita coisa boa que a gente pode contribuir,
05:28mas é importante que venha delas mesmo, dos professores que se juntem,
05:31esses que já têm sofrido perseguições ou esses que já estão fazendo coisas boas, né,
05:35que eles se juntem entre si e contem com o apoio de instituições como CIVIS e outras
05:39para facilitar esse tipo de formação, de debate,
05:42a gente defende muito, eu acho que é uma prática simples,
05:44talvez, que a gente possa debater cada vez mais e implementar no Brasil afora,
05:48clube de debate, não é uma coisa fora da casinha, desafia demais os nossos jovens
05:53e a gente pode se surpreender com o efeito que isso vai ter na nossa cultura, né.
05:57Agora, na educação, principalmente anglo-saxônica, na universidade,
06:03sempre começava com o que a gente chamava de educação liberal, liberal arts, né,
06:08e o liberal arts tem uma coisa fundamental, é muito centrado no início nas humanas,
06:13então você tem não só clube de debate, como você falou,
06:17mas filosofia, história, geografia, literatura, história da arte,
06:22e esse conjunto de matérias dá o que eu chamo do mínimo denominador comum
06:29dos valores da civilização democrática, do mundo livre,
06:34e eu vejo, ultimamente, esta educação liberal em decadência,
06:41em decadência porque não se dá mais a importância que se dava às humanas,
06:46parece que as humanas foram abandonadas,
06:48e no mundo de hoje o que interessa é se você aprende matemática, engenharia, ciência, tecnologia, etc.
06:54É possível resgatar a importância fundamental das humanas para a formação de cidadãos?
07:01É, e a gente acredita que a parte do nosso trabalho no virtuário passa por isso.
07:06Todo o nosso currículo, ele parte da base de uma formação, primeiro, do que é o ser humano,
07:11de autoconhecimento, de quais são as virtudes que moderam ali a própria pessoa
07:17no seu relacionamento consigo mesmo,
07:19passando daí para a relação do indivíduo com o seu entorno,
07:21para finalizar o convívio com a sociedade como um todo.
07:24Então, acho que é necessário, sim, esse resgate dessa concepção filosófica
07:29do que é o ser humano, enfim, desses debates.
07:32Acho que a abertura, Felipe, e isso é uma coisa que muitas organizações
07:36ou pessoas que têm uma inclinação de trabalhar com esses assuntos,
07:39às vezes, não têm notícia.
07:40A abertura no currículo brasileiro, que é bastante rígido, sim,
07:44e bastante, ele dita já o que deve ser ensinado em cada etapa dos anos,
07:49mas ele dá, sim, abertura para iniciativas extracurriculares
07:52ou projetos até nas disciplinas de história, de sociologia, de filosofia,
07:56para a gente trazer esses conteúdos para os nossos jovens,
07:59o que falta, talvez, é oferta disso.
08:01Só que, felizmente, a gente pode reportar que existe, sim,
08:03um grande movimento, ao nosso ver, um maior interesse, sim,
08:06de pessoas e organizações e até editoras, né,
08:10de trazerem soluções nesse sentido, né,
08:12de uma formação mais humana para os nossos jovens
08:14através de todo o seu ensino, né.
08:17Então, não é uma disciplina que vai fazer diferença.
08:19Como você trouxe, o Liberal Arts,
08:20ele era mais uma formação contínua,
08:23transversal ao longo dos anos, né.
08:24O grande risco é se tornar algo
08:26que fique muito solto e abrangente.
08:29Quando é transversal, a gente tem esse medo
08:30de não ser algo que vai ser cobrado,
08:33não é algo que vai ser dito, né.
08:35Mas, com bons materiais, né,
08:37com instituições como a nossa,
08:38que se interessam por esse assunto,
08:39oferecendo soluções para os gestores, né,
08:42das escolas, os gestores públicos,
08:44acho que a gente consegue mitigar boa parte desse,
08:46do porquê isso não está sendo ensinado.
08:48Existe um apetite, Felipe,
08:50a gente ter percebido,
08:51cada vez maior das pessoas, das famílias, né,
08:54dos governos, inclusive,
08:55da gente formar cidadãos com esse conjunto de valores
08:58que você trouxe aí do mundo livre, digamos.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado