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O executivo Fábio Colletti Barbosa fez um diagnóstico preocupante sobre a atual crise institucional brasileira em entrevista a Luiz Felipe D'Avila. Ele destacou a "apatia" das associações de classe, que perderam o protagonismo político e hoje têm "receio de se expor" por medo de retaliação ou pela falta de consenso interno em um ambiente polarizado.

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Transcrição
00:00O que vem acontecendo no Brasil, desse desmando institucional, do aumento do poder arbitrário,
00:06e as pessoas continuam na arquibancada, parece que ainda muito apáticas.
00:11O que justifica essa apatia? Frustração com o passado ou desesperança com o futuro?
00:17Bom, é um mix dos dois, né? Mas eu tenho trabalhado mais olhando pra frente e falar
00:23enquanto houver indignação, haverá esperança, né?
00:26E eu vejo uma mobilização, eu estava na reunião outro dia, eu vejo pessoas do meu mundo,
00:33pessoas, enfim, da sociedade civil indignadas.
00:38Isso é muito importante, isso significa um terreno fértil pra gente trabalhar.
00:42O que eu não vejo é o pessoal encontrando os caminhos, como é que você externaliza essa sua indignação
00:50e transforma isso numa forma de, vou chamar de protesto aqui, tal que você pressione,
00:55enfim, o governo em geral, as instituições em geral, pra que entrem nos trilhos, né?
00:59Então eu vejo muita gente indignada, eu não sei o que fazer, mas eu quero ajudar.
01:04É uma matéria-prima importante, é nessa matéria-prima que eu aposto.
01:08É gente que está querendo contribuir, gente que está querendo ajudar,
01:12gente que não tolera o que está acontecendo, em várias frentes,
01:15seja, enfim, municipal, estadual, federal, legislativo, executivo, judiciário,
01:21mas eu não sei o que fazer, como é que eu posso fazer?
01:23E agora, com a proximidade da eleição, eu vejo o pessoal tentando se articular.
01:28Então eu fico esperançoso, porque eu não vejo uma total apatia,
01:33eu vejo gente que fala assim, olha, nós temos que fazer alguma coisa.
01:36Qual é o caminho? Bom, já é um começo, eu também estou ciscando qual é o caminho.
01:41Mas o pior é falar, não tem nada a fazer, esquece.
01:43Eu sigo um pouquinho, já que você fez uma menção aqui na abertura de Ortega e Gassete,
01:48eu sigo Alberto Camis, que diz, descartada a hipótese do suicídio, só nos resta o otimismo.
01:54Então eu vou continuar procurando.
01:56Eu acho que perseverar é o nome do jogo.
01:59E tem gente, sim, querendo trabalhar nessa direção.
02:02Agora, o Fábio, essa indignação precisa transformar em uma espécie de coragem
02:06para fazer com que as coisas andem, né?
02:07Uma apatia que me preocupa muito são as associações de classe.
02:13Porque as associações de classe antigamente tinham voz,
02:16a própria Fiesp antigamente tinha um poder político grande,
02:19influenciava a política pública, a associação comercial, Febraban,
02:23tantas instituições importantes.
02:26Mas eu não vejo essas instituições se mobilizando em torno de verdadeiros absurdos que são aprovados.
02:31desde emenda PIX até criar 6 e 1, mudar a legislação trabalhista,
02:38não respeitar a legislação trabalhista que nós aprovamos,
02:42que acaba ajudando a gerar mais desemprego ou subemprego.
02:45Por que as associações de classe continuam apáticas
02:48quando elas já tiveram um protagonismo muito importante no Brasil?
02:52Vou começar com os associados das associações de classe,
02:56que parece que tem receio de se expor, né?
02:59Tem receio de retaliação, tem receio porque não tem autorização para falar em nome da empresa.
03:06E eu já vejo o pessoal não querendo se expor muito, né?
03:08Eu mesmo tenho falado que, no momento, até presente em conselhos,
03:12mas não sou dono de uma empresa, não estou como senhor de nenhuma empresa,
03:16eu me sinto mais à vontade de me expressar.
03:18Mas eu vejo que amigos meus, colegas meus, têm receio de se expressar.
03:23E daí vai para as instituições, junta um outro problema,
03:26que é o problema desse radicalismo que você vê de dois lados,
03:31são mais lá da esquerda, da direita,
03:34e as associações têm dificuldade em se expressar em nome de um grupo
03:37que não é sequer homogêneo.
03:39Então, peraí, você está falando em seu nome.
03:41Eu, associado, não concordo com o que você está falando.
03:44Eu já vi casos, instituições menores, mas falo,
03:46escuta, não vamos entrar nessa briga aqui,
03:49porque ninguém aqui pode dizer que está falando em nome dos associados,
03:52porque sequer entre os associados existe um alinhamento.
03:55Então, essas duas poderiam ser o começo de uma explicação.
04:00Existe, porém, e aí que eu fico também inquieto,
04:03casos em que não é questão ideológica.
04:05Você deu o exemplo agora, questão de jornada de trabalho,
04:08vamos pegar um outro que é mais simples ainda,
04:10que é a questão de respeito ao que foi aprovado na reforma trabalhista.
04:14Existe uma diferença de opinião,
04:17mas parece que o pessoal fala,
04:18escuta, vamos ficar quieto aqui, não vamos fazer muito barulho.
04:22E, então, você encontra um pessoal quieto,
04:25e aí vem a sua pergunta,
04:26que não, meio apático, se você quiser,
04:29mas numa massa que está em ebulição.
04:31O que eu quero fazer? O que eu busco fazer?
04:33Alguns de nós buscam.
04:34Como é que você transforma essa ebulição
04:36em um protagonismo, em uma expressão?
04:40É difícil, mas existe.
04:43Eu ficaria muito mais preocupado
04:45se não tivesse essa ebulição que eu estou vendo em todos os lugares.
04:49Daí me dá ânimo.
04:50Eu falo assim, não, peraí, tem gente, tem matéria-prima,
04:52eu vou usar uma analogia, tem um terreno fértil aqui.
04:55Precisa saber como é que a gente trabalha isso.
04:57Mas, de fato, o terreno está fértil, está lá em ebulição,
05:00mas não tem se expressado.
05:01O que a gente vê na mídia,
05:03você, Felipe, também é uma expressão disso,
05:06é isso sendo falado no rádio, em alguns jornais.
05:10Redes sociais é uma outra plataforma,
05:13mas podemos falar depois.
05:14Mas tem gente mostrando com frequência essa indignação.
05:18Daí as pessoas lêem, todo mundo concorda,
05:21e daí me perguntam, mas como é que eu posso ajudar?
05:24Eu vinha no caminho para cá conversando sobre isso.
05:27Como é que eu posso ajudar?
05:28Eu, às vezes, não sei como,
05:30mas vamos fazer uma reunião, vamos conversar.
05:32Como é que eu ponho para fora essa indignação que existe sim?
05:36Então, eu acho que não se expressam
05:38porque não se sentem representando,
05:40não se expressam porque têm receio
05:42de criar algum problema para a empresa
05:44na qual estão envolvidos,
05:46mas que tem gente em ebulição ali,
05:48tem gente querendo mexer, tem,
05:50e nós vamos ter que trabalhar essa massa de pessoas
05:52que não querem nem uma solução, nem outra,
05:55mas acreditam que tem um caminho a ser percorrido.
05:58Agora, Fábio, a história do Brasil,
05:59sempre marcado por essa gangorra,
06:02governos populistas,
06:03depois de um certo período de normalidade,
06:06mas agora nós temos uma crise muito diferente.
06:09É a crise de confiança nas regras do jogo.
06:12É o judiciário a fonte da crise maior.
06:15Como você vê, como cidadão,
06:17então engajado nessa mudança do Brasil,
06:20esta instabilidade das regras do jogo,
06:23esta insegurança jurídica,
06:25por que isso se tornou tão preponderante
06:28na sociedade de hoje?
06:29É uma coisa curiosa,
06:30que você tem muita insegurança,
06:32a gente tem problemas no executivo,
06:34o setor privado também tem um monte de problemas,
06:36nós não somos um bando de pessoas honestas
06:40e que seguem tudo direitinho,
06:42governaram por pessoas que não aderem
06:45aos princípios básicos de uma boa sociedade.
06:48Não é exatamente isso,
06:49o problema está dos dois lados,
06:51depois a gente pode falar um pouco sobre isso.
06:53Mas o que eu vejo como grave
06:54é quando você começa a chegar na questão judiciária,
06:57que é a proteção maior que existe em uma democracia.
07:00A democracia tem vários aspectos,
07:01eu estou explorando apenas um aqui,
07:03mas é a regra do jogo.
07:04Me diz qual é a regra do jogo
07:05e que eu tenha defesa
07:07quando alguém sair da regra do jogo
07:09de maneira a ter meu direito protegido.
07:12Enfim, isso é uma coisa
07:13que tem deixado muita gente insegura.
07:16Isso acontece em questões trabalhistas,
07:18pequenas, ou até em grandes questões.
07:20E quando chega no Supremo Tribunal Federal também.
07:23Então acho que isso gera,
07:24daí volta aquele vale problema.
07:26Beleza, estou incomodado,
07:28mas por onde eu começo a mexer nisso?
07:30Aonde vai?
07:31Eu acho que nós temos em 2026
07:33uma chance de tentar dar uma virada
07:36um pouco desse jogo.
07:37É muito, o buraco ficou muito grande,
07:39é muito complicado fazer isso numa gestão,
07:42mas o fato é que tem sempre uma alternativa
07:44que eu provoco meus amigos,
07:45então deixa.
07:47Quando eu falo então deixa,
07:48eu sinto que eu mexi com a pessoa,
07:49que fala não, então deixa não,
07:51não dá para deixar assim.
07:52Então eu acho que a gente ainda tem um resquício,
07:54isso aqui pode piorar muito,
07:56não está a dizer que nós estamos no fundo do poço,
07:58como alguns falam,
07:59eu não acho que o fundo do poço é pior que isso.
08:01A gente pode ainda,
08:02a partir do que temos,
08:04tentar reconstruir algumas coisas.
08:06E eu concordo com você,
08:07seja a questão de leis menores
08:11ou leis maiores,
08:12é fundamental que a regra do jogo
08:14seja respeitada.
08:15Ela não vem sendo,
08:17não vem sendo respeitada,
08:19acho que é exagero,
08:19ela não vem dando segurança
08:21para quem entende que o seu direito
08:23deveria ser A,
08:24mas por outro lado você está vendo o julgamento CB.
08:26A gente lê muito,
08:27e eu não tenho evidências para trazer aqui,
08:29mas de corrupção no judiciário,
08:31corrupção aqui,
08:32corrupção acolá,
08:33favorecimentos aqui,
08:34favorecimentos acolá,
08:35isso é ruim.
08:36Isso é ruim para investimento,
08:37isso é ruim para a perspectiva das pessoas.
08:40Uma pesquisa recente que eu vi,
08:42Felipe,
08:42bem interessante do próprio Felipe Nunes da Quest,
08:45falava justamente
08:46de um dos maiores problemas
08:48que temos no Brasil hoje,
08:50que é a confiança.
08:51É a confiança na pessoa
08:53com quem você cruza na rua,
08:55é a falta de confiança,
08:56melhor dizendo,
08:56com quem você cruza na rua,
08:57falta de confiança com os amigos,
08:59falta de confiança até na família,
09:00obviamente em percentuais diferentes,
09:02mas falta de confiança na autoridade.
09:04Não quer dizer,
09:05sempre se ela tem aquela autoridade,
09:07eu não sei o que esperar dela,
09:08eu não sei se eu vou ter um problema ou não,
09:12porque não está claro qual vai ser a atitude,
09:14porque não está bem balizada.
09:15E esse é um problema fundamental de uma sociedade.
09:18Se não houver confiança
09:19entre os membros da sociedade,
09:22entre as instituições
09:24constituídas pela sociedade
09:25e os seus cidadãos,
09:26daí a gente patina no desenvolvimento,
09:29na criação de um país como queremos.
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