O PCC proibiu os roubos e o desrespeito nas periferias e comunidades, ameaçando punir quem desobedecer o “salve”. Essa postura do Primeiro Comando da Capital levanta um debate urgente: a facção criminosa age melhor que o poder público na garantia de uma "pseudosegurança" em São Paulo? A bancada do Morning Show analisa o perigoso cenário e os interesses por trás da "Lei do PCC".
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00:00Tem também uma questão que está preocupando bastante, pelo menos os moradores que moram na periferia e nas conhecidas quebradas aqui de São Paulo.
00:08Isso porque tem um salve dizendo que é proibido roubar celulares e outros objetos na quebrada.
00:17E sabe quem fez esse salve? É o primeiro comando da capital, o PCC, justamente colocando ali como uma espécie de segurança os moradores que vivem nessas comunidades.
00:28E aí a gente vê a ausência do Estado, só que o PCC parece que age melhor do que propriamente o Estado quando se trata de segurança pública, Mano Ferreira.
00:38É um Estado paralelo, David, mas eu acho que a gente precisa ter muito cuidado quando entra nessa ideia,
00:45porque às vezes tem gente que parece que romantiza os bandidos como se eles fossem capazes de prover direitos fundamentais,
00:54direitos individuais para as populações dos territórios dominados.
00:58E a gente sabe que isso não é verdade, porque o crime não tem limites.
01:03O crime atua a partir dos seus próprios interesses.
01:06Então, no momento em que passa a ser interessante para o crime fazer as maiores atrocidades contra os moradores,
01:14isso ocorre.
01:15Então, não podemos achar que o salve é uma boa notícia ou que é uma coisa normal,
01:22porque na prática é um indício de que nós, como Estado brasileiro oficial, Brasil real,
01:30Brasil oficial está perdendo o controle do Brasil real.
01:34E isso é uma péssima notícia.
01:37Agora, é impressionante, eu acho que até citei aqui no programa algumas vezes, né?
01:40Quando eu viajo, eu sempre pergunto como é que é a segurança, tudo, né?
01:44Em Paraty, Porto de Galinhas, por exemplo, em estados diferentes,
01:47tem localidades que são dominadas pelas facções,
01:50e lá você pode deixar o celular em cima da mesa,
01:53você pode usar um cordãozinho de ouro,
01:55pelo menos nesses dois lugares que eu citei,
01:57porque até eu perguntei quando eu fui para Porto de Galinhas,
01:59falei assim, como é que é a segurança aqui?
02:00O pessoal falou, não, não, pode deixar o celular na mesa, tranquilo,
02:03porque ninguém mexe não, porque o comando age.
02:04Eu falei, ah, o comando da polícia militar é bom?
02:06Não, não, é o comando realmente faccionado.
02:08Então, assim, o absurdo que a gente vive muitas vezes, doutor Gustavo?
02:13Não, sem dúvida.
02:15Isso, na verdade, é um fator muito preocupante
02:18quando a gente vê aí o crime organizado, no caso o PCC,
02:23procurando ocupar aquilo que é dever do Estado,
02:27procurando promover uma pseudo-segurança pública para a população.
02:31Primeiro, é importante a gente frisar, como dito aqui,
02:34que, na verdade, o crime organizado é movido por interesses ilegítimos, sempre.
02:41Não há qualquer bondade, não há qualquer nobreza nesse tipo de ação.
02:44Muito provavelmente, o crime organizado está agindo dessa maneira,
02:48porque o roubo de celular está afetando a atividade criminosa do crime organizado
02:52naquelas modalidades que são mais lucrativas,
02:55por exemplo, o tráfico de drogas.
02:56E a ocorrência de crimes de roubo, por exemplo, de celular,
03:01faz com que a polícia esteja mais presente nesses locais,
03:04nas comunidades, e acaba afetando negócios como o tráfico,
03:08outros negócios mais lucrativos.
03:09Então, não há nenhuma bondade nisso, né?
03:11E, a partir daí, a importância da gente retomar, sim, esse controle.
03:16Lembrar que todo e qualquer crime tem o seu potencial lesivo,
03:19desde um furto até um roubo, até um latrocínio.
03:22Isso não pode ser admitido, diferente do que defendem alguns aí
03:26que vê uma lógica social no crime, né?
03:28Que diz que o indivíduo só rouba para tomar uma cervejinha
03:31porque não teve oportunidade.
03:33Você vê aí o próprio crime organizado rechaçando esse tipo de conduta.
03:37E é nesse sentido que a gente tem que continuar.
03:39Agora, sempre por meio do Estado.
03:43Prover segurança pública é dever, é obrigação do Estado.
03:46E a gente tem que apoiar as nossas forças policiais
03:49para entrar em qualquer lugar que for, para coibir roubos
03:53e outro tipo de crime, seja nas comunidades
03:55ou em qualquer outro lugar do Estado.
03:56O que não dá para a gente ter diversar, de qualquer maneira,
03:59aceitar a convivência com o crime organizado,
04:02o crime organizado ocupando, fazendo o papel do Estado.
04:05Porque, ainda que em curto prazo, isso se revele até efetivo,
04:09eficiente, não há dúvida de que, em médio a longo prazo,
04:12o crime organizado vai se fundindo, vai se criando
04:15essa simbiose perigosíssima com o Estado
04:17que vem cobrar a sua fatura para prejuízo da população.
04:20O detalhe é que chama atenção, né?
04:22Quem nos acompanha pela TV conseguiu ver ali o print
04:24que circula em diferentes comunidades ali, né?
04:27Das redes sociais.
04:28Mas, num dos trechos, eles dizem assim, ó.
04:31Deixamos todos cientes que já se esgotou
04:33a paciência do primeiro comando da capital
04:36com relação a roubos nas quebradas
04:38e desrespeito com os moradores desses bairros periféricos.
04:41Moradores esses que fazem parte das mesmas mazelas que nós.
04:46Isadora Brizola.
04:48Eu acho que o Gustavo tocou num ponto muito importante
04:51que é realmente esse da parte da...
04:54Esse é até uma premissa que acontece muito no Rio de Janeiro, né?
04:57Que você não pode estar ali na área,
04:59em certas áreas dominadas pelas facções criminosas,
05:01você não pode...
05:02Até policiais dão ré, né?
05:03Com viaturas.
05:04A polícia não pode entrar e você também não pode
05:06cometer nenhum tipo de crime ali naquela região.
05:08Tendo até uma operação agora da barricada zero, né?
05:11Que tá...
05:11É, é verdade.
05:12Teve a operação agora.
05:14Mas, assim, a lei realmente das facções ali
05:16é realmente essa.
05:17Pra que não se chame a atenção,
05:19a polícia não chegue ali dentro.
05:21Então, às vezes, a gente até pensa
05:22nossa, posso estar protegido aqui.
05:24Mas, na verdade, é realmente
05:25pra não ter essa intervenção ali
05:27do crime de maneira alguma.
05:29E São Paulo tem...
05:30A gente tem discutido, né?
05:31Ontem, inclusive, a gente tocou nesse ponto
05:32do quanto São Paulo tá cada vez mais perigoso.
05:35É uma cidade que tem uma criminalidade muito diferente,
05:37inclusive, do que tem o Rio de Janeiro.
05:39São tipos de crimes diferentes.
05:41O perfil de assalto, inclusive,
05:43em São Paulo é muito diferente
05:44do que é no Rio de Janeiro.
05:45Então, acho que cada vez mais
05:47essa dinâmica que a gente vê acontecendo aqui,
05:49que é um espelhamento um pouco
05:51dessa mesma dinâmica do Rio de Janeiro,
05:53é quase que uma negociação,
05:54um acordo mútuo entre PCC e CV
05:56seguindo ali as mesmas diretrizes, né?
05:58É a lei do crime aqui no Brasil.
06:01É o que eu quero ver, né?
06:03Eu vou ter um espelhamento um pouco,
06:03mas eu vou ter um espelhamento, né?
06:04Eu vou ter um espelhamento.
06:04Eu vou ter um espelhamento que é um espelhamento, né?
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