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O ator Duda Nagle é o convidado desta semana do EM OFF e num bate papo bem revelador. Na conversa, ele conta como foi sua infância sendo filho de uma das mais famosas jornalistas do país e como isso influenciou sua opção profissional. Nagle fala também da separação de Sabrina Sato, da nova vida com a filha Zoe, seus projetos atuais como empresário e influenciador digital e de forma bem humorada, revela que sente mais dores com críticas de haters do que com os socos do Popó.
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DiversãoTranscrição
00:00Sabe aquelas conversas que só acontecem nos bastidores?
00:03Aquelas opiniões que todo mundo tem, mas ninguém fala na cara e muito menos no ar.
00:08Aqui a gente não tem medo de desconforto.
00:10O papo é direto, sem filtro e sem enfeite.
00:13E se doer, talvez seja porque às vezes a verdade dói mesmo.
00:16Então se você gosta de entrevista com resposta ensaiada e discurso pronto,
00:20pode mudar de canal agora.
00:22Eu sou Mari Cantarelli e nós estamos em óbito.
00:25Estou abrindo o fim, porque assim a gente não gasta muito mais o tempo dele.
00:29O soco do papo também não doeu.
00:38Eu acho que é uma pegadinha.
00:40A pergunta é super complexa, super profunda.
00:43Tá vendo?
00:44Eu acho que faz sentido.
00:45Eu concordo.
00:46Faz tudo mais de tempo, entendeu?
00:49Eu acho que faz sentido, sim.
00:51Você se considera uma pessoa machista?
00:53Não, absolutamente.
00:54Você nunca foi machista?
00:56Porra, nunca foi machista é forte, né?
00:58Mas é isso que eu gostei da proposta do in-off também, da tua energia,
01:02porque parece que a gente se conhece, não tem problema, a gente se conheceu agora.
01:057h33, repita.
01:07Repita.
01:087h33.
01:09Eu ia segurando a chaminé escondidinha assim,
01:12aí um palhaço segurando a parte da frente do navio, a parte de trás do Titanic.
01:15De um lado, um tetracampeão mundial de boxe, famoso por nocautear quem passasse pela sua frente.
01:30Do outro, um estreante que jamais subiria num ringue para uma luta de verdade.
01:34E nós não estamos falando da famosa saga de Rock Balboa, um lutador que fez tanto sucesso nos cinemas.
01:40Nós estamos falando do desafio de um ator que encarou subir num ringue contra a Celino Freitas.
01:47Sim, o Popó.
01:48Hoje eu tô aqui com ele, seja muito bem-vindo, Duda Nagli.
01:53Obrigada, que prazer ter você comigo aqui no in-off.
01:56Obrigado, meu convite. Prazer também.
01:57E, Duda, já vou começar logo perguntando.
02:00Na nossa abertura a gente tá falando sobre o seu solado lutador.
02:04Sim.
02:04Você esteve numa luta com o Popó recentemente.
02:08No dia do meu aniversário de 42 anos.
02:10Também teve esse agravante, esse tempero especial aí pra aventura.
02:14Agora você tá sempre nessa história de luta. Qual é a da luta na sua vida?
02:19Eu gosto muito, como ator, de contar histórias de ação, efeitos especiais, pancadaria, perseguição, tiroteio.
02:29E aí, de uns anos pra cá, eu fui canalizando um pouco da minha energia pra isso.
02:34Aí, por conta de um personagem lutador de boxe que eu fiz na novela Dona do Pedaço,
02:37eu já tinha meio que despertado a atenção de alguns promotores de eventos, de lutas, de influenciadores.
02:47A gente já tinha conversado, até num outro evento antes desse, que bateu na trave.
02:52Aí, eu pensava antes em fazer uma luta com algum ator com uma experiência parecida com a minha no ringue,
02:57que era zero, eu nunca tinha lutado, foi a minha primeira e única luta.
03:00Ah, então você não praticava o boxe?
03:03Eu treinava, porque tem uma diferença grande entre treinar uma arte marcial e lutar uma arte marcial,
03:09disputar uma luta, um campeonato.
03:11Eu tenho uma questão seríssima com essa história de treinar.
03:14Quem treina pra mim é atleta.
03:15Ou todo o resto, pra mim, é malhar.
03:18Não, eu sou carioca, eu sou carioca.
03:20É isso, cara.
03:20Então, assim, vou malhar, vou puxar um ferro.
03:23Alguém concorda comigo.
03:24É, não, vou para o treino.
03:26Mas então, com arte marcial, esse já tem essa convenção social de falar treinar.
03:33Muito antes da musculação.
03:35Treinar jiu-jitsu, treinar boxe e tal.
03:39Então, eu já tinha, por exemplo, lutado um campeonato de jiu-jitsu, como uma preparação
03:46para uma série que eu estava fazendo, que eu também era um lutador ali na série.
03:50A série chamava Rio Heroes.
03:52E eu era um faixa preta de jiu-jitsu que estava começando a lutar vale tudo, que é o pai do MMA moderno.
03:59E aí, então, eu gosto muito de misturar um pouco essas experiências reais.
04:06Todo ator faz um pouco isso, a coisa do laboratório, de mergulhar no universo daquele personagem.
04:12E dá para a gente tirar várias lições para a vida como um todo.
04:15E todo praticante de artes marciais precisa testar o que você está praticando e aprendendo
04:21com situações mais próximas, o possível ali, da realidade.
04:25Então, essa luta de boxe, para mim, foi como se fosse um treino específico de trocação.
04:31Aí, no caso, também, pegando essa coisa de ser num ringue, com transmissão ao vivo no
04:37Canal Combate, transmissão na Globo, com milhões de pessoas assistindo, 5 mil pessoas assistindo
04:42ali presencialmente o evento.
04:45Então, tiveram essas outras camadas, assim, de adrenalina, de tensão.
04:51Então, isso serviu também para dar uma temperada.
04:53E essa parte do show business, eu já estou acostumado, porque eu trabalho há 22, 23 anos
05:00como ator profissional de novelas, séries, filmes.
05:04Então, essa parte eu tirei mais de letra, assim.
05:07Tem um pouco de interpretação nessas grandes lutas improváveis, ou então desse pessoal
05:12que fica meio que se provocando ali, ah, e tal.
05:16Então, tem um pouco do teatro ali envolvido nessa...
05:19É uma performance, não deixa de ser um show business, né?
05:21É um show, não deixa de ser um show.
05:22É uma luta, mas em cima de um palco, cheio de luz, câmera.
05:27Tem essa parte também de entretenimento.
05:30O desafio, eu acho que é não perder a essência marcial da...
05:36A arte marcial é transformada em esporte, e esse esporte transformado em espetáculo.
05:41O desafio do praticante, na minha opinião, é você se manter ali na filosofia central
05:47ali daquela arte, daquela disputa, porque a função, como o próprio nome já diz, é
05:53marcial.
05:54É a arte da guerra, é a arte do combate.
05:57E a gente tem a expressão que eu gosto muito, que é melhor você ter e não precisar do que
06:03precisar e não ter.
06:04Então, defesa pessoal é igual o seguro do carro.
06:08Você não quer usar o seguro, mas se você se meter num acidente e teu carro tiver uma
06:12pena total, você não quer tomar aquele prejuízo.
06:15Então, você fez um seguro pensando naquilo.
06:17É um tipo de seguro e a gente, o homem e o praticante de artes marciais, tem esse dever
06:24de proteger a família, os amigos, quem estiver perto.
06:27Por que o homem?
06:29O homem, normalmente, tem essa tradição de se colocar em situações de combate para
06:35proteger os mais frágeis, fisicamente falando.
06:41Eu assisti algumas entrevistas suas e isso é uma narrativa presente nas suas falas.
06:47Eu vi você contando um pouco sobre a sua infância e adolescência, que você gostava muito de
06:52super-heróis.
06:53Eu vi você falando um pouco sobre como você começou no mundo artístico, como ator.
06:59Então, conta um pouco dessa expectativa que você tinha do super-herói, dessa coisa
07:04da proteção, tem um pouco a ver com o que a gente está falando e que em algum momento
07:08teve uma frustração do tipo assim, cara, tem tantos personagens que nem são construídos
07:12com esse olhar do bem maior, da proteção da família e tal.
07:17Como é que é essa história?
07:18É, então, é uma mistura, porque eu brinco que as cenas de ação, o limiar entre a vida
07:26e a morte, é o que define ali o caráter de uma forma mais clara, mais profunda dos
07:34personagens, no caso da ficção e no caso de uma luta de boxe com o maior campeão da
07:41história do Brasil, ali também é uma situação extrema.
07:44Você tem que tomar decisões extremas para lidar com aquela situação complexa.
07:50Então, nessas cenas de filme, de ação, os personagens são colocados no limite ali
07:57do certo e errado, do justo, as virtudes e os pecados, elas estão muito afloradas ali,
08:06tudo muito intenso, tudo muito pulsante, então funciona muito bem.
08:11Mas esses dilemas, esses conflitos estão presentes em quase todas as nossas escolhas da vida
08:17como ser humano, filosoficamente falando.
08:20Perfeito.
08:21Você é um cara que foi criado pela sua mãe, porque você muito cedo perdeu o pai e sempre
08:28muito rodeado de mulheres na sua vida.
08:33Tem uma filha, mulher.
08:34Você acha que um pouco desse seu senso de proteção e um pouco dessa sua, desse flerte
08:44talvez com essa história de proteger a luta e combater e cuidar e essa coisa toda que você
08:50trouxe tem um pouco a ver com essa, como você enxerga um pouco o papel do masculino, dado
08:56que você talvez tenha sido a figura masculina central ali durante a sua, né?
09:01Seu amadurecimento, você perdeu o pai cedo, você não tinha uma figura masculina que
09:05fazia um pouco isso.
09:07Ficou para o Duda performar esse papel?
09:12A pergunta é super complexa, super profunda.
09:15Olha, Thói, tá vendo?
09:15É, eu acho que faz sentido.
09:17Eu concordo.
09:18Eu acho que faz sentido, sim, porque por um lado, e eu brinco que eu sempre fui esquisito,
09:27assim, tanto até nessa parte de ser pelo lado materno, eu era e sou filho único.
09:33Pelo lado paterno, eu tenho dois irmãos homens, eu sou o mais velho, e o meu pai é de uma
09:39família muito grande, assim, oito filhos, o meu pai é o mais velho, eu tenho sete tios,
09:44e todos os meus tios tiveram filhos, e então eu era uma família grande.
09:49Uma primaiada louca, então.
09:50Com dois irmãos homens, então eu era o irmão mais velho e tal, então tinha essa coisa assim.
09:56E pelo lado materno, eu era o filho único da minha mãe, e as minhas outras duas tias
10:02não tiveram filhos, então eu era sobrinho único, e era neto também único da minha avó,
10:08mãe da minha mãe.
10:08O meu avô morreu cedo, o meu avô paterno morreu antes de eu nascer, e o meu avô materno
10:16morreu quando eu tinha oito anos, foi a primeira perda da minha vida, assim.
10:20Eu não lembro direito porque eu era criança ainda, então eu não tenho tão forte essa
10:25situação toda construída.
10:28porém, eu vivi um pouco dos dois mundos, sabe?
10:31Então, por um lado eu era filho único, por outro eu era o irmão mais velho de irmãos
10:35homens, essa pegada masculina de disputa, de briga, de disputar o espaço, a atenção e tal.
10:45Então, acho que faz sentido sim essa tua ponderação, eu acredito que faz, também tem, eu fui uma
10:56criança muito lúdica, que gostava muito de acompanhar histórias, desenho animado, e filmes, e historinhas
11:04em quadrinhos, bonequinhos, então eu gostava muito de história, de contar história com as minhas
11:10brincadeiras de boneco, ou contar história em primeira pessoa, vestindo fantasia do He-Man, do
11:15Thundercat, do Rambo, brincar de tartaruga ninja, de Comandos em Ação, do Thundercat, desses
11:22Jaspion, essas séries de ação que eram muito populares na época da TV aberta, que a TV aberta
11:30meio que pautava as brincadeiras, assim, da criançada, além dos esportes, mas eu sempre
11:35fui muito generalista, então eu variava muito de heróis, de esportes, então eu era...
11:41Mas tem uma constante aí, que é essa coisa do super-herói.
11:44É, também, sim.
11:45Tem uma constante aí.
11:47Agora, Duda, como é que foi crescer com uma mãe que era, né, que é ainda, né, uma figura
11:53pujante aí, entrevistadora, famosa, e que tava sempre ali na frente das câmeras, você
12:00acha que ela foi uma primeira referência pra você ir pra esse universo artístico?
12:05Ou tem mais a ver com uma coisa sua de querer viver histórias, viver personagens, pra você
12:11chegar, né, na sua carreira de ator ali, que fez várias novelas e agora você mudou um
12:17pouquinho e a gente vai chegar lá?
12:19Eu acho que faz todo sentido, porque eu lembro muito bem de ficar sentado no cantinho do estúdio,
12:25igual minha mãe tava aqui entrevistando as pessoas ou apresentando o telejornal, e eu tava ali
12:29sentado no chão brincando de bonequinha em silêncio, fazendo uma luta com um barulho, né, baixinho ali.
12:36Então eu cresci ouvindo esse som do estúdio, esse silêncio que é denso, profundo, né,
12:43é tenso, né, é um silêncio tenso.
12:46É.
12:46Se alguém derrubar aquela escada ali que tá nos bastidores, vai fazer um barulhão,
12:50vai atrapalhar a gravação, e quando é ao vivo, que era mais ao vivo até a TV que
12:54ela fazia e eu tava nos bastidores.
12:57Ao mesmo tempo também conhecia o pessoal do show business nos bastidores, por causa
13:01das amizades e dos eventos sociais e tal.
13:06Então eu acho que isso sempre foi muito natural pra mim.
13:09E aí fazendo aquela engenharia reversa, pegando ali várias referências do passado e vendo
13:15onde é que isso foi me levando, eu acredito que sim, porque eu gostava muito de brincar,
13:23de entrar nessas histórias, assim, com principalmente bonequinha, acho que era uma das brincadeiras
13:27que eu mais gostava.
13:28E eram umas histórias super complexas que a gente ia inventando, misturava a regra do filme
13:34com a do desenho, personagens da Tartaruga Ninja interagia com a do He-Man, sabe, de várias
13:41histórias diferentes.
13:43Aí a gente criava os roteiros com os amigos ou sozinho.
13:47E eu acho que isso foi fundamental pra minha escolha inicial, que quando eu tava na faculdade
13:51de publicidade e propaganda, que eu queria era trabalhar com diretor criativo nos bastidores,
13:56inventando historinhas pra vender coisas, pra criar estratégias pra marcas.
14:01Eu gostava muito dessa visão estratégica.
14:03Com publicidade.
14:04E aí eu comecei a ver que eu tinha um problema em falar em público, defender meus pontos
14:10de vista, apresentar meus projetos, convencer pessoas estranhas.
14:14Por quê?
14:14Em ambientes como sala de aula, aí ia começar a fazer as entrevistas de emprego.
14:21Então eu ficava com vergonha disso, como timidez mesmo, sabe?
14:27Aí eu entrei nas aulas de teatro pra começar a ficar mais casca grossa, mais cara de pau
14:31e falar melhor, dominar melhor as habilidades da linguagem e tal.
14:36E aí eu virei a chave.
14:37Porque aí eu acho que eu me conectei de volta com esse molequinho que andava fantasiado e que gostava de brincar, de bonequinhos.
14:44E daí eu comecei vencendo esses pequenos desafios nas aulinhas de teatro.
14:49Eu comecei fazendo aula particular de teatro.
14:53Foi uma coisa meio paradoxal.
14:54Ah, que maravilhoso.
14:56Fazer umas aulas com a Camila Amado, que era uma super atriz, mais velha e contemporânea da Fernanda Montenegro.
15:03E começava tendo que decorar monólogos pra falar pra ela, fazendo uns exercícios doidos de leitura de personagens e outras leituras em voz alta.
15:16E aí comecei a ficar um pouco fascinado pelas pequenas vitórias nesses cursos e esse desenvolvimento.
15:22E aí comecei a bolar um plano de, tá, então eu vou fazer, eu quero conhecer o show business pra trabalhar como publicitário, mas eu vou conhecer de dentro.
15:31Vou conhecer trabalhando como ator de novela.
15:34Aí eu fui criando esse plano.
15:35Ah, então ser ator era uma estratégia pra que você chegasse à publicidade de uma forma diferente.
15:42Exatamente.
15:43Só que também eu tava naquela fase de descoberta, 18 anos de idade, querendo conhecer a mulherada, querendo...
15:48Querendo, não queria, não me imaginava tendo uma rotina de...
15:53Até hoje eu nunca tive essa coisa de dia comercial, horário comercial, dia útil.
15:58Do nada me surpreende.
16:00A vida do Rico é diferente, hein, gente?
16:02Não, porque a gente gravava novela no feriado, no sábado.
16:05Claro, não tem dia, né?
16:06No domingo eu ia fazer um trabalho, um jabá, eu ia fazer um foto, desfile, presença VIP, baile de debutante.
16:14Então eu nunca tive essa coisa de horário comercial, dia útil, isso antes do WhatsApp e Instagram da vida, né?
16:20Olha só.
16:202003 foi minha primeira novela.
16:23Então...
16:24Quantas novelas você já fez?
16:25Ah, não sei, eu tenho que contar.
16:27Eu não fiz muitas, não, assim, comparado a 22 anos de carreira.
16:32Eu fazia basicamente uma novela por ano e uma série por ano.
16:37E dava o tempo certinho, sabe?
16:38Eu ia, sei lá, ficava uns nove, dez meses ali na novela.
16:42E aí fazia uma série, um especial de fim de ano, umas coisas assim entre uma e outra.
16:48Já encaixava a outra.
16:49A minha média era mais ou menos essa.
16:51Esse era o volume de trabalho que eu gostava.
16:53E aí teve...
16:54No início eu fazia muito desses jabás, viajava fazendo um monte de coisa doida.
16:59Desde entrar vestido de chaminé do Titanic no circo do Marcos Frota, no número do palhaço.
17:06Maravilhoso.
17:06Pra ser revelado no meio.
17:08Eu ia segurando a chaminé escondidinha, assim.
17:11Aí ia um palhaço segurando a parte da frente do navio, a parte de trás do Titanic.
17:14E o outro era o iceberg.
17:16Aí a gente batia, eu ia pro meio do palco, soltava assim o negócio e me revelava as pessoas.
17:22Aí eu pegava o microfone.
17:23Oi, tudo bem, pessoal?
17:25Que bom estar aqui com vocês.
17:28Esses eventos malucos, sabe?
17:29Que a gente vai fazendo.
17:30Não, total.
17:31E você toma gosto pela carreira.
17:33Fica muitos anos da sua carreira trabalhando como ator.
17:36E agora você mudou um pouco de...
17:39Não sei se posso dizer que você mudou de área, mas você mudou um pouco os seus focos, né?
17:45Sim.
17:45O que você tem feito?
17:47E você pretende ainda voltar mais pro lado artístico como ator?
17:52Ou você tá olhando pra outras coisas?
17:53Eu pretendo voltar, sim, mas esse tipo de função, de profissão, depende de muitos fatores externos.
18:03Diferente dessa linha mais independente, como produtor de podcast, embaixador de marcas.
18:09Então, hoje, a partir das redes sociais, eu pude construir uma autonomia.
18:15Tanto como empresário, como embaixador de marcas e consultor de marketing e o embaixador garoto propaganda, né?
18:23Que antigamente era garoto propaganda e agora é o embaixador.
18:26É, não tem nome chique.
18:28Igual o formador de opinião virou o influenciador.
18:31Isso, influenciador.
18:32Exato.
18:32É maravilhoso.
18:34Então, independente da gíria, do momento, acaba que a gente tem mais autonomia pra propor coisas, criar coisas.
18:42E a parte financeira também tem mais potencial.
18:45Porque, normalmente, trabalhar como um ator de novela é uma coisa que não te dá dinheiro diretamente, mas te dá visibilidade pra ganhar dinheiro com outras coisas.
18:55Com publicidade.
18:56Então, só que depende de muitos outros fatores, assim, como relacionamento com os profissionais do momento, sabe?
19:10Lobby Lobby, saber exatamente o timing pra fazer as coisas certas.
19:15Tem um agente, eu tô sem agente de ator, já tem um tempo.
19:18Então, os agentes de atores, eles são as pessoas que sabem exatamente quais são as produções que estão acontecendo agora, quais que estão escalando, quais que não.
19:28E também, o fato, eu vim pra São Paulo pra fazer uma novela chamada Cumpis de um Resgate, do SBT.
19:35O SBT é uma das poucas emissoras que faz novela, eu acho que agora eles estão até parados, assim, não tô nem produzindo nenhuma telenovela agora.
19:44E é a única emissora que produz aqui em São Paulo.
19:47Eu mudei pra cá pra fazer o meu primeiro protagonista de novela, que era a novela Cumpis de um Resgate, eu era o protagonista adulto.
19:53Que ano que foi isso?
19:552015.
19:56Tá.
19:57É, vai fazer 10 anos.
19:5710 anos, é.
19:58E aí, e aí eu tava achando que eu tava meio cansado do Brasil, assim, eu já tinha ficado um tempo em 2010, quase 6 meses morando na Califórnia.
20:09Eu queria ter uma base lá fora, tava gostando do jeito de viver, assim, sociedade lá, que é um pouco diferente daqui.
20:18E tava um pouco cansado do Rio de Janeiro, no sentido do mindset de construir, de trabalho, de empreender.
20:26Como é que é o mindset do Rio de Janeiro?
20:28O Rio de Janeiro, ele é, por exemplo, o carioca, ele não enxerga o problema, ele só vê solução.
20:33Então, se você tem que passar por baixo, pelo lado, se ele vai falar com o cara, ele resolve.
20:38Então, tem um monte de CEO, um monte de gente do mercado financeiro que é carioca.
20:41Então, o carioca, o lado bom do carioca.
20:44O lado ruim do carioca, eu acho que tem a ver com aquela coisa de, é, só de estar ali já tá bom, sabe?
20:52Porque você tem ali melhor do que a melhor piscina do melhor condomínio de luxo aqui dos arredores de São Paulo.
21:03É uma praia do Rio de Janeiro, por exemplo, sabe?
21:05Então, você tem ali uma capacidade de usufruir ali um ambiente de natureza e humano muito interessante e tá tudo lá.
21:17Então, meio que, eu acho que isso conspira também, além da pegada do Rio tecido capital,
21:24de ter toda, do glamour do Rio de Janeiro do passado,
21:29tem a, também, sei lá, talvez a maldição do petróleo,
21:33um monte de coisa que foi contribuindo pra mentalidade do Rio de Janeiro não ser tão voltada pra produção,
21:40pro empreendedorismo, pra conexão e construção de coisas, sabe?
21:45Então, lá tem uma mentalidade mais assim, ah, vamos marcar, vamos sim.
21:49Aqui você chega, vamos marcar, o cara, eu posso quinta, onze e meia, ou posso sexta, as duas da tarde.
21:56Aí, quando você chega sexta, duas da tarde, tem o teu nome na frente da empresa.
21:58As pessoas se prepararam pra reunião, igual você se preparou pra entrevista, sabe?
22:03É uma mentalidade que não é à toa que virou locomotiva do Brasil nessa parte de construção,
22:11de criar soluções, conexão de pessoas que querem produzir coisas voltadas pra vida profissional,
22:18pra construção de coisas, solução de problemas e também na parte financeira.
22:24Falta ambição, será, pro Carioca, na sua visão?
22:27Não, porque eu acho que os dois são muito complementares.
22:31Eu acho que os dois, as duas cidades tinham que ser mais,
22:36tinham que ter mais um intercâmbio, assim, sabe?
22:39Mas até consciente, as duas cidades são muito complementares.
22:43Porque ao mesmo tempo também, o Carioca que, como eu tava falando no começo,
22:48tem uma mentalidade muito criativa, sabe?
22:51Muito inteligente, assim, de ligar pontos, de achar soluções,
22:57de achar soluções criativas e não ter...
23:03E o Carioca, quando vira a chave pra fazer uma coisa, aí ninguém segura, sabe?
23:06Entendi.
23:07Então, acho que as duas cidades são complementares e isso foi fundamental
23:10pro meu desenvolvimento como empresário, nessa parte profissional, financeira.
23:16Duda, e hoje você tá muito mais na internet do que na televisão eventualmente.
23:20Você tá na internet porque seus projetos, em frente à câmera
23:23e até por trás das câmeras, tem alguma conexão ali com a internet.
23:28Você sofre muito hate?
23:30Você lida bem com...
23:32Porque você pegou uma época em que não existia nada disso,
23:35o seu trabalho era avaliado pela imprensa tradicional, vamos dizer assim, revista e tal.
23:40Os críticos aqui iam falar, né?
23:44O agente, o olheiro, o cara poderoso da emissora X ou Y.
23:49E aí, de repente, você tá num outro mundo onde o público tá o tempo inteiro falando.
23:54Você sofre um pouco com isso ou você lida numa boa?
23:57Eu acho que comparado à média geral, eu lido numa boa.
24:00Eu também não costumo sofrer tanto hate, assim, não entro muito em polêmica, sabe?
24:07Eu acho que até é uma herança de ter vindo da televisão
24:11e já ter essa formação como segunda geração.
24:14Minha mãe era jornalista, apresentadora, já quando eu nasci.
24:19Então eu já nasci conhecendo o funcionamento dos bastidores de uma forma muito profunda.
24:24Você não se considera uma pessoa polêmica, né?
24:27É, eu evito polêmica, eu me considero uma pessoa diplomática.
24:31Aliás, até na minha vida de empresário, eu acho que muito valor ali,
24:35um dos meus maiores ativos é amortecer relacionamentos,
24:40é buscar o jeito de conectar aquela pessoa com aquela outra do jeito certo.
24:46E quando começa a ter atrito...
24:47Vamos ver se você consegue conectar com os seus haters,
24:50que esse é o quadro, toma que o hate é seu.
24:52E aqui eu vou te trazer alguns haters e ver como é que você sai diplomaticamente,
24:57como é que você responde diplomaticamente para esses fofos
25:00que falam coisas sobre você na internet.
25:03Vamos lá.
25:04Tá.
25:05Aspas.
25:06Fazendo isso perto de criança, ela poderia tentar fazer a mesma coisa.
25:10Que perigo este secador aí, Duda, do lado da banheira.
25:14Essa questão deu mó polêmica, realmente.
25:16Tá vendo como você é uma pessoa polêmica?
25:18É, porque...
25:21Vou contextualizar.
25:22Contextualiza.
25:23Conta sua história.
25:23Eu tenho um freezer onde eu faço minha crioterapia,
25:26que é como se fosse uma sauna gelada, uma banheira.
25:29O freezer é uma gambiarra,
25:32que eu recomendo como custo-benefício ótimo
25:34para fazer a banheira de gelo da forma mais prática no dia a dia.
25:39Então você deixa basicamente o freezer cheio d'água, ligado na tomada,
25:42e eventualmente ele congela e fica um blocão de gelo
25:45se você esquecer de controlar ali, mesmo com temporizador de tomada,
25:49regulando ali o termostato e tal.
25:51Nesse dia eu tinha esquecido, o freezer estava com um blocão de gelo,
25:55aí eu tirei da tomada.
25:57Sempre que eu entro na água, eu desligo da tomada,
26:00que é uma coisa recorrente também.
26:01Ai, meu Deus, que medo, você tomou um choque.
26:04Não, mas aí faz parte do protocolo é tirar da tomada antes de entrar na água ali.
26:08Tá.
26:08Aí eu virei o blocão de gelo,
26:11e aí quando eu vi um blocão de gelo ali,
26:12falei, ó, isso é um ótimo ambiente
26:15para a gente ficar brincando, minha filha e eu.
26:18E ela conheceu um pouco mais do gelo, das reações.
26:23E aí comecei a ficar brincando com ela.
26:25Desde quebrar o gelo com machado,
26:27pegar a chaleira elétrica com água quente...
26:30Colocar no gelo.
26:30Fora da tomada.
26:32E jogar água quente ali, fervendo,
26:35para desenhar no gelo.
26:38E aí peguei o secador de cabelo
26:39e fiquei brincando de derreter o gelo com o secador de cabelo.
26:42Só que aí eu tomei o cuidado de explicar para ela
26:46que ela não podia fazer sozinha.
26:47Aquela coisa do...
26:48Crianças, não repitam isso em casa.
26:50Crianças, não repitam isso aqui.
26:52O papai está fazendo.
26:54E eu botei de um jeito que o fio não chegava até...
26:57Por exemplo, se eu soltasse,
26:58o negócio, o fio não ia deixar conectado na tomada,
27:02cair na água,
27:03que é o grande perigo dessas cenas de assassinato em cinema.
27:07A pessoa está lá tomando um banho de banho
27:09e de repente chega o assassino.
27:11O vilão e joga...
27:12O Nazaré.
27:13Exato, o Nazaré Vendezco vem e joga...
27:16Exatamente.
27:17Então, acho que o pessoal ficou com medo,
27:19mas eu tinha...
27:20É porque assim, na internet,
27:22as pessoas, elas...
27:25Às vezes elas não partem do princípio
27:27que você tomou as medidas de segurança
27:30devidas ali para fazer o negócio.
27:32Então, elas já cravam o diagnóstico
27:34sem saber do todo.
27:36Com muitas pessoas que são mais...
27:38Hater.
27:39Duda não é sem noção.
27:41Explica.
27:41Fala para as pessoas.
27:43Não deixem secadores
27:45ligados ao tomada próximo das suas banheiras.
27:47É.
27:48Isso é um perigo real.
27:49Isso aí faz parte das pessoas ficarem preocupadas.
27:52Faz todo sentido.
27:52Porém, é...
27:55Eu não sou sem noção.
27:55Não se deve tomar...
27:56É.
27:57Tipo, cravar uma coisa.
27:58Não, isso é um perigo.
27:59Por isso, isso, isso.
28:00Porque às vezes a pessoa não tem ainda
28:02todas as...
28:03Os elementos ali,
28:05todas as informações necessárias
28:07para ter uma opinião sobre uma situação.
28:09Aí vira um pitaco.
28:10Porque a diferença para mim
28:11de opinião e pitaco
28:13é que opinião foi uma coisa
28:14que você traçou ali
28:16depois de ter feito uma pesquisa.
28:18conhecendo ali os elementos ali
28:22que causaram aquela situação e tal.
28:25E às vezes na internet a pessoa
28:27já vê e em 10 segundos
28:29ela já escreveu,
28:30já rolou o feed,
28:31já nem lembra mais.
28:33Perfeito.
28:33Vamos ao próximo.
28:36Aspas.
28:36Será que você também é machista?
28:38Não se esqueça que você é cercado por mulheres.
28:41Reveja seus conceitos.
28:43Mas por quê?
28:44Qual seria o contexto disso?
28:46Não sei qual é o contexto disso.
28:47Eu sei que uma pessoa perguntou
28:48se você é machista
28:49e disse que você não deve se esquecer
28:51de que você foi cercado por mulheres.
28:54Você se considera uma pessoa machista?
28:56Não.
28:57Absolutamente.
28:58Você nunca foi machista?
28:59Porra, nunca.
29:00Foi machista é forte, né?
29:02Mas por quê?
29:02Mas por que eu estou te falando?
29:03Porque isso,
29:04você tem 43 anos de idade.
29:06E eu estou te falando, né, gente?
29:07Calma, calma.
29:0742, não vamos...
29:0942 e meio, quem sabe.
29:11Exatamente.
29:11Vamos completar a idade do advogado.
29:14Não, teve uma época que
29:15a minha altura estava 1,74 no Wikipédia.
29:17Durante anos, ficou 1,74.
29:19Aí eu mobilizei uma campanha.
29:21Ah, me ajudem a conquistar meus 2 centímetros.
29:24Eu tenho 1,76.
29:251,76.
29:26E aí eu consegui,
29:27depois de um tempão,
29:29a galera me ajudou.
29:3142 anos.
29:32Não, eu estou te dizendo isso
29:33porque é isso.
29:34Porque você tem 42 anos
29:36e a gente está falando
29:37de quanto tempo de machismo estrutural
29:39que perdura até hoje
29:40e que a gente...
29:41É, então, mas aí,
29:42falando de opinião e pitaco,
29:44às vezes, eu não sei desse...
29:46Eu não tenho nem recursos
29:48para saber de onde
29:48essa conclusão pode ter surgido.
29:51Mas, é isso.
29:55É difícil a pessoa saber o contexto.
29:56De repente, ela viu um vídeo
29:58de 15 segundos ou...
30:00Eu não sei qual foi a base
30:02que ela pode ter tido
30:03para ter essa opinião.
30:06Você se considera
30:07uma pessoa conservadora?
30:08Não, mais ou menos.
30:11Depende.
30:12Sobre alguns aspectos sim,
30:13sobre alguns aspectos não.
30:15O que que você...
30:16Como é que você se define
30:17nesse sentido?
30:18O que que do conservadorismo
30:19você acha que faz parte
30:21do teu arcabouço
30:23de moral, ético
30:26e de comportamento?
30:27E o que são outras coisas
30:29que você não concorda,
30:31ou talvez tenha se afastado,
30:32ou vai mudando essa...
30:33Porque eu acho que a gente
30:34também vai mudando, né?
30:35Ao longo do tempo.
30:36Quando eu falo,
30:36você nunca foi machista?
30:38Porque é isso.
30:38Porque a sociedade agora
30:40está começando a falar de coisas
30:42que há 10, 15 anos atrás
30:43a gente não via problema, né?
30:45As coisas estão melhorando aos poucos
30:47e as pessoas mudam.
30:48O que que você acha
30:50que você tem ainda
30:50de conservador?
30:51Eu te pergunto,
30:52porque eu vi uma entrevista
30:52onde você fala,
30:53eu me considero um cara conservador,
30:55mas agora você está me trazendo.
30:57Talvez não em tudo.
30:59É, não.
30:59Para mim,
31:00eu considero
31:01que existe a verdade
31:03e a gente,
31:05cada pessoa pode conhecer
31:06uma parte da verdade
31:08e eu considero
31:11que existe propriedade privada
31:13e o que é meu é meu,
31:15o que é seu é seu
31:15e isso deve ser respeitado
31:17e isso sob alguns aspectos,
31:19esses dois pilares
31:22que eu citei aqui,
31:23tem muita gente
31:24que revê
31:25esse sistema
31:26de valores
31:28e não pensa assim.
31:29Então,
31:30nesse sentido,
31:32eu acredito
31:32que isso é,
31:33pode ser encarado
31:34dessa forma,
31:35mas...
31:35Até algumas coisas
31:36que a gente falou no início,
31:37então você acha que valores
31:38mais de instituições,
31:40tipo a família,
31:41eu não sei se você é uma pessoa
31:42religiosa
31:43ou se você tem espiritualidade,
31:45como é que é isso
31:46para você ser uma pessoa
31:47religiosa?
31:48Eu acredito em Deus
31:49e acredito
31:51que tem vários
31:52preceitos cristãos
31:54que são muito bons
31:55e devem ser seguidos,
31:57mas eu não tenho,
31:59eu sou batizado
31:59na igreja católica
32:00e esses valores
32:05assim,
32:06do certo e errado,
32:07da verdade,
32:08da propriedade privada,
32:09isso eu acredito
32:10que existe.
32:11Eu busco viver
32:12nesses...
32:15com essas referências,
32:18entendeu?
32:18Com esses valores.
32:19E aí,
32:20o mundo hoje em dia
32:21também com a internet
32:23ampliou,
32:25ficou tudo muito descentralizado,
32:27tem vários
32:28vários nichos
32:29e várias bolhas
32:30e várias...
32:31Vários ângulos também,
32:33né?
32:33Vários ângulos
32:33que hoje em dia
32:35tem capacidade
32:38de organização
32:39e voz.
32:43Você pensa em como
32:45você vai preparar,
32:46óbvio,
32:47junto com a Sabrina,
32:47mas como é que você vai
32:48preparar a tua filha
32:49para lidar
32:51com o machismo estrutural
32:53ou com questões
32:54que eventualmente
32:55possam oprimi-la
32:56em algum lugar
32:57por ela ser mulher?
32:59É, eu acho que
33:01como indivíduo
33:02a gente tem que se preparar
33:04para viver
33:04da forma mais
33:05justa possível,
33:08buscar se desenvolver
33:10da melhor forma possível,
33:12buscar fazer o que é certo,
33:14buscar respeitar o próximo,
33:16respeitar os outros
33:17e...
33:19se colocar no lugar
33:20dos outros
33:21quando tiver
33:22vivendo
33:23né?
33:25Um conflito
33:27ou uma situação
33:27mais intensa
33:29e...
33:31eu sigo mais ou menos
33:32esses...
33:34eu quero ter netos,
33:35por exemplo,
33:35então eu torço
33:36para que a minha filha
33:37queira ser mãe.
33:38entenda
33:39que...
33:40que...
33:41há muito valor
33:42em continuar
33:43a linha
33:44do tempo,
33:46né?
33:46Conectar os ancestrais
33:48com os nossos
33:50descendentes,
33:53assim,
33:53então...
33:54Você pensa em ter mais filhos?
33:56Eu penso,
33:56se tudo der certo,
33:58se eu tiver...
33:59Gostaria,
34:00aquela pessoa de casa cheia,
34:01um monte de gente?
34:02Ah, talvez,
34:03se tudo der certo,
34:04sim.
34:05Eu gostaria.
34:05Não é só a Zoe,
34:06que pode ser outros filhos,
34:08que tem netos
34:09de outros filhos
34:10mais para frente.
34:11É, também é,
34:11então nesse sentido,
34:12assim, né?
34:13Mas óbvio que a Zoe
34:14é que vai ter autonomia
34:15sobre a vida dela.
34:16eu espero passar
34:17os valores...
34:19Por exemplo,
34:19a gente criou o podcast
34:20Rosnagli,
34:21o Encontro de Gerações,
34:23com esse...
34:24com essa cabeça,
34:25assim, de...
34:26Então o que que eu quero
34:26passar adiante
34:27da minha família,
34:29assim, sabe?
34:30O que que a gente
34:31pode melhorar
34:32de uma geração
34:33para outra?
34:34Quais são as tradições
34:35que a gente tem que encerrar?
34:36Quais são as tradições
34:37que a gente tem que manter?
34:38O que que vocês querem passar?
34:39O que que os Nagli
34:40querem passar?
34:41É, e a gente está sempre
34:42trazendo pessoas
34:43super interessantes
34:43para conversarem
34:45com a gente
34:45sobre isso.
34:46sobre...
34:47Você já tem uma resposta?
34:47A sucessão sobre legado,
34:49sobre continuidade,
34:51sabe?
34:52Longevidade,
34:52tá, beleza,
34:53a gente quer viver,
34:54mas quer viver como?
34:55Né?
34:55Dentro das circunstâncias,
34:58o que que a gente quer
34:59ali extrair de melhor?
35:00O que que a gente
35:01tem que evitar?
35:02Quais são as tentações,
35:04as coisas ruins,
35:06o lado difícil da vida
35:07que a gente não quer
35:08passar adiante,
35:09não quer dar força?
35:11Então, a gente traz
35:13bastante gente
35:14para falar disso,
35:15sabe?
35:15Então,
35:16o bom de
35:17juntar útil
35:18ao agradável,
35:19a gente precisa fazer isso
35:20para se formar
35:22como ser humano
35:22e, ao mesmo tempo,
35:25a gente pode fazer isso
35:26na frente das câmeras
35:27e trazer todo mundo
35:29aqui para conversa,
35:31para criar uma comunidade.
35:33hoje, a gente já está
35:35com um ano e pouco
35:36do Encontro de Gerações
35:38e a gente tem
35:38Osnagli e os Empreendedores
35:39do Brasil,
35:40são dois podcasts diferentes
35:41e o Encontro de Gerações
35:44toda quinta-feira
35:44às 18 horas,
35:45fazer um jabalho.
35:46Já vai fazer.
35:46E o Empreendedores do Brasil
35:48toda segunda-feira
35:49às 18 horas.
35:50E aí, a gente fala
35:51com essas duas perspectivas,
35:54a mãe e o filho,
35:56a jornalista,
35:56o ator,
35:57o empresário,
35:58a mulher e o homem,
35:59a avó e o pai,
36:01sabe?
36:02Então, tem essas duas
36:02perspectivas
36:03e toda a família
36:04tem essa coisa,
36:05essa trama,
36:06esse amaranhado
36:07de perspectivas
36:08e de pessoas
36:10e buscar achar
36:13o que é o essencial.
36:14Tem um livro
36:15que o Essencialismo,
36:18um livro que eu li uma vez
36:18e uma frase me marcou muito
36:20que é o principal
36:21é manter o principal
36:22como principal.
36:23Às vezes, a gente esquece
36:24nessa confusão
36:26e dessa hiperconectividade,
36:29um monte de conteúdo diferente.
36:30Às vezes, a gente esquece
36:31o que é o principal
36:33na nossa vida.
36:34O que é o principal
36:34na sua vida, Duda?
36:37Assim, tem vários aspectos,
36:38mas no caso
36:39dessa vida familiar,
36:41eu quero estar
36:43com a minha filha.
36:43O poder da presença
36:44é muito forte.
36:47O fato da gente
36:47estar ali
36:48conversando,
36:49olhando no olho,
36:51participando ali
36:52do desenvolvimento dela,
36:54eu acho que é
36:54a melhor contribuição
36:56que um pai pode fazer
36:56para uma filha
36:57ou para um filho,
36:58de todas as formas diferentes,
37:00você estar ali,
37:01passear,
37:03olhar a natureza.
37:05Você sentiu
37:06a separação
37:06para você
37:07foi uma questão
37:08em relação
37:08a como é que você
37:10ia manter
37:10a sua presença
37:11firme ali
37:12no dia a dia da zoo?
37:13Isso ainda é uma questão
37:15ou foi uma questão?
37:16Eu imagino que tenha sido, né?
37:17Não, sempre é.
37:19Todo pai separado.
37:19Mas você sabe que eu,
37:20eu não sei se você concorda
37:21com isso
37:22e não sei como é que é
37:23no seu caso,
37:23eu quero entender.
37:24Mas eu acho que tem
37:25muitos pais separados
37:26que acabam tendo
37:28mais presença
37:29na vida dos filhos
37:31do que quando eram casados.
37:34Sabe aquela coisa assim,
37:35eu sei que eu vou encontrar
37:36o meu filho
37:36todos os dias em casa,
37:37então eu não tenho
37:38o horário de,
37:39não tem talvez
37:40tanta tenência
37:41e talvez esse desespero
37:43de tipo,
37:43cara, eu preciso estar junto.
37:45E quando, né,
37:46os casais se separam,
37:47talvez até,
37:49não só os homens, né,
37:49acho que pai e mãe,
37:50mas aproveitam talvez
37:51um pouco melhor
37:52porque já sabem,
37:53amanhã vai estar com o pai.
37:54e semana que vem
37:54não é a minha semana.
37:56Sim.
37:56Então você meio que,
37:58sei lá,
37:58talvez aprofunda um pouco
37:59essa vivência de dia a dia
38:01que casado eu tenho,
38:02eu tenho impressão,
38:03o que você acha sobre isso?
38:04Eu acho que pode ajudar
38:05e pode atrapalhar,
38:07porque talvez,
38:08talvez o momento
38:10que você esteja mais disponível
38:12com a agenda,
38:13com a cabeça mais vazia
38:15de outras questões profissionais,
38:17financeiras, né,
38:19é bem no dia que você não está com,
38:21não pode estar, né,
38:22então eu acho que ajuda
38:22e atrapalha.
38:24Hoje eu estava conversando
38:25com a minha filhinha,
38:26que ela passou mal,
38:27ontem,
38:28não foi na escola hoje,
38:30aí eu estava falando para ela
38:31do conceito de saúde,
38:33que é uma coisa que a gente
38:33só dá valor quando perde,
38:35né,
38:35está tudo bem,
38:35a gente não pensa na barriga,
38:37assim,
38:38aí do nada tem um,
38:40um bichinho ali,
38:41uma cólica intestinal ali,
38:43aí trava toda a tua rotina,
38:45teu dia,
38:46você fica,
38:46a bichinha fica brocochô,
38:48aí,
38:49então é isso,
38:51a gente conseguir
38:52dar valor
38:53para as pequenas coisas,
38:54não banalizar
38:56a saúde,
38:58os nossos parentes,
39:01e também a gente não sabe,
39:03igual,
39:04você citou no começo aqui
39:05da conversa,
39:06eu também perdi meu pai
39:07no acidente de carro,
39:09no dia dos pais,
39:10do nada,
39:10estava tudo bem,
39:11de repente,
39:11um acidente,
39:13eu estava no carona,
39:14meu pai estava dirigindo,
39:15aí passou um cavalo na estrada
39:16e tudo mudou,
39:18do nada,
39:18no dia dos pais,
39:19terminando um final de semana
39:20excelente,
39:22na casa do meu irmão mais novo,
39:23eu tinha 18 anos,
39:2418 para 19,
39:26estava entrando na idade adulta,
39:29assim,
39:30mas assim,
39:31é uma lição que eu aprendi
39:33a duras penas
39:35de que do nada pode acabar,
39:37que hoje em dia,
39:39em 2025,
39:40as pessoas tendem
39:41achar que as pessoas
39:43vão viver
39:44até ficar velhinhos,
39:46só que às vezes
39:48isso não acontece,
39:49antigamente era muito pior,
39:50porque se você for
39:51colocar na perspectiva
39:52da nossa espécie,
39:54a quantidade de peste,
39:56guerra,
39:56migração,
39:58catástrofe ambiental
39:59que a nossa espécie
39:59já enfrentou
40:00ao longo da história,
40:03durante centenas
40:04de milhares de anos,
40:05e tudo que a gente conseguiu
40:08aguentar
40:09para estar aqui hoje,
40:10a gente fica
40:12meio frágil,
40:15hoje tudo tem
40:16calor,
40:17você liga o ar-condicionado,
40:19está meio escuro,
40:19você liga a luz,
40:20a gente fica com essa ideia
40:22de que vai estar sempre
40:24tudo bem,
40:24mas na verdade não,
40:25do nada pode acontecer
40:26alguma coisa,
40:28então tem essa coisa
40:29da proteção,
40:30que a gente falou também aqui,
40:32tem essa coisa
40:33de aproveitar a presença,
40:35porque pode ser que
40:35a gente não tem outra chance
40:37de encontrar,
40:38então a gente tem que
40:39trabalhar com todas
40:41essas hipóteses,
40:43assim, né?
40:43Vocês acham que vocês conseguiu,
40:44você acha que você conseguiu
40:45fazer uma fórmula ideal
40:48aí de estar próximo
40:50da Zoe,
40:51ainda com a separação,
40:53e que vocês conseguiram
40:55estabelecer essa presença
40:56constante,
40:56na verdade,
40:57ela sem muito prejuízo?
40:58Tem um pouco da arte do possível,
41:03tem também a coisa
41:04de estar sempre testando
41:06várias coisas novas,
41:08porque nada é muito estático
41:11na vida,
41:12a criança,
41:13ela desbloqueia
41:15novas perspectivas
41:16de forma muito rápida,
41:17do nada ela aprende
41:18uma nova coisa,
41:20e agora ela já não tem
41:21mais cinco anos,
41:22papai,
41:23agora ela já vai fazer sete.
41:24Já veio essa na sua cara?
41:26É, já vai, sabe?
41:28vai aprender a andar
41:30de bicicleta sem rodinha,
41:32então ela já fica livre
41:33ali para a gente fazer
41:35passeio na rua,
41:37cada período de férias,
41:40a gente,
41:40eu tendo aí,
41:42pegar ela,
41:44levar para o Rio de Janeiro
41:45para a gente passar
41:45mais tempo junto,
41:47dias seguidos
41:48sem horários fixos
41:50de escola,
41:50por exemplo,
41:51que é muito bom
41:52essa parte das férias,
41:53assim,
41:54e aí é um momento
41:58de conexão,
41:58mas cada vez
41:59que a gente viaja
42:00para um novo período
42:01de férias,
42:02é uma nova Zoe,
42:04e também é um novo pai,
42:05mas a mudança nela
42:06acaba sendo maior,
42:08proporcionalmente falando,
42:10né?
42:10Você acha que ela muda
42:11mais do que você?
42:12Ah, eu acho,
42:13com certeza,
42:14porque a criança muda
42:15de seis para sete anos,
42:17é completamente diferente.
42:18Mas eu não acho
42:18que ela desperta
42:19a mudança em você
42:20por conta das mudanças dela.
42:22O que você mudou
42:23depois que você foi pai?
42:26Ah, eu acho
42:27que eu passei
42:27a ser mais responsável.
42:32É bom
42:32que você tem
42:33muito repertório,
42:34então eu podia ter feito
42:35três perguntas
42:36que a gente ia ficar aqui,
42:37conversando,
42:38para todo o sempre.
42:39Não, mas isso que eu gostei
42:40da proposta do In Off também,
42:42da tua energia,
42:43porque parece que a gente se conhece,
42:44não tem problema
42:45que a gente se conheceu agora,
42:46meia hora atrás.
42:46De jeito nenhum.
42:47Eu já te conheci
42:48há muito tempo,
42:49você não precisa jogar
42:50na minha cara
42:50que você não estava
42:51nem aí pra mim,
42:51entendeu?
42:52Eu acho que a energia é demais,
42:53precisa falar desse jeito também.
42:55Ô, Duda,
42:55mas eu acho o seguinte,
42:57você concorda um pouco
42:58que essa coisa do podcast
43:01também foi instigando
43:03um pouco as pessoas
43:03a se aprofundarem mais?
43:05É muito louco,
43:05porque tem uma dicotomia
43:07assim entre...
43:08Você consome muito rápido
43:09uma manchete,
43:10lê um negócio
43:10que nem você estava falando,
43:11o hater vai lá,
43:12meio que comenta,
43:13daqui a pouco ele já esqueceu,
43:14mas ao mesmo tempo
43:15o consumo dos conteúdos
43:17mais longos,
43:18principalmente podcast,
43:19vídeo mais longo
43:20e as pessoas se aprofundando
43:22em conversas
43:22também é algo
43:23que tem surgido muito.
43:26Você acha que você ampliou
43:26muito o teu repertório
43:27desde que você começou
43:28a ser apresentador
43:30de podcast?
43:32Ah, com certeza,
43:33porque a gente tem
43:34a oportunidade
43:34de ficar uma hora e meia
43:36conversando com pessoas
43:37super interessantes,
43:38celular no lado avião,
43:39olhando no olho
43:39e conversando sobre
43:41vários assuntos diferentes.
43:42Fala o assunto mais legal
43:44que você já falou
43:44no seu podcast,
43:46com quem que você conversou,
43:47que você falou,
43:47cara, essa foi marcante,
43:48vale a pena assistir.
43:49Cara, é muito difícil,
43:50porque eu gosto muito
43:51de falar sobre tecnologia,
43:52futuro,
43:53novas formas de organização,
43:55aí a gente mistura isso,
43:57às vezes no mesmo dia
43:58a gente fala com
43:59um médico neutrólogo
44:01super...
44:02que entende muito,
44:04um biohacker
44:05que entende muito
44:05de saúde,
44:06performance,
44:07longevidade,
44:08aí depois vem um outro cara,
44:09especialista em geopolítica,
44:12em conspirações
44:14e teses
44:15sobre os grandes eventos
44:17históricos,
44:18aí depois entra
44:19um outro escritor
44:20que fala de crimes,
44:22os crimes mais...
44:23mais...
44:27Ediondos, malucos...
44:27Ediondos e malucos
44:29do Brasil,
44:31da história recente
44:32do Brasil,
44:33ou empreendedores
44:35que constroem
44:36várias empresas
44:37em vários ramos diferentes.
44:38Então, eu acho que
44:39o grande barato
44:40é
44:41você poder mergulhar
44:43em assuntos
44:44distintos,
44:46porque senão
44:46fica chato também.
44:48Eu nunca fui muito
44:49de ficar
44:50num assunto só,
44:51eu me considero
44:51um generalista
44:52desde criança,
44:54eu só fui perceber
44:54que isso era
44:56um jeito de funcionar
44:57depois de adulto,
44:59ir com a internet,
45:00descobrir
45:00outras pessoas
45:02que defendem
45:03esse estilo de vida,
45:05assim,
45:05e a internet também
45:06possibilitou muito isso,
45:07você ter acesso
45:09a assuntos,
45:10antigamente você teria
45:11que, sei lá,
45:13buscar um livro
45:14específico
45:15e ficar horas ali
45:17para ver
45:17aquilo.
45:18A televisão também
45:19trouxe muito isso,
45:20o rádio e a televisão
45:21trouxeram muito isso,
45:23você poder
45:23mergulhar
45:26num documentário,
45:27numa reportagem,
45:28como é que aquilo
45:29foi feito.
45:29Quais são as próximas etapas?
45:31O que você está olhando
45:32para frente,
45:32tanto do ponto de vista
45:33profissional
45:34quanto pessoal?
45:35Ah,
45:37do ponto de vista
45:38pessoal,
45:39eu estou namorando,
45:40estou feliz.
45:41Mariane,
45:42minha quase chará,
45:43beijo para a Mari.
45:45Pois é,
45:46a gente está feliz,
45:47está fazendo planos juntos
45:48e está se conhecendo
45:49cada vez mais,
45:51a minha filha
45:51está crescendo,
45:53está se tornando
45:53uma...
45:54Ela já convive,
45:54a sua namorada
45:55convive com a Zoe?
45:56Convive, convive,
45:57se não,
45:57super bem,
45:58se deram bem
45:58desde o começo.
45:59Como é que tem sido
46:01para vocês lidar
46:02com agora
46:02a nova configuração
46:03familiar?
46:05Porque a Sabrina
46:05casou,
46:06você também juntou,
46:07casou,
46:07está namorando,
46:09enfim.
46:10Como é que é?
46:11O que o conservador
46:13que habita em você
46:13diz sobre essa família
46:15diferente?
46:17Eu sou um conservador
46:18e libertário.
46:19Olha lá,
46:19que maravilhoso.
46:20Está vendo como
46:20você é o equilíbrio
46:21das coisas?
46:22Eu estou amando isso.
46:24Então,
46:24eu sou,
46:25por um lado,
46:26eu já sou filho
46:28de pais separados.
46:29Meus pais se separaram
46:30quando eu tinha um ano e meio.
46:30Eu não lembro dos dois juntos.
46:32Quando eu me lembro dos dois juntos,
46:33eles já eram amigos.
46:34Muito amigos.
46:35E foram ficando
46:36cada vez mais amigos.
46:37E meu pai teve outras mulheres.
46:39Meu pai teve...
46:40Minha mãe teve namorados também.
46:42Porém,
46:43não chegou a ter um relacionamento
46:45tão sério
46:46a ponto de ter filhos.
46:47E depois,
46:50ela passou a ficar mais na dela.
46:53Então,
46:53tem uma familiaridade já
46:55na forma de...
46:56Não é uma coisa totalmente
46:58é um lugar
46:59que eu conheço um pouco.
47:01Assim, né?
47:02Eu não gostaria
47:03de ter repetido isso.
47:04No início,
47:05eu tinha essa...
47:06Essa força, assim...
47:07Se separar pra você
47:08era uma questão?
47:09É, então.
47:10Era uma coisa...
47:11Tipo assim,
47:11eu não quero me separar.
47:12Tem que casar
47:12e ficar pra sempre.
47:13É, não pra sempre,
47:15mas a partir do momento
47:16que eu fosse escolher
47:17uma mulher pra ser
47:18a mãe dos meus filhos,
47:20eu gostaria que fosse...
47:21No início,
47:22eu gostaria de que isso
47:23fosse uma sequência
47:25pensando em filhos
47:27no plural
47:28e construindo
47:29uma família mesmo.
47:31Por quê?
47:32Eu não sei.
47:33O jeito que...
47:35O jeito de ver as coisas.
47:39Eu buscava fazer isso
47:40porque eu achava
47:41que ia ser o melhor
47:42assim,
47:43pra construir.
47:45Mas a vida,
47:46como diria John Lennon,
47:48a vida é o que acontece
47:49enquanto fazemos planos
47:50para o futuro.
47:50Perfeitamente.
47:51Então a vida meio que...
47:53Rolou um tsunami
47:55ali no meio disso tudo.
47:57E agora,
47:58recalculando rota...
47:59Você fala numa boa
48:00sobre a sua separação
48:01ou é um tema...
48:02É um assunto que publicamente...
48:04Se não fosse na frente
48:05das câmeras...
48:06Deixa o saco
48:07que a galera
48:07ficar perguntando.
48:08Eu ia ficar mais à vontade
48:09pra falar sobre esse assunto
48:10porque é um assunto
48:11que faz parte da minha vida.
48:13Porém,
48:13quando tá na câmera,
48:14a gente mal ou bem
48:15tem que lidar
48:16com consequências
48:18de coisas tiradas
48:19de contexto.
48:20A maioria das vezes é isso.
48:22Porque não...
48:23Igual a gente tá falando
48:24de diferença
48:25de opinião e pitaco.
48:27Então se a pessoa
48:28tivesse pelo menos
48:29assistido a entrevista inteira
48:30com aquela coisa
48:32dos recursos da empatia,
48:34de você se colocar
48:34no lugar do outro,
48:37partindo do princípio
48:39de que todo mundo
48:40é inocente
48:41até que você prove
48:42o contrário.
48:43Que a pessoa tá ali
48:44falando aquilo
48:45de boa fé,
48:46de coração aberto e tal.
48:48Mas não,
48:48na verdade,
48:49tem toda uma estrutura
48:50de...
48:53Todo um ecossistema
48:54construído
48:55puxando
48:57os aspectos negativos
49:00com clickbaits
49:02e fake news e tal.
49:02Você se preocupa
49:03então com isso ainda?
49:04É, eu trabalho...
49:05Isso faz parte
49:07até da minha formação
49:08como publicitário,
49:11como profissional
49:12de marketing,
49:12comunicador,
49:14ator,
49:15criador de conteúdo.
49:16Então...
49:16Eu sinto um pouco isso
49:18quando você fala,
49:19é menos até sobre
49:19o que a pessoa vai responder
49:21ou falar,
49:21o que ela vai dizer,
49:23mas é essa um pouco
49:23talvez a sua preocupação
49:25de será que a pessoa
49:26vai captar a mensagem
49:27do jeito que eu tô
49:29querendo comunicar aquilo
49:30e aí ela não vai ler direito,
49:31vai tirar isso de contexto
49:32e vai...
49:33É, rola uma proliferação
49:34de manchetes, né?
49:36Sim.
49:36Essas manchetes
49:37muitas vezes
49:39não foram construídas
49:44da forma mais honesta possível.
49:45Então vamos assim,
49:46o que você fica...
49:47Talvez pra ter mais cliques
49:48e pra ter mais...
49:50criar mais polêmica.
49:53Porque a internet
49:53do jeito que ela é
49:54hoje em dia
49:56ela depende da polêmica,
49:57depende do bate-boca,
49:59depende da tensão,
50:01do conflito.
50:01Vamos assim,
50:04o que você fica confortável
50:05em falar
50:06sobre o porquê
50:07da sua separação
50:08e como que isso
50:10agora está?
50:12Como é que a gente...
50:13O que você fica confortável
50:14em dizer sem
50:15que cortem meus chats
50:17pra clickbait?
50:18Não, não.
50:19Tô confortável,
50:20eu tô aqui
50:21falando sobre vários assuntos, né?
50:23Mas eu me sinto
50:24meio pisando em ovos
50:25tanto nessa parte
50:26de falar
50:26de se eu sou conservador,
50:28se eu sou libertário,
50:29se eu sou mais
50:30moderninho ou tal,
50:31ou se...
50:32ou falando sobre
50:33assuntos delicados
50:34que envolvem outras pessoas.
50:36Então,
50:36são as áreas
50:39que eu fico mais
50:40pisando em ovos,
50:42assim,
50:42mais diplomática.
50:43Eu tenho que acionar
50:44um lado mais diplomático,
50:45aí eu...
50:46Não cansa
50:47ficar pisando em ovos?
50:50Não tem uma hora
50:50de falar cara.
50:51Viver cansa,
50:51tudo cansa.
50:53Correr a maratona
50:54cansa,
50:55mas viver
50:56é cansar,
50:57descansar.
50:57Tem uma música
50:58do Arnaldo Antunes
51:01que é muito maneiro
51:02que é sujar o pé
51:04de areia
51:05pra depois
51:05lavar na água,
51:07né?
51:07Tipo,
51:08é isso.
51:08Você se suja inteiro,
51:10toma um banho,
51:11aí toma um banho,
51:11tá limpinho,
51:12aí começa a fazer
51:13se suja de novo.
51:14A vida é isso.
51:15A gente vai
51:15se sujando,
51:16se limpando,
51:17vai ficando,
51:18vai fazendo esforço,
51:19descansa.
51:19E faz tudo de novo
51:22no dia seguinte.
51:22E faz tudo de novo
51:23e com criança
51:23é isso ainda
51:24mais potencializado.
51:26Duda,
51:27eu vou só,
51:28antes de terminar
51:28o nosso programa,
51:29que passou muito rápido,
51:30eu ficaria mais nove horas
51:31aqui conversando,
51:31porque eu tinha um monte
51:32de coisa pra perguntar,
51:33não segui o roteiro nenhum,
51:34porque cada coisa
51:35vem uma pergunta
51:36na minha cabeça,
51:37mas eu vou chamar
51:38o nosso quadro
51:38Ping Pong.
51:40Então assim,
51:40eu vou te fazer perguntas
51:42isso ou isso,
51:43e aí você vai ter que escolher
51:43e não vai poder falar
51:44os dois,
51:45porque eu tô vendo
51:45que você é muito equilibrada,
51:46entendeu?
51:47Então vamos lá.
51:48Coração Valente
51:50ou Rock e o Lutador?
51:51Hoje, Rock, pronto.
51:52Muito bom.
51:53Academia ou
51:54Sete de Filmagem?
51:55Academia.
51:56Hoje, academia.
51:57Jura?
51:59Mas se fosse teatro?
52:01Teatro, gente, palco.
52:02Não, eu prefiro Sete de Filmagem
52:03do que teatro,
52:04definitivamente.
52:06Evento social toda noite
52:07ou acordar cedo
52:09e treinar todos os dias?
52:10Eu prefiro acordar cedo,
52:11evento social à noite.
52:13Se fosse evento social de dia,
52:14eu preferia.
52:15Ah, se fosse evento social de dia,
52:18você prefere do que ir pra...
52:19Melhor do que evento social à noite.
52:21Se é evento social à noite,
52:22esquece,
52:23eu faço poucas vezes.
52:25Hoje, pra mim,
52:26já é um evento social à noite
52:27e já são oito e meia,
52:29bem no dia que eu tô com a Zoe.
52:31Não, a gente tá...
52:32O que dói mais?
52:33Levar o soco do Popó
52:34ou ler comentários maldosos
52:36na internet?
52:36Ah, o soco do Popó
52:40também não doeu,
52:40porque na adrenalina
52:42você não sente a dor.
52:43Ih, chamou pra outra outra.
52:45Então, Popó,
52:45vamos ver se o próximo vai doer.
52:47É, não é que é dor.
52:48É que você realmente
52:49tem a chance
52:50de se machucar, né?
52:53A dor não é um problema ali.
52:55Naquela situação,
52:56você não tá lá pra...
52:57Vou subir no ringue,
52:58ai, não quero sentir dor.
52:59É impossível.
53:00O quadrado é redondo.
53:02Então,
53:03ao mesmo tempo,
53:05se expor na internet
53:06não existe
53:07sem comentário negativo.
53:08Mas comentário negativo
53:09não importa muito, assim.
53:12Eu não sei que eu tenha
53:12feito uma coisa errada.
53:13se eu não tiver
53:14feito uma coisa errada,
53:15o comentário negativo
53:16diz mais sobre a pessoa
53:19que escreveu
53:20do que sobre mim.
53:21Duda,
53:22o que eu não te perguntei
53:22nessa entrevista
53:23que você gostaria
53:24que eu tivesse te perguntado?
53:26Alguma coisa?
53:27Ah, não faço ideia.
53:28Minha cabeça também
53:29abre várias janelas.
53:30Você viu, né?
53:30Ah, eu vi, cara.
53:32Não, aqui eu já vi.
53:33Tem que ter parte 2, tá, gente?
53:34Porção,
53:35já chama o Duda
53:36pra parte 2.
53:37Então, não tem.
53:39Então, eu adorei.
53:39Muito obrigada.
53:40Ah, eu também, muito obrigado.
53:42Obrigada.
53:43Isso foi meu papo
53:44com o Duda Nagli.
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54:00de Comunicação.
54:06Realização Jovem Pan.
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