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No novo episódio do Em Off, Léo Bagarolo e Evelin abrem o coração em um papo emocionante sobre perdas e o futuro. Eles também respondem sobre se pretendem aumentar a família com filhos.

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Diversão
Transcrição
00:00Ó, aspas, depois que a minha mãe morreu, eu quis arrancar todas as minhas tatuagens.
00:05Você falou rapidamente que você perdeu a sua mãe, né?
00:07Dá pra mostrar aqui, eu sou... eu sou inteiro tatuado, gente.
00:11E eu comecei a tatuar por causa da minha mãe também, né?
00:13Eu acho que isso vem... ok, eu sou todo tatuado.
00:16E a mãe dele também era super tatuada.
00:18Super, super. Minha mãe tinha 35 tatuagens, se eu não me engano.
00:2132, alguma coisa. E eu comecei a fazer por causa dela, né?
00:24Faz tempo que você perdeu a sua mãe?
00:26Foi ano passado.
00:27Não, então foi agora.
00:28Foi. Foi um dia antes do meu aniversário.
00:31Dia 4 de janeiro, eu faço dia 5 de janeiro.
00:33O velório dela foi no dia 5 de janeiro.
00:35Muito muitíssimo.
00:36Obrigado.
00:37E, assim, o ano passado inteiro, eu passei pelas fases do luto, né?
00:42Que não é... cada um tem a sua fase.
00:45Mas eu passei por várias fases do luto.
00:47E eu nunca tinha passado, eu nunca tinha perdido nenhum parente próximo.
00:51E o mais... fui perder logo a mais próxima, né?
00:54Então eu passei por muita coisa.
00:55Em determinado momento, eu não tava me reconhecendo mais no meu corpo,
01:00porque eu tinha perdido a minha referência, que era a minha mãe.
01:02Então quem hoje vai validar as coisas que eu faço?
01:05Quem validava era ela, né?
01:06Na minha cabeça, era sempre ela que validava tudo que eu fazia.
01:10Mesmo eu tendo 36 anos, 35, 34, e eu sou filho único,
01:17na minha cabeça era sempre ela que validava tudo que eu fazia.
01:19Tudo que eu fazia era uma forma de mostrar também,
01:23olha onde seu filho tá, olha que legal tudo que eu tô fazendo.
01:26E aí, como ela era a minha referência de pessoa que fazia tatuagens,
01:29e ela sempre apoiou, ela sempre fazia dela e deixava paga a minha.
01:33Então eu sempre ia lá já com a tatuagem paga.
01:34Então eu me senti num momento em que eu não me reconhecia mais,
01:39e eu queria tirar, eu queria fazer, arrancar todas, né?
01:42Nem sei se dá pra arrancar todas, mas enfim,
01:44eu até procurei, eu pesquisava na internet,
01:46pensava como é que fica depois de tirar tudo,
01:48porque eu tava num momento que eu não me reconhecia.
01:51Mas era mais uma fase do luto,
01:55em que eu tinha perdido a minha referência,
01:57então eu tava perdendo algumas coisas que eu considerava
02:00que ela deveria dar essa validação pra mim.
02:04Te digo que esse foi o menor das dificuldades que eu passei do luto,
02:08porque realmente, esse ano eu não considero que eu tô no luto,
02:12mas eu considero que hoje eu já, eu já,
02:14eu tenho o luto dentro de mim,
02:16ele já é uma coisa que faz parte de mim,
02:17eu sou uma outra pessoa completamente diferente.
02:19Mas o ano passado não era eu,
02:21o ano passado eu fiquei com várias crises existenciais mesmo,
02:26do que eu acreditava, do que eu deixei de acreditar.
02:29A minha família toda é espírita, né?
02:33Então, eu vivi, eu cresci num ambiente espírita.
02:37E sempre que acontecia alguma coisa com alguém,
02:39eu sempre tentava dar um conselho daquilo que,
02:42que pra mim, era o real,
02:45era pra acontecer, a pessoa tá num lugar melhor,
02:47ela tá te vendo.
02:49Só que hoje, cadê?
02:51Eu não tô vendo minha mãe me ver,
02:53eu não sei onde ela tá,
02:54isso no ano passado, meu pensamento.
02:56Na minha cabeça ela tá brava comigo,
02:58porque ela não conversa mais comigo.
03:00Será que ela...
03:01Você acha que a religião,
03:02a tua religião não te acolheu na hora que você...
03:06Não, acolhe.
03:07Eu acho que é um momento extremamente necessário,
03:09é onde você mais precisa.
03:11Só que a cabeça,
03:12ela trabalha num...
03:14Ela trabalha numa frequência diferente.
03:18Porque quando acontece aquilo,
03:19de novo, minha maior referência era ela, né?
03:21Pra tudo.
03:21E cadê minha referência pra falar onde ela tá agora?
03:24Ela tá me vendo mesmo?
03:26Então, noites e noites,
03:27eu tava lá mandando mensagem pra ela,
03:28falando,
03:28Mãe, como você não me responde,
03:31como você não...
03:31Eu não te vejo,
03:32eu não sei se você tá me vendo,
03:33eu vou te escrever,
03:34porque acho que é a única forma
03:35que eu tenho de me comunicar com você.
03:37Então, assim,
03:38o luto, ele é muito individual,
03:41mas ele é muito bizarro,
03:42nesse sentido de que você
03:43não sabe
03:45qual vai ser o próximo passo dele.
03:47Então,
03:49eu comecei a valorizar mais a vida,
03:52porque eu falei,
03:52cara, e aí?
03:54Minha mãe tava aqui
03:54e de repente ela não tá mais.
03:56Apesar de ter sido um processo
03:57que ela demorou...
03:58Ela descobriu o câncer em 2019,
03:59ela demorou 4 anos, né?
04:01Foram 4 anos com câncer,
04:03e depois ela ficou 30 dias no hospital,
04:05e eu fui os 30 dias no hospital com ela...
04:07Ela teve câncer de...
04:09De mama.
04:09De mama.
04:09É, e sofreu metástase.
04:11Depois ela acabou falecendo
04:12por conta de uma...
04:13Por causa de um líquido na pleura,
04:16e acabou depois tendo falência
04:17dos órgãos.
04:19E eu fiquei esses 30 dias lá no hospital,
04:21o que foi péssimo pra mim.
04:24Mas eu...
04:24Tudo eu questionei.
04:25Tudo, tudo eu questionei.
04:28Porque...
04:28Eu não tinha resposta.
04:30Nada mais me respondia.
04:31Nada mais bastava.
04:34Depois que a gente parou,
04:35no final do ano,
04:35a gente falou,
04:35não, vamos tirar férias.
04:36Foi a primeira férias que a gente tirou.
04:38Férias mesmo,
04:39de não usar o celular,
04:41de tirar, de relaxar.
04:43Que eu comecei a ter um pouco mais
04:45de clareza nos pensamentos.
04:47Antes, qualquer pensamento que eu tivesse
04:48poderia ser nocivo.
04:50Então, se eu quisesse tirar a tatuagem,
04:52não tira.
04:53Segura.
04:54Pode ser que você não queira
04:55na mês que vem.
04:55Mês que vem eu já não queria mais.
04:56Estava ótimo.
04:57Eu já queria fazer outras.
04:58Então, assim,
04:58mas eu nunca sabia qual era
04:59o próximo passo do luto.
05:00E isso era...
05:01Isso é muito difícil.
05:02Só que eu sabia que eu ia viver
05:03ele de várias formas.
05:06E...
05:06E esse ano eu não considero mais
05:08que eu estou vivenciando o luto,
05:11mas eu vivencio um grande silêncio.
05:15Que...
05:15De tempos em tempos,
05:17ele...
05:18É um silêncio meio gritante, né?
05:20Que de tempos em tempos,
05:20ele fala...
05:22Parece que é mentira.
05:23Cadê só?
05:24Cadê minha mãe?
05:24Ah, às vezes eu vou pegar o celular
05:26para mandar uma mensagem.
05:28Sabe, né?
05:28Acabei assim,
05:29ah, vou falar para...
05:29Não vou falar.
05:30Não tem como falar.
05:31Mas eu já não sofro mais
05:33da forma que eu sofria.
05:34Não...
05:35Eu tive mais...
05:36Às vezes eu pego os vídeos
05:37do início,
05:39de logo depois que ela morreu
05:40e eu assisto,
05:41eu falo,
05:41gente, quem que é essa pessoa?
05:44Eu...
05:44Com uma...
05:45É...
05:46O zero sentimento.
05:48Muita racionalidade, né?
05:50Eu tinha uma relação com a morte.
05:51Hoje eu tenho medo.
05:52Eu tinha...
05:52O ano passado,
05:53eu passei o ano passado inteiro
05:53com medo da morte,
05:55odiando o câncer.
05:56E...
05:57E eu falava,
05:57gente,
05:58quem que é essa pessoa super racional
05:59que está falando aí?
05:59Não sou eu.
06:00E eu falava,
06:01não,
06:02eu entendo,
06:03eu respeito a morte.
06:05É...
06:06Eu realmente acho que
06:07o tempo que minha mãe
06:08tinha que passar aqui,
06:09ela passou,
06:10ela viveu,
06:11ela acreditou no que ela tinha
06:12que acreditar
06:13e eu respeito isso.
06:15Eu falo,
06:15não, Léo.
06:16Não,
06:17não, não, não.
06:18Tem que ter medo da morte.
06:20Você...
06:20Você está errado,
06:21você tem que estar chorando.
06:22Por que você não está chorando?
06:24E eu olhava para aquilo e falava,
06:25gente,
06:25eu não me reconheço mais.
06:26Eu não me reconheço mais.
06:27Então foi um ano de muita...
06:29De muito aprendizado.
06:30De que eu cresci muito
06:31e de que eu descobri coisa nova também sobre mim
06:35que eu não sabia que existia sem a minha mãe.
06:37É outra coisa.
06:38Eu tendo uma casa para voltar
06:41e eu não tendo hoje mais uma casa para voltar
06:43que eu não tenho mais.
06:44Essa casa,
06:45esse ninho,
06:46esse conforto que hoje eu não tenho mais.
06:48E aí,
06:49só complementando para não me estender muito,
06:51mas esse medo do fracasso
06:52vem muito disso também.
06:53Se eu fracassar,
06:54eu vou para onde?
06:55Claro,
06:55é tudo isso que fica na cabeça.
06:56Claro que eu tenho para onde ir se eu fracassar,
06:58mas antes se eu fracassasse,
06:59eu voltava para a casa da minha mãe,
07:00no meu ninho,
07:01no meu conforto.
07:01Eu tinha ela para me acolher.
07:02Eu já não tenho mais essa referência,
07:04não tenho mais essa pessoa.
07:05O que me dá mais ainda é a ansiedade
07:07em sempre acertar
07:09e nunca decepcionar ninguém.
07:12É complicado.
07:13É normal.
07:15Tem uma coisa sobre o luto,
07:17só para falar aqui rapidamente,
07:20que é o seguinte,
07:24você tem uma tela cheia de tintas,
07:26cores,
07:27meio que espalhadas ali,
07:28e quando aquilo morre,
07:30alguém,
07:31você vira uma mancha preta,
07:33aquelas cores todas se misturam
07:35e aquilo vira um borrão preto
07:37no meio dessa tela.
07:38E aquilo,
07:40não adianta você jogar outras tintas,
07:42porque aquele buraco,
07:44ele fica.
07:44Então,
07:45o luto,
07:46o processo de construção do luto,
07:48ele vai um pouco nesse entorno.
07:51Ele sempre está ali,
07:52mas o processo é um pouco sobre você
07:55espalhando essas cores
07:56para fora desse lugar de vazio
08:00onde ficou.
08:00Ele vai ficar lá,
08:01ele vai fazer parte da tua tela,
08:03mas a tua tela vai ter outras cores
08:04e que vão colorir o entorno
08:08de alguma maneira.
08:09Perfeito.
08:10Enfim,
08:10então sinto muito meus sentimentos
08:12pela sua perda,
08:14mas é o processo.
08:16A outra alternativa
08:17era ela perder o filho,
08:18e isso a gente não pode pensar.
08:19Vocês querem ser pais, mães?
08:22A gente fala,
08:23a gente fala,
08:24mas querem ser filhos
08:25além dos pets?
08:26Dos pets?
08:28A gente quer,
08:29mas eu acabei de passar
08:31por um processo de congelamento de óvulos.
08:33E aí,
08:33como é que você lidou com isso?
08:35Eu fiz também.
08:36Foi tranquilo?
08:37Foi super tranquilo para mim.
08:39Super.
08:39Fiz dois,
08:41ainda vou fazer mais um provavelmente,
08:43e um ponto de eu fazer
08:44porque eu tenho endometriose,
08:45e aí a gente começou a ver
08:46que minha reserva ovariana
08:47já estava um pouco mais baixa,
08:48e aí eu resolvi fazer.
08:51Mas para mim foi,
08:52foi bem.
08:53Tranquilo.
08:54Até a gente estava conversando sobre isso,
08:56eu não tinha tantos óvulos assim,
08:58então pode ser que eu não sofri tanto
09:00por conta disso,
09:01porque eu sei que algumas pessoas
09:02ficam muito inchadas,
09:03acho que é por conta do tamanho também,
09:05né?
09:06Então,
09:07mas para mim foi,
09:08foi bem,
09:09eu indico para todo mundo.
09:10Mas assim,
09:11não são planos por agora,
09:12por isso que você também resolveu congelar,
09:14para poder ter a liberdade de desistir.
09:15Fazer um pouco mais para frente,
09:17é,
09:17eu tinha medo de não fazer agora
09:19o congelamento,
09:20e aí, sei lá,
09:21isso para dois anos,
09:21três anos,
09:22e aí já dá mais.
09:22Óvulos de 34,
09:24meu amor,
09:24chuchu maravilhosos.
09:26Está no auge.
09:27o que o que Pokémon tem viciar?
09:35Então,
09:36pois é?
09:37Eu sou mesmo,
09:37não me enfra Platz,
09:39eu sou Krach,
09:39eu sou mesmo...
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